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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

terça-feira, 09 de março de 2021

Ontem, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. A data marca as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos. Mas a celebração deste dia não pode perder sua essência de luta por condições mais dignas e igualitárias.

A identidade feminina é marcada pela sua “capacidade para o outro”, isto é, pela intuição profunda de que sua vocação é realizada nas atividades orientadas para o despertar do outro, para o seu crescimento e a sua proteção.

Doar vida é próprio da personalidade feminina. O que não se restringe somente à capacidade biológica de gerar, pois gerar verdadeiramente vida está além do contentamento de dar vida física.

“Elas possuem uma capacidade única de resistir nas adversidades; de tornar a vida ainda possível, mesmo em situações extremas; de conservar um sentido tenaz do futuro e, por último, recordar com lágrimas o preço de cada vida humana” (Congregação para a Doutrina da Fé, 1 ago. 2004).

Esta capacidade é testemunhada pela história nas inúmeras lutas de mulheres pela preservação da vida e da dignidade humana. Algumas delas se tornaram conhecidas não só por suas ações de defesa pela igualdade, mas também em defesa da vida e dos menos favorecidos. Nomes como Teresa de Calcutá, Dulce, Zilda Arns, Dorothy Stang, Malala Yousafzai e de Maria da Penha são apenas uma centelha do que o poder e a determinação de uma mulher podem fazer no mundo.

O exemplo destas nos faz ver o quanto é preciso reconhecer e valorizar o papel da mulher na edificação de um mundo mais justo e fraterno. Sem dúvida, o lugar da mulher no seio da família já é algo aceito e legitimado por muitas culturas, contudo, se faz urgente perfilar o seu lugar insubstituível em todos os aspectos também da vida social. Isto implica que ela esteja presente no mundo do trabalho e da organização social, que tenha lugares de responsabilidade, onde poderá inspirar políticas concretas e soluções inovadoras para os problemas econômicos e sociais.

O Papa Francisco destacou que “é próprio da mulher tomar a peito a vida. A mulher mostra que o sentido da vida não é continuar a produzir coisas, mas tomar a peito as coisas que existem” (Twitter, 8 de março de 2020). No entanto, a força renovadora da mulher ainda é, por diversas vezes, sufocada pela violência e marginalização. Lamentavelmente no Brasil cresce o número de mulheres assassinadas ou vítimas de violência, são pelo menos cinco por dia, revela estudo (fonte: www.cnnbrasil.com.br, 4 de março de 2021).

Por isso, o Dia Internacional da Mulher, também deve ser marcado pela luta de milhares de outras mulheres que vivem imersas no ciclo de violência e de tantas outras que tiveram suas vidas interrompidas vítimas da violência ocorrida dentro do próprio lar.

Nisto revela-se a fecundidade das palavras de Francisco: “Onde as mulheres são marginalizadas, é um mundo estéril, porque as mulheres não só dão a vida, mas nos transmitem a capacidade de olhar além, de sentir as coisas com o coração mais criativo, mais paciente, mais tenro”. A você mulher nosso reconhecimento e admiração.

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Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

 

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