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Um escândalo na família Nova Friburgo

quinta-feira, 01 de abril de 2021

Inicialmente é preciso esclarecer quem é a família Nova Friburgo. O patriarca é Antônio Clemente Pinto, o primeiro Barão de Nova Friburgo. Um de seus dois filhos, Bernardo Clemente Pinto Sobrinho passou a adotar como nome de família a denominação “Nova Friburgo” em substituição a Clemente Pinto.  O primeiro Barão de Nova Friburgo foi um dos homens mais ricos no Império, tendo a sua fortuna origem no tráfico de escravos africanos, no plantio e na comercialização de café e como usurário realizando empréstimo de dinheiro aos fazendeiros.

Inicialmente é preciso esclarecer quem é a família Nova Friburgo. O patriarca é Antônio Clemente Pinto, o primeiro Barão de Nova Friburgo. Um de seus dois filhos, Bernardo Clemente Pinto Sobrinho passou a adotar como nome de família a denominação “Nova Friburgo” em substituição a Clemente Pinto.  O primeiro Barão de Nova Friburgo foi um dos homens mais ricos no Império, tendo a sua fortuna origem no tráfico de escravos africanos, no plantio e na comercialização de café e como usurário realizando empréstimo de dinheiro aos fazendeiros.

Nunca imaginaríamos o neto do primeiro Barão de Nova Friburgo nas manchetes dos jornais em agosto de 1927, em um flagrante delito por tráfico de entorpecentes. Refiro-me a Braz de Nova Friburgo (1881-1950). Braz era filho de Bernardo Clemente Pinto Sobrinho (1835-1914), Conde de Nova Friburgo, casado com Ambrosina Campbell (1848-1939), filha do Barão de Mamoré.

Além de Braz de Nova Friburgo o casal teve sete filhos. A polícia do Rio de Janeiro apreendeu um vultoso “stock” de cocaína no quarto número 325 do Novo Hotel Riachuelo, onde se hospedava Braz de Nova Friburgo. Os seus passos vinham sendo seguidos pela polícia por meio de meticulosa investigação. Foram encontrados dentro de uma pequena mala de viagem 488 vidros de cocaína de procedência alemã do fabricante Gehe.

Além de ser descendente de importante família fluminense Braz já exercera cargo de confiança como delegado de polícia na administração Alfredo Pinto. Preso em flagrante mostrou-se um perfeito “gentleman” mas profundamente perturbado. Confessou à autoridade policial que o interpelara que de fato negociava com a droga entorpecente inclusive em São Paulo, o grosso de seu comércio. Levado para a delegacia de polícia para prestar depoimento Braz de Nova Friburgo confessou que adquiria a droga em Nova Friburgo dos irmãos Luiz Napoleão e Antônio de Vicenzi, proprietários da Drogaria de Vicenzi, na Rua General Câmara (hoje Augusto Spinelli). Foi realizada busca nesta drogaria e descobertos 1.500 tabletes de morfina depositados dentro de uma lata em um cofre.

Na residência de Luiz Napoleão de Vicenzi foram apreendidos 400 vidros de cocaína da mesma marca e procedência da que fora encontrada com Braz de Nova Friburgo, conforme a Revista Criminal de agosto de 1927. Os irmãos de Vicenzi negaram ter vendido o “pó da morte” a Braz de Nova Friburgo mesmo depois do flagrante. O caso teve relevância na imprensa não só pela avultada quantidade de cocaína apreendida como também “pela categoria da pessoa em poder da qual ela foi encontrada”.

De acordo com o Jornal do Brasil, edição 189, “O dr. Braz de Nova Friburgo, que é um viciado em tóxicos (...) foi preso em uma grande agitação [na delegacia] sendo precisos os socorros da assistência municipal cujo médico fez-lhe uma injeção de morfina, único modo de o acalmar.” O fato de Braz de Nova Friburgo ter se envolvido com o tráfico de entorpecentes pode ser consequência de sua condição financeira que já vinha decaindo a partir do seu pai.

O Conde de Nova Friburgo viu-se obrigado a vender grandes fazendas em Cantagalo como a aldeia, cafés e São Martinho. Em Nova Friburgo venderam o pavilhão de caça para o Sanatório Naval e a belíssima chácara do chalet (Country Clube) para Eduardo Guinle. Em 13 de abril de 1920, quando a viúva do conde e herdeiros venderam a Fazenda Gavião, a propriedade não possuía nenhum arbusto de café e ali funcionava tão somente um laticínio arrendado.

Segundo a pesquisadora Leila Vilela Alegrio, o fausto do Conde de Nova Friburgo se manteve aproximadamente até o ano de 1880, quando iniciou um processo de perdas tanto dos bens herdados quanto dos adquiridos até o seu falecimento “quase na pobreza”. Ao longo da história surgiram adágios como “pai taverneiro, filho cavalheiro, neto mendigo” ou ainda “pai rico, filho nobre, neto pobre.” Era a situação vivida por Braz, neto do poderoso Barão de Nova Friburgo.

No ano seguinte à prisão de Braz, o leiloeiro Paulo Affonso apregoava a venda de majestosos móveis de jacarandá com embutidos de marfim que pertenceu ao salão mourisco do Palácio de Nova Friburgo da família Clemente Pinto. Constava ainda no lote um sofá, poltronas, cadeiras e uma mesa com tampo de mármore ônix rajado. Braz de Nova Friburgo era casado com Maria José Clemente de Souza Dantas (1885-1948) e tiveram dois filhos, Alice Maria e Rodolpho. A condessa sua mãe era viva no momento de sua prisão e o fato deve ter escandalizado toda a família.

O seu pai, o Conde de Nova Friburgo foi homenageado no centenário de Nova Friburgo. Uma placa sobre o obelisco na Praça Dermeval Barbosa Moreira tem a sua imagem em bronze, um tributo dos friburguenses ao conde que trouxe a linha férrea proporcionando imenso desenvolvimento a cidade serrana. Braz de Nova Friburgo teve a prisão relaxada graças ao juiz de direito Chrysólito de Gusmão cujo despacho foi publicado na Revista Criminal de dezembro de 1927. O juiz utilizando a costumeira retórica jurídica para privilegiar acusados de cabedais aliviou a prisão preventiva do indiciado.

“O ilustre representante do Ministério Público em apontando as declarações feitas pelo bacharel Braz de Nova Friburgo acentua haver este confessado ter comprado de De Vicenzi a quantidade de tóxico apreendido. Ora a confissão somente desse aspecto não constitui confissão de crime previsto em lei (...) o que é certo é que confissão do primeiro indiciado não há.”

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    Barão de Nova Friburgo

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    Conde de Nova Friburgo

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    Manchete da apreensão de cocaína

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Álcool e gravidez

quinta-feira, 01 de abril de 2021

Quando se estuda o alcoolismo e seus efeitos sobre o corpo humano, nos deparamos com um amplo espectro de doenças ligadas ao consumo do álcool, o TEAF, Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal. Uma delas é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é um conjunto de alterações no bebê durante a gravidez pelo fato da mãe ingerir bebidas alcoólicas.

Quando se estuda o alcoolismo e seus efeitos sobre o corpo humano, nos deparamos com um amplo espectro de doenças ligadas ao consumo do álcool, o TEAF, Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal. Uma delas é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é um conjunto de alterações no bebê durante a gravidez pelo fato da mãe ingerir bebidas alcoólicas.

Cerca de 25%, uma em cada quatro, das crianças com TEAF têm defeitos cardíacos congênitos relacionados com o consumo de álcool pela mãe. Congênito significa que o bebê já nasce com o defeito ou a doença. Mas em 2019 foi realizado um estudo para verificar se a ingestão de álcool pelo pai também poderia estar relacionado com o aumento do risco de defeitos cardíacos congênitos no bebê.

Este estudo científico envolveu uma meta-análise, ou seja, um estudo de dados combinados de pesquisas importantes na China, Europa e Estados Unidos. Analisaram 41.747 alcoólatras e 297.587 consumidores controlados. Este estudo foi publicado no European Journal of Preventive Cardiology (Revista Europeia de Cardiologia Preventiva). Descobriram que o consumo de álcool pelo pai aumenta muito a probabilidade de o recém-nascido apresentar doenças cardíacas congênitas.

Parece que o álcool danifica o DNA e o RNA no esperma do homem. E isto pode ser mais grave se ele consome muita bebida alcoólica. Para que o pai não contribua com a possibilidade do seu filho ter doença cardíaca congênita, ele não deve consumir álcool pelo menos nos três meses antes da concepção.

Bebidas alcoólicas aumentam outras doenças congênitas, favorece o câncer, mata cerca de três milhões de pessoas por ano, e é responsável por 5% das doenças em geral no mundo. O consumo do álcool está ligado a acidentes, afogamentos, crime e violência doméstica.

A Síndrome Alcoólica Fetal atinge cerca de dois bebês em cada mil, sendo a principal causa de retardo mental nos Estados Unidos. “Acredita-se que a SAF e esses outros transtornos afetem cerca de 40 mil crianças por ano em todo o globo, mais do que a síndrome de Down, distrofia muscular e espinha bífida somadas, segundo a organização não-governamental The National Organization on Fetal Alcohol Syndrome”. (http://brasil.babycenter.com/a3500005/s%C3%ADndrome-alco%C3%B3lica-fetal#ixzz38uMfPbVT)

"Há uma estimativa de que um em cada cinco casos de deficiência mental no mundo seja causado pelo álcool ingerido pela gestante”, diz Dartiu Xavier da Silveira, co-fundador e coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo. (http://brasil.babycenter.com/a3500005/s%C3%ADndrome-alco%C3%B3lica-fetal#ixzz38uN7fqQu)

Se uma mulher costuma ingerir bebidas alcoólicas e quer engravidar ou engravidou, ela deve parar o consumo de álcool imediatamente. Se não consegue parar sozinha, deve procurar ajuda. E um alerta é que os bebês com a Síndrome Alcoólica Fetal têm tamanho menor, peso abaixo do normal, nariz e maxilar reduzidos, geralmente possuem olhos e cabeça menores do que o normal, lábio superior bem fino, podem ter defeitos no coração, rins e pulmões, na audição e visão. Ao crescer podem ter problemas de comportamento, dificuldades com memória e aprendizado, sendo o pior problema o retardo mental.

Mesmo quantidades pequenas de álcool podem ser danosas para o bebê na barriga da mãe. Nenhuma quantidade de álcool é segura, assim mulheres grávidas deveriam evitá-lo durante toda a gravidez, seja cerveja, vinho, bebidas destiladas, e os “coolers”. Mesmo não tomando bebidas alcoólicas diariamente, se ela ingere num só dia três ou mais drinques, o nível de álcool no sangue aumenta rapidamente, e ela coloca em risco a vida do bebê.

A melhor maneira de prevenir a Síndrome Alcoólica Fetal é parar de ingerir bebidas alcoólicas assim que a mulher pensar em engravidar, e substituir por água, sucos de frutas e água de coco. O álcool é tóxico para nosso corpo, especialmente para o cérebro. O melhor para a saúde não é beber com moderação, mas evitar bebidas alcoólicas.

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Benito di Paula

quarta-feira, 31 de março de 2021

Benito di Paula
Após surpreender com seu novo visual no ano passado em que deixou a famosa cabeleira e ficou careca, o cantor friburguense está deixando os cabelos crescerem novamente. Benito, no entanto, está mantendo os cabelos naturais, totalmente brancos. Não se sabe ainda se Benito voltará ao visual que marcou sua carreira.

Benito di Paula
Após surpreender com seu novo visual no ano passado em que deixou a famosa cabeleira e ficou careca, o cantor friburguense está deixando os cabelos crescerem novamente. Benito, no entanto, está mantendo os cabelos naturais, totalmente brancos. Não se sabe ainda se Benito voltará ao visual que marcou sua carreira.

Benito in live
Recluso em sua residência em São Paulo, ao lado do filho Rodrigo Vellozo, que também é músico, Benito di Paula tem feito lives pelo Instagram, geralmente aos sábados, às 17h. Além de divulgar o mais recente trabalho do filho (Lágrimas do meu sorriso), ambos tem atendido pedidos de fãs que acompanham as apresentações ao vivo.

O Homem da Montanha
Muitos friburguenses têm entrado nas lives, assim como fãs de todo o Brasil. O cantor sempre envia abraços carinhosos aos conterrâneos, atendendo vez ou outra pedidos da música que fez em homenagem a Nova Friburgo: “O homem da montanha”. Entre as mais pedidas, no entanto, estão “Retalhos de Cetim”, “Charlie Brown” e “Ah! Como eu amei”. Rodrigo Vellozo ajuda o pai com a tecnologia, o piano e claro sua voz.

Temporada estendida
A temporada da peça teatral virtual Cinquentânias foi estendida. Quem assistiu e gostou e quer rever e quem ainda não assistiu tem até o dia 8 de abril pelo canal homônimo no YouTube. Dirigida por Bernardo Dugin, a experiência cineteatral é exibida sempre às segundas e quintas-feiras, às 21h. Texto de Rebecca Noguchi, e atuação de Cil Corrêa, Cyomara de Paula e Tânia Noguchi.

Debate com o elenco
Ao final de cada apresentação, o elenco tem feito lives no perfil Cinquentânias no Instagram, com interação com os espectadores. A resenha tem rendido assuntos diversos que vão da experiência por si só, a reinvenção do teatro à temas da psiquiatria.

Reforma do ICMS
A partir de setembro de 2022 passa a ser obrigatória em todo território nacional a versão eletrônica da Guia de Transporte de Valores, no entanto o Estado do Rio já aderiu ao novo modelo. Assim, as empresas que trabalham com transporte intermunicipal e interestadual de valores terão tempo de migrar e se adaptar sem que haja prejuízo para as atividades.

Guia Eletrônica
A iniciativa é mais uma do projeto “Reforma do ICMS”. O uso da guia eletrônica traz como vantagem a agilidade na transmissão das informações para o fisco estadual, além de ser mais uma etapa na transição dos documentos fiscais para o formato eletrônico. Todas as transportadoras credenciadas para emissão de conhecimento de transporte eletrônico para outros serviços (CT-e OS) estão automaticamente liberadas para emitir a GTV-e.

Podia ser mentira
E amanhã é 1º de abril. Segundo dia da mentira em que queríamos que tudo que estamos passando fosse uma brincadeira de mau gosto de 1º de abril. Mas não é! Ainda que algumas atitudes frente à pandemia beirem a tragédia e se fossem contadas a um leigo, esse não titubearia em dizer: “mentira”. Infelizmente, também não são. Que venha a vacina de forma ampla e que isso não siga sendo uma mentira.

Grupos prioritários
Por falar em vacina, vem ganhando força substancial, a partir de decisões de alguns estados, o movimento de priorizar a vacinação contra a Covid-19 para as forças de segurança e profissionais da educação aqui no Estado do Rio. Já há legislação tramitando nesse sentido. Resta saber qual faixa etária verá sua prioridade adiada para atender esses dois importantes setores essenciais.   

Palavreando
“Cada dia é uma viagem no tempo. Passeamos pelas horas enquanto os minutos passam por nós. Na verdade, enquanto a terra gira nos são concedidas inesgotáveis possibilidades. Somos explosão de sentimentos mesmo quando pecamos pela indiferença”.

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    Robertinho de apenas 14 anos é um dos grandes destaques do documentário “Terra Nova – Era ontem”, que estreou no YouTube, no último fim de semana. Ele montou uma barbearia no condomínio e traz histórias que se entrelaçam com a vida de outros moradores daquele que se tornou um dos maiores bairros da cidade. O documentário é um sucesso, já assistido por mais de três mil pessoas. O filme de 25 minutos é uma produção da Montagna Filmes, com direção de Bernardo Dugin e Laiane Tavares, conta com narração da brilhante atriz Camilla Amado e é proveniente da Lei Aldir Blanc.

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    Benito di Paula

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Um sábado de alegria e transtornos

quarta-feira, 31 de março de 2021

O último sábado, 27, foi um dia de alegria e de transtornos para aqueles friburguenses com idades entre 70 e 75 anos. Alegria por receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19, uma proteção a mais contra a doença que assola o planeta; transtornos pela demora de quase cinco horas, sob um sol causticante. Mesmo em se tratando de um drive thru, os idosos tiveram de suportar um calor forte para um final de verão e uma temperatura de 40 graus dentro dos carros, pois em via pública não existe sombra. Não fosse o ar condicionado dos veículos, muitos teriam tido intermação e desidratação.

O último sábado, 27, foi um dia de alegria e de transtornos para aqueles friburguenses com idades entre 70 e 75 anos. Alegria por receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19, uma proteção a mais contra a doença que assola o planeta; transtornos pela demora de quase cinco horas, sob um sol causticante. Mesmo em se tratando de um drive thru, os idosos tiveram de suportar um calor forte para um final de verão e uma temperatura de 40 graus dentro dos carros, pois em via pública não existe sombra. Não fosse o ar condicionado dos veículos, muitos teriam tido intermação e desidratação.

Na realidade, excluindo o pessoal de saúde que foi nota dez no trato com o público, atendendo a todos com gentileza e educação, a prefeitura deixou muito a desejar. Eu cheguei, na fila de carros para a vacinação no posto de vistoria do Detran, com minha esposa e uma vizinha, as 9h45 e já havia veículos parados na altura da fábrica Haga. Não havia nenhuma orientação por parte dos agentes de trânsito da Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana, nem guardas municipais postados nas transversais da avenida que margeia o rio Bengalas, a Hans Gaiser, evitando que pessoas mal educadas, incivilizadas, de um barbarismo típico da idade média furassem a fila, sem o menor pudor. Aliás, é um grande problema essa mistura de raças que formou o povo brasileiro, que nessas horas mostra seu caráter.

A desculpa de que os guardas municipais estavam prestando serviço nas barreiras sanitárias, para impedir que pessoas de municípios vizinhos viessem para Friburgo, não é válida. Eles são bem numerosos e na hora de distribuir multas aos magotes, surgem como enxame, menos em frente a padaria Super Pão, no Paissandu, onde motoristas em filas duplas e triplas não são admoestados. Se tivessem solicitado ajuda à PM, tenho certeza de que o comandante da do 11ºBPM jamais negaria sua colaboração. Ainda mais, que nas barreiras sanitárias a presença de PMs é mais do que necessária, pois sempre aparecem motoristas que querem forçar a barra e um guarda municipal não tem as prerrogativas de um militar.

Houve, ao meu ver, um erro de logística uma vez que no Country Clube tiveram acesso moradores do Cônego, Cascatinha, Olaria e do centro da cidade. Se tivessem colocado um posto de vacinação no Ciep de Olaria ou no antigo Sase, talvez as filas tivessem sido menores.

Claro que o esforço valeu a pena, mas a sede, a fome e o desgaste físico de pessoas com 70 ou mais anos foram intensos. Como muitas pessoas não tinham carteira de vacinação, foi um trabalho a mais para o pessoal da saúde, cuja necessidade de preenchê-la na hora, tornava o serviço mais lento. Creio, que no dia 14 de abril, data da segunda dose, teremos mais agilidade, pois bastará apresentar o documento.

É preciso que nossas autoridades atentem para o fato de que à medida que as faixas etárias diminuem, maior será o número de pessoas a serem imunizadas e mais azeitada deverá estar a logística. Seria bom também uma campanha maciça para tentar conscientizar a população de que civilidade é bom e não mata. Claro que com a velha máxima de que cachorro velho não aprende truque novo, vai ser difícil, mas como água mole em pedra dura tanto bate até que fura, não custa tentar.  

Para felicidade geral da nação, minha esposa já está no quarto dia de pós-vacinação e não virou jacaré, nem a nossa vizinha.

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Que a Semana Santa santifique a nossa perseverança!

terça-feira, 30 de março de 2021

Depois de inaugurar um outono quente, fechando o terceiro mês de poucas águas de março, o Caderno Z foi além-mares buscar os conhecimentos sobre a Páscoa Cristã e a Páscoa Judaica. Para os cristãos, a Páscoa celebra a ressureição de Jesus, na “passagem da morte para a vida”. Já para os judeus é a comemoração da passagem do povo israelita da escravidão do Egito para a liberdade, tendo em Moisés o seu libertador na travessia do Mar Vermelho para a Terra Prometida. As crenças se diversificam entre as duas celebrações, mas, ambas são vividas intensamente por seus celebrantes.

Depois de inaugurar um outono quente, fechando o terceiro mês de poucas águas de março, o Caderno Z foi além-mares buscar os conhecimentos sobre a Páscoa Cristã e a Páscoa Judaica. Para os cristãos, a Páscoa celebra a ressureição de Jesus, na “passagem da morte para a vida”. Já para os judeus é a comemoração da passagem do povo israelita da escravidão do Egito para a liberdade, tendo em Moisés o seu libertador na travessia do Mar Vermelho para a Terra Prometida. As crenças se diversificam entre as duas celebrações, mas, ambas são vividas intensamente por seus celebrantes.

Estamos em plena Semana Santa, e o Coelhinho da Páscoa, influência pagã, símbolo da fertilidade, está voltando, acanhado, resiliente, porque, no ano passado, não teve o brilho de sua liberdade e ainda precisa esperar uma nova era para se embrenhar de casa em casa. Também, ele, o coelho teve que se reinventar e entrar no esquema da produção artesanal. Vanessa Moraes Sucre, especialista no assunto, destaca: “O ovo caseiro é feito com mais carinho, geralmente você conhece a pessoa para quem está fazendo o chocolate e isso me deixa mais próxima do cliente”. Isso é maravilhoso, pois ter um ovo personalizado é a satisfação garantida. O mercado é promissor e o “Z” trouxe dicas de como se aventurar com os pés no chão e dominar a magia do chocolate.

Wanderson Nogueira, o nosso filósofo, nos brinda com a riqueza de “Nascer, morrer, renascer”. Do começo ao ponto final é difícil ressaltar uma ou outra passagem, porque tudo é encantamento. Contudo, me atrevo a copiar: “De braços abertos... Pare, Escute. Espie como criança curiosa e sem maldade o que o vento da novidade traz...”, e prossegue: “Talvez não entendamos a língua dos ventos tanto quanto não entendamos toda essa jornada de nascer, de novo e de novo e de novo para sempre e até o fim...”

Sair do Caderno Z é uma travessia que nos torna mais conhecedores das coisas da vida, tornando a nossa capacidade de interpretação aguçada e assim ficamos mais acessíveis ao entendimento dos fatos. Entender, por exemplo, que viver é uma questão de superação diária como é o caso de Marlon Moraes, em reportagem de Vinicius Gastin. No MMA, desde 2007, Marlon soma 23 vitórias, oito derrotas e um empate. No UFC, em 2019, perdeu três vezes e ganhou uma luta por decisão “dividida dos jurados”. Agora, vencendo uma cirurgia no ombro, o atleta volta com força de vontade suficiente para enfrentar novos desafios e diz: “Não gostamos de perder, por isso o foco é melhorar, se reciclar e voltar com tudo...”. A lição é para todos nós!

Em “Sociais”, festejamos o aniversário de Braulio Rezende, ocorrido No último sábado, 27. Sob a influência das energias do outono, Braulio é pessoa do bem, da família, das amizades, de relevantes serviços para o desenvolvimento de nossa cidade, “amigo da trova e dos trovadores” e muito mais. Parabéns, amigo!

Apesar dos pesares da pandemia, há coisas boas acontecendo, como a verba liberada por recurso federal para finalizar obras em Amparo. O projeto “InterAção” para jovens de 14 a 22 anos, moradores do condomínio Terra Nova, com o programa de “capacitação para a iniciação e acesso ao mundo do trabalho”. As oficinas começam em 12 de abril no formato online. Mais informações pelo telefone (22) 2533.1245.

A reportagem sobre os impactos da pandemia na vida das mulheres evidencia uma realidade que não seria diferente. Se antes, a jornada feminina era dupla, agora, as mulheres triplicaram suas atividades e, consequentemente, a sobrecarga exige muito mais resistência, tanto física como emocional. Na verdade, a pandemia alterou a vida humana em todos os sentidos e quem disser o contrário, aí, sim, está fora do padrão.

Eu prefiro chamar o superferiadão de “maratona do isolamento”, porque a medida exige de nós uma resistência ainda maior para tentarmos vencer o coronavírus. A charge de Silvério faz uma boa leitura da situação e, para bom intérprete, o toque de recolher deve tocar a nossa consciência em prol da coletividade. Vamos colaborar!

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Lindinha chegou!

terça-feira, 30 de março de 2021

Lindinha chegou!

Se estivéssemos em tempos normais de festas e eventos, certamente, neste período, o conhecido Odeir Louvise, que integra o aplaudido grupo musical Os Kakarecos, estaria contando com mais empolgação e alegrias contagiantes.

Isso, por que no último dia 18, para encantar a todos, nasceu sua linda netinha Antônia Lannes dos Santos Rêgo (foto), agora felicidade maior dos pais Sávio Antonio e Thaylana, assim como xodozinho também da avô Matilde Lannes e avós paternos Rosilene e Roberto Cândido Rêgo.

Parabéns, Braulio!

Lindinha chegou!

Se estivéssemos em tempos normais de festas e eventos, certamente, neste período, o conhecido Odeir Louvise, que integra o aplaudido grupo musical Os Kakarecos, estaria contando com mais empolgação e alegrias contagiantes.

Isso, por que no último dia 18, para encantar a todos, nasceu sua linda netinha Antônia Lannes dos Santos Rêgo (foto), agora felicidade maior dos pais Sávio Antonio e Thaylana, assim como xodozinho também da avô Matilde Lannes e avós paternos Rosilene e Roberto Cândido Rêgo.

Parabéns, Braulio!

Como nunca é demais cumprimentar pessoas que realmente merecem ser enaltecidas, especialmente quando mudam de idade, parabenizamos o empresário e figura de grande representatividade em nossa cidade, Braulio Rezende Filho, que conforme AVS mostrou no último fim de semana, aniversariou no sábado passado, dia dia 27.

Vivas para a Sanger

No último domingo, 28, quem passou o dia recebendo manifestações de apreços e felicitações por completar mais um aniversário natalício, foi à simpática carmense e advogada Sanger Gismonti Dias, que também está sempre aqui por Nova Friburgo e é parente do renomado Egberto Gismonti e também, do antigo e saudoso correspondente de AVS no Carmo, Edgar Gismonti.

Para a admirada Sanger, que marcou época também por Nova Friburgo quando estudou no Colégio Anchieta, nossas parabéns com votos de felicidades.

Idade nova amanhã

Amanhã, 31, será um dia de muitas alegrias para a Shirley Marcia Ajudarte (foto)  que adora comemorar seu aniversário, mas, infelizmente este ano, devido a pandemia, não poderá celebrar como gostaria o seu 63° ano de vida.

À querida aniversariante Shirley Ajudarde que é terapeuta ocupacional e depois de se aposentar veio residir em Nova Friburgo, nossas congratulações com votos de feliz aniversário.

Aniversariante de verdade

Nesta quinta-feira, 1°, o dia é da mentira, mas como verdade verdadeira mesmo, quem estará aniversariando será o conhecido César Iório Gomes, comerciante e ex-vice prefeito.

Por isso, antecipamos o envio de congratulações ao admirado César Iório pela mudança de idade.

Pagamento fácil

Quinta-feira passada, dia 25, dois amigos com pinta de garanhões e que tomavam café numa padaria do Centro, deixaram escapar, por sinal sem a menor cerimônia, um diálogo que apesar da pandemia, deixa claro que tem muita gente dos dois lados abusando a valer.

Um disse para o outro que agora, quando quer sair com alguma mulher que já conhece e sabe ser bissexual, liga par ela combina o horário e confirma sua chave do pix.

Claro fica então, que de fato aquela profissão fácil que dizem ser uma das antigas do mundo, ganha mais facilidade em operação comercial.

Desculpas

Esta coluna, agora de maneira pública, já que antes se justificou com os personagens envolvidos e que, claro, esperavam ter as satisfações os registros corretos, apresenta sinceras desculpas as aniversariantes Letielle Jander Schuenck (na tal foto com a família) e Rhena Schuler Silva Zacarias Paes (sozinha na foto enviada).

Isso, por que infelizmente na hora da montagem da edição da semana, houve a troca das fotos e ainda, a editoria ao modificar parte da nota, anotou errada a data de 26 enquanto a data correta, como escrevemos da Rhena, se deu no dia 19. Coisas da vida, deslizes da imprensa.

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    Lindinha chegou!

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    Idade nova amanhã

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    Desculpas

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Dar vez a quem não tem vez, dar voz a quem não tem voz

terça-feira, 30 de março de 2021

É chegada a semana das semanas. Os dias que antecedem a grande solenidade da Páscoa possuem um caráter de grande reflexão e esperança. Celebrar a ressurreição de Jesus é celebrar a vitória da vida sobre a morte. Contemplando os passos da Paixão, somos levados a refletir as dores da humanidade. Olhar o Cristo chagado, escarnecido, humilhado é olhar a condição de muitos irmãos e irmãs relegados a condições subumanas em nossa sociedade.

É chegada a semana das semanas. Os dias que antecedem a grande solenidade da Páscoa possuem um caráter de grande reflexão e esperança. Celebrar a ressurreição de Jesus é celebrar a vitória da vida sobre a morte. Contemplando os passos da Paixão, somos levados a refletir as dores da humanidade. Olhar o Cristo chagado, escarnecido, humilhado é olhar a condição de muitos irmãos e irmãs relegados a condições subumanas em nossa sociedade.

A crise mundial causada pela Covid-19, unida e aguçada pelas chagas da desigualdade social, da devastadora discriminação e do descaso das autoridades com os menos favorecidos, sem dúvida alguma, revela o quanto se faz necessário e urgente pensar e promover, além da cura ao novo coronavírus, a cura ao vírus da injustiça social.

As doenças sociais se agravaram muito neste tempo pandêmico. Todos os dias, somos surpreendidos por inacreditáveis informações que noticiam a corrupção, fruto de corações endurecidos que não veem como sofre o povo. Quantas mortes poderiam ser evitadas com políticas públicas justas e comprometidas com o bem comum?

São histórias estarrecedoras de irmãos nossos que, privados da assistência mínima, veem suas vidas prematuramente ceifadas. Nosso país segue, a cada dia, batendo o recorde do número de mortes causadas pela Covid-19. Isso sem contar aqueles que morrem sem auxílio médico.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro registrou que no período entre abril e junho de 2020, somente em nosso estado, ao menos 730 pessoas morreram à espera de um leito de enfermaria ou UTI. Hoje, de acordo com a Secretaria estadual de Saúde, em todo território fluminense 678 pessoas aguardam uma vaga de terapia intensiva. Número que, apesar de assustador, cresce quando enumeramos a precariedade dos hospitais na falta de insumos básicos.

No início do ano, o Papa Francisco alertou para a instabilidade do tempo presente e advertiu: “Sabemos que as coisas vão melhorar na medida em que, com a ajuda de Deus, trabalharmos juntos para o bem comum, colocando no centro os mais fracos e desfavorecidos” (Angelus, 3 jan. 2021).

O imperativo “estende a tua mão ao pobre” (Eclo 7, 32) ressoa com toda a densidade do seu significado. Precisamos nos responsabilizar no auxílio aos irmãos. Concentrar o nosso olhar no essencial e superar as barreiras da indiferença à dor alheia. Em tempo como este é urgente lançar mão de nossos direitos e deveres cívicos e exigir o mínimo necessário a salvar vidas de tantos irmãos e irmãs.

Façamos o caminho da paixão, consolando nos irmãos o coração de Deus. “Ao longo da via sacra diária, encontramos os rostos de tantos irmãos e irmãs em dificuldade: não passemos adiante, deixemos que o coração seja movido à compaixão e nos aproximemos. No momento, como o Cirineu, poderemos pensar: "Por que logo eu?" Mas depois descobriremos o presente que, sem nosso mérito, nos foi dado” (Papa Francisco, Angelus, 28 mar. 2021).

Lembrando que a pobreza assume sempre rostos diferentes, que exigem atenção a cada condição particular, sejamos nós voz daqueles que foram silenciados pela esmagadora indiferença e injustiça.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Interpessoalidade divina

segunda-feira, 29 de março de 2021

Existe algo melhor na vida do que ter avós que contem histórias aos netos? Que lhes ofereçam oportunidades de leitura? Que lhes coloquem em contato com expressões literárias, como peças de teatro ou filmes?

Existe algo melhor na vida do que ter avós que contem histórias aos netos? Que lhes ofereçam oportunidades de leitura? Que lhes coloquem em contato com expressões literárias, como peças de teatro ou filmes?

Noutro dia fui aos correios e encontrei uma querida amiga, Liminha, que acabava de enviar uma caixa cheia de revista em quadrinhos para os dois netos que moravam fora do país, na Alemanha. Ela me disse que todos os meses enche uma caixa com revistas para eles lerem e não ficarem distantes da língua portuguesa. Além de ser um gesto de amor, sua atitude revela a sensível percepção de que a leitura é fonte de prazer.

A presença dos avós é eterna na vida dos netos. Depois que os avós partem, tornam-se invisíveis, deixando intactas nos netos lembranças das experiências que vivenciaram. Minha mãe, vez em quando, me diz que sou parecida com minha avó Vera. Pensando bem, trago em meus gostos e hábitos a maneira que ela foi, o que me faz extremamente bem. Na verdade, minhas três avós me deixaram legados que me caracterizam, como vivenciar a literatura. Ambas eram leitoras e contadoras de histórias.

Os avós possuem papéis diferentes dos pais na vida dos netos pelos cuidados, carinhos e até mimos com que têm para com as crianças, jovens ou mesmo adultos. São aconchegantes e possuem especial poder de compreensão. Ah, como são dadivosos. Qual adulto que não se lembra das histórias que seus avós contavam? Quais avós que não contam as histórias que escutavam dos seus avós quando crianças? A vida se repete, e os avós perpetuam a fartura de afeto, tão importante à construção da identidade individual. O amor é vital.

Os avós, enquanto contadores de histórias, desempenham papéis relevantes na sociedade, na família e na formação do caráter da criança. Os avós cumprem a prazerosa função de distrair os netos com histórias, apesar de muitos desconhecerem o valor da contação, enquanto tradição milenar na perpetuação dos valores, haja vista que as fábulas tinham, na antiguidade, a função de formar e preservar comportamentos. 

Os avós são narradores da vida! As narrativas que fazem aos netos contêm tradições, quase embrionárias, da civilização, além de aprofundar laços familiares. Ao contarem histórias de família, trazem os referenciais dos antepassados. Há avós que são verdadeiros biógrafos. 

O sentimento de orgulho que uma pessoa tem pela sua família, pelo o que seus antepassados fizeram e pelo legado que deixaram para as gerações atuais, dá sentido à existência e norteia os objetivos de vida. As memórias são preservadas na sequência de gerações quando a relação entre avós e netos é intermediada pela contação de histórias e narrativas. Como é um lugar, uma nação e uma pessoa sem passado? 

A oralidade é o modo mais fácil de contar histórias e transmitir narrativas. Não foi assim que a Ilíada, contada por Homero, chegou aos nossos dias? Quando ocorre na relação entre avós e netos, o momento é banhado de afeto e desenhado pela descontração. É um contato humano enriquecedor pela troca de olhares, calor físico, sorrisos, fala cuidada e escuta atenta. É uma interpessoalidade divina.

 

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​Vestibular da Faculdade de Odontologia mais próximo

sábado, 27 de março de 2021

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 27 e 28 de março de 1971

 

Manchetes:

Pesquisado por Thiago Lima
Edição de 27 e 28 de março de 1971

 

Manchetes:

  • Vestibular da Faculdade de Odontologia mais próximo - Com a publicação do decreto autorizativo de funcionamento assinado pelo presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, nenhum outro detalhe legal falta para que seja marcado o vestibular da Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo e logo após iniciadas as aulas. Nenhuma procrastinação deverá sofrer o assunto, já que os estudantes estão naturalmente ansiosos para o início do curso. 
  • Não se compreende - Continuamos a estranhar que o Legislativo friburguense continue “escondidinho”, não dando a conhecer ao povo o que seus integrantes realizam pela nossa comunidade. Vereadores operosos, dedicados e legítimos mandatários do povo, não vêm as suas indicações, seus projetos, reclamações, protestos, manifestos etc. divulgados, isto porque, quem de direito não quer gastar uns poucos cruzeiros com publicações. Longe de nós advogar promoções publicitárias pessoais para os delegados da população. 
  • Exatamente como publicamos - Transcrito d’O Diário de  Notícias de 24 de março de 1971: Diretório do MDB em Friburgo e integrante da Executiva Regional, foi indicado pela cúpula emedebista para apresentar um relatório sobre a situação do partido em vários municípios do Centro-Norte do Estado. O político friburguense já iniciou o seu trabalho, que conterá sugestões importantes relacionadas com o fortalecimento do MDB no seu município e nas comunidades vizinhas. A propósito, o sr. Álvaro de Almeida já definiu sua posição política em Friburgo: será candidato a prefeito.
  • Roberto Gonzaga: Agência Fluminense de Informações - Assumiu o cargo de diretor da Agência Fluminense de Informações, o jornalista Roberto Gonzaga, prestigiado homem de imprensa, que embora jovem, possui enorme cabedal de experiência e notória capacidade profissional. Já acostumado ao trato dos assuntos gerais que competem ao organismo que agora tem como superintendente, Roberto Gonzaga, temos certeza, sentir-se-á à vontade e verdadeiramente conscientizado nas funções inerentes ao importante setor das promoções governamentais, fazendo realizar as tarefas com aquele conhecimento, discrição e finura que a moderna técnica aconselha e os verdadeiramente capazes implantam. 
  • Transferido de Friburgo o delegado Amil Reichaid - Autoridade que deixa as altas funções em nossa terra aureolado pelo respeito e pela confiança total da população. Rodízio regulamentar a razão da transferência. 
  • Jornalista Paulo de Castro Alves - Festiva e contando com a presença do que a imprensa fluminense possui de mais representativo, foi a posse do festejado jornalista Paulo de Castro Alves na assessoria de imprensa do governador Raimundo Padilha. Castro Alves, que é autêntico homem da classe e tido como altamente gabaritado para as funções, vai agora manejar um dos mais complexos órgãos, justamente aquele que, mais de perto aproxima o Executivo do povo e retrata a imagem administrativa do governo, fazendo-o respeitado e querido dos seus concidadãos. 

Pílulas:

  • Gratidão é hoje em dia coisa bem rara e que, geralmente, mais se encontra entre os humildes. Em política, o dito sentimento é raríssimo e no dicionário da imensa maioria dos homens públicos, a palavra está riscada do dicionário, Lamentavelmente… 
  • Já se disse muitas vezes e é uma verdade patente: o MDB não tem dono e jamais deverá formar oligarquias. Quem não pensar assim, vai ver, “como a cobra vai fumar…”. 
  • O prefeito de Friburgo, dr. Feliciano Costa comparece diariamente ao seu gabinete, estando no pleno, no mais absoluto exercício das funções. Para gáudio geral, o querido médico está praticamente recuperado. Damos a notícia com alvíssaras!
  • Voltamos a repetir para o professor Amaury Pereira Muniz, ilustre presidente da Fundação Educacional e Cultural de Nova Friburgo: O órgão em referência não pode e não deve ser tomado de assalto por protegidos. Nos seus quadros, somente deverão ingressar, concursados ou aprovados em prova de suficiência pública e acessível a quem quiser se inscrever. Nada de listagem para aprovações com mais ou menos nomes. Se a coisa não for feita direitinho como é a orientação da decência e do bom senso, aqui estaremos para rasgar o tumor…   

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Márcio Jabes Silva, Norma Tavares e Lygia Maria Carpenter Meyer (29); Joaquim Pereira Bispo, Sérgio Moreira e Telma Bispo Rocha (30); Ronaldo Laginestra  (1º de abril); Eliana Batista, Luiz Pecci, Senador Vasconcellos Torres e Augusto Cláudio Ferreira (2); Elizabeth da Silva Ventura (3). 

 

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HÁ 50 ANOS
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Nascer, morrer, renascer

sábado, 27 de março de 2021

Já nasci e morri para tantas coisas. Renasci para tantas outras. Quando arrogante - se atento - tento morrer para renascer menos vaidoso. Quando angustiado, tento sobreviver o quanto for possível, mas se tiver que morrer para renascer com outras possibilidades não receio.

Nascemos, morremos, renascemos várias vezes numa mesma vida, às vezes em uma mesma semana ou dia. Porque, mesmo que não dispostos, estamos expostos a aprender, evoluir, sair do casulo que costuramos em volta de nós mesmos. 

Já nasci e morri para tantas coisas. Renasci para tantas outras. Quando arrogante - se atento - tento morrer para renascer menos vaidoso. Quando angustiado, tento sobreviver o quanto for possível, mas se tiver que morrer para renascer com outras possibilidades não receio.

Nascemos, morremos, renascemos várias vezes numa mesma vida, às vezes em uma mesma semana ou dia. Porque, mesmo que não dispostos, estamos expostos a aprender, evoluir, sair do casulo que costuramos em volta de nós mesmos. 

Nossas verdades descosturam e o sol lá fora, esse mesmo sol que não nasce para todos, descortina a nossa saga nada simples, mas nem tão complicada que não possamos recomeçar. E, o melhor: nenhum recomeço é do zero. 

Nossa evolução, por mais que queiramos, não retrocede. Reiniciamos com alguma experiência, acúmulo de coleções variadas. Mesmo que não evidentes, nossas cicatrizes nos iluminam caminhos.

Nasci por coragem, morri por medo e vice-versa. E nesse misto, renasci embrulhado, mas outras vezes liberto. Liberdade é algo que não pode matar ou fazer a gente morrer. Liberdade é algo que nasce na gente e deve perdurar para fazer do renascimento algo eterno. Porque liberdade talvez seja o mais próximo que teremos de ser de verdade. 

A tal verdade sem julgamento, sem ficção. Verdade que como filme fotográfico quando revelado escancara a essência da nossa existência. Liberdade não para mostrar para o mundo, mas antes de tudo para si mesmo e ser contente com isso e coerente consigo mesmo.

De braços abertos... Pare. Escute. Espie como criança curiosa e sem maldade o que o vento da novidade traz. Pode ser anunciação ou apenas gemido de quem não sabe falar. Talvez não entendamos a língua dos ventos, tanto quanto não entendamos toda essa jornada de nascer de novo e de novo e de novo para sempre e até o fim. 

Morrer para o que não serve mais e é fardo que não valha carregar. Morrer para toda essa convicção de teimar em ter razão. Morrer para esses furtos que fazemos em nossos próprios corações e só se enganar quando o engano é piada pronta de quem só quer rir diferente do mesmo texto já decorado. 

Renascer sem ganância, ainda que com saudade. Renascer solidário com os pobres de si mesmos, olhando para si próprio ao ponto de admitir que já não se quer e não se pode mais cultivar essa inveja de ser o que nunca se pretendeu ser. Renascer para perceber o do porquê morreu por deliberação própria de tudo aquilo que não mais quer.

Nascer. Morrer. Renascer. Convidativo, ainda que assustador. Mas quantas vezes morremos e renascemos sem mesmo perceber? 

Já não sou aquilo que era e por mais que pareça delicioso voltar no tempo com o que sei agora, não sei se seria prazeroso consertar ou mudar o rumo – voltar. Pelo que passei não passo mais, Heráclito já dizia: “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio”. 

Não sei se sou rio ou apenas riso com vã filosofia. Se o sujeito não é mais o mesmo e as águas não são as mesmas, navegamos de fato por essas correntezas de verbos existenciais.

Consciente, clamo para morrer sem correntes e renascer com asas libertas na ânsia de ser livre como devo ser e desejo o mesmo para você. Se a alvorada não pode ser detida, tampouco nascer, morrer e renascer.  

 

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