Blogs

A imigração alemã e seu legado

quinta-feira, 11 de março de 2021

No ano de 2024 a comunidade alemã de Nova Friburgo celebrará o bicentenário de sua imigração. Os alemães são os únicos que vieram para esta terra tanto na qualidade de colonos como de imigrantes. Antes é preciso entender o contexto da época. A Alemanha não era um país unificado na ocasião em que os germanos imigraram para Nova Friburgo, sendo originários de reinos, grão-ducados, ducados e principados.

No ano de 2024 a comunidade alemã de Nova Friburgo celebrará o bicentenário de sua imigração. Os alemães são os únicos que vieram para esta terra tanto na qualidade de colonos como de imigrantes. Antes é preciso entender o contexto da época. A Alemanha não era um país unificado na ocasião em que os germanos imigraram para Nova Friburgo, sendo originários de reinos, grão-ducados, ducados e principados. A unificação da Alemanha em Estado-nação ocorreu em 18 de janeiro de 1871.

Declarada a independência do Brasil em relação a Portugal, D. Pedro I fez uso de mercenários europeus na organização do Exército nacional. Como os países restringiam a emigração de ex-combatentes, as autoridades brasileiras cooptavam agricultores e artífices entre os soldados para dissimular a vinda de mercenários. O primeiro navio, o Argus, chegou ao Rio de Janeiro em 7 de janeiro de 1824, trazendo 134 colonos alemães e 150 soldados. Já o Caroline chegou em 14 de abril do mesmo ano com 180 colonos e 51 soldados.

Sob protestos 342 colonos alemães foram encaminhados para a vila de Nova Friburgo chegando aqui em 3 de maio de 1824. Estes colonos deveriam ocupar as terras abandonadas pelos suíços, ainda que muitas fossem impróprias à agricultura. Disse sob protestos pois tinham conhecimento de que as terras da colônia não eram boas para a atividade agrícola. Como não tinham escolha tomaram posse dos lotes de terra. No entanto, seguiram o mesmo destino dos colonos suíços. Alguns venderam ou abandonaram as suas glebas e seguiram para outras regiões. Os Schuenck se tornaram proprietários de muitas terras nas freguesias de São José do Ribeirão e de Sebastiana.

O melhor exemplo de prosperidade entre os alemães é o de Joseph Erthal. Trabalhou como ferreiro e isto lhe permitiu com suas economias adquirir uma propriedade agrícola onde hoje situam-se os municípios de Bom Jardim e Duas Barras, cultivando café. Atualmente a família Erthal é a maior produtora de café do Estado do Rio de Janeiro exportando esta commoditie para diversos países.

Alguns alemães que serviram como mercenários ao darem baixa no Exército Imperial imigraram para Nova Friburgo. Um deles é Friedrich Gustav Leuenroth, mercenário do Batalhão de Estrangeiros que inaugurou a primeira casa de banhos na vila e posteriormente o Hotel Leuenroth. O mestre cervejeiro Albano Beauclair estabeleceu em 1893 a fábrica de cerveja Beauclair em Nova Friburgo. Era neto do médico alemão Johann Adolpho Rouville de Beauclair que viera para o Brasil trabalhar em fazendas de Cantagalo, cuidando de escravos doentes. Cantagalo por ser muito mais próspero do que Nova Friburgo atraiu alemães como Jacob Gijsbert Paul Van Erven, que deu grande desenvolvimento às fazendas de café do Barão de Nova Friburgo. Em razão de seu conhecimento técnico se tornou sócio do barão em algumas fazendas.

Outro ilustre alemão foi Theodor Robert Peckolt, médico e botânico que imigrou para Cantagalo, em 1847. Industriais alemães dos ramos têxtil e metalúrgico como Peter Julius Ferdinand Arp, Maximilian Falck, Gustav Carl Siems e Hans Gaiser mudaram a história de Nova Friburgo transformando a pacata cidade de veraneio em um centro industrial. A detenção de navios germanos na Primeira Guerra Mundial redundou na prisão de centenas de alemães no Sanatório Naval de Nova Friburgo. Alguns foram cooptados pelas indústrias alemãs locais para trabalharem em suas fábricas recém instaladas a exemplo de Richard Hugo Otto Ihns, Johannes Robert Garlipp, Hermann Ostmann e Carl Otto Stern.

Os industriais do ramo têxtil utilizavam um maquinário extremamente complexo. Em razão disto muitos técnicos alemães foram contratados para montar e colocar as máquinas têxteis em funcionamento. Isto foi aumentando cada vez mais a presença de alemães em Nova Friburgo. Assim como os italianos se concentraram no bairro das Duas Pedras, os alemães escolheram Mury como moradia. Galdino do Valle Filho quase alterou o nome deste distrito para Germania tanto eram os alemães que ali residiam.

O estabelecimento das indústrias atraiu indivíduos de outros municípios para trabalhar nas fábricas e sítios do distrito agrícola de Conselheiro Paulino se transformaram em loteamentos para abrigar os novos moradores. Olaria teve o mesmo destino perdendo suas chácaras para dar lugar a residências dos operários. Outra influência dos alemães foi o montanhismo com a criação em 20 de julho de 1935 do Centro Excursionista Friburguense. Realizada a eleição do primeiro presidente, foi escolhido Friederich Von Veigl que deu nome a uma montanha na cidade.

O centro excursionista objetivava promover passeios, longas caminhadas e escaladas. Era o segundo clube de montanhismo do Brasil. Otto Siemens proprietário da fábrica de Filó foi um dos incentivadores do montanhismo. Assim como os suíços ganharam a obra de Martin Nicoulin, “A Gênese de Nova Friburgo”, e “Imigrantes”, de Henrique Bon para conhecer as suas origens, os alemães têm o benefício do blog do genealogista Cesar Raibert Valverde, que contém um rico material de pesquisa. Em 2024 teremos muito a celebrar sobre o legado do povo teutônico em Nova Friburgo.

  • Foto da galeria

    Membro da família Cleff

  • Foto da galeria

    Residência típica dos alemães em Friburgo

  • Foto da galeria

    Os Erthal exportam café para diversos países

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Mulher: uma criação especial

quinta-feira, 11 de março de 2021

Na última segunda-feira, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Esta obra prima do criador, cheia de graça, de feminilidade e sensibilidade que ajuda o homem a ser mais afetivo. Primeiro a menina, uma florzinha, bela, gentil, que alegra nossa vida. Jeitinho especial de ser, de gesticular, sorrir, brincar e que nos encanta. Depois, a menina-moça, antes com inocência encantadora, hoje maculada por incentivos doentios da sensualidade precoce, ainda com graça encantadora.

Na última segunda-feira, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Esta obra prima do criador, cheia de graça, de feminilidade e sensibilidade que ajuda o homem a ser mais afetivo. Primeiro a menina, uma florzinha, bela, gentil, que alegra nossa vida. Jeitinho especial de ser, de gesticular, sorrir, brincar e que nos encanta. Depois, a menina-moça, antes com inocência encantadora, hoje maculada por incentivos doentios da sensualidade precoce, ainda com graça encantadora. Um pé na infância, outro na adolescência, o corpo se molda para o de mulher, interesses se voltam para a estética, a menstruação chega e anuncia a marca endócrina da fêmea, ela cresce. Na adolescência, mais formas femininas, o afeto agora com interesse no sexo oposto, cria amizades, a turbulência das emoções, esta é a graça da filha adolescente.

Início da vida adulta, casamento, estudos, trabalho, aguarda o desenrolar da história que pode levá-la ao seu lar, ser dona de casa, esposa, mãe, lindas possibilidades na existência! Mesmo ficando solteira, a graça feminina, a capacidade profissional, a ajuda humana que pode dar, mostram a importância da vida da mulher adulta.

Que beleza e delicadeza a mulher grávida! Que maravilha do criador ela gerar um bebê e dar à luz um ser! Sublime etapa! Anos adiante, no sofrimento e alegria que todos temos, surge o amadurecimento mais profundo, criando filhos. Depois chega a hora de curtir os netos! Envelhecer é ruim, mas amadurecer é bom. Ela amadurece mais e chega à menopausa, um período normal do ciclo feminino em que não mais precisa procriar. Na terceira idade ela é muito útil aconselhando os mais novos da família, apoiando-os, repreendendo-os. Finalmente, ela necessita ser cuidada por ter as forças, a visão, e a capacidade de trabalho diminuindo. Ajude-a!

Mulher, gostaria de deixar para você alguns conselhos. Talvez lhe ajudará:

1 -  Crie sua filha curtindo a infância com menos coisas artificiais, menos shopping, TV, vídeogame, comida artificial e mais natureza. Evite para seus filhos multi-cursos, como inglês, espanhol, ginástica, música, judô, natação, ufa!!! E o tempo para ser criança e brincar? Evite superproteção por um lado e negligência afetiva por outro. Ofereça carinho combinado com disciplina. Lembre-se que criança não namora.

2 - Crie os filhos sem incentivar o namoro precoce, mas voltado para os estudos. Mantenha o carinho com amor firme e também com limites. Filhos de lares ditatoriais têm problemas parecidos com filhos de lares liberais e eles não se tornam mais felizes quando os pais deixam que façam o que querem ou quando ganham tudo que pedem.

3 - Seus filhos devem sair com quem você conhece e aprova, sabendo aonde eles vão, cumprindo o horário de voltar. Não estimule o uso de roupas sensuais em sua filha. Isto atrai rapazes para o corpo dela. Garotas confundem isto com afeto. Fale sobre a diferença entre amor e atração sexual e doenças sexualmente transmissíveis. Explique que não é “pagar mico” casar virgem, que sexo pré-marital não garante felicidade no casamento, nem afetiva, nem sexualmente, e que o namoro é secundário aos estudos, sendo um tempo de conhecimento da pessoa e não de transar.

4 - Mulher mãe seja um modelo de honestidade, sinceridade, fidelidade, autocontrole emocional, para seus filhos. Não deprecie homens diante deles, ainda que você tenha sofrido com um homem. Não diga: “Homens são todos iguais, não valem nada!”, porque você foi abusada por um homem rude, abusivo. Não é verdade que todos os homens são iguais e que todos não prestam, o mesmo em relação às mulheres. Não jogue sua filha contra o pai dela por você estar aborrecida com ele. Não jogue sua filha contra o marido dela por não ter simpatia pelo genro. Seja a melhor amiga de sua filha. Ela precisa disso mesmo sendo adulta, independente, com sucesso profissional.

5 - Para você mulher que é avó, curta seus netinhos nem que seja por vídeo, celular, internet. Nada como o vovô e a vovó para colocar um pouco de açúcar na vida dos netos, sem violar as regras dos pais deles. Seus netos precisam de sua experiência e de sua flexibilidade. Netos ajudam muito para a alegria da terceira idade.

6 - Você mulher jovem, adulta, idosa, solteira, casada, separada, viúva, não perca a feminilidade sendo “bronca”. Isto destrói a beleza feminina. Seja delicada, mesmo tendo que ser firme. Não diga palavrão, pois isto tira a doçura e é uma deseducação. Você pode ser doce e colocar limites e ser firme. Não “desça o barraco” achando que isto é ser poderosa. É feio. O poder emocional saudável de uma pessoa se mede pelo grau de autocontrole emocional que ela tem. Mantenha sua feminilidade com serenidade.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Novo grupo de teatro colegial

quarta-feira, 10 de março de 2021

Novo grupo de teatro colegial
O CEM (Centro Educacional Monnerat) também conhecido como Escola Pontinha de Sol vai ganhar um grupo de teatro. E para essa tarefa escalou ninguém menos do que a reconhecida professora Jane Ayrão, que por muitos anos dirigiu o Taca (Teatro Amador do Colégio Anchieta), possivelmente o mais antigo grupo de teatro colegial da cidade e um dos mais antigos do Estado do Rio.

Novo grupo de teatro colegial
O CEM (Centro Educacional Monnerat) também conhecido como Escola Pontinha de Sol vai ganhar um grupo de teatro. E para essa tarefa escalou ninguém menos do que a reconhecida professora Jane Ayrão, que por muitos anos dirigiu o Taca (Teatro Amador do Colégio Anchieta), possivelmente o mais antigo grupo de teatro colegial da cidade e um dos mais antigos do Estado do Rio.

Nem a pandemia
Mesmo no cenário de pandemia e de grande dificuldade das escolas, a direção do CEM decidiu realizar agora um sonho antigo que vem quase que desde a fundação. Ter um grupo de teatro a exemplo dos colégios Nossa Senhora das Dores e do Anchieta. As atividades do teatro devem ser iniciadas também de maneira híbrida até que a pandemia esteja controlada.

Homenagem ao professor Cícero
O grande desejo é realizar uma montagem sobre a vida do professor Cícero, fundador da escola. Jane Ayrão já tem até o nome da peça que será um musical: “Boa Noite, Professor!”. No entanto, outras montagens cênicas serão realizadas antes, de modo que o grupo esteja maduro e preparado para encarar o desafio.

Adaptação das escolas
O retorno presencial das aulas nas escolas particulares foi tímido, como noticiado por A VOZ DA SERRA. Nem todas as escolas foram aprovadas pela Vigilância Sanitária, com algumas apresentando pendências para o chamado retorno seguro. Se nas privadas há dificuldades, imagine as dezenas de unidades públicas, entre municipais e estaduais.

Custos elevados
Fato é que os custos dessas adaptações são altos. Além de insumos para o distanciamento, o álcool em gel, máscaras e a manutenção do ensino remoto. Muitas escolas particulares tiveram que demitir e não retornam com os quadros funcionais como antes da pandemia. Os mesmos custos existem nas escolas públicas que pelas questões legais precisam se planejar ainda mais para obedecerem às leis de licitações.

Teatro em tempos de pandemia
Estreia amanhã, 11, às 21h, “Cinquentânias - sobre tempo e vida”. A peça-filme faz temporada online até 30 de março, com apresentações às segundas e quintas-feiras, às 21h, pelo canal @cinquentanias no YouTube. Os ingressos podem ser garantidos gratuitamente no site da peça.

As Tânias
A peça-filme narra os dilemas vividos por três irmãs de meia-idade (Tânia, Caetânia e Betânia) diante dos desafios do tempo e da vida. Dirigido pelo ator e diretor Bernardo Dugin, o projeto foi um dos selecionados no edital “Retomada Cultural RJ” da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Lei Aldir Blanc.

Família de talentos
Destaque para a família Noguchi que têm mãe e dois filhos no projeto: a atriz Tânia Noguchi interpreta Betânia e seus dois filhos: Rebecca como roteirista e Philippe na direção fotográfica. No elenco ainda estão Cil Corrêa (Tânia) e Cyomara de Paula (Caetânia).

Friburguense dirige clipe de Ivete Sangalo
Aliás, família de múltiplos talentos. Tânia é reconhecida por sua atuação na área de educação e também nos corais, atuando no consagrado grupo Tom sobre Tom. Rebecca escreveu, compôs as músicas e atuou no musical Eros e ainda é psiquiatra. Já Philippe é músico e diretor de cinema. Recentemente, trabalhou com Ivete Sangalo ao dirigir o clipe da música “Um Sinal”, parceria da cantora baiana com a banda Melim.     

Novo aumento já nos postos
Virou coisa corriqueira. Praticamente toda semana deste ano teve anúncio de aumento de gasolina. E nesta, não foi diferente. A gasolina tem nova alta de 9,2%, enquanto o diesel alta de 5,5%. Na gasolina, representa um aumento médio de R$ 0,23 - o litro. O repasse da alta já está chegando nas bombas e está difícil encontrar posto em Nova Friburgo que venda a gasolina a menos de R$ 6, como destaca reportagem na página 8 desta edição.

Efeito dominó
Não será surpresa se o mês de março terminar com o litro da gasolina custando R$ 7. Desde o início do ano, a gasolina acumula alta de 54% nas refinarias, enquanto o diesel subiu 41,6%. Os valores absurdos afetam todo o mercado, inclusive nos supermercados, impactando diretamente no poder de compra e na inflação.

Cashback limitado
Para piorar, um recurso que muitos estavam usando, o cashback oferecido pelos postos Petrobras, também sofreu mudanças. Se antes, o motorista que usava aplicativo de celular próprio recebia de volta 10% do que consumia, agora recebe os 10%, mas limitado a R$ 20 por mês. A medida irritou não só os clientes, mas também os donos de postos dessa bandeira, afinal era um atrativo e tanto.

Palavreando
“Que a criatividade não me envaideça e que a vaidade não me entorpeça. Que toda a inspiração seja fruto das sementes que brotam do meu coração. Faço prece. Se me ouço, a vida também pode me ouvir”.

 

Foto da galeria
Reportagem da extinta Revista Manchete sobre a inauguração do viaduto Geremias de Mattos Fontes, que liga o Paissandu ao bairro Ypu. Reproduções raras como essa estão no perfil do Instagram Nova Friburgo Antiga. São fotos e registros antigos de uma Nova Friburgo nostálgica. Vale conferir.
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Apesar de sermos um país de terceiro mundo, número de vacinados está em alta

quarta-feira, 10 de março de 2021

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril. Por outro lado, seu presidente Emmanuel Macron, em dezembro havia falado numa projeção de 14 milhões entre fevereiro e o início da primavera, que no hemisfério norte se dá em meados de março. Uma diferença considerável.

Portanto, para um país de terceiro mundo, como muitos consideram o Brasil, não estamos tão mal assim, pois pelo andar da carruagem, em abril teremos ultrapassado a cifra de dez milhões de brasileiros vacinados, pois além da produção local pela Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantã, outras estão sendo adquiridas. Sem falar que nosso país também está testando vários imunizantes, que serão importantes para a revacinação, já que até agora não se tem ideia de quanto tempo dura a imunização, após a aplicação da segunda dose.

Ao contrário da mídia facciosa que temos entre nós, reconheço que o nosso número de imunizados atual é de 3,84% da população e que os números revelados por Jean Castex representa, numa população estimada de 70 milhões,  10% do total. Aqui o que vale são números absolutos e não relativos. Aliás, a mídia comprometida sempre usa, em relação ao nosso total de mortos pela pandemia, números relativos, pois esses nos colocariam como o segundo país que mais teve óbitos pela Covid-19. Essa não é a realidade quando eles são avaliados, como é o correto, por um milhão de habitantes. Nesse caso, estaríamos em 23º lugar.

Temos, também, outro problema muito sério, não bastasse a pandemia. O STF perdeu a noção do seu papel constitucional e começa a legislar em assuntos exclusivos do Poder Executivo. Aliás, se o presidente, seja ele quem for, extrapola de suas atividades, é o Poder Legislativo que tem competência para atuar. Mas, como ele muitas vezes se torna omisso, da chance a que pessoas cuja atuação deveria ser apenas no âmbito do Judiciário, se metam aonde não devem. Quando o fazem é um desastre. Vide a anulação das sentenças de Luís Inácio da Silva, proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, na Lava Jato, assinada por Luís Edson Fachin. Com essa canetada, ele enterrou uma das maiores operações de combate à corrupção já realizadas no Brasil.

Como já dizia Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Ou: “A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna.”

Na realidade, o que está por trás de tudo isso, é retaliar, tirar a autoridade do presidente da República, visando seu enfraquecimento com vistas às eleições presidenciais de 2020. O que irrita mais esses senhores é que a popularidade de um político muitas vezes aumenta, quando as críticas são acirradas. Se deixassem o chefe do Executivo respirar, talvez ele tivesse menos força.

Basta lembrar que Luís Inácio foi eleito, reeleito e ainda fez o seu sucessor, mesmo recebendo críticas constantes de seus adversários. Só caiu em desgraça, quando a operação Lava Jato começou a revelar as barbaridades financeiras dos governos petistas. Bolsonaro está em evidência diuturnamente, pois a mídia comprometida não lhe dá tréguas, isso tem um efeito contrário aquele desejado e, se continuarem nessa toada, acabam por reelegê-lo, para desespero de muitos. É o famoso efeito bumerangue.

Nosso grande problema está na falta de um objetivo comum, que é livrar a população dos efeitos da pandemia ou, pelo menos, diminuir o sofrimento de muitos. Se nossas autoridades se unissem para atuarem em conjunto, talvez nossos números fossem mais promissores, mas o que mais se vê são farpas disparadas para todos os lados, colocando o inimigo comum em segundo plano. Os interesses pessoais, sejam quais forem, falam mais alto.

Não é fácil perder entes queridos, principalmente quando na flor da idade, como temos visto todos os dias.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é o diário de bordo das nossas emoções!

terça-feira, 09 de março de 2021

A viagem de hoje começa pelo editorial de Ana Borges, no Caderno Z do último fim de semana, pois, em suas considerações, ela nos lembra a escritora Simone de Beauvoir que comparou o árduo trabalho doméstico das mulheres, como sendo a "tortura de Sísifo". E pergunta: Alguma mulher aí discorda de Beauvoir? – Eu concordo totalmente e só amenizei meu fardo doméstico, quando passei a usar o tempo de trabalhos no lar para pensar, pois, muitos dos meus textos foram escritos na memória, enquanto o batente caseiro, de jornada dupla, consumia o meu tempo.

A viagem de hoje começa pelo editorial de Ana Borges, no Caderno Z do último fim de semana, pois, em suas considerações, ela nos lembra a escritora Simone de Beauvoir que comparou o árduo trabalho doméstico das mulheres, como sendo a "tortura de Sísifo". E pergunta: Alguma mulher aí discorda de Beauvoir? – Eu concordo totalmente e só amenizei meu fardo doméstico, quando passei a usar o tempo de trabalhos no lar para pensar, pois, muitos dos meus textos foram escritos na memória, enquanto o batente caseiro, de jornada dupla, consumia o meu tempo. E o “Z” trouxe mais questões: “Qual o maior desafio das mulheres do século 21?”. Pelas conquistas até agora alcançadas, o desafio maior parece ainda ser o respeito aos seus dons e talentos e a todas as suas tendências e escolhas.

São séculos de lutas, galgando degraus na sociedade, como o direito ao voto que, no Brasil, só veio a partir de 1932. Em 1961, no governo de Jânio Quadros, fora proibido o uso de biquini e até 1962 havia uma lei que proibia a mulher de exercer uma profissão sem permissão do marido. Até 1980, o homem podia “pedir anulação de casamento, caso descobrisse que a esposa não era mais virgem”. Numa sucessão de movimentos feministas, o pódio da liberdade tem sido alcançado. E nada como ter um aliado da luta feminina como Wanderson Nogueira que ressalta: “Eu não quero ser mais um machista...” e prossegue em seu sentir profundo: “Não por vaidade moral, mas porque quero respeitar em sua integralidade o espelho que reflete minha mãe – toda mulher – vinculada a mim ou não. Eu disse: todas as mulheres em suas mais diversas personalidades...”.

Deixando o “Z”, mas ainda no tema, se hoje nos espantamos com a proibição, por exemplo, do uso de biquini em 1961, passados 50 anos, ainda temos que lidar com a Lei Maria da Penha, pois a violência contra as mulheres é uma aberração. Bem fez a cabeleireira Thalassa Vaz que, “cansada de relacionamentos abusivos”, se embrenhou na prática esportiva do muay thai, o caminho para uma grande mudança em sua vida. Não somente no aspecto da luta física marcial, porém, mais ainda na parte emocional e mental. E ressalta: “todo esse processo de autocuidado só me trouxe benefícios...”.

 Carolina Alves Maia, pedagoga, advogada e perita criminal, conversou com Ana Borges e nos contou sobre os desafios de ser mulher trans. Em uma página inteira de relatos emocionantes, de início, ela ressalta: “Ao ter coragem de se aceitar é preciso, antes de tudo, se amar”. Jovem ainda, com uma trajetória de vida marcante, Caroline observa: “São muitas as dificuldades na vida de uma pessoa transexual, começando pela vivência com os familiares e amigos, depois pela sociedade como um todo...”. Na certeza de quem sabe o que quer e não desiste dos sonhos, ela conclui: “a luta continua.”

 Assim como as lutas pela integridade da mulher e por todas as questões relativas aos temas da sexualidade ainda promovem debates, sujeitos a todos os tipos de discriminação, os idosos também precisam de órgãos que defendam os seus direitos. Não sem razão, o Comdipi (Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa), e a Secretaria Municipal de Assistência Social estão em defesa de um espaço para a convivência da terceira idade, depois de encerradas as atividades no Clube de Xadrez. Bem se vê que caminhamos para um mundo de lutas, cada vez mais acirradas, por direitos que deveriam ser naturais para os humanos.

 Em “Há 50 anos” a Cadeia Pública de Nova Friburgo era inaugurada junto ao prédio da delegacia policial na Vila Amélia, com lotação para “100 presidiários, salão de refeições, salas de aula com televisão e rádio, cozinha, gabinetes sanitários etc”. Era coisa de primeiro mundo! E com louvores ao, então, delegado Amil Rechaid “que realizou as obras com seus recursos pessoais e contribuições de um grupo de amigos da comunidade”. Que beleza! Mas, voltando ao presente, Nova Friburgo volta à bandeira laranja, indicando risco moderado, mesmo com o aumento de casos de infectados indo para a marca de 10.503 e 309 óbitos. A bandeira vermelha passou num piscar de olhos, nem deu tempo de a população se inteirar da gravidade dos fatos. Que situação drástica!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Aniversariou na 5ª feira

terça-feira, 09 de março de 2021

 Com pequeno atraso, mas com imenso carinho, registramos o aniversário da  admirada psicóloga Emanuela Gundling Pinel (foto), celebrado na última quinta-feira,  4.
 A ela, que é filha do simpático casal Kerstin e Luiz Felipe Pinel e neta da badalada colunista social e ícone do carnaval friburguense, Marly Pinel, votos de felicitações dos familiares e muitos amigos pela nova idade.

Parabéns, Fabrício e Henrique!

 Com pequeno atraso, mas com imenso carinho, registramos o aniversário da  admirada psicóloga Emanuela Gundling Pinel (foto), celebrado na última quinta-feira,  4.
 A ela, que é filha do simpático casal Kerstin e Luiz Felipe Pinel e neta da badalada colunista social e ícone do carnaval friburguense, Marly Pinel, votos de felicitações dos familiares e muitos amigos pela nova idade.

Parabéns, Fabrício e Henrique!

Nesta semana, dois queridos amigos desta coluna também comemoram mais uma no de vida, motivo de satisfação também para seus familiares e os muitos amigos que possuem.
Ontem, 8, quem trocou de idade foi o admirado Fabrício Araújo Mury; amanhã, 10, os parabéns vão para o empresário Henrique Cordeiro Corrêa.
 A ambos, que dispensam maiores referências e considerações, nossas congratulações e votos de felicidades.

Formatura e festa

Em tempos que jamais, nem mesmo as mais criativas inteligências do universo poderiam imaginar que pudessem surgir, a jovem Ilana Santos Guilland (foto), filha do jornalista Girlan Guilland e de Rose, participou ontem, 8, de forma online com seus familiares e amigos, de sua formatura no curso de graduação em design, pela PUC-Rio, a Pontifícia Universidade Católica.
Já a festa, também de forma virtual, acontecerá no próximo sábado, 13, a partir das 21h30 e para isso, familiares e amigos podem acessar o link https://meet.google.com/fht-iunm-udx
À querida Ilana e seus pais, os parabéns desta coluna com votos de total sucesso profissional, o que assim será.

Efeito da vacinação

Além das adversidades deste momento ainda difícil, inclusive devido a escassez de vacinas contra a Covid-19, há um certo grupo prioritário que enfrenta uma situação a mais: o das mulheres, que não gostam de revelar suas idades e agora com  a convocação para vacinação se vêem obrigadas a revelar suas reais datas de nascimento.

O dia é da Carol

Ontem, 8, quando celebramos o Dia Internacional da Mulher, quem recebeu muitos cumprimentos foi a Carol Marino (foto), que hoje, 9, vai receber ainda mais manifestações de carinho pela passagem do seu aniversário.
 Em dose dupla de alegrias, esta coluna se unindo aos familiares e admiradores, felicita à querida Carol pela nova idade que está inaugurando hoje.

Faz sentido!

Em meio a situações corretas e outras nem tanto que vivemos por conta desta pandemia do coronavírus, cai bem este pensamento de Voltaire que nos faz refletir um pouco mais: "Sempre que há uma discussão prolongada significa que ambas as partes estão erradas".

  • Foto da galeria

    Aniversariou na 5ª feira

  • Foto da galeria

    Formatura e festa

  • Foto da galeria

    O dia é da Carol

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A você mulher

terça-feira, 09 de março de 2021

Ontem, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. A data marca as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos. Mas a celebração deste dia não pode perder sua essência de luta por condições mais dignas e igualitárias.

A identidade feminina é marcada pela sua “capacidade para o outro”, isto é, pela intuição profunda de que sua vocação é realizada nas atividades orientadas para o despertar do outro, para o seu crescimento e a sua proteção.

Ontem, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. A data marca as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos. Mas a celebração deste dia não pode perder sua essência de luta por condições mais dignas e igualitárias.

A identidade feminina é marcada pela sua “capacidade para o outro”, isto é, pela intuição profunda de que sua vocação é realizada nas atividades orientadas para o despertar do outro, para o seu crescimento e a sua proteção.

Doar vida é próprio da personalidade feminina. O que não se restringe somente à capacidade biológica de gerar, pois gerar verdadeiramente vida está além do contentamento de dar vida física.

“Elas possuem uma capacidade única de resistir nas adversidades; de tornar a vida ainda possível, mesmo em situações extremas; de conservar um sentido tenaz do futuro e, por último, recordar com lágrimas o preço de cada vida humana” (Congregação para a Doutrina da Fé, 1 ago. 2004).

Esta capacidade é testemunhada pela história nas inúmeras lutas de mulheres pela preservação da vida e da dignidade humana. Algumas delas se tornaram conhecidas não só por suas ações de defesa pela igualdade, mas também em defesa da vida e dos menos favorecidos. Nomes como Teresa de Calcutá, Dulce, Zilda Arns, Dorothy Stang, Malala Yousafzai e de Maria da Penha são apenas uma centelha do que o poder e a determinação de uma mulher podem fazer no mundo.

O exemplo destas nos faz ver o quanto é preciso reconhecer e valorizar o papel da mulher na edificação de um mundo mais justo e fraterno. Sem dúvida, o lugar da mulher no seio da família já é algo aceito e legitimado por muitas culturas, contudo, se faz urgente perfilar o seu lugar insubstituível em todos os aspectos também da vida social. Isto implica que ela esteja presente no mundo do trabalho e da organização social, que tenha lugares de responsabilidade, onde poderá inspirar políticas concretas e soluções inovadoras para os problemas econômicos e sociais.

O Papa Francisco destacou que “é próprio da mulher tomar a peito a vida. A mulher mostra que o sentido da vida não é continuar a produzir coisas, mas tomar a peito as coisas que existem” (Twitter, 8 de março de 2020). No entanto, a força renovadora da mulher ainda é, por diversas vezes, sufocada pela violência e marginalização. Lamentavelmente no Brasil cresce o número de mulheres assassinadas ou vítimas de violência, são pelo menos cinco por dia, revela estudo (fonte: www.cnnbrasil.com.br, 4 de março de 2021).

Por isso, o Dia Internacional da Mulher, também deve ser marcado pela luta de milhares de outras mulheres que vivem imersas no ciclo de violência e de tantas outras que tiveram suas vidas interrompidas vítimas da violência ocorrida dentro do próprio lar.

Nisto revela-se a fecundidade das palavras de Francisco: “Onde as mulheres são marginalizadas, é um mundo estéril, porque as mulheres não só dão a vida, mas nos transmitem a capacidade de olhar além, de sentir as coisas com o coração mais criativo, mais paciente, mais tenro”. A você mulher nosso reconhecimento e admiração.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Ah, se você me emprestasse seu sonho...

segunda-feira, 08 de março de 2021

Certa vez, imaginei entrar num quarto pequenino pela fechadura. Durante a madrugada, tão misteriosa, fui carregada por um vento que passava entre os móveis do quarto, querendo se aproximar daquele homem, ainda jovem, de cabelos encaracolados e rosto sereno. E belo. Que parecia estar tendo um sono enfeitado por coloridos sonhos. A curiosidade balançou minha alma, quando uma surpreendente vontade de desvendar seus sonhos tomou conta de mim, uma admiradora da sua obra. Eu me perguntava baixinho para não o acordar: quais são as imagens que dançam por trás dos olhos de um inglês?

Certa vez, imaginei entrar num quarto pequenino pela fechadura. Durante a madrugada, tão misteriosa, fui carregada por um vento que passava entre os móveis do quarto, querendo se aproximar daquele homem, ainda jovem, de cabelos encaracolados e rosto sereno. E belo. Que parecia estar tendo um sono enfeitado por coloridos sonhos. A curiosidade balançou minha alma, quando uma surpreendente vontade de desvendar seus sonhos tomou conta de mim, uma admiradora da sua obra. Eu me perguntava baixinho para não o acordar: quais são as imagens que dançam por trás dos olhos de um inglês? o que se passa pela imaginação de um professor de matemática? Eu sabia que suas ideias fantásticas iriam tornar perenes, ocupando importantes espaços nas estantes das casas e livrarias das cidades, nas bibliotecas dos bairros, nas universidades e escolas, nas empresas de todo o planeta para provocar reflexões nos funcionários. Ele teve tamanha sutilidade e inteligência ao escrever que suas frases guardam enigmas, e curiosos vão passar anos e anos tentando desvendá-las. Seus sonhos mágicos se transformarão em textos cheios de simbolismos, mostrando personagens que se aventuram no País das Maravilhas, cheios de inusitadas situações. Cento e cinquenta anos depois de publicada, sua obra vai pertencer ao universo dos clássicos e suas brincadeiras vão continuar a ser graciosas às crianças, já tão acostumadas à modernidade cibernética. Mas os adultos para entendê-las, vão precisar interpretar seus significados. Há quem possa explicá-las? Mesmo estando adormecido num tempo passado do século XIX e com jeito de criança, ele e seus personagens vão conquistar a imortalidade com uma criativa trama que sempre terá atualidade. Sua obra foi inspirada por uma linda menina, Alice Pleasance Lidell, que o motivou a criar histórias feitas de palavras simples para desafiar a psicanálise, a política e a religiosidade. E encantar as crianças. Charles Lutwidge Dodgson, conhecido como Lewis Caroll, continua a dormir serenamente na madrugada, num quarto minúsculo, enquanto eu era tomada por um espírito inquieto e investigativo. Até que, repentinamente, um coelho apressado surgiu e esbarrou na xícara de chá, derrubando-a e deixando-a cair no chão. Mas o escritor só despertou com os gritos da Rainha de Copas que mandava cortar a cabeça de todos. E, eu, como intrusa, para não perder a minha, saí do quarto de mansinho junto com um feixe de luz. E, cá estou eu, pedinte de um sonho. Ainda. 

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Eu não quero ser mais um machista

sábado, 06 de março de 2021

Paz: substantivo feminino

Que toda violência - física, moral, psicológica, sexual - seja rechaçada por todos. Absolutamente todos. E não pode ser apenas um desejo exposto na escrita ou para evitar cancelamentos. Não é só porque soa bem aos ouvidos coletivos. Tem que ser prática cotidiana, mesmo no silêncio de nossas intimidades. Tem que ser combate permanente a nós mesmos e a tudo aquilo que acumulamos erroneamente como sociedade ao longo dos tempos. Chega! Basta! Tantos séculos não nos serviram de nada?

Paz: substantivo feminino

Que toda violência - física, moral, psicológica, sexual - seja rechaçada por todos. Absolutamente todos. E não pode ser apenas um desejo exposto na escrita ou para evitar cancelamentos. Não é só porque soa bem aos ouvidos coletivos. Tem que ser prática cotidiana, mesmo no silêncio de nossas intimidades. Tem que ser combate permanente a nós mesmos e a tudo aquilo que acumulamos erroneamente como sociedade ao longo dos tempos. Chega! Basta! Tantos séculos não nos serviram de nada?

Gentil: adjetivo feminino

Eu não posso falar por elas. Como homem, tenho tentado aprender que não tenho lugar de fala e que preciso escutá-las, ouvi-las, se colocar ao lado delas nas suas batalhas sofridas e diárias, históricas. Não por gentileza. Não se trata de gentileza, mas de obrigação. Reconhecer as falhas e o quanto precisamos avançar por mais igualdade de gênero. Num mundo tão machista, precisamos, nós homens, entender que: não podemos ser mais um machista. O Brasil - grifo - já está cheio deles. Mais do que vigilantes, atentos para não escorregar nos equívocos presentes que a história nos põe goela abaixo. As piadas já não fazem mais rir nesse circo que necessita ser desmontado urgentemente. O assédio já não faz o homem ser mais homem, o torna apenas ignorante. Compreender é, portanto, verbo essencial para se desvencilhar das tantas besteiras preconceituosas que nos acompanham desde muito pequenos. Eu entendo o produto que somos, mas não posso aceitar ser esse pacote medíocre fechado e retrógrado. Dirão que o mundo está chato. Não! O mundo é injusto e desigual.

Sensivelmente: advérbio feminino

Eu não quero ser mais um machista. E não é pelo politicamente correto. Eu quero aprender a não ser machista. Não por vaidade moral, mas porque quero respeitar em sua integralidade o espelho que reflete minha mãe - toda mulher - vinculada a mim ou não. Eu disse: todas as mulheres em suas mais diversas personalidades. Minha mãe, minha irmã, minha amiga, minha professora, minha vizinha, a atendente de telemarketing ou da loja de biscoitos, a que se senta ao meu lado no ônibus, a que me chefia no jornal, a faxineira que limpa lá em casa uma vez a cada 15 dias, a desconhecida da padaria, a moça da praça que por motivos que não nos cabem exerce a profissão mais antiga do mundo, a minha avó quase centenária que é filha de sinhá, as mães de santo dentro e fora dos terreiros, as pastoras, a mulher rural, a vereadora. Reconhecer cada uma delas, reverenciar, fortalecer, se sensibilizar na sensibilidade que só o feminino tem e só o feminino pode nos emprestar.

Amar: verbo feminino

Ironizo as normas cultas para amar o feminino e suas lutas e provar que amar é feminino, é mulher. Não as doces mulheres dos livros de José de Alencar, tampouco as Helenas das novelas de Manoel Carlos. Elas todas e tantas outras, todas as outras com suas particularidades reais, das quais singularmente são amor... E com o amor não se pode guerrear. Que esse amor feminino seja a paz que encerra toda violência e gere a gentileza em todos os homens em se reconhecer e sensivelmente dizer para si mesmo: eu não quero ser mais um machista. E, para além de toda fala se comporte e, humildemente, queira aprender constantemente, até o fim da vida, a não ser mais um machista, a não ser machista. 

 

Foto da galeria
(Foto: Reprodução Internet)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Friburgo sedia encontro de secretários de Justiça e conselhos penitenciários

sábado, 06 de março de 2021

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 6 e 7 de março de 197
1

 

Manchetes:

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 6 e 7 de março de 197
1

 

Manchetes:

  • Encerrado o “Encontro Nacional de Secretários de Justiça e Presidente de Conselhos Penitenciários” - O encontro reuniu em Friburgo delegações dos estados brasileiros e foi o acontecimento de maior repercussão no país. Mais de 300 autoridades participaram do importante evento. O governador Geremias Fontes abriu os trabalhos prestigiando a reunião de juristas que estudam o novo Código Penal. Foi numerosa a delegação paulista.  
  • A grande campanha do MDB friburguense - Sob a presidência do industrial Álvaro de Almeida, prestigiado e incontestável líder da política friburguense, o MDB local iniciará sua arrancada para a reconquista da prefeitura, empreendendo uma campanha de grandes proporções e pondo de lado lideranças que não se ajustarem ao verdadeiro espírito partidário e trabalho de conjunto. O ex deputado que preside, a seção local do emedebismo  possui homens do prestígio e da força moral de Amaral Peixoto, está disposto a lutar sem para reagrupar os antigos pessedistas em torno de um ideal que deve ser comum, qual seja o de vencer a batalha eleitoral de 1972.
  • Álvaro quer o MDB com o empresariado - O presidente do MDB de Friburgo, ex-deputado estadual e ex-secretário do trabalho Álvaro de Almeida, é de opinião que, quando da reabertura do Congresso Nacional em 1º de abril seu partido deverá defender teses que interessem de perto ao empresariado nacional. Acha que os antagonismos que estão sendo criados pela política de comércio exterior resultam de profunda crise econômica nos Estados Unidos, o qual está colocando uma série de empecilhos às importações dos produtos manufaturados brasileiros. 
  • Ninguém segura o preço do café - De uma só vez, de um fôlego só, o café moído subiu um mil cruzeiros antigos em quilo. De Cr$ 2,30 (embora alguns torradores o vendessem a Cr$ 2,10) para Cr$ 3,30 por mil gramas, eis o pulo que nós os consumidores teremos de suportar, sem chiar... A história da queima do café, da erradicação dos cafezais e de uma série de medidas que jamais poderemos compreender, tinha que, fatalmente dar em resultado esta beleza de situação para o cafezinho que de gostoso e de uso patriótico passou a ser amargo, muito amargo mesmo.
  • Mas, afinal, onde estamos? - Quem vai às quitandas ou à feira do Suspiro, que está sob o controle da prefeitura, fica realmente estarrecido com a exploração dos preços das aves, ovos e hortigranjeiros. Ovos ali, costumam ser mais caros que nos armazéns e depósitos que pagam aluguel e licenças dispendiosas. O que intriga ao consumidor é a variedade de preços para artigos idênticos
  • Cadeia pública de Nova Friburgo é inaugurada - Festiva a inauguração do novo presídio e instalações correlatas, junto ao prédio da delegacia policial, na Vila Amélia, com a presença do secretário de Segurança e de várias autoridades. O povo prestigiou a iniciativa do delegado Amil Rechaid, que realizou a maioria das obras com seus recursos pessoais e contribuições de um grupo de amigos da comunidade. Lotação para 100 presidiários, salão de refeições, salas de aula com televisão e rádio, cozinha, gabinetes sanitários etc. Numa demonstração do quanto se pode conseguir uma autoridade que realmente captou a simpatia e a confiança da nossa população.    

Pílulas:

  • O governador do Rio de Janeiro, Geremias de Mattos Fontes, esteve em Friburgo na noite de 1º de março para presidir a instalação do I Encontro Nacional de Secretários de Justiça e Presidentes de Conselhos Penitenciários. Embora assoberbado com os problemas causados pelas calamitosas enchentes em vários lugares da terra fluminense, a autoridade máxima de nosso estado quis dar com a sua presença o prestígio que o importante conclave merecia. 
  • O prefeito de Friburgo, Feliciano Costa, pela primeira vez compareceu ao Paço Municipal após sua posse no hospital. Achamos natural que o grupo político que o apoia marcasse o fato com euforia, mas o “cordão", na verdade, exagerou no puxamento, no foguetório e até no “feriado" que os chefes fizeram questão de impor aos chefiados. Coisas que, quem conhece o dr. Feliciano Costa sabe que ele não participou e nem consentiria se estivesse ao seu alcance. 

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Carlos Alberto Serrapio Cardoso (7); Paulo Murilo Cúrio e Regina Maria Ferreira (8); Lucy Azevedo da Silva e Amália Vasconcellos Lompretta (9); Alice Ventura Vidal e José Vasconcellos Coutinho (10); Lucília Azevedo Silva, Hamilton Ventura e Manoel Henrique Pereira (12); Helena Barros Pinheiro e Maria José Cúrio (14). Registramos também a cerimônia de casamento do casal Maria José Silva e José Luiz Attayde, no dia 19. 

 

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.