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Aula de escola de samba

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Ainda muito criança, quando mal sabia adequar as cores aos desenhos, já me encantava com o colorido que pintava as avenidas no carnaval. Lembro que minha tia levava a mim e meus irmãos para a Alberto Braune para assistir aos desfiles, pequeninos, no meio da multidão. As alegorias, as fantasias, aquela gente toda me causava grande fascínio.

Ainda muito criança, quando mal sabia adequar as cores aos desenhos, já me encantava com o colorido que pintava as avenidas no carnaval. Lembro que minha tia levava a mim e meus irmãos para a Alberto Braune para assistir aos desfiles, pequeninos, no meio da multidão. As alegorias, as fantasias, aquela gente toda me causava grande fascínio.

Gostava também de folhear jornais. Meu pai acumulava muitos exemplares para forrar os tapetes do seu velho, já àquela época, Chevette 74. Vendo as fotos dos desfiles do Rio, logo me deparei com uma que me chamou a atenção mais do que as demais. No retrato, uma água azul e branco. Na pressão de torcer para um time de futebol, um partido político, uma escola de samba, logo perguntei à minha mãe: que escola é essa? 

Mesmo antes da resposta, me convenci: é para essa que eu vou torcer! Ela me respondeu: Portela. Nunca mais esse nome e aquelas cores saíram da minha mente. Desde então, acompanho a Portela e cada vez que ela entra na avenida, choro de emoção.

Aqui em Nova Friburgo, essa pressão de torcer por uma escola de samba, não me pegou. E, isso não é para fugir da raia, não! Meus primeiros anos de vida foram no Perissê, bem perto da quadra da Unidos da Saudade. Depois mudei para Olaria, com meus quatro anos... Lá, morei até a minha adolescência. Quando criança, me fascinava o carro alegórico que trazia o Zé Carioca. Mas não podia torcer para aquela escola, porque não era a do meu bairro. 

Depois, me mudei para o Floresta e a confusão se fez. Ou seja, passei pelos ninhos da Saudade, da Imperatriz e do Alunão. Mas o que me encanta é a águia da Portela, símbolo da Vilage. Então, mesmo não tendo morado perto da Verde e Branco me sinto autorizado a torcer por ela – também. 

Confesso, para não parecer que sou de ficar em cima do muro, que cada ano torço para aquela em que tenho mais amigos ou que tem o samba mais bonito. Já passei apuração com o coração batendo mais forte por cada uma das quatro.

Celebro a escola de samba como escola da vida. Dando seu banho de cultura com verdadeira aula, palestra, seja qual for o enredo que traga. Ensinamento, protesto, destaque para detalhes que muitas das vezes passam despercebidos no ensino colegial e na própria caminhada da vida. Verdadeiras teses construídas por gente muito simples, não raro até semianalfabetas. 

Na costura da saia da baiana, no adereço da comissão de frente, nas alegorias de esculturas com ou sem efeitos especiais. No samba-enredo. Na paradinha da bateria. Tudo vibra. Tudo canta. Tudo se complementa e todos são iguais, com a mesma importância. Nessa simplicidade envolta de luxúria e criatividade, antagônicos se misturam e se respeitam no sentido de ensinar no grito do povo que liberdade não tem preço e que axé e fé são a mesma coisa. 

E, como aprendemos que “mais vale um jegue que me carregue, do que um camelo que me derrube lá no Ceará”. Pois carnaval tem história para gente grande dormir, no compasso necessário da crítica social.  

 

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Alegria, alegria

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Pesquisa de campo: Quem gosta de carnaval? Levante a mão aquele que consegue não se contagiar com a energia que paira sobre nós nessa época do ano. Não há como negar, fica uma euforia no ar. Se pararmos para observar atentamente até mesmo o tal “pré carnaval”, perceberemos que mesmo esses dias que antecedem a folia são mais agitados, mais coloridos. Parece que as pessoas estão mais afobadas, o trânsito um tanto mais confuso e há até aqueles que emendam o feriadão, quando não resolvem ainda começar efetivamente o ano tão-somente após a folia.

Pesquisa de campo: Quem gosta de carnaval? Levante a mão aquele que consegue não se contagiar com a energia que paira sobre nós nessa época do ano. Não há como negar, fica uma euforia no ar. Se pararmos para observar atentamente até mesmo o tal “pré carnaval”, perceberemos que mesmo esses dias que antecedem a folia são mais agitados, mais coloridos. Parece que as pessoas estão mais afobadas, o trânsito um tanto mais confuso e há até aqueles que emendam o feriadão, quando não resolvem ainda começar efetivamente o ano tão-somente após a folia.

A arte contagia. É lindo de viver! Há pessoas que trabalham todos os seus dias em nome dela. Mas não consigo conceber que a manifestação cultural brasileira tenha vindo com o propósito de resetar o ano, como tanta gente insiste em fazer. Carnaval não é réveillon, mas ainda assim só depois dele é que muitas coisas voltam a acontecer. Ou começam. Divisor de águas, ou melhor, de ano. É isso que ele é? Contamos dias para a sua chegada, acumulamos projetos, planos, roteiros e mesmo horas de sono para quitarmos no “feriadão”. Eu mesma ando sonhando e somando quantas horas conseguirei quitar na cota do descanso por ocasião do carnaval.

Fato é que o povo se diverte, espairece, esquece por algum tempo de suas mazelas e de alguma maneira vive sua catarse existencial. É tempo em que todo mundo pode ser amigo de todo mundo, que há mais braços envolvidos em abraços, mais sorrisos largos e brilhos no olhar, músicas por toda parte, uma alergia genuína teima em brotar, quem quer se veste de palhaço ou qualquer fantasia, há oportunidade para extravasar e alguns ainda ganham seus dias de desocupação. Ô, que alegria!

Nem tudo são flores, entretanto. Nesses dias de folia, há muita gente frustrada, assistindo de posições não privilegiadas a folia alheia. Há gente sobrecarregada de trabalho. Os limites do respeito por vezes são esquecidos e infelizmente os casos de assédio contra mulheres são ainda mais frequentes. Da mesma forma, posso presumir pelo empirismo que muitos condutores dirigem dominados pelo efeito do álcool, pondo em risco suas vidas e submetendo o risco real aos outros. Sem contar a sujeira nas ruas. As brigas. A violência. O consumo de drogas. Acontece, infelizmente.

No carnaval, por vezes, refletimos também a educação que não temos. A infraestrutura que não temos. O espírito coletivo que não temos. O respeito pelo próximo que obviamente deveríamos ter, que não temos enquanto sociedade. Infelizmente. Não há como escapar. Não habitamos um planeta diferente esses dias. Continuamos sendo parte do que somos todo santo dia, ainda que inebriados pelos dons da folia.

Mas para quê pensar sobre isso? Afinal, é carnaval. Alegria, alegria...

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Rua da cerveja artesanal

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Rua da cerveja artesanal

Está confirmado para este carnaval, mais uma vez, o espaço exclusivo das cervejas artesanais de Nova Friburgo. A Rua Augusto Cardoso abrigará o espaço que a cada ano recebe mais adeptos do “Beba menos, beba melhor”. São aguardadas pelo menos seis marcas locais.

Hidratação

Rua da cerveja artesanal

Está confirmado para este carnaval, mais uma vez, o espaço exclusivo das cervejas artesanais de Nova Friburgo. A Rua Augusto Cardoso abrigará o espaço que a cada ano recebe mais adeptos do “Beba menos, beba melhor”. São aguardadas pelo menos seis marcas locais.

Hidratação

Por falar em bebida alcoólica, a melhor forma de evitar ressaca para quem inevitavelmente não beberá com moderação é intercalar a bebida alcoólica com água. Não foi só um amigo que me ensinou isso. É ciência! A mesma que garante ser mito que suar é bom, porque evapora o álcool. O que evapora é a água, que acelera a desidratação do corpo.

Testes de gravidez aumentam

Um dado curioso relacionado ao carnaval é o aumento pela procura por testes de gravidez após a folia. Estima-se um crescimento de 15%. Mais do que o risco de engravidar estão as doenças sexualmente transmissíveis. O uso de preservativos, portanto, não é apenas contraceptivo, protege contra essas doenças.

Sífilis

Para esse carnaval em especial, uma doença preocupa: a sífilis. O Brasil vive um quase surto da doença. Só no ano passado foram notificados mais de 650 mil casos de sífilis adquirida. Um aumento de 30%. A Região Sudeste é a que tem maior incidência, com aumentos expressivos de casos também no Estado do Rio de Janeiro. 

Tem cura

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) com cura, podendo aparecer em qualquer área de contato em uma relação sexual, como a boca. Por isso, por mais que o uso da camisinha seja essencial durante uma relação, ele não é suficiente. A sífilis se manifesta em três fases e o ideal é já procurar tratamento nos sinais iniciais: ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre dez e 90 dias após o contágio.

Time de primeira

O Friburguense sacramentou seu estigma de ser um time que cresce na dificuldade que se aproxima do impossível. Venceu, fora de casa, quando o adversário (Americano) dependia apenas de um empate. O mesmo havia ocorrido nos jogos finais da segundona, especialmente, diante do Artsul, naquela semifinal vencida por 1 a 0, contra um adversário invicto em casa.

Agora só em agosto

Assim este foi, para alegria de todos, o último jogo do semestre para o Friburguense. Não que não gostemos de ver os jogos do Frizão, mas a ausência de partidas representa a fuga completa do rebaixamento e o passaporte carimbado para a fase preliminar da elite do Campeonato Estadual. Mais do que isso: a garantia dos recursos de TV, em 2021.

Contas capengas

Ter conquistado o quadrangular também representa alívio nas já combalidas receitas do Tricolor Serrano. São duas viagens a menos, além de não ter mais o risco de ter que enfrentar a longa e deficitária segundona.

Eles que lutem

Enquanto isso, América, Americano e Nova Iguaçu terão mais quatro jogos cada para definir o time que será rebaixado. Este rebaixado terá a saga da segundona. O América pode entrar para a história com um terceiro rebaixamento seguido. Se subir, o inusitado fato de verdadeiro clube ioiô. Três subidas e três quedas seguidas.

Falta de apoio

Falando em finanças, vale ressaltar que mesmo com a conquista de segundona, o Friburguense continuou sem patrocinador master e sem qualquer apoio público. Ainda se viu prejudicado quanto às cotas de TV. A previsão de recurso não se confirmou, sendo quase a metade do prometido, por conta do não aceite do Flamengo em ter seus jogos transmitidos pela Globo. As dívidas se acumulam e ter escapado agora foi um verdadeiro presente de sobrevivência.

Copa Rio

O Friburguense agora só volta a campo em agosto para a disputa da Copa Rio, competição mata-mata que dá vaga na Série D do Brasileiro e na Copa do Brasil. Por ter sido campeão da segundona, o Frizão só estreia na segunda fase e com a vantagem de não enfrentar um time da primeira divisão. A competição é tiro curto. O Friburguense terá apenas três confrontos para garantir vaga numa competição nacional.  

O sonho de jogar com os grandes

Encerrada a participação do Friburguense no Estadual, o time de Nova Friburgo registrará a 13ª posição na classificação geral. Em dezembro, nova saga na seletiva que será mais complicada do que a desse ano. Apenas um, entre seis times ascenderá à fase principal. Nesse ano, foram dois.

Mudanças

Será a última seletiva, já que os cinco restantes, mais o rebaixado da fase principal e os seis melhores da segundona 2020 formarão a nova segunda divisão em 2021 com 12 clubes. A partir daí, apenas um cairá e apenas um subirá. Tanto a elite como a segundona terão o mesmo regulamento.          

Palavreando

“Escapamos da inocência sem se taxar de ingênuos. Nessa fábula cotidiana, Nelson Rodrigues continua atual. Somos anjos pornográficos que veem a vida pelo buraco da fechadura. Melhor mesmo seria fazer-se chave e entrar para participar da festa”.

 

 

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    Com a conquista da permanência na elite do futebol carioca, o Bloco do Frizão desfilará até mais animado nesse ano. Pelo 8º ano, o bloco sai e mais uma vez ganhará a Alberto Braune nesta sexta-feira, 21. Estarei lá! Destaque ainda para o Bloco da Predial, o mais tradicional da cidade, com o famoso Bloco das Piranhas. Disputadíssimo é o Blocão do Rastafare que além de abadá, traz nesse ano roupas especiais para as mulheres e camisa.

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Planeje seus investimentos. Caderneta de poupança e Selic não valem a pena

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Investir é fundamental se você deseja prosperidade e independência. Afinal, tornar-se refém das próprias finanças é um caminho inevitável se não houver planejamento ativo de geração de renda.

Educação Financeira é o meio – muitas vezes de conhecimento empírico para aqueles com maior facilidade – para um planejamento, adequado ao seu estilo de vida, que viabilize suas conquistas ao longo da vida. Vamos, então, para alguns conceitos que vão te auxiliar a compreender como deve ser baseado o planejamento de uma carteira de investimentos.

Investir é fundamental se você deseja prosperidade e independência. Afinal, tornar-se refém das próprias finanças é um caminho inevitável se não houver planejamento ativo de geração de renda.

Educação Financeira é o meio – muitas vezes de conhecimento empírico para aqueles com maior facilidade – para um planejamento, adequado ao seu estilo de vida, que viabilize suas conquistas ao longo da vida. Vamos, então, para alguns conceitos que vão te auxiliar a compreender como deve ser baseado o planejamento de uma carteira de investimentos.

Liquidez: dentro dos seus investimentos, esse é o primeiro ponto a ser analisado, pois  trata-se do período de tempo entre investimento e resgate do capital; podendo haver lucro ou não.

Antes de explicar a organização que deve haver por trás da liquidez, vamos analisar alguns termos comuns ao estudar um investimento. D+0; D+1; D+15; D+30: essas notações representam o tempo de resgate de capital em determinados produtos do mercado financeiro. Traduzindo, a letra “D” representa o dia da sua operação e o número posterior representa o tempo de resgate – a partir do dia da operação. Vamos exemplificar: imagine-se escolhendo um fundo de investimentos e em suas especificações conste a notação D+15; se precisar resgatar o capital (integral ou parcial) investido, você emite a ordem de resgate e, a contar do dia seguinte, seu dinheiro estará disponível após 15 dias. Planeje bem os produtos que estarão em sua carteira para não “ficar na mão”.

Rentabilidade: essa é a parte que enche os olhos – e qualquer desavisado pode acabar considerando este único ponto e tomar uma decisão ruim. Se eu puder me considerar como, leve essa dica de amigo para sempre: quanto maior a rentabilidade, maior o risco. Tema da última coluna, os investimentos fraudulentos fazem parte do dia a dia de um consultor financeiro que vê muitas pessoas, por falta de informação, caírem em golpes. Fique atento. E se não leu meu último texto, aconselho.

Voltando às rentabilidades, há outras duas opções ruins (dessa vez produtos financeiros legais) ao escolher um investimento: Caderneta de poupança e Tesouro Selic, com a taxa Selic a 4,25% ao ano e a inflação real (IPCA) alcançando 4,31% em 2019, têm rentabilidade real negativa. Seu dinheiro, em qualquer uma dessas opções, está sendo corroído pela inflação. Mas então, como ter uma boa rentabilidade? Vamos falar em segurança primeiro.

Segurança: tudo começa com conhecimento e bom senso, saiba distinguir o que é real do inatingível. Os riscos no mercado financeiro se restringem a administração de bancos e empresas onde estão seus investimentos e a falta de planejamento.      Se buscar uma rentabilidade baixa e/ou mediana, há muitos produtos de risco zero. Sim, risco zero. O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) garante até R$ 250mil para cada investimento do mesmo CPF em determinados produtos de renda fixa, como CDBs por exemplo.

Agora se busca investimentos mais arrojados com boa rentabilidade, vai precisar se aventurar no mercado de renda variável da Bolsa de Valores. Aqui, o maior risco é a volatilidade! Já viu os gráficos de alguma ação da Bolsa? Caso sim, é provável que tenha reparado nas grandes variações de preço; isso é volatilidade. Por mais que tenha optado por uma boa empresa e esteja alinhado com os parâmetros de administração da instituição, a variação de preço vai existir. E se você não tiver feito a base do seu planejamento, corre o risco de resgatar o capital investido em algum momento de baixa. A renda variável concentra alguns riscos, mas o principal erro de um investidor comum é a falta de planejamento.

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O carnaval do Fin du Siècle em Nova Friburgo

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

O carnaval de Nova Friburgo demarcava posições sociais e estabelecia territórios, fazendo emergir ao mesmo tempo e no mesmo espaço realidades distintas e comportamentos diversos. Enquanto a elite buscava o estilo europeizado inspirado na commedia dell’arte, as classes média e popular traziam resquícios da festa colonial como o retumbante zé-pereira, com batuque de bumbos atroadores, e o indesejável entrudo.

O carnaval de Nova Friburgo demarcava posições sociais e estabelecia territórios, fazendo emergir ao mesmo tempo e no mesmo espaço realidades distintas e comportamentos diversos. Enquanto a elite buscava o estilo europeizado inspirado na commedia dell’arte, as classes média e popular traziam resquícios da festa colonial como o retumbante zé-pereira, com batuque de bumbos atroadores, e o indesejável entrudo.

No carnaval do final do século 19, em Nova Friburgo, reinava a patuscada, a alegria, a gargalhada, as momices, o rebuliço, o entusiasmo e o chiste. O povo avultava pelas ruas da cidade sequioso de ver e ouvir a ideia e a pilhéria. Os mascarados faziam estripulias e os mais espirituosos faziam rir com seus ditos chistosos. Eram três dias de prazer, risos, galhofas, gritos, gargalhadas, cambalhotas, músicas, danças, pilhérias e o espírito a correr. Os rapazes proferiam ditos espirituosos enquanto as moças confusas tentavam identificar quem estava por detrás das máscaras.

Confetes, serpentinas, pétalas de rosas, versos e a pilhéria fina, delicada e “piramidal” estavam “na ponta” nos dias consagrados ao rei momo. Dominós formados por rapazes e gentis senhoritas percorriam a cidade propalando suas pilhérias espirituosas e provocando gargalhadas no povo que esperava ansioso por eles. Os foliões mascarados costumavam percorrer, além dos estabelecimentos comerciais, as residências vestidos de dançarina, dominós ou de mademoiselle fin du siècle expondo a pilhéria engraçada e críticas à intendência municipal o que provocava deliciosas gargalhadas.

Os populares tentavam a todo custo descobrir quem estava por detrás das máscaras. Manter-se no anonimato era crucial, o grande desafio dos foliões e o entusiasmo da festa. Usando voz em falsete e procurando esconder características que pudessem identificá-lo, o folião friburguense se rejubilava se permanecesse no anonimato durante os festejos.

 Os mascarados repetiam em Nova Friburgo constantemente a velha e conhecida frase, você me conhece?  Soberbo préstito de carruagens ricamente enfeitado com folhagens, bandeirolas, galhardetes e arcos de penachos conduziam cavalheiros, damas e crianças. A ornamentação artística das carruagens formava um luxuoso e florido cortejo que desfilava imponente pelas alamedas das praças do centro da cidade.

Costumava também ser promovida pelos veranistas a batalha das flores, influência do carnaval de Nice, na França. A batalha das flores consiste numa renhida luta entre as carruagens nos quais os foliões atiravam as flores que ornavam os respectivos veículos uns contra os outros. Com as sociedades musicais à frente e soados os primeiros acordes, o florido préstito dos alegres combatentes desfilava garboso.

As toaletes das senhoras e gentis senhoritas eram customizadas com flores, as mesmas que engalanavam os veículos. Dado o sinal, os alegres lutadores iniciavam a batalha em que eram atiradas as flores que ornavam as carruagens. Subiam pelos ares rosas, camélias, orquídeas e papoulas numa luta renhida sob uma miríade de flores odoríficas. O entusiasmo era delirante. Os bailes eram nos hotéis da cidade e notadamente no Salusse e no Central.

Igualmente nessas soirées carnavalescas o anonimato era fundamental e os mascarados apenas poderiam retirar seus disfarces à meia-noite. Nos salões as damas trajavam fantasias como camponesa bretã, botão de rosa, fada azul, primavera, normanda, esgrimista, crisântemo, margarida, pierrot, alsaciana, marquesa, camponesa suíça, borboleta, entre outras.

Esses bailes eram organizados com muita antecedência já que os veranistas começavam a chegar à Nova Friburgo em novembro e permanecendo até o mês de abril do ano seguinte na cidade. Isso se deve às epidemias de febre amarela que assolavam o Rio de Janeiro durante o verão, período da canícula, ou seja, do calor intenso. Essa antecedência da vinda dos veranistas garantia o sucesso da festa carnavalesca, pois havia muito tempo para planejar as carruagens, as fantasias e elaborar os ditos espirituosos. Esse texto foi extraído do livro O cotidiano de Nova Friburgo no final do século 19.

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    Na Praça Paissandu desfila uma carruagem ornada de flores

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    Típica carruagem do carnaval fin du siècle em Nova Friburgo

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    Batalha das Flores em Nova Friburgo. Acervo Castro

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Saúde tem relação com interdependência, não com competição

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

O professor António Damásio, chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Iowa, no livro “O Erro de Descartes”, cita: “...a razão pode não ser tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou desejaria que fosse, e que as emoções e os sentimentos podem não ser de todo uns intrusos no bastião da razão, podendo encontrar-se, pelo contrário, enredados nas suas teias, para o melhor e para o pior.” (p.12). Razão e emoção se entrelaçam e interdependem. Não há, portanto, uma razão pura, sem ter sido influenciada por nenhum sentimento, assim como não há nenhum sentimento sem ter sido influenciado por algum pensamento.

“A alma respira através do corpo, e o sofrimento, quer comece no corpo ou numa imagem mental, acontece na carne.”, afirma o professor Damásio (p.18). Há uma interligação entre mente e corpo, inseparável. Antigamente se achava que havia no cérebro humano regiões específicas para cada função. Por exemplo, acreditava-se que havia uma única região responsável pela visão. Hoje sabe-se que “a função de cada parte individual do cérebro não é independente, mas uma contribuição para o funcionamento de sistemas mais vastos, compostos por essas partes individuais.

Podemos agora dizer com segurança que não existem ‘centros’ individuais para a visão, para a linguagem ou ainda para a razão ou para o comportamento social. O que na realidade existe são ‘sistemas’ formados por várias unidades cerebrais interligadas.” (p.35).

A Neurologia, a Psiquiatria, a Psicologia Médica, a Imunologia, a Endocrinologia, até a Filosofia, Sociologia e Teologia, têm verificado que há uma interligação entre estas áreas do saber, que todas precisam de todas. Para nossa saúde mental precisamos interligações sociais, compartilhamento, noção e prática de vivência em comunidade.

Não fomos criados para competir, mas para compartilhar. Precisamos entender melhor isto. Entender que eu dependo de cada outro ser ao meu redor. Que cada um tem sua importância e participação na formação da saúde ou da doença social.

Preciso da natureza, preciso do meu vizinho, do lixeiro, do frentista do posto de gasolina, do canto do passarinho, do sol, da lua, da chuva etc. A vida e a saúde funcionam dentro de um sistema e é compreendendo a visão sistêmica que podemos nos posicionar mais humildemente na existência, o que é saudável.

Nossa saúde mental depende, portanto, de compreendermos esta interdependência entre corpo e mente, o individual e o social, que somos apenas parte de um todo, precisamos uns dos outros, e que viveremos melhor ao compartilhar e não ao competir.

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Ocupação hoteleira

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Ocupação hoteleira

As chuvas dos últimos dias e a previsão de chuva durante boa parte do carnaval deve afetar a ocupação hoteleira de Nova Friburgo, neste carnaval. A ocupação, no entanto, deve atingir a marca de 80% nas estimativas do Convention & Visitors Bureau local.

Emprego e renda

Ocupação hoteleira

As chuvas dos últimos dias e a previsão de chuva durante boa parte do carnaval deve afetar a ocupação hoteleira de Nova Friburgo, neste carnaval. A ocupação, no entanto, deve atingir a marca de 80% nas estimativas do Convention & Visitors Bureau local.

Emprego e renda

O Estado do Rio de Janeiro é líder nacional em ocupação e arrecadação no carnaval. No entanto, mais de um quarto de toda a receita fica na capital, ou seja, R$ 2 bilhões. Especialmente nos municípios em que há eventos, como Nova Friburgo, os setores que mais comemoram são alimentação e bebidas.

Blocos de times de futebol

Pela primeira vez, Nova Friburgo terá desfile de blocos de todas as quatro torcidas dos times grandes do Rio de Janeiro, neste carnaval. O caçula é o bloco do Botafogo. O Alvinegros da Serra estreia na avenida com samba dos consagrados Sabará e Guto, ambos botafoguenses.

Um time por dia

Cada dia do carnaval friburguense terá um bloco ligado a time de futebol diferente desfilando. O Friburguense com o Bloco do Frisão é o primeiro a desfilar, na sexta-feira de carnaval, dia 21. No sábado, 22, o mais antigo dos blocos, o Máquina Tricolor, representa a torcida do Fluminense.

Roberto Dinamite

No domingo, 23, quem vai desfilar é a turma do Botafogo. Segunda-feira, 24, é a vez do Flamengo. Os Gigantes da Serra, com a turma vascaína sai na terça, com presença ilustre de Roberto Dinamite. Cada bloco tem suas organizações, com abadá, espaços especiais, concentração com open bar e assim por diante.

Decisão

Final. O Friburguense deixou para trás, América e Nova Iguaçu e disputa com o Americano a vaga para a seletiva de 2021 do Estadual. O jogo de hoje, 19, fora de casa, dá vantagem do empate ao time mandante. Apenas a vitória livra o Friburguense de jogar uma nova fase com os dois já eliminados que definirá o rebaixamento.

Boas recordações

O ambiente da partida lembra muito a semifinal do 2º turno da segundona, no ano passado. O Friburguense enfrentou o então invicto em casa, Artsul, nas mesmas condições. Fora de casa, com o adversário tendo direito ao empate. O Frisão venceu por 1 a 0 e garantiu lugar na final diante do América. Conquistou o turno e foi para mais dois jogos contra o mesmo América.

Só a vitória

A obrigação de vitória sempre fez bem ao Friburguense. Que faça de novo dessa vez, em que o time campista tem o favoritismo, ainda que neste ano, dois jogos entre as duas equipes já tenham ocorrido. O Friburguense venceu na última rodada da seletiva por 1 a 0. Já na atual fase, o Americano derrotou o Friburguense, em Nova Friburgo, por 2 a 1.

Rivalidade reacendida

O Americano chegou na última rodada da seletiva dependendo apenas de suas forças para alcançar a fase principal. O Friburguense, já eliminado e sem vitória naquela circunstância, venceu seu primeiro jogo e deu a vaga ao Macaé. A partir daí, a antiga rivalidade entre os clubes aflorou de novo e deve ter reflexo no confronto final de hoje. Afinal, independente do resultado Friburguense ou Americano se livrarão do Grupo Z.

Passaporte

Caso o Friburguense vença, portanto, o clube garante vaga na seletiva do ano que vem e se livra completamente do rebaixamento. Lembrando que em 2021, a seletiva dará apenas uma vaga na fase principal com os grandes e será a última nesse formato. Caso empate ou perca, o Friburguense fará um triangular final com América e Nova Iguaçu, em jogos de ida e volta. Apenas o último entre os três cairá de divisão, enquanto os outros dois se classificam para a seletiva.

Novo modelo

A partir de 2021, enquanto a seletiva será a última, surgirá a nova segunda divisão. Com doze clubes e mesmo formato da primeirona. Dois grupos de seis, turno e returno. Apenas um time subirá, sem passar por seletiva, direto para a elite. Essa nova segundona será formada por cinco dos seis times da seletiva do ano que vem, mais o rebaixado de 2021 e seis times melhores classificados da segundona deste ano.   

Palavreando

“Esqueci que o relógio existe. Mas o tempo não admite ser apenas um relógio no pulso ou no celular. Ele passa. E a vida passa pelo tempo sem que ambos queiram se casar”.

 

 

Foto da galeria
As cachoeiras de Nova Friburgo. Em tempos de chuvas, a vantagem são as quedas mais volumosas de água. A desvantagem são alguns perigos como trombas d´água. O registro da Cachoeira da Adutora é da jovem estudante de fotografia, Brenda Brum.
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Voltando do paraíso

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Conforme escrevi na minha coluna anterior meus 70 anos foram comemorados em Fernando de Noronha. Na realidade fui conferir o fato de ser esse arquipélago brasileiro rotulado de paraíso, seria isso verdadeiro? Afinal, como já estou mais para lá do que para cá é sempre bom ter contato com a terra prometida e saber como ela é.

Conforme escrevi na minha coluna anterior meus 70 anos foram comemorados em Fernando de Noronha. Na realidade fui conferir o fato de ser esse arquipélago brasileiro rotulado de paraíso, seria isso verdadeiro? Afinal, como já estou mais para lá do que para cá é sempre bom ter contato com a terra prometida e saber como ela é.

Eu e minha esposa voltamos encantados com o que vimos, pois nesse arquipélago onde se respira natureza, essa foi generosa e dotou o local de praias e de uma fauna marinha que são verdadeiro colírio para os olhos. Mas, faço a ressalva de que o lugar é maravilhoso para aqueles que curtem a natureza, pois tirando o mar e as caminhadas pelas trilhas da ilha, resta pouco a fazer. Com relação à gastronomia, existem vários restaurantes de qualidade, com preços salgados, pois o local mais próximo de Noronha é a cidade de Natal, a 360 quilômetros da ilha. E aqui uma correção porque no artigo anterior citei Recife como a cidade litorânea mais próxima, e na realidade ela está a 500 quilômetros de distância e não 350, conforme foi publicado. Assim, todo o transporte de mercadorias é feito ou por avião ou navio. Isso encarece os produtos, daí em Noronha tudo ser mais caro.

É interessante ir uma primeira vez para se ter ideia do que vamos encontrar e voltar uma segunda, para melhor curtir. Por exemplo, fizemos dois passeios, um de barco e um chamado ilha tour, que se vai de carro e se faz um circuito de toda a ilha, visitando as principais praias. Gastamos R$ 1 mil, no entanto, se tivéssemos alugado um bugre, por quatro dias, teríamos gasto essa mesma quantia e visitado as mesmas praias, podendo voltar quantas vezes quiséssemos. Claro que como muitas delas estão dentro do parque nacional, tivemos de comprar um passe de duração de dez dias, que sai a R$ 110 para turistas brasileiros e R$ 190, para estrangeiros. Por termos mais de 60 anos, a carteirinha saiu de graça. No entanto, a taxa de estadia de R$ 70 por dia não tem escapatória.

Essa taxa se explica em virtude de Noronha não ter água a não ser aquela das chuvas que são recolhidas em açudes e da dessalinização. Além disso, a energia vem da produção de uma usina movida a óleo diesel, cujo preço do quilowatt é muito mais caro. O saneamento é muito bem feito, afinal são só cinco mil habitantes, com uma estação de tratamento, sendo o material tratado lançado numa praia sem acesso ao público e na parte externa, aquela que dá para o mar aberto, ou seja para o continente africano.

Só existem duas maneiras de se tornar ilhéu, ou sendo contratado para trabalhar e aí o patrão tem de dar alojamento, alimentação e fica responsável direto pelo cidadão. A outra é se casando com um/uma habitante regular. Após 30 anos na ilha, o cidadão tem direito de solicitar um terreno ao estado de Pernambuco, proprietário do território desde 1988, e construir sua própria casa, além de receber o certificado de residente. Antes esse prazo era de dez anos. No entanto, isso não impede que moradores atuais arrendem seus imóveis, daí o número elevado de pousadas em Noronha.

A construção em alvenaria é cara, pois tudo vem do continente e um milheiro de tijolos chega a custar R$ 3 mil; daí que estão surgindo muitas construções pré-fabricadas em madeira ou em containers. Fernando de Noronha tem um administrador escolhido pelo Governo do Estado de Pernambuco (é o único distrito brasileiro que pertence ao estado e não a um município), mas que não mora necessariamente na ilha. Isso é ruim, pois a conservação dos vários núcleos habitacionais deixa muito a desejar. Nossa pousada, aliás, era excelente e com uma equipe de primeira, a Pedras Secas, fica na Vila dos Remédios, a principal.

Deu-me vontade de trabalhar lá, como médico voluntário, pois isso não é difícil e eu teria direito a alojamento e alimentação, mas a temperatura constante de 30 graus durante o dia e 26 à noite faz com que o ar condicionado e a água para beber sejam os bens mais disputados do arquipélago. Tô fora.

Seus moradores regulares têm alguns privilégios, entre eles o da passagem gratuita de avião para Recife. Além do mais, as gestantes a partir do sétimo mês recebem uma moradia (hotel), em Recife, pois desde o final dos anos 90 não nasce mais ninguém na ilha, apesar de constar na certidão de nascimento que o bebê é natural de Fernando de Noronha. Assim não se corre o risco de complicações durante ou no pós parto.

Valeu a pena e uma visita a Fernando de Noronha é uma escolha e tanto.

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Diante do Senhor

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

“Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.” – Jesus. (João, 8:43.)

A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha.

Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.

Emprestar sem exigir retribuição.

Desculpar incessantemente.

Amar os próprios adversários.

 Ajudar aos caluniadores e aos maus.

Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.

“Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.” – Jesus. (João, 8:43.)

A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha.

Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.

Emprestar sem exigir retribuição.

Desculpar incessantemente.

Amar os próprios adversários.

 Ajudar aos caluniadores e aos maus.

Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.

Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores.

Crêem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas. A preocupação da posse lhes absorve a existência.

Reclamam o ouro do solo, o pão do celeiro, o linho usável, o equilíbrio da carne, o prazer dos sentidos e a consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de simples usufrutuários do mundo em que se encontram e nunca refletem na transitoriedade de todos os patrimônios materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do espírito eterno.

Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam furiosamente a atenção aos apelos da vida primária.

Percebem, mas não ouvem.

Informam-se, mas não entendem.

Nesse campo de contradições, temos sempre respeitáveis personalidades humanas e, por vezes, admiráveis amigos.

Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis.

São preciosas estações de serviço aproveitável, com o equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis.

Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina.

Extraído do livro “Fonte viva”; Espírito Emmanuel; Médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações
Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
Reuniões doutrinárias: quartas-feiras, 14h; quintas-feiras, 20h e domingos, 17h.
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Av. Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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Da educação emocional às 10 mil edições, pura emoção!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Fiquei surpresa na última semana, quando, num coletivo, sentei-me ao lado de uma jovem com uma criança ao colo. O menino mexia no celular da mãe com uma habilidade adulta até admirável. Com dois aninhos de idade, em momento algum do trajeto, ele desviou a atenção da tela. A mãe, volta e meia cochilava e ele ali, duro na queda. Agora vejo o Caderno Z com a temática – “Educação emocional: preparando para um futuro melhor”.

Fiquei surpresa na última semana, quando, num coletivo, sentei-me ao lado de uma jovem com uma criança ao colo. O menino mexia no celular da mãe com uma habilidade adulta até admirável. Com dois aninhos de idade, em momento algum do trajeto, ele desviou a atenção da tela. A mãe, volta e meia cochilava e ele ali, duro na queda. Agora vejo o Caderno Z com a temática – “Educação emocional: preparando para um futuro melhor”.

Logo de início, no “acolhimento inovador” do Colégio Pensi, sua diretora Andréa Braune ressalta: “Para a Educação Infantil do Pensi, brincar é coisa séria. É a partir de um ano de idade que as crianças passam a ser estimuladas a desenvolver ao máximo suas habilidades cognitivas e motoras com interações e brincadeiras seja nas aulas de psicomotricidade, iniciação ao xadrez, música, educação financeira e até  educação alimentar”. Na foto do pátio, de forma inevitável, senti saudades do Externato Santa Ignez. Bons tempos aqueles. Contudo, o espaço está em boas mãos.

É muito saudável também conhecer o posicionamento do Centro Educacional Conselheiro nas palavras de sua diretora, Adriane Fernandes: “Ver adolescentes deixando de lado os celulares para conversar, se divertir, interagir e promover grupos de estudos virou uma realidade em nossa escola”. Com atitudes assim, “o futuro melhor” se constrói no hoje mais seguro e feliz. Para reforçar ainda mais os propósitos da educação emocional, Igor Fonseca, instrutor de yoga destaca: “Através do yoga, as crianças exercitarão sua respiração e aprenderão a relaxar, para enfrentar o estresse, as situações de conflito e a falta de concentração, problemas tão evidentes na sociedade atual. Em entrevista ao jornal, as professoras Rosane Almeida e Lilian Chaves partilham: “Crianças precisam ser crianças e a sociedade moderna vem estimulando-as a pularem fases importantes de suas vidas”. Rosane e Lilian são guias no Samsara Estúdio de Yoga.

Em “Palavreando”, Wanderson Nogueira, na passarela das letras, exemplifica um “carnaval o ano inteiro”, e garante:  “renovar a mesmice requer mais entrega do que talento, mais vontade do que disposição”. E a folia de Momo está aí, prometendo dias de alegria. A escola de samba mirim, Sementes do Samba, vai abrir os desfiles no sábado. No enredo, a escola homenageará os 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Sucesso para as sementes.

A Estrada Serramar continua em obras e o Jardim California receberá contenção de encostas na altura das ruas Alcindo Alves dos Reis e Júlio Alves de Amorim. Em compensação, em matéria de página dupla, Fernando Moreira nos traz informações sobre as pendências de algumas obras que foram previstas pela prefeitura. Três delas estão em andamento, outras três nem saíram do papel e uma já foi descartada. A cobertura na lateral da Estação Livre sentido norte, foi concluída. Ficou bonito, mais funcional e aguarda-se para abril a conclusão do outro lado. A ciclovia compartilhada, para bem funcionar, como já falei, falta adequar as bicicletas para que tenham campainha. No Hospital Raul Sertã, a saúde da obra está ainda comprometida. A Avenida Brasil está ainda mais distante do que a da capital. Na Praça do Suspiro eu deixo o meu recado: que tal uma arena para eventos no terreno, para livrar a Fonte do Suspiro dos palcos.

Boas falas para a Praça 1º de Maio, em Olaria. Tem tudo o que uma praça precisa: bancos,  “em perfeito estado”,  jardins, flores, lixeiras e muita limpeza. No parquinho também se vê os brinquedos bem cuidados, areias limpas e muita segurança para os pequenos. Uma bonita iniciativa partiu do comerciante Arivelto Martins que pediu a 20 integrantes do comércio local a doação de uma quantia e encomendou 100 lixeiras, instaladas em pontos da área central de Olaria. Com essa atitude, o bairro está mais limpo e muito mais agradável. Que beleza! Parabéns a todos que participaram desse ato de cidadania e desprendimento. Quanto a Praça Getúlio Vargas, no centro, um capricho nos jardins e melhor iluminação já estariam de bom tamanho.

A coluna Massimo entra em um curto período de férias e já podemos sentir saudades. Porém seu querido editor nos deixa com duas máximas que nos valerão até a sua volta. Está em tramitação no gabinete do vereador Joelson do Pote a iniciativa de nomear o Centro de Turismo em homenagem ao querido e saudoso radialista Edmo Zarife. Outra maravilha foi a aprovação, em sessão ordinária da última quinta-feira, 13, também por iniciativa de Joelson do Pote, de “atribuir ao Centro de Arte o nome de Júlio Cezar Seabra Cavalcanti”, nosso inesquecível Jaburu. Realmente as duas notícias estão no agrado do coração friburguense. Fica, desde já, o agradecimento ao vereador Joelson e aos demais pela sensibilidade das iniciativas. Para encerrar a nossa viagem, em “Para refletir”, o pensamento de Jean de la Bruyere cai bem como uma luva: “Não há no mundo exagero mais belo do que a gratidão”. Linda semana para todos nós.

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