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Voltamos

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Voltamos
Depois de pouco mais de seis meses, estamos de volta. Por conta do período eleitoral, estive afastado e volto às atividades jornalísticas, minha profissão por formação e paixão, cuja carreira se iniciou em 1998, na equipe de esportes de Fernando Bonan, à época na Nova Friburgo AM que agora é FM.  

Voltamos
Depois de pouco mais de seis meses, estamos de volta. Por conta do período eleitoral, estive afastado e volto às atividades jornalísticas, minha profissão por formação e paixão, cuja carreira se iniciou em 1998, na equipe de esportes de Fernando Bonan, à época na Nova Friburgo AM que agora é FM.  

Não é de ontem
Assino a coluna de crônicas, Palavreando, desde setembro de 2006, e ela também está de volta a partir do próximo fim de semana no suplemento Caderno Z. Já Observatório iniciou sua trajetória em novembro de 2008. Ou seja, muito antes de ter entrado na vida política (2012), estamos aqui. E, mesmo depois dela, aqui seguimos, já que política não é profissão, ainda que tome bastante tempo de uma carreira.

Feliz por ser da gente
Agradeço fazer parte de A VOZ DA SERRA há tanto tempo e compartilho da alegria de dividir essa responsabilidade com a direção e os colegas de jornada, neste que é um dos jornais em atividade mais antigos do país.

Outros espaços
Mantendo a forma desde 2012, por uma questão ética e de escolha própria, não falaremos aqui diretamente de política. Há espaços adequados para tal. Portanto, mesmo tendo sido o 2º colocado na eleição para prefeito no ano passado, o que gera naturalmente em muitos certa expectativa sobre minhas avaliações ou considerações sobre os destinos da cidade – aqui não será o local destas.

Nunca é demais
Dito isso tudo - mesmo sabendo da desnecessidade de esclarecer, mas em tempos tão sórdidos, nunca é demais relembrar para evitar qualquer tipo de polêmica – vamos ao que de fato interessa: informação.

Nova Friburgo FM
A Rádio Nova Friburgo que era AM, já opera totalmente em FM (no canal 107,5). O veículo é o 2º em atividade mais antigo da cidade. A emissora foi fundada em junho de 1946, perdendo apenas para A VOZ DA SERRA, que começou sua trajetória em abril de 1945. A migração de AM para FM, iniciada em 2020, deve terminar nos próximos dias, quando a faixa AM será desativada e não será mais possível ouvir a rádio no canal 660. O mesmo ocorre com todas as emissoras AM que tiveram possibilidade de mudar, de acordo com resolução federal de 2013.

Torre no Caledônia
Por conta das questões de engenharia, a torre da emissora que ainda pode ser vista no Alto das Braunes, não tem utilidade no FM. Dessa forma, foi preciso montar uma nova torre no Alto do Caledônia, onde já se encontram as torres das duas outras emissoras FM da cidade, Caledônia e Sucesso.

Bonan de casa nova
Voltando à equipe de esportes de Fernando Bonan, o narrador está de casa nova. O Juventude da Serra estreia na Caledônia FM (90,1), em março. Com quase 40 anos de carreira no rádio esportivo, com passagem inclusive pela Rádio Globo, Bonan está animado com o retorno, já que em 2020 teve um ano sabático.

Fernando Moreira
Mantendo a tradição das transmissões esportivas, a Nova Friburgo FM segue sua trajetória, agora com nosso colega de redação, Fernando Moreira. A equipe, inclusive, transmitiu os jogos do Friburguense na seletiva do Estadual e seguirá a temporada com os jogos do Estadual, o Friburguense na segundona e, posteriormente os Brasileiros das séries A e B.

Todos na mesma
Por falar em Friburguense, após a campanha ruim na seletiva, fica o aguardo para o início da nova segundona do Rio. No entanto, sem querer amenizar os dois únicos pontos conquistados, o destino tricolor é o mesmo da Cabofriense, que somou 19 pontos a mais, numa bela campanha de apenas uma derrota. Porém, superado pelo Nova Iguaçu que ficou com a única vaga para a elite. Parece cruel, mas era a regra.                       

Palavreando
“Amo ver a minha cidade, pouco a pouco, se iluminar conforme a noite vai assumindo o lugar do dia. Olhando Nova Friburgo, assim do alto, me lembro do quanto apaixonado por ela sou. Torno a me apaixonar de novo pelo simples ato de olhá-la. Prevejo que tornarei a me apaixonar amanhã e depois de amanhã também. É sentimento contínuo que nada pode mudar ou abalar”.

Foto da galeria
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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A fé vitoriosa

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Destacava André certas dificuldades na expansão dos novos princípios redentores de que o mestre se fazia emissário e se referia aos fariseus com amargura violenta, concitando os companheiros à resistência organizada. Jesus, porém, que ouvia com imperturbável tolerância a argumentação veemente, asseverou tão logo se estabeleceu o silêncio: “Nenhuma escola religiosa triunfará com o pai, ausentando-se do amor que nos cabe cultivar uns para com os outros”.

Destacava André certas dificuldades na expansão dos novos princípios redentores de que o mestre se fazia emissário e se referia aos fariseus com amargura violenta, concitando os companheiros à resistência organizada. Jesus, porém, que ouvia com imperturbável tolerância a argumentação veemente, asseverou tão logo se estabeleceu o silêncio: “Nenhuma escola religiosa triunfará com o pai, ausentando-se do amor que nos cabe cultivar uns para com os outros”.

E talvez porque se manifestasse justificada expectativa em torno dos apólogos que a sua divina palavra sabia tecer, contou, muito calmo: “Na época da fé selvagem, três homens primitivos com as suas famílias se localizaram em vasta floresta e, findo algum tempo de convívio fraternal, passaram a discutir sobre a natureza do criador. Um deles pretendia que o todo-poderoso vivia no trovão, outro acreditava que o pai residisse no vento e o terceiro, que ele morasse no sol. Todos se sentiam filhos dele, mas queriam à viva força a preponderância individual nos pontos de vista. Depois de ásperas altercações, guerrearam abertamente. Um dos três se munira de pesada carga de minério, outro reuniu grande acervo de pedras e o último se ocultara por trás de compacto monte de madeira. Achas de lenha e rudes calhaus eram as armas do grande conflito.”

Invocam todos a proteção do supremo senhor para os seus núcleos familiares e empenhavam-se em luta. E tamanhas foram as perturbações que espalharam na floresta, prejudicando as árvores e os animais que lhes sofreram a flagelação, que o todo-compassivo lhes enviou um anjo amigo.

O mensageiro visitou-lhes o reduto, na forma de um homem vulgar, e, longe de retirar-lhes os instrumentos com que destruíam a vida, afirmou que os patrimônios de que dispunham eram todos preciosos entre si, elucidando-os tão-somente de que necessitavam imprimir nova direção às atividades em curso. Explicou-lhes que os três estavam certos na crença que alimentavam, porque Deus reside no sol que sustenta as criaturas, no vento que auxilia a Natureza e no trovão que renova a atmosfera.

E, com muita paciência, esclareceu a todos que o criador só pode ser honrado pelos homens, através do trabalho digno e proveitoso, ensinando o primeiro a transformar os duros fragmentos de minério em utensílios para o trato da terra, nas ocasiões de sementeira; ao segundo, a converter as achas de lenha em peças valiosas ao bem-estar, e, ao terceiro, a utilizar as pedras comuns na edificação de abrigos confortáveis, acrescentando, em tudo, a boa doutrina do serviço pelo progresso e aperfeiçoamento geral. Os contendores compreenderam, então, a grandeza da fé vitoriosa pela ação edificante, e a discórdia terminou para sempre...

O mestre fez pequena pausa e aduziu: “Em matéria religiosa, cada crente possui razões respeitáveis e detém preciosas possibilidades que devem ser aproveitadas no engrandecimento da vida e do tempo, glorificando o pai. Quando a criatura, porém, guarda a bênção do céu e nada realiza de bom, em favor dos semelhantes e a benefício de si mesma, assemelha-se ao avarento que se precipita no inferno da sede e da fome, no intuito de esconder, indebitamente, a riqueza que Deus lhe emprestou. Por isto mesmo, a fé que não ajuda, não instrui e nem consola, não passa de escura vaidade do coração.” Pesado silêncio desceu sobre todos e André baixou os olhos tímidos, para melhor fixar a mensagem de luz.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

 

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 63 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Avenida Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

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A VOZ DA SERRA é a nossa voz para o mundo!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O Caderno Z tem o dom de restaurar lembranças. Volta e meia, eu me sinto provocada a divagar pelos meandros da minha casa de infância. Na capa, a linda foto de Henrique Pinheiro e uma pergunta que eu me fazia, mal acabara de tomar posse da alfabetização: “Por quem os sinos dobram”? Eu queria saber e mamãe respondia: “Eles dobram por ti”, e acrescentava, “mas de felicidade”! Nada mais eu sabia, a não ser que me pusesse a ler as 416 páginas daquele livro robusto, na estante.

O Caderno Z tem o dom de restaurar lembranças. Volta e meia, eu me sinto provocada a divagar pelos meandros da minha casa de infância. Na capa, a linda foto de Henrique Pinheiro e uma pergunta que eu me fazia, mal acabara de tomar posse da alfabetização: “Por quem os sinos dobram”? Eu queria saber e mamãe respondia: “Eles dobram por ti”, e acrescentava, “mas de felicidade”! Nada mais eu sabia, a não ser que me pusesse a ler as 416 páginas daquele livro robusto, na estante. Agora me vejo em companhia de Ana Borges e Adriana Oliveira, numa aventura incrível para desvendar o novo som do carrilhão da Capela de Santo Antônio, no Suspiro. Trata-se de uma “melodia de carrilhão” ecoando a cada hora, por todo o centro da cidade, mas que, de fato, é uma das mais bonitas árias do compositor barroco alemão Georg Friedrich  Händel. 
A pedido de A VOZ DA SERRA, o professor de Música e Canto Lírico, o  friburguense Roberto Henrique Fernandes de Oliveira, explica: “Quando se ouve a ária e se lê a partitura, é possível identificar perfeitamente a melodia do carrilhão”. O professor destaca ainda que pela “limitação da construção de um sino, sua estrutura, transporte, afinação etc. teria que haver uma simplificação na escolha das notas para a popular “Melodia de Westminster”. Ter o mesmo som do Big Ben, o relógio “mais icônico do mundo”, na Praça do Suspiro é algo de orgulho e, ao mesmo tempo, de reverência pela “divina” conquista. O padre Miguel Angel, pároco das igrejas de São Francisco de Assis e de Santo Antônio, ao explicar sobre o sistema digital do carrilhão eletrônico, lembra que “desde a antiguidade, os sinos são um sinal da presença de Deus na vida do povo”. 
Ana Borges ressalta uma citação de poeta inglês John Donne: “Nenhum homem é uma ilha, cada homem é uma partícula do continente, uma parte da Terra. Se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída...”. A citação não precisa ser reproduzida, na íntegra, aqui na coluna, por contenção de espaço e, mesmo assim, é totalmente entendível. A mensagem de Donne, que viveu até março de 1631, é atual e se enquadra bem no momento que já dura um ano – a pandemia do coronavírus. Mesmo no isolamento, jamais seremos uma ilha e nosso comportamento deve estar afinado com o todo.  
Saindo do Caderno Z com a energia revigorada, neste fevereiro sem carnaval, um passeio em “Há 50 Anos” nos faz sentir as emoções do “reinado momesco” de 1971,  quando a festa devia muito de seu brilho aos bailes do Nova Friburgo Country Clube, do Clube de Xadrez e da Sociedade Esportiva Friburguense. A dúvida recaia somente se os serviços de “água, lixo, luz e telefone causariam alguma “decepção”. 
Realmente, a década de 70 deixou saudade pelos bailes carnavalescos promovidos pelos clubes. Neste fevereiro atípico de 2021, sem carnaval, muita gente sentiu que recordar é viver e isso foi um alento e plantou uma sementinha de esperança para o ano que vem, quando já tivermos superado a pandemia. Quanto a isso, voltamos ao estágio de bandeira laranja, com risco moderado de contágio, indicando que ainda temos pela frente um longo trabalho de conscientização, de cuidados e de intensas restrições. 
Em “Sociais”, muitos aniversariantes, mas não posso deixar de destacar o aniversário da professora Wilma Villaça, festejado no último dia 15. Provavelmente, ela não se lembra de que foi minha professora, porque é mais fácil para o aluno guardar a fisionomia dos professores. Dona Wilma, que continua bonitona, deu aula para mim no Colégio Estadual de Nova Friburgo, hoje Jamil El-Jaick. Parabéns professora!
Começamos a viagem no badalar dos sinos e agora sinto que os sinos se dobram para honrar a memória do “herói suíço” Pierre-Nicolas Chenaux e sua descendência em Nova Friburgo, a família Thurler. A estátua de Chenaux estampada no jornal e a foto do casal - Sebastião Donato Thurler e Maria Daudt Thurler - formam um traço de união entre a Suíça e Nova Friburgo.  São trajetórias de lutas e vitórias,  e de vivências tão cristalinas quanto o cristal das “águas de Seu Donato”! Feliz Família Thurler para todos nós!

Elisabeth Souza Cruz é jornalista, trovadora e presidente da seção Nova Friburgo da UBT, a União Brasileira dos Trovadores. Escreve neste espaço às terças-feiras.

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Parabéns para Andréa

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Parabéns para Andréa
Ainda em tempo de satisfação, se associando a familiares e muitos amigos, esta coluna envia congratulações à querida Andréa Alves Fontenele (foto), que no último sábado, 20, completou 50 anos de idade, para satisfação toda especial também do seu querido marido, dr. José Maria (que como outros profissionais, desenvolve belo trabalho na Clinica Santa Lúcia) e da filha Racquel.

Parabéns para Andréa
Ainda em tempo de satisfação, se associando a familiares e muitos amigos, esta coluna envia congratulações à querida Andréa Alves Fontenele (foto), que no último sábado, 20, completou 50 anos de idade, para satisfação toda especial também do seu querido marido, dr. José Maria (que como outros profissionais, desenvolve belo trabalho na Clinica Santa Lúcia) e da filha Racquel.

Euterpe, 158 anos
Apesar de não se poder festejar como todos gostariam devido à pandemia, a próxima sexta-feira, 26, será de grande importância e muitas alegrias para a Real Banda Euterpe Friburguense que completará neste dia 158 anos. Sem, poder celebrar a data com uma bela apresentação, como é característica da banda, um presente que todo o público friburguense pode enviar com carinho à família euterpista é se engajar em sua campanha de novos sócios colaboradores a partir de quantias módicas por mês.

Habitual e simpática presença
Apesar deste tempo de restrições e cuidados especiais por conta da pandemia, quem passou o último fim de semana em nossa cidade, foi o simpático Paulo César Simões dos Santos (foto), graduado em Ciências Biológicas, mas que atua há 25 anos com um dos mais experientes e admirados controles de tráfego aéreo na Infraero no aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Apaixonado pelo clima, hospitalidade e belezas de Nova Friburgo, sempre que possível o querido Paulo César está por aqui e claro, sempre é e será muito bem vindo.

Vivas ao Donato: 9.6
Na última quarta-feira, 17, o dia foi de imensa e especial alegria na admirada família Thurler. Isso, por que seu patriarca e incrível figura humana, sr. Sebastião Donato Thurler completou 96 anos de idade.
Sempre ao lado de sua eterna alma gêmea, a esposa Maria Daudt Thurler conforme mostra a foto, o Sebastião, além da encantadora pessoa que é, torna-se ainda mais admirado e amado pelo lindo e exemplar amor que dedica a toda a sua família. O aniversariante é motivo de orgulho para os filhos, noras, genros, netos, bisnetos, demais familiares e imensa legião de amigos.
Parabéns ao estimado Sebastião Donato que ao aproximar-se de um século de vida, continua ofertando e colhendo muito amor e tudo de bom que ele bem merece.

Aniversariando hoje
Parabéns pela passagem de mais um aniversário nesta terça-feira, 23, do querido amigo e empresário do setor farmacêutico de Nova Friburgo e região, Haroldo César de Andrade Pereira que, como este colunista, é um sofrido torcedor botafoguense. Vivas pela chegada da nova idade!

Bonde da Gambiarra
Recebeu medalha de bronze no ‘Brasil Design Award 2020’, o projeto de conclusão da graduação em design, pela PUC-Rio, da jovem friburguense Ilana Guilland, denominado 'Bonde da Gambiarra'. O projeto conta agora com uma série de episódios em formato podcast e estreou no último sábado, 20, no canal do YouTube do 'Bonde' e em diversas outras plataformas. O ‘BondeCast’, a princípio, terá edições mensais.
Em seu tema de estreia “O design como ferramenta de impacto social” o projeto reuniu, além de sua autora, a designer Ilana, o videomaker Ricardo Godot; a designer Mariana Oliveira e a ilustradora e animadora Juliana Barbosa.
Para acompanhar os próximos episódios ou mesmo assistir este primeiro, basta acessar o canal no YouTube do ‘Bonde da Gambiarra’ e também adicionar o Instagram @bondeda_gambiarra para acompanhar demais posts.

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    Parabéns para a Andréa!

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    Habitual e simpática presença

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    Vivas ao Sr. Donato - 9.6

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O castigo da culpa e o alívio da inocência

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Não é fácil lidar com a culpa de nossos erros, ainda mais quando a redenção não pode ser encontrada nos quais esperávamos compaixão. Não estou falando da culpa advinda do crime e das maldades da corrupção. Falo de coisa mais corriqueira: da culpa que nos acompanha quando a consciência nos reprova e traz à tona, pela memória, os momentos onde faltou amor.

Não é fácil lidar com a culpa de nossos erros, ainda mais quando a redenção não pode ser encontrada nos quais esperávamos compaixão. Não estou falando da culpa advinda do crime e das maldades da corrupção. Falo de coisa mais corriqueira: da culpa que nos acompanha quando a consciência nos reprova e traz à tona, pela memória, os momentos onde faltou amor.

O próprio peso da culpa já faz parte do processo de restauração pelo qual precisamos passar se quisermos superá-la rumo à maturidade humana. Temos aqui um princípio muito claro da moral: a consciência como nosso juiz. Ela pode se transformar em um monstro que purga nossas penas de modo positivo, na ordem da libertação. Ou, no pior dos casos, será um pesadelo que só tende a crescer na medida em que não enfrentarmos o monstro. Vou tentar exemplificar através da literatura russa.

O romance de Dostoiéviski, “Os Irmãos Karamazóv”, logo no início traça com muita clareza o temperamento do pai de três filhos bastante diferentes entre si. Fiódor Pávlovitch era um homem entregue aos seus desejos carnais, ganhando dinheiro à custa de heranças alheias. Foi chamado de “um ser parasita”, abjeto aos olhos e ofensivo nas palavras. Apesar da fortuna, era sempre mesquinho em relação aos seus bens e quase nunca teve contato com os filhos. Quando o mais novo, Alexei, puro e casto, aos 20 anos passou a morar e conviver na casa do pai, lugar de orgias e devassidão, tornou-se uma espécie de acusador de seus erros sem nunca ter dito nada. Na mente do pai a culpa levava-o a imaginar que, apesar do silêncio do filho, este não deixava de pensar mal dele.

Primeira conclusão: na consciência do culpado empedernido a culpa é um juiz implacável; é um severo juízo que leva o culpado a um quase verdadeiro inferno de reprovações interiores que ele precisa dar nome. O culpado se acusa sem o perceber, já que a culpa o leva a se defender sem antes ser recriminado. Daí ele passa a interpretar as atitudes daqueles que convivem consigo como suspeitas e cheias de reprovação, e a imaginação flui ao ponto de sabotar o próprio culpado, concluindo que todos estão contra ele por causa de seus erros, mudando o foco da culpa sem sucesso.

Agora, porém, quero fazer notar o posicionamento de Alexei diante do pai devasso que encontrou perto de si a compaixão. Alexei silencia e não quer ser juiz de ninguém, apesar de ficar triste com os erros dos outros, não demonstra nenhuma atitude de desprezo. Com isso, o pai, que antes o acolheu e o interpretou mal, torna-se amável com o filho e passa a chorar em seus braços, desenvolvendo um amor sincero que até então nunca havia sentido por ninguém.

Segundo ensinamento: o castigo da culpa pode ser aliviado pelo amor da inocência. Ao alimentar somente o amor em seu coração, sem querer ser juiz de ninguém, mesmo sabendo o que estava errado, Alexei atrai os pecadores, os quais passam a despertar o melhor que ainda possuem em seu coração. Há pessoas assim, capazes de fazer surgir o melhor que há em nós, sem concordar com nossos erros, mas tão pouco desprezar-nos por causa deles.

Enfim, o verdadeiro puro de coração, antes de ser juiz dos outros, o é de si mesmo e não fica buscando erros alheios para aliviar a culpa dos seus. Antes, sabe se perdoar e, deste modo, perdoa aos outros sem permitir distanciamento ou frieza. E isso acontece de modo espontâneo. É fato: quando a santidade de vida cresce em nós, paramos de enxergar os defeitos dos outros como juízes implacáveis, pois já não os possuímos. Diante desta reflexão, desejo a todos que este tempo quaresmal seja um fecundo período de sincera conversão e vivência profunda do amor.

 

Padre Celso Henrique Diniz é vigário paroquial da Catedral São João Batista. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Um fortuito aperto de mãos entre a literatura e a medicina

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Como a literatura é eclética! Imagino que o escritor seja como um colhedor de flores que seleciona e reúne plantas de vários espécimes para fazer arranjos e compor os ambientes em que vivemos, melhorando nossos modos de ser e de viver. Como toda arte, a literatura tem a perspicácia dos caçadores de esmeralda. Como toda a ciência, a medicina tem o espírito investigativo de Sherlock Holmes, que tudo precisa saber para resolver, além de ter nas mãos a divindade do tratamento e da cura.

Como a literatura é eclética! Imagino que o escritor seja como um colhedor de flores que seleciona e reúne plantas de vários espécimes para fazer arranjos e compor os ambientes em que vivemos, melhorando nossos modos de ser e de viver. Como toda arte, a literatura tem a perspicácia dos caçadores de esmeralda. Como toda a ciência, a medicina tem o espírito investigativo de Sherlock Holmes, que tudo precisa saber para resolver, além de ter nas mãos a divindade do tratamento e da cura. A literatura e a medicina são dois prismas da atividade humana que carregam a nobreza dos deuses do Olimpo.

Esta coluna foi inspirada pela vasta obra de Augusto Cury. Além de ser médico psiquiatra, com doutorado em Psicologia Multifocal pela Flórida Christian University, é professor, conferencista, pesquisador e escritor, um dos mais vendidos autores no mundo sobre a inteligência humana. Ao transitar com desenvoltura entre o romance e a autoajuda, ele aproxima estes gêneros literários com a finalidade de exaltar o funcionamento da mente humana e estabelecer relações entre o uso das suas capacidades e as formas de viver. Em sua obra, ele descreve o funcionamento da mente nos livros de autoajuda, como no Código da Inteligência, e mostra nos romances a experiência existencial, como Prisioneiros da Mente. O que, a meu ver, pode ser interessante ao leitor de seus livros, que tem a possibilidade de conhecer e visualizar os pressupostos por ele apresentados em perspectivas diferentes.

Muito me preocupa a literatura de autoajuda sem o respaldo da ciência, construída a partir da visão empírica, que se baseia na experiência pessoal. Fundamentada no rigor dos estudos científicos, a obra de Augusto Cury merece nosso respeito. 

 O mundo civilizado foi construído pela inteligência do homem. As realizações ou feitos foram consequência do modo como as capacidades intelectuais foram usadas ao longo da história. Em todos os momentos houve discrepâncias e dualidade de sentidos, a vida civilizada não seguiu de modo linear em direção à preservação da vida e ao respeito à individualidade. Infelizmente. 

O que tinham de especial os homens que contribuíram para o aperfeiçoamento das condições de vida como Leonardo Da Vinci, Sabin e Sócrates? Seria curiosidade, amor à vida, capacidade de pesquisar e discernir? Fizeram autópsia no cérebro de Einstein e não encontraram diferenças com os cde outras pessoas. 

Nas profundezas do quotidiano de cada um, a inteligência é fator preponderante para a conquista da qualidade de vida, especialmente das relações interpessoais. Tenho certeza de que para conquistá-la é bom compreendermos melhor como configuramos nossa mente a cada instante do dia e de que forma usamos as capacidades que possuímos.

 

Alguns livros de Augusto Cury:

. Pais Brilhantes e Professores Fascinantes;

. Nunca Desista dos Seus Sonhos;

. Você é Insubstituível;

. O Futuro da Humanidade:

. O Código da Inteligência;

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Carnaval 1971: Nova Friburgo dominada pelo reinado momesco

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Pesquisado por Fernando Moreira 
Edição de 20 e 21 de fevereiro de 1971

 

Manchetes:

Pesquisado por Fernando Moreira 
Edição de 20 e 21 de fevereiro de 1971

 

Manchetes:

  • Nova Friburgo já dominada pelo reinado momesco - Repleta ficou a cidade e lotados os hotéis e todas as casas de hospedagem. Ultrapassadas todas as perspectivas otimistas quanto a frequência de turistas. Quarenta mil visitantes esperdos no fim de semana de folia. A previsão é de que dez mil automóveis particulares cheguem à Friburgo neste carnaval. O comércio se preparou para qualquer suprimento. É absolutamente necessário que os serviços públicos, notadamente os de água, lixo, luz e telefone não venham a causar decepções. Enquanto o policiamento está impecável, continua a balbúrdia no trânsito com o infernal abuso das buzinas, as aberturas dos canos de descarga e os avanços dos sinais.  É necessário que as autoridades do Detran coloquem um paradeiro em tudo isso. 
  • Três das grandes razões do sucesso do carnaval friburguense - Nova Friburgo Country Clube, Clube de Xadrez e Sociedade Esportiva Fribuguense procuram ultrapassar os louros conquistados e oferecer aos seus associados e turistas o que de melhor possa apresentar. Os bailes e as vesperais carnavalescas representam de fato algo notável, com fama justificada muito além de nossas fronteiras. A carga que carregam pelo fato de desejarem alegrar o povo e distrair seus associados nestes dias "bicudos" do feijão a quase dois cruzeiros o quilo e pão no mesmo preço, dá perfeitamente para que os chamemos de heróis. E são mesmo.
  • Primavera de Flores - É o mote da ornamentação carnavalesca do Nova Friburgo Country Clube, numa estupenda criação da senhora Suzy Soares da Cunha, cuja beleza, magnificência e artístico colorido vem empolgando a todos os que visitam o simpático e aristocrático clube do Parque São Clemente.

Pílulas:

  • Até o momento em que escrevíamos esta edição ainda não havia sido inaugurado o novo abastecimento de águas de Friburgo. É preciso ser dito à população por que não foram feitos até então os testes de condições da linha e os de limpeza de canos. Também, o último boato, partido de integrante da comissão especialmente designada pelo atual prefeito  - conforme portaria que temos em nosso poder — qual seja o de que 300, 200, 100 metros de canalização não estavam colocados, havendo assim, criminosa interrupção na linha condutora, representa grave acusação a firma contratante das obras e principalmente à fiscalização, tanto da autarquia responsável como aos engenheiros dos órgãos financiadores. Aguardamos o pronunciamento oficial da mencionada comissão prefeitural e da autarquia de água.
  • O novo prefeito de Friburgo, Feliciano Costa, já em vias de completo restabelecimento da melindrosa intervenção cirúrgica a que se submeteu. Neste 20 de fevereiro, ele percorre, de automóvel, as principais ruas da cidade, vistoriando a ornamentação e iluminação por ele determinada para o reinado momesco de 1971.
  • Está decidido: César Guinle na presidência e Monsenhor Miele na superintendência da Fundação Educacional. Apesar do absoluto mutismo para com a imprensa - que tudo dá e nada pede em troca - conseguimos filtrar esta notícia em fonte seguríssima.
  • Aviso aos navegantes: todas as veladas advertências que vínhamos fazendo, com relação as omissões da atual administração para com a imprensa, tem por único objetivo consignar o fato, de modo a que, os “maiorais” possam alegar ignorância. Só isto, nada mais, já que a matéria não nos causa o menor embaraço, muito menos fere qualquer interesse de nossa parte. Trocamos a bicharada conforme a vontade dos donos.

Sociais

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Rozette Haiut, Maria Amélia Soares e Júlio Américo do Lago Zamith (20); Vera Lúcia de Lima e Silva e João Amélio (21); Renato Heidenfelder (22); Allysson Cardinalli (23); Márcio Ventura, Maurício Ventura e Max George Cleff (24).

 

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Caminhos

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Ele resolveu investir em si mesmo. Pensou sobre como começar. Resolveu, então, traçar o ponto de partida a começar por suas reflexões. Quis pensar na estratégia. Tentou entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Como se diz, para quem sequer sabe aonde chegar, qualquer lugar pode ser o destino. Ele queria caminhos. Mergulhou, então, no universo quase desconhecido de saber mais sobre o que deveria saber. Atentou-se em buscar o que queria fazer. Esbarrou no desconhecimento sobre quem ele era. Enganou-se por subestimar a profundidade de seus anseios.

Ele resolveu investir em si mesmo. Pensou sobre como começar. Resolveu, então, traçar o ponto de partida a começar por suas reflexões. Quis pensar na estratégia. Tentou entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Como se diz, para quem sequer sabe aonde chegar, qualquer lugar pode ser o destino. Ele queria caminhos. Mergulhou, então, no universo quase desconhecido de saber mais sobre o que deveria saber. Atentou-se em buscar o que queria fazer. Esbarrou no desconhecimento sobre quem ele era. Enganou-se por subestimar a profundidade de seus anseios.

Certo estava de prosseguir. Por instante sentiu-se em um beco sem saída, percurso sem volta. Mas decidiu se conhecer melhor, afinal, seria ele próprio o destinatário de todo o investimento projetado, não poderia apostar todas as fichas no desconhecido. Não queria ser a “zebra” da própria vida. Estava disposto a afundar, se preciso fosse. Resistiria de toda forma. Estava esperançoso por descobrir as asas imaginárias que o possibilitassem voar. Já amava o voo (tanto quanto a metáfora).

Nesse processo, como investidor, percebeu que seus lucros seriam maiores se cuidasse muito bem do seu principal patrimônio, a que apelidou de templo. Referia-se à sua própria saúde. Ao seu corpo físico, mental, espiritual. Concluiu que a mola mestra da máquina, sua mente, estava mal da engrenagem. Enferrujada, em mal estado de funcionamento. Seria ela o início do processo. Começou a aplicar em seus cuidados. O retorno foi rápido. Estava certo de seu propósito e prosseguiu. O equilíbrio pretendido passava pela reforma interior e exterior. Mãos à obra. Logo percebeu que deveria concentrar em si os esforços da reforma, pois só ele se empenharia no nível desejado e conhecia bem o projeto.

Feliz com o resultado, templo em equilíbrio, resolveu transmutar seu olhar sobre o mundo e sobre o outro. Fomentou práticas altruístas e quanto mais útil ao bem do próximo se tornava, mais se deparava com uma sensação até então inédita, que começou a desconfiar que fosse a tal felicidade. Ao olhar-se no espelho, o semblante ranzinza cedia espaço para um sorriso leve que despertava até uma vontade estranha de continuar sorrindo.

Decidiu incrementar suas habilidades. Investir em conhecimento, aprimorar suas habilidades mais técnicas, ler bons livros, priorizar contatos com pessoas a quem admirava. Foi certeiro. O retorno veio à galope. E quanto mais cuidava do seu templo e desenvolvia suas habilidades, mais satisfeito estava por ter feito um bom negócio.  Mudou até seu conceito de riqueza. Sentiu-se detentor de um super poder, voltou a acreditar em si, enxergou seu potencial e percebeu-se habitante de um belo templo, cujas energias sentia-se de longe. Renasceu. Foi o melhor investimento de sua vida.

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Crédito consciente

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Todo excesso pode ser prejudicial; nas finanças a regra continua valendo. Saber recorrer ao crédito de forma saudável é fundamental para manter sua qualidade de vida e conquistar seus objetivos. Um bom planejamento é capaz de te proporcionar isso, mas existem alguns pontos a serem analisados antes de assumir uma dívida (evite o plural).

Todo excesso pode ser prejudicial; nas finanças a regra continua valendo. Saber recorrer ao crédito de forma saudável é fundamental para manter sua qualidade de vida e conquistar seus objetivos. Um bom planejamento é capaz de te proporcionar isso, mas existem alguns pontos a serem analisados antes de assumir uma dívida (evite o plural).

 Entretanto, há uma considerável diferença entre dívidas programadas e emergenciais. Portanto, ambas precisam ser planejadas para manter – ou tentar restaurar – a saúde das suas finanças. Contudo, toda urgência encarece a solução. Dívidas emergenciais não dão abertura para um planejamento completo e costumam ser uma alternativa imediata; por isso, pesquise o mercado de crédito e assuma a responsabilidade da dívida mais barata para seu bolso. Procure identificar dois itens importantes nesta pesquisa: a simulação de parcelas e o CET (Custo Efetivo Total – valor percentual, de fato, arcado pelo cliente sobre o capital recorrido). Lembre-se: é para evitar essas urgências que existe a reserva de emergência e você precisa começar a construir a sua o quanto antes.

(A propósito, falaremos sobre como você pode criar a sua reserva de emergências ainda em 2021.) Por outro lado, dívidas programadas podem – e precisam – ter um planejamento completo para evitar futuros problemas. Para facilitar a compreensão, vou separar a explicação em tópicos e definir todos os pontos a serem analisados antes de assinar seu contrato com a instituição financeira.

  • Contexto Profissional: analise a segurança da sua fonte de renda e defina uma estratégia caso a renda sofra alterações – sejam elas positivas ou negativas.
  • Contexto Financeiro: aqui, deixo um questionamento simples: agora é o melhor momento para se comprometer com uma dívida?
  • Estudar o Produto de Crédito: este ponto é fundamental para a decisão correta. Defina qual produto recorrer e estude o contrato de diferentes instituições financeiras para identificar a melhor opção para o seu bolso. Taxa de juros, custo efetivo total, possibilidades de quitação e amortização e as circunstâncias em caso de inadimplência são pontos essenciais a serem analisados.

            É grande a responsabilidade de assumir dívidas e o planejamento ainda não acabou: chegou a hora de escolher qual o produto de crédito mais condizente com as suas necessidades.

  • Financiamento: o modelo de crédito direcionado a alguma atividade específica (automóveis, imóveis, maquinário de empresas) torna o crédito mais barato devido a segurança da instituição financeira em receber a garantia em caso de inadimplência.
  • Empréstimo Pessoal: o crédito para uso livre tem seu preço e costumam encarecer o produto. Portanto, fique atento, pois o crédito pessoal também apresenta diferentes possibilidades e há alternativas de encontrar produtos com taxas de juros menores, como os consignados.
  • Cartão de Crédito: o crédito para uso imediato precisa estar em constante comunhão com o seu orçamento. Este pode ser um ótimo produto caso seja usado com consciência; portanto, evite parcelar tudo o que aparecer pela frente.
  • Cheque Especial: este é o produto de crédito mais utilizado pela população brasileira e, por coincidência ou não, também é o mais caro. A recomendação aqui, é utilizá-lo apenas com a certeza da quitação em poucos dias.

            Viver em equilíbrio com suas finanças não é tarefa fácil, mas a Educação Financeira está aí para te auxiliar a tomar as melhores decisões. Portanto, use-as a seu favor.

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O Hotel São Paulo e o tempo das soirées

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Desde o final do século 19, os hotéis eram espaços de sociabilidade dos friburguenses e veranistas. Era nos hotéis que se realizavam os saraus, as soirées, as folias de carnaval e onde se dançavam quadrilhas, valsas, polcas e mazurcas. Neste fim de século se destacavam o Hotel Salusse do francês Guillaume Marius Salusse, o Hotel Central do italiano Carlos Éboli e hoje Colégio Nossa Senhora das Dores, e o Hotel Leuenroth dos irmãos Friedrich e Paul Leuenroth, mercenários alemães do Batalhão de Estrangeiros.

Desde o final do século 19, os hotéis eram espaços de sociabilidade dos friburguenses e veranistas. Era nos hotéis que se realizavam os saraus, as soirées, as folias de carnaval e onde se dançavam quadrilhas, valsas, polcas e mazurcas. Neste fim de século se destacavam o Hotel Salusse do francês Guillaume Marius Salusse, o Hotel Central do italiano Carlos Éboli e hoje Colégio Nossa Senhora das Dores, e o Hotel Leuenroth dos irmãos Friedrich e Paul Leuenroth, mercenários alemães do Batalhão de Estrangeiros.

Foi no Hotel Leuenroth que o Imperador D. Pedro II esteve em 1874 acompanhado da princesa Izabel e de sua dama de companhia a Condessa de Barral, amante do imperador. A princesa Izabel fazia um tratamento à base de hidroterapia no Instituto Sanitário Hidroterápico. Seria mais natural que ficassem hospedados no Hotel Central, anexo ao instituto, todavia se hospedaram no Hotel Leuenroth. De acordo com o livro de Alcindo Sodré “Abrindo um cofre”, na troca de correspondência entre D. Pedro II e a Condessa de Barral ele escreveu: “...Porém creia que olho sempre com imensas saudades para os quartinhos do anexo do Hotel Leuenroth...”.

Já o escritor Machado de Assis esteve hospedado no Hotel Salusse e deixou este registro: “Oh! bons e saudosos bailes do salão Salusse! Convivas desse tempo, onde ides vós?” O Hotel Salusse era o que promovia as soirées mais badaladas na cidade no século 19. Já no século seguinte das quadrilhas, valsas, polcas e mazurcas passa-se para o jazz, tango, ragtime, fox-trot, one-step e músicas havaianas. No Hotel Salusse era obrigatório para os homens o uso do smoking ou do terno de linho branco. Este hotel foi vendido à família de imigrantes italianos, os Spinelli, que no local construíram um edifício em estilo art déco.

O cassino que funcionava no Hotel Salusse foi transferido para o outro lado da Praça Getúlio Vargas, no Hotel Cassino Turista. Foi adquirido pelo sr. Velasco, turista espanhol que costumava veranear em Nova Friburgo. Além da hotelaria e do cassino havia bailes de gala e orquestras do Rio de Janeiro se apresentavam a miúde neste local. Com a proibição do jogo de azar em 1945, o Hotel Cassino Turista adota o nome de Hotel Central funcionando apenas como estabelecimento hoteleiro. Anos depois deu lugar ao edifício Galeria União na esquina da Rua Ernesto Brasílio com a Praça Getúlio Vargas.

Não poderíamos deixar de citar o Hotel Engert de Carl Friedrich Engert, situado na Rua Alberto Braune. Carl Engert casou-se com Emilie Leuenroth e se tornou também proprietário do Hotel Leuenroth. Outra história semelhante ao do sr. Velasco foi a de dois casais de espanhóis que vieram veranear em Nova Friburgo e acabaram adquirindo em 1944 o Hotel São Paulo, de Francisco Carneiro. Outrora chamado de Magnífico Hotel o seu estilo neoclássico faz justiça a este nome.

Os espanhóis Dolores Laso Iglesias casada com Valenzoela e Flora Laso Iglesias casada com José Belmonte se encantaram com o clima e a beleza da então pacata e patriarcal Nova Friburgo. Dolores e Flora eram irmãs inseparáveis e sempre moraram juntas. Juntamente com os maridos administraram o Hotel São Paulo durante décadas, residindo em suas instalações.

Porém os dois casais de espanhóis não puderam desfrutar da belle époque dos hotéis da cidade. Os clubes de serviço começam a surgir nas décadas de 1940 e 1950 como o Clube do Xadrez, a Sociedade Esportiva Friburguense, o Clube dos 50 e o Country Club substituindo os hotéis nos bailes e carnavais. Conversei com Rosa Maria Moelas Laso, atual gerente e uma das proprietárias do Hotel São Paulo. Seu pai José Gómez Laso, natural da Galícia, era casado com Maria de Los Angeles Salvador Muelas. Mudou-se para Nova Friburgo na década de 1950 trabalhando em uma loja de armas e posteriormente possuiu uma leiteria. Quando as tias estavam bem idosas veio trabalhar no hotel se tornando o herdeiro com o falecimento de ambas já que nenhum dos casais teve filhos.

Percorrendo suas instalações podemos ver preciosidades como uma parede propositalmente descascada para mostrar os tijolos da antiga olaria do Cônego. As malas das irmãs Laso Iglesias, um rádio antigo, a máquina de costura, uma charmosa cabine telefônica e outros objetos estão expostos para que o hóspede desfrute de um agradável ambiente do passado. O Hotel São Paulo é o único preservado do período em que os hotéis, além da hotelaria, eram espaço de sociabilidade para animadas soirées e carnavais.   

  • Foto da galeria

    Hotel São Paulo, outrora Magnífico Hotel

  • Foto da galeria

    José Gómez Laso e Maria de Los Angeles Salvador Muelas

  • Foto da galeria

    Os espanhóis Dolores, Valenzoela, Flora e José Belmonte

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