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As rodoviárias dos sem teto

terça-feira, 02 de julho de 2024

“Sou friburguense, mas há cerca de dez anos moro em São Fidélis. Vim a minha cidade natal no último fim de semana visitar parentes e fiquei chocada ao desembarcar do ônibus na rodoviária norte, no bairro Duas Pedras, e me deparar com famílias inteiras, literalmente morando em uma das laterais do terminal, na plataforma de embarque dos táxis. Era noite, fazia frio e um grupo de, pelo menos, oito homens e mulheres se acolhiam sob cobertores e caixas de papelão que serviam de colchão. Muito triste uma cena assim.

“Sou friburguense, mas há cerca de dez anos moro em São Fidélis. Vim a minha cidade natal no último fim de semana visitar parentes e fiquei chocada ao desembarcar do ônibus na rodoviária norte, no bairro Duas Pedras, e me deparar com famílias inteiras, literalmente morando em uma das laterais do terminal, na plataforma de embarque dos táxis. Era noite, fazia frio e um grupo de, pelo menos, oito homens e mulheres se acolhiam sob cobertores e caixas de papelão que serviam de colchão. Muito triste uma cena assim. Ao me deslocar, no sábado, de ônibus, até o centro da cidade, tive outra triste surpresa ao chegar na rodoviária urbana, na Praça Getúlio Vargas: mais famílias morando no terminal. Parecia um grupo de alcoólatras. Faziam muita algazarra. Sei que é difícil convencer esses moradores de rua a irem para um abrigo, mas a prefeitura deveria intensificar uma campanha de convencimento desse público, com psicólogos e até mesmo a participação das pastorais sociais das igrejas. Além de comprometer a bonita imagem da cidade, o clima frio é um agravante para uma situação tão deprimente como essa.” 

Maria Izabel Carneiro 

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A VOZ DA SERRA sabe a arte da informação

terça-feira, 02 de julho de 2024

“Um coração forte para enfrentar o inverno” – Com esse tema, o Caderno Z elaborou uma pauta pra lá de quente para que possamos enfrentar as baixas temperaturas que já estão colocando as manguinhas de fora. Eu, que já estava quase simpatizando com o frio, desconstruí todo o meu esforço em recebê-lo de braços abertos, pois, nesta época, o frio “aumenta as chances de problemas cardíacos”.

“Um coração forte para enfrentar o inverno” – Com esse tema, o Caderno Z elaborou uma pauta pra lá de quente para que possamos enfrentar as baixas temperaturas que já estão colocando as manguinhas de fora. Eu, que já estava quase simpatizando com o frio, desconstruí todo o meu esforço em recebê-lo de braços abertos, pois, nesta época, o frio “aumenta as chances de problemas cardíacos”. Lembro-me de quando, em torno dos meus 16 anos, no Colégio Modelo, eu tinha um caderno poético, onde escrevi: “É maravilhoso sentir frio nas mãos, no rosto, enquanto, por dentro, o coração anda aquecido de sonhos e de esperanças”. A vida parecia um mar de rosas, sem espinhos...

O frio requer proteção e “aquecer o corpo e a mente é uma iniciativa importante na saúde do coração durante o inverno”. Para aquecer a mente, o essencial é desenvolver atividades que tragam tranquilidade, lazer e bem-estar. O frio intenso e por períodos prolongados deve ser tratado com roupas especiais, luvas, gorros e até aquecedores de bolso para aquecer mãos e dedos. Mas um detalhe importante: “Engana-se quem acha que bebida alcoólica aquece. A princípio, pode parecer que o álcool gera um calor agradável. Mas ele dilata os vasos sanguíneos... a pele pode parecer quente, mas o corpo está congelando, algo que talvez demoremos a perceber...”. 

Em meio ao frio, um “coração em chamas”? Na mais sensível poética,  Wanderson Nogueira se aventurou na metafórica prescrição: “Nesses dias de temperaturas baixas é necessário, nos dias de quentura é essencial. Coração em chamas não queima em fagulhas, incendeia o dia de vivacidade e invade o corpo inteiro, os pensamentos, os desejos que, consumados, querem se repetir e se repetir mil vezes mais...”. E... Palavreando basta!

O frio é o vilão de julho e agosto, tendo até dado uma boa folga para os friburguenses nos meses de maio e junho, quando tivemos dias bem quentes. As síndromes respiratórias e os vírus andam às soltas e “cientistas de consórcio europeu mapearam os riscos de nova pandemia causada por vírus de gripe...”. Os especialistas alertam que “as pandemias continuarão a existir. Não dá para prever o futuro, mas dá para se preparar...”. É importante dar atenção ao processo vacinal e que os cuidados sejam mantidos, como lavar bem as mãos, abafar a tosse com os cotovelos, em vez de usar as mãos e demais hábitos de higiene aprendidos durante a crise pandêmica do coronavírus.

Em “Sociais”, a aniversariante do dia 27 de junho, a “ginasta e musicista”, Rafaella, fez 11 anos. Orgulho dos pais, Rodrigo e Lívia e chamego da tia-avó, Andrea Meira, a jovem é destaque na Escola de Música da Euterpe Friburguense, nas aulas de clarinete e canto. Como se não bastasse, a linda menina é aluna do professor Anderson Ferreira Erthal, nas aulas de teclado, na Oficina Escola de Artes de Nova Friburgo. É um deslumbre ouvi-la tocar “Pour Elise”, de Beethoven. Parabéns, amiguinha! Felicidades!

A notícia que nos surpreendeu, com certa indignação, eu creio, é o fato de Nova Friburgo não figurar entre as 100 melhores cidades do Brasil para morar. Não pergunto nem o que faltou ao nosso município para estar entre os melhores, nem quero tirar o mérito da pesquisa. É como num concurso de trovas, muitas melhores ficam de fora da classificação. Entretanto, dispensando dados e estatísticas, o mais bonito, nessa história toda, é o texto que ilustrou a matéria, de onde destaco trechos: “Com um clima ameno e uma paisagem deslumbrante, a cidade atrai cada vez mais pessoas em busca de tranquilidade e contato com a natureza, sem abrir mão de infraestrutura e serviços essenciais...” E conclui: “Morar em Nova Friburgo é sinônimo de qualidade de vida, com acesso a um ambiente saudável, segurança, infraestrutura adequada e uma rica oferta cultural e de lazer. Para quem busca um refúgio tranquilo e bem estruturado, sem perder o contato com a natureza e a modernidade.”  Independente de pesquisas, Nova Friburgo é um lugar para ser feliz. Cidade ordeira, acolhedora e, naturalmente, linda, onde “o Bengalas desliza sob o olhar do Cruzeiro do Sul...”.

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Construir pontes de reconciliação, de inclusão e de fraternidade

terça-feira, 02 de julho de 2024

O Papa Francisco recebeu na manhã da última quinta-feira, 27 de junho, no Vaticano, os participantes da Assembleia Plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL). Em seu discurso, o pontífice afirmou que a CAL é chamada a encorajar todos com a simplicidade e a profundidade de quem confia mais no envio missionário e no serviço do que no mero ativismo. “A CAL deve construir pontes de reconciliação, de inclusão, de fraternidade! Pontes que garantam que ‘caminhar juntos’ não seja uma mera expressão retórica, mas uma autêntica experiência pastoral!”, afirmou Francisco.

O Papa Francisco recebeu na manhã da última quinta-feira, 27 de junho, no Vaticano, os participantes da Assembleia Plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL). Em seu discurso, o pontífice afirmou que a CAL é chamada a encorajar todos com a simplicidade e a profundidade de quem confia mais no envio missionário e no serviço do que no mero ativismo. “A CAL deve construir pontes de reconciliação, de inclusão, de fraternidade! Pontes que garantam que ‘caminhar juntos’ não seja uma mera expressão retórica, mas uma autêntica experiência pastoral!”, afirmou Francisco.

Em sua fala, Francisco se deteve em três perguntas que os participantes da plenária refletem nos dias de trabalho em Roma: que práticas promover com relação ao desenvolvimento na região “tocando a carne sofredora de Cristo nas pessoas”? Como evangelizar a esfera social, promovendo a fraternidade diante do fenômeno da polarização? Que serviço a CAL deve prestar às conferências episcopais, ao Celam e aos dicastérios da Santa Sé?

Essas perguntas, prosseguiu o Papa, não se referem apenas a questões que a realidade atual exige que sejam abordadas, mas também fazem parte da reforma sinodal que toda a Igreja deve adotar para fazer com que a verdadeira face de Jesus Cristo brilhe mais e melhor.

 

Promover a transformação

Na pauta das reflexões, o documento sobre a reforma da Cúria Romana, constituição Praedicate evangelium, foi citado pelo Papa como orientação para fazer da CAL uma “diaconia” que permita à Igreja na América Latina experimentar a atenção e o afeto pastoral do Sucessor de Pedro. Assim, a Comissão “é chamada a ser um sujeito ativo que promove a transformação necessária que todos nós precisamos, ou seja, ajudar com discrição, prudência e eficácia para garantir que vivamos a sinodalidade – a dimensão dinâmica da comunhão – para caminhar juntos na América Latina, movidos pelo Espírito do Senhor”.

Francisco mencionou as palavras discrição, prudência e eficácia para enfatizar que a CAL não é chamada a substituir nenhum ator na vida eclesial latino-americana. Mas, sim, a encorajar todos eles, com a simplicidade e a profundidade de quem confia mais no envio missionário e no serviço do que no mero ativismo.

Assim fazendo, a CAL deve promover com todos os seus interlocutores, tanto na Santa Sé como no Celam, Ceama, Clar e todos os organismos eclesiais que servem direta ou indiretamente a Igreja na América Latina, um estilo sinodal de pensar, sentir e fazer.

 

Inspiração em São Juan Diego

Nesse aspecto, a CAL e a Igreja na América Latina podem encontrar uma profunda fonte de inspiração em São Juan Diego. Como sabemos, ele era um nativo extremamente modesto e simples. A Virgem não o escolheu por sua erudição, suas habilidades organizacionais ou suas relações com o poder. Pelo contrário, Santa Maria de Guadalupe se comove porque sabe que é pequeno.

Nessas cenas, podemos ver, com simplicidade e profundidade, a sinodalidade e a comunhão simultâneas. O fiel leigo proclama as boas novas, confiando fundamentalmente na dimensão eclesial e sobrenatural de sua missão, e não tanto em sua própria força. Essa é uma bela experiência de conversão sinodal!

O resultado desse exercício sinodal e comunitário não são apenas as rosas que aparecem na frente de todos, não apenas a imagem milagrosa impressa na tilma [manto] do santo, mas também o início de um processo de reconciliação fraterna entre povos inimigos. Um processo que nunca foi perfeito, mas que, sem dúvida, contribuiu para o nascimento de uma nova realidade na América Latina. Em outras palavras, a sinodalidade ad intra produz frutos de fraternidade ad extra.

Esse é o estilo inspirador que a CAL deve promover em toda a região da América Latina e, quando necessário, além de suas fronteiras. Inspirar e não impor. Inspirar, motivar e provocar a liberdade para que cada realidade eclesial e social discirna seu próprio caminho, seguindo também as moções do Espírito, em comunhão com a Igreja universal.

A CAL deve construir pontes de reconciliação, de inclusão, de fraternidade. Pontes que garantam que “caminhar juntos” não seja uma mera expressão retórica, mas uma autêntica experiência pastoral!

Por fim, Francisco recordou que estamos nos aproximando do Jubileu Ordinário em 2025. Depois de citar a bula Spes non confundit disse que está confiante de que todos os membros da CAL participarão ativamente, convidando o povo de Deus a peregrinar e a proclamar a mensagem de esperança que toda a região precisa urgentemente ouvir e redescobrir. “Que Santa Maria de Guadalupe, ‘Mãe do verdadeiro e único Deus, aquele que é o autor da vida’, nos sustente e nos encoraje a perseverar em nosso esforço conjunto para tornar a Igreja uma comunidade cada vez mais no estilo de Jesus. E, por favor, não se esqueçam de orar por mim”.

 

Participações do Brasil

São membros brasileiros da Comissão para a América Latina os cardeais dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador; dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro; e dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília. Também o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), dom Jaime Spengler, que participam da assembleia. Outro brasileiro na comissão é o padre Alexandre Awi Mello, que atua como conselheiro da CAL.

O cardeal Orani Tempesta, explicou em suas redes sociais que a CAL foi criada pelo Papa Paulo VI e tem como finalidade contribuir para o relacionamento das igrejas da América Latina, do Celam e com a Santa Sé. “Nesta Plenária estamos discutindo o documento de reforma da Cúria Romana, o Praedicate evangelium, avançando em como podemos trabalhar ainda mais com todas as dificuldades que existem na questão da evangelização, da missão e da pobreza na América Latina”, partilhou.

Fonte: CNBB

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Sem piedade

terça-feira, 02 de julho de 2024

Friburgo Sporting aplica goleada na segunda rodada da Super Copa SAF

Embora equilibrada em mais uma edição, a Super Copa SAF também reserva espaço para goleadas marcantes. E uma delas aconteceu logo na segunda rodada da competição, realizada no último domingo, 30 de junho, no estádio Guilherme Gripp, no distrito de Amparo. O placar elástico contribuiu para um fim de semana com muitos gols: foram 16 em quatro partidas, uma média de quatro por jogo.

Friburgo Sporting aplica goleada na segunda rodada da Super Copa SAF

Embora equilibrada em mais uma edição, a Super Copa SAF também reserva espaço para goleadas marcantes. E uma delas aconteceu logo na segunda rodada da competição, realizada no último domingo, 30 de junho, no estádio Guilherme Gripp, no distrito de Amparo. O placar elástico contribuiu para um fim de semana com muitos gols: foram 16 em quatro partidas, uma média de quatro por jogo.

Na primeira partida, Unidos do Alto e São Pedro confirmaram as expectativas de duelo equilibrado, e ficaram no 2 a 2. Os gols foram marcados por Ricardo e João Pedro, para o time do sétimo distrito, e Carlos Alberto e Luan para a equipe do Alto de Olaria. Logo depois, a grande goleada do fim de semana: o Friburgo Sporting aplicou 7 a 1 no Nilo Martins. Destaque para Ryan e Rulian, que marcaram duas vezes cada. Márcio, João Victor e João Pedro também balançaram as redes, enquanto Jonathan descontou para o Nilo Martins.

Em outro confronto bastante esperado, o Corujão venceu o São Lourenço pelo placar de 1 a 0, em gol assinalado pela arbitragem como contra. Na partida de encerramento da segunda rodada da competição, o Barroso confirmou o bom início e superou os donos da casa, o Amparo, por 3 a 0. Os gols foram marcados por: Luã, Eduardo e Pedro Allan.

Com os resultados, no grupo A, São Pedro e Corujão dividem a liderança, com quatro pontos cada – o time do sétimo distrito leva vantagem no saldo de gols. Amparo, com um ponto, e Nilo Martins, ainda sem pontuar, completam a classificação. Na chave B o primeiro lugar é do Barroso, com seis pontos e 100% de aproveitamento, seguido por Friburgo Sporting, com quatro, Unidos do Alto, com dois pontos e São Lourenço, ainda zerado.

A terceira rodada da Super Copa será promovida no próximo domingo, 7, no estádio João Mendes da Silva, no distrito de São Pedro da Serra. A partida entre São Lourenço x Nilo Martins será a primeira promovida no campo do sétimo distrito, às 9h. Logo depois, o clássico do bairro Olaria, entre Corujão x Unidos do Alto, vai ser atração. Às 12h45, Amparo e Friburgo Sporting se encaram na briga pelos três pontos. O time da casa, o São Pedro, entra em campo às 14h45, para enfrentar o Barroso.

Os jogos da Super Copa SAF acontecem em turno único, e as equipes dos grupos enfrentam as do outro chaveamento. A competição foi idealizada pela SAF Assistencial, sendo organizada pela Liga Nova Friburgo de Desportos, com coorganizacão da Secretaria Municipal de Esportes de Nova Friburgo.

 

Tabela da primeira fase

1ª rodada - 23 de junho

Local: Estádio Márcio Branco (Stucky)

 

Friburgo Sporting 2 x 2 Corujão

Nilo Martins 0 x 1 Barroso                    

Unidos do Alto 1 x 1 Amparo   

São Pedro 3 x 0 São Lourenço           

 

2ª rodada - 30 de junho

Local: Estádio Guilherme Gripp (Amparo)

 

Unidos do Alto 2 x 2 São Pedro

Nilo Martins 1 x 7 Friburgo Sporting   

Corujão 1 x 0 São Lourenço   

Amparo 0 x 3 Barroso

 

3ª rodada – próximo domingo, 7

Local: Estádio João Mendes da Silva (São Pedro)

 

9h - São Lourenço x Nilo Martins

10h45 - Corujão x Unidos do Alto

12h45 - Amparo x Friburgo Sporting

14h45 - São Pedro x Barroso

 

4ª rodada - 14 de julho

Local: Estádio Manoel Cabral Sobrinho (São Lourenço)

9h - Friburgo Sporting x São Pedro

10h45 - Barroso x Corujão

12h45 - Nilo Martins x Unidos do Alto

14h45 - São Lourenço x Amparo

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    Alto e São Pedro fizeram jogo movimentado e ficaram apenas no empate (Foto: Rafael Seabra)

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    Goleada do Friburgo Sporting foi o grande destaque da segunda rodada (Foto: Rafael Seabra)

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    Maior campeão, o Corujão conquista a sua primeira vitória na edição de 2024 (Foto: Rafael Seabra)

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    Mesmo em casa, Amparo não conseguiu parar o bom time do Barroso (Foto: Rafael Seabra)

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Mercadão e Odontologia: é ódio político

sábado, 29 de junho de 2024

Edição de 29 e 30 de junho de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Edição de 29 e 30 de junho de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Mercadão e Odontologia: é ódio político - Não há mais condições de se entender o que se passa com Nova Friburgo. A municipalidade está passando por uma crise de ódio político e expande suas garras em prejuízo da população. Um dos mais modernos prédios do Estado do Rio, construído para abrigar o Instituto Odontotécnico, em Duas Pedras, está fechado sob alegação de “irregularidades na construção”. O Mercado Municipal Presidente Médici está às moscas sob alegação de “irregularidades na construção”. É uma fase infeliz para Nova Friburgo que ficará conhecida, nas próximas gerações, como a Idade da Estagnação.

Táxis: prefeitura tem medo do problema - Os 850 proprietários de táxis em Friburgo estão a espera de medidas orientadoras que deveriam vir do Departamento de Posturas da municipalidade. Os motoristas e usuários querem um tabelamento ou taxímetros para as corridas que, no momento, são cobradas indiscriminadamente. A prefeitura, ao que parece, tem medo de tocar no problema pois poderia vir ferir a interesses políticos ou melindrar os motoristas de táxis. 

Haga tem novo incêndio - A seção de tintas da Fábrica Haga voltou pela terceira vez este ano a pegar fogo com novos prejuízos para aquela indústria friburguense. Ao local compareceram duas viaturas com nove homens do Corpo de Bombeiros de Friburgo que, após lutar com as chamas durante uma hora, conseguiram debelar o incêndio, com a ajuda do corpo de segurança da Haga. Os engenheiros da indústria de ferragens estão agora querendo saber a causa de seguidos incêndios, mas já admitem que seja provocado por um tipo especial de tinta.  

Rua 7: ponte, um novo matadouro - Não há maneira mais triste de explicar a medida da Prefeitura de Nova Friburgo em rebaixar a ponte da Rua 7 como um desejo inconsciente de agredir a obra do DER, ou mais especificamente à gestão do engenheiro Heródoto Bento de Mello. O registro do trânsito aponta naquele local apenas três choques de veículos no último ano.

Bloquetes derrapam - Os bloquetes que a prefeitura está colocando na principal artéria da cidade, a Avenida Alberto Braune, são derrapantes e vão favorecer o índice de acidentes e desastres naquela avenida. Esta é uma denúncia de alguns turistas que vieram à Friburgo na última semana.

 

Pílulas

Alguns dos nossos queridos coleguinhas, aguerridos e “caros” defensores do Moisés-Caboclo no afã de ver quem agrada mais, nos culpam da série de besteiras que vem sendo feita, e aí que somos forçados a admitir a nossa culpa, pois se não trouxéssemos a público esses erros, a prefeitura não precisaria gastar tanta verba em publicidade, e talvez esse dinheiro (cujas faturas são sempre pagas em dia, essas não atrasam) pudesse ser destinado aos servidores municipais.  

As acusações que são feitas e denunciadas pela oposição nunca recebem respostas diretas, pois contra fatos não podem e nunca existiram argumentos. Então vamos aos fatos: consta que a prefeitura municipal desde fevereiro de 1974 não recolhe à agência da Caixa Econômica Federal as importâncias que são descontadas dos funcionários que obtiveram empréstimos daquela entidade, através de consignação em suas folhas de pagamento. Essa retenção tem um nome, e a Procuradoria da prefeitura ao invés de se preocupar com interpelações fantasiosas poderia muito bem lembrar ao chefão a irregularidade desse ato. 

 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Antonio Folly (2 de julho); Heleno Nunes (3); Justino Flávio Folly e Francisco Nunes Pinto (3); Mário Lyra de Souza Lemos e Mário Sérgio Ventura (5); Rubem Máximo e José Vieira (6); Néa Schuabb, Noberto Rocha e Danilo José Bizzotto (7).

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Anfitrião

sábado, 29 de junho de 2024

Nova Friburgo sedia a Copa do Interior de Futebol de Mesa

        Uma das cidades que respiram futebol de mesa no Estado do Rio de Janeiro, Nova Friburgo foi a sede para a disputa da Copa do Interior de Equipes 2024, modalidade Dadinho. O evento foi realizado no último domingo, 23, no Ginásio Poliesportivo Alberto da Rosa Pinheiro, no distrito de Conselheiro Paulino. A competição contou com 14 equipes, entre elas o Nova Friburgo F.C. e o Friburguense, representantes do município.

Nova Friburgo sedia a Copa do Interior de Futebol de Mesa

        Uma das cidades que respiram futebol de mesa no Estado do Rio de Janeiro, Nova Friburgo foi a sede para a disputa da Copa do Interior de Equipes 2024, modalidade Dadinho. O evento foi realizado no último domingo, 23, no Ginásio Poliesportivo Alberto da Rosa Pinheiro, no distrito de Conselheiro Paulino. A competição contou com 14 equipes, entre elas o Nova Friburgo F.C. e o Friburguense, representantes do município.

        Com sete vitórias, um empate e apenas uma derrota, o título da Série Ouro foi conquistado pelo Flamengo, após o triunfo, por 2 a 0, sobre o América “A”. Na Série Prata, a luta pelo troféu de campeão também foi emocionante. Na decisão, o River, que tinha a vantagem do empate, ficou no 1 a 1 com o São Cristóvão e foi ao lugar mais alto do pódio. O Nova Friburgo terminou na 3ª colocação, sendo representado por Tiago, Anderson, Vinícius e Kojala.

        A primeira fase foi dividida em duas chaves de sete equipes. Após sete rodadas, o Grupo A teve a Liga Fonte em primeiro lugar, com 14 pontos ganhos, seguida por Friburguense (12), Piedade (10), América “B” (8), São Cristóvão (6), Humaitá (4) e Light (1). No Grupo B, a liderança ficou com o Fluminense, que somou 16 pontos ganhos, e ficou à frente de Vasco (15), Flamengo (13), América A (9), Nova Friburgo (1) e Olaria (1).

        Nas quartas de final da Série Ouro, quatro jogos eletrizantes: o América A bateu a Liga Fonte (4 a 0), o Fluminense eliminou o América “B” (2 a 1), o Flamengo passou pelo Friburguense (3 a 1) e o Vasco da Gama fez 3 a 0 no Piedade. Nas semifinais, enquanto os rubros fizeram 3 a 0 nos cruzmaltinos, os rubro-negros passaram pelos tricolores (2 a 1).

        Já na finalíssima, apesar da vantagem do empate, o Flamengo se impôs e assegurou o título com atuações precisas de Wellington, Ricardo Mendonça, Lucas Mendonça e Belga, sob a supervisão do técnico Tavares.
        Nas quartas de final da Série Prata, o Olaria passou pelo Humaitá (1 a 0), enquanto o Nova Friburgo, que precisava do empate para se classificar, ficou no 1 a 1 com a Light. Nas semifinais, foi a vez do São Cristóvão fazer valer a igualdade: 2 a 2 com o Nova Friburgo e garantir vaga na decisão contra o River, que passou pelo time Bariri: 2 a 0.

        Na luta pelo troféu de campeão, a agremiação de Piedade, mais experiente, assegurou o 1 a 1, placar suficiente para ir ao lugar mais alto do pódio.

 

Classificação

1º Flamengo

2º América “A”

3º Fluminense

4º Vasco

5º Liga Fonte

6º Friburguense

7º Piedade

8º América “B”

9º River

10º São Cristóvão

11º Nova Friburgo

12º Olaria

13º Humaitá

14º Light

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    Friburguense foi um dos representantes de Nova Friburgo na Copa do Interior (Foto: Divulgação)

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    Botonistas do município tiveram excelente desempenho durante a disputa da competição (Foto: Divulgação)

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    Ginásio Alberto da Rosa Pinheiro recebeu dezenas de mesas e atletas, em mais um momento especial para o Futmesa friburguense (Foto: Divulgação)

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RJ-150 esburacada

sábado, 29 de junho de 2024

“É inadimissível o descaso que o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio, o DER, tem com as estradas do interior. Temos em Nova Friburgo uma regional deste órgão e nem assim, as rodovias estaduais que cortam nossa cidade são atendidas por um serviço a contento. A RJ-150, que liga Friburgo a Amparo e São José do Ribeirão, é uma vergonha. Cheia de buracos. O que o DER já gastou com maquiagens nas rotineiras operações tapa-buracos daria para recuperar todo o asfalto. Temos na cidade uma usina de asfalto. Porque então não se faz uma parceria com a prefeitura?.

“É inadimissível o descaso que o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio, o DER, tem com as estradas do interior. Temos em Nova Friburgo uma regional deste órgão e nem assim, as rodovias estaduais que cortam nossa cidade são atendidas por um serviço a contento. A RJ-150, que liga Friburgo a Amparo e São José do Ribeirão, é uma vergonha. Cheia de buracos. O que o DER já gastou com maquiagens nas rotineiras operações tapa-buracos daria para recuperar todo o asfalto. Temos na cidade uma usina de asfalto. Porque então não se faz uma parceria com a prefeitura?. O DER entra com a mão de obra e o município com a massa asfáltica. Simples, não é?.”    

Eliezer Constantino 

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Coração em chamas

sábado, 29 de junho de 2024

Depois não me acuse de dormir sonhando. Entre seus braços, vou sonhar sorrindo. Por que é tão bom? Por que é estranho? Assustador, insano… Mas coerente. 

Te vi sentado na mesa, sob a luz do abajur. Indecente. Não por estar pelado, mas por estar nu. Com alma livre. Com o rosto sem maquiagem ou máscara. Com o coração à mostra em deliciosos mistérios. Você, ali, com seus defeitos, lágrimas e marcas exibidos sem pudor. Com seus costumes, rebeldias e manias manifestas. Expostas, sem determinar a obrigação de eu estar também exposto. Mas livremente me exponho. 

Depois não me acuse de dormir sonhando. Entre seus braços, vou sonhar sorrindo. Por que é tão bom? Por que é estranho? Assustador, insano… Mas coerente. 

Te vi sentado na mesa, sob a luz do abajur. Indecente. Não por estar pelado, mas por estar nu. Com alma livre. Com o rosto sem maquiagem ou máscara. Com o coração à mostra em deliciosos mistérios. Você, ali, com seus defeitos, lágrimas e marcas exibidos sem pudor. Com seus costumes, rebeldias e manias manifestas. Expostas, sem determinar a obrigação de eu estar também exposto. Mas livremente me exponho. 

E te levo para casa no corpo. Te sinto. Almejo mais do que os cinco minutos que me pede para ficar a mais. E os cinco viram dez, vinte minutos, cinco horas. Mais uma música, um vinil inteiro. Dos dois lados. A e B. Eu e você. 

Marina Lima canta que “Não Sei Dançar”. Eu não sei. Você sabe. Do seu modo. Fuma mais um cigarro. Faz malabarismo com o tabaco enrolado, que incendeia, invade, não incomoda. Ficam tão charmosos os seus vícios. Não sei dizer. 

Apenas beijo o tempo como se pudesse conter os minutos, esses instantes em que se revela sentado sobre as próprias pernas, cruzadas como em meditação, na mesa. Não no banco rústico, mas na mesa de madeira de lei, subvertendo as regras, confundindo lógicas, quebrando parâmetros. Não consigo parar de te olhar e, ao mesmo tempo, que tento conter o tempo, quero consumi-lo com voracidade, com a intensidade dos sagitarianos.

Inteligências sagazes me tiram do prumo. Voar é o que tenho. Sei do risco da queda, conheço as impossibilidades, reconheço minhas tragédias, mas as experiências anteriores não se enfileiram diante desse espaço de pinturas, música e fumaça. Seu olhar sereno e instigante me convoca a descobertas. Acalmas minhas ansiedades. Apenas saboreio. 

Coração em chamas em pleno inverno. Na troca de suas estações. Quanto vai durar esse abraço? Já são três noites seguidas, quatro madrugadas adentro e um ano inteiro por vir.

Dirão que coração gelado pulsa. Retruco: coração frio só sobrevive morto. Vivo mais do que nunca. Que se permita a aventura, a invasão do desconhecido, a finitude das coisas e, por isso mesmo, a entrega enquanto acesa a chama. 

Não demore a voltar. Sequer vá. Nesses dias de temperaturas baixas é necessário, nos dias de quentura é essencial. Coração em chamas não queima em fagulhas, incendeia o dia de vivacidade e invade o corpo inteiro, os pensamentos, os desejos, que consumados, querem se repetir e se repetir mil vezes mais. 

Difícil ter o coração em chamas e querer deixar o coração em outro estado. Difícil sair assim e não olhar para trás. Não faça isso… Toda essa música, essa pele nos vestindo, um ao outro. Esse beijo, esse inusitado esbanjado a nossa frente. 

Só peço: não me acuse de dormir sonhando. Ou simplesmente não me acorde dessa realidade de suas cidades imaginárias de traços abstratos.

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Bola que sobe

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Cefriba 3 x 3 consagra Colégio Anchieta e Serra Sports como campeões

        Já integrando o calendário do basquete de Nova Friburgo, o Cefriba 3 x 3 foi sucesso em mais uma edição. A competição de 2024 aconteceu no ginásio do Colégio Nossa Senhora das Mercês, no último dia 8. Somadas as três categorias do torneio, foram 27 equipes participantes, divididas em sub-14, com dez equipes, sub-16, com nove, e sub-18, com oito times.

Cefriba 3 x 3 consagra Colégio Anchieta e Serra Sports como campeões

        Já integrando o calendário do basquete de Nova Friburgo, o Cefriba 3 x 3 foi sucesso em mais uma edição. A competição de 2024 aconteceu no ginásio do Colégio Nossa Senhora das Mercês, no último dia 8. Somadas as três categorias do torneio, foram 27 equipes participantes, divididas em sub-14, com dez equipes, sub-16, com nove, e sub-18, com oito times.

Colégio Anchieta e Escola Fribourg fizeram a final do sub-18, com o Anchieta se sagrando campeão. No sub-16, o Colégio Anchieta fez a dobradinha na decisão com o time B levando o título. Já na final do sub-14, o Colégio N.S. das Mercês e o Serra Sports fizeram a final, com o Serra erguendo o troféu.

        Participaram da edição deste ano as equipes do colégios N.S. das Mercês, Anchieta, N.S. das Dores, Espaço Livre, Fribourg, Resolve, Serra Sports, GPH e Sef, além das equipes de mais três cidades, a Escola George March, de Teresópolis, Serra Sports / Colégio Castelo, de Rio das Ostras, e o projeto Macuco Basquete.

        O Cefriba 3 x 3, serviu como torneio inicial, com todos os jogos ocorrendo no mesmo dia, sendo um grande festival de basquete. “Esse projeto, com a realização dessas competições, é um sucesso. Enxergo a crescente adesão como resultado e fruto do trabalho que vem sendo desenvolvido em todas as edições, além do crescimento da modalidade na cidade nos últimos anos, onde eventos como esses tem grande influência, principalmente no público estudantil, que é o público alvo da competição. O objetivo de fomentar o basquete no município acontece”, avalia Calebe Ambrósio, um dos idealizadores e organizadores do Cefriba.

        Para o segundo semestre de 2024 está prevista a competição 5 x 5, com algumas novidades para os atletas na competição. Uma delas será a premiação individual, além dos já conhecidos brindes do evento aos participantes e campeões.

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    Anchieta bateu o Fribourg na grande final e faturou o Cefriba na categoria sub-18 (Foto: Divulgação)

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    Em uma das finais, Serra Sports levou a melhor contra o trio do Colégio N.S. das Mercês (Foto: Divulgação)

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    Jogos foram realizados no ginásio Padre Zegri, do Colégio N.S. das Mercês (Foto: Divulgação)

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    Competição, abrindo alas para o Cefriba 5 x 5, reuniu 27 equipes (Foto: Divulgação)

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    A pequena atleta Laiza é mais uma friburguense que vai se destacando nas competições de artes marciais pelo Estado. Pela segunda etapa do Circuito Hajime de Judô, realizada no Rio de Janeiro, a lutadora de Nova Friburgo trouxe mais uma medalha de ouro para a sua coleção. Laiza fez duas lutas e ganhou ambas. (Foto: Divulgação)

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Faz sentido pra você?

sexta-feira, 28 de junho de 2024

            “A vida é um sopro”. Como essa frase faz sentido. Quando o “combo” reflexivo que envolve as dores das perdas, do medo do que poderia ter sido e não foi, da consciência de que a vida passa, de fato, muito rápido, que o tempo realmente não volta e que todos aqueles conselhos de avós que ouvimos quando crianças nada mais são do que a expressão da vida real com a qual invariavelmente nos deparamos, muitas vezes pensamos: precisamos ser felizes. Hoje.

            “A vida é um sopro”. Como essa frase faz sentido. Quando o “combo” reflexivo que envolve as dores das perdas, do medo do que poderia ter sido e não foi, da consciência de que a vida passa, de fato, muito rápido, que o tempo realmente não volta e que todos aqueles conselhos de avós que ouvimos quando crianças nada mais são do que a expressão da vida real com a qual invariavelmente nos deparamos, muitas vezes pensamos: precisamos ser felizes. Hoje.

            O conceito de felicidade é tão flutuante e complexo, quanto relativo. É típico imaginarmos que “com saúde está tudo ótimo”. Viver sem dor, não enfrentar um diagnóstico triste nem tampouco um tratamento difícil, estar com todas as taxas indicadas no exame de sangue em dia, vida transcorrendo perfeitamente, sem nenhuma enfermidade é, de fato, uma existência à beira de um oásis. Contudo, pergunto: basta ter saúde plena para que o indivíduo se sinta verdadeiramente feliz?

Quantas pessoas em perfeitas condições de saúde reclamam noite e dia da ausência de dinheiro, amor, da beleza, do dia cinza, do amigo que não respondeu à mensagem, do sapato que não comprou, daquilo que não fez e não tem, da comparação com todo mundo e sentem-se infelizes? A perspectiva é completamente diferente quando a pessoa encontra-se acamada, por exemplo.

            Uma pessoa feliz que vive em plena paz e harmonia, consegue direcionar mais energia a alguns setores de sua vida do que uma outra que viva o conflito todos os dias em sua vida. Há quem tenha tudo e sinta um vazio completo. Há quem não possua materialmente nada e se sinta preenchido de tudo o que faça sentido. Ser feliz é também uma escolha, cujo ponto de partida pode ser justamente agradecer por aquilo que já se tem. E não me refiro a coisas materiais, propriamente.

Qual seria o pacote ideal de desejos? Nesse universo compelido pelas redes sociais em que consumimos diariamente a felicidade alheia de forma escancarada, para todos os gostos, o desafio parece ser ainda maior. Se a metade vazia do copo, a razão daquele estado de espírito da tristeza for a falta do amor, a solidão, a sensação de distanciamento de um par para amar, com alguns cliques e a expressão do amor se fará na tela do celular ou do computador. Felicidade alheia. Se é a prosperidade o valor mais almejado da vez, também as redes sociais podem se encarregar de apresentar diversas formas de que o dinheiro não deixou de circular, de que as pessoas estão consumindo, investindo, viajando, realizando. Se basta o físico ideal, a aprovação no concurso, o acesso à determinada universidade, a aquisição e um carro novo, seja o que for, as redes sociais também podem fomentar o desejo e afastar o indivíduo da realidade da sua própria vida.

            No fundo, para muitos ainda há de chegar um dia em que se perceberá que a felicidade, aquela felicidade mesmo, com f maiúsculo, não se compra, não se posta, não se vende. Felicidade genuína não se faz com marketing. Se faz com experiências. Com sentimentos. Com o rastro de luz que carregamos conosco ao longo da nossa vida. Que as expectativas da sociedade não existem para serem necessariamente atendidas. Que não apenas em par é possível vivenciar e vivificar o amor. Dá para ser ímpar. E ser feliz! Amor próprio, sabe?

A felicidade real é a busca nem sempre sã, nem vã. Mas necessária. O ser feliz nem sempre é possível. Mas não há beco sem saída que resista a uma expectativa de felicidade. Felicidade não deixa de ser também uma escolha. É um ato político por si só. Que precisa ser vivido, e não noticiado. Isso faz sentido pra você?

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