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Ser professora

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

 Escrever sobre professores, falar sobre professores ... ser professora! Tarefa difícil. É simples, porém grandioso. Doloroso, porém prazeroso. Desafiador e enriquecedor ao mesmo tempo. 

Começo, do início de tudo para, ao final, agradecer por ser quem sou. Devo isso também a todos os mestres e mestras, cujo dia celebramos neste 15 de outubro, e que passaram por minha vida, que marcaram minha trajetória. E não digo por mim, e sim por cada um de nós. Todos carregamos no delinear de nossas vidas marcas deixadas por aqueles que nos ensinaram, com quem aprendemos de tudo um pouco.  

 Escrever sobre professores, falar sobre professores ... ser professora! Tarefa difícil. É simples, porém grandioso. Doloroso, porém prazeroso. Desafiador e enriquecedor ao mesmo tempo. 

Começo, do início de tudo para, ao final, agradecer por ser quem sou. Devo isso também a todos os mestres e mestras, cujo dia celebramos neste 15 de outubro, e que passaram por minha vida, que marcaram minha trajetória. E não digo por mim, e sim por cada um de nós. Todos carregamos no delinear de nossas vidas marcas deixadas por aqueles que nos ensinaram, com quem aprendemos de tudo um pouco.  

            Há algo “humanamente humano” demais na docência. Faço questão de tratar com pleonasmo algo tão imponente que é dedicar boa parte da vida a ensinar aos outros, a trocar experiência, contar tudo o que sabe e desejar fortemente que aprendam, que apreendam e evoluam a partir dos ensinamentos. Docência é expressão do amor. Não é novidade que ser professor ou professora no Brasil é um ato de coragem. Os desafios são muitos. Não é para amadores. Sabemos das nossas dores. Sentimos na pele. E não são poucas.

            Por mais que o magistério consista em uma belíssima carreira, que deve encher os peitos de orgulho, não podemos romantizar a ponto de negarmos as barreiras que devem ser enfrentadas e ultrapassadas dia a dia. São muitas. E ainda assim, sabedores de parte das dificuldades com as quais iremos nos deparar, teimamos na escolha de sermos professores. E está aí algo que temos de lindo. Mas não mais belo que a relação entre professor e aluno, o tesouro infindável de crescimento, de partilha de conhecimento, de experiências preciosas, de afeto transbordado. 

O professor ou a professora, lá na infância, talvez seja nosso verdadeiro primeiro contato com o mundo humano (e adulto) para além da família. Na escola, é quem nos mostra o mundo através de seu olhar e nos conduz para novas etapas de aprendizagem e interação. Lembro-me de como essa figura me importou desde a primeira vez. Muito valor sendo agregado. Sentia como se tivesse naquela pessoa, alguém em quem eu poderia confiar. A quem orgulhosa eu mostrava minhas primeiras sílabas escritas e quem eu adoraria que hoje lesse meus textos. Alguém que me ensinou muito sobre as letras, a convivência e os seres humanos. E aprendi, vivendo, que uma das formas mais bonitas de ensinar é por meio do exemplo. Ensinar a ser, sendo. Sendo amor. Sendo estudiosa. Sendo educada. Sendo honesta.

Guardo até hoje nomes, sobrenomes, jeitos, trejeitos, vozes e, principalmente, ensinamentos, de muitos dos professores que tive ao longo da vida. Cravaram seus rostos em minha história de maneira indelével. E alguns desses mestres, a quem guardo no coração com apreço especial, possuíam (possuem) uma característica além da brilhante formação e do notável conhecimento do conteúdo: o amor! Nítido amor por lecionar; tão límpido quanto o amor pelos alunos. De importantes para minha formação, se tornaram, então, inesquecíveis.

Em tempos sombrios, felizmente continuo crendo que a educação é o caminho. Sou defensora fervorosa de que o estudo fomenta a construção de um patrimônio incalculável e intransferível. Acredito que a formação de profissionais alinhados com sentimentos nobres, conhecedores de seus deveres e defensores de direitos e prerrogativas de todos os seres, possa transformar o mundo. Para melhor. Cada vez mais. Sem limites. Tenho esperança.

Mas não tem sido simples. Escolher a vida docente é lidar com uma dicotomia constante, entre desejar o aprendizado dos alunos e lidar com as mazelas humanas absolutamente complexas. Vida de professora é vida sem monotonia. Novos olhares, novos desafios, novos problemas, assunto para estudar, dificuldade para lidar. Tudo isso junto e misturado. E se me perguntarem se vale à pena, mil vezes responderei, sem pestanejar: vale!

Ser professora é uma grande e difícil missão. Muito difícil. Tem que amar para exercer.  Por felicidade, cruzamos com alunos tão incríveis que a tarefa fica mais leve e prazerosa. Contribuir positivamente para o crescimento de alguém é algo sublime. Por isso, dia e noite desejo manifestar gratidão aos alunos, pois sem esse grupo tão especial de gente do bem, também não cresceríamos enquanto pessoas que somos antes de sermos profissionais. A vida me fez professora. De gente grande. De gente linda, de gente cheia de sonhos. E dificuldades. E peculiaridades muitas vezes difíceis de lidar. E força de vontade. Sinto vontade de dizer que tudo vai dar certo para eles. Sinto que vai. É o que desejo para cada um deles. É preciso manterem o caminho do bem. E serem honestos. Serem esforçados. Acreditarem em seu potencial. E trabalharem duro. Estudarem muito. Sentindo-se muito gratos pela oportunidade de evoluírem.

Os grandes exemplos de devoção à profissão que vejo em muitos professores, uniram-se à uma vontade pessoal de contribuir para fazer pessoas felizes onde quer que eu esteja. Acredito plenamente nessa fórmula. Empatia, carinho, cumplicidade são combustíveis para o crescimento coletivo e individual, para a tolerância, o respeito e a dignidade que vai muito além dos livros. Eis aqui, a minha gratidão. Ser professora faz de mim esse emaranhado complexo e repleto de amor, que no final das contas e no princípio de tudo, é o que salva!

Paula Farsoun é advogada e profesora de Direito do Trabalho. Escreve às sextas-feiras.  

 

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87% da população com a primeira dose

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

A população estimada de Nova Friburgo é de 191.158 pessoas. Segundo a estimativa de 2020 - que deu base para a campanha de vacinação contra a Covid-19 - a população abaixo de 12 anos é de aproximadamente 18.500. Cruzando-se os dados da prefeitura quanto à aplicação da vacina, aproximadamente 21.200 friburguenses com idade para tomar a vacina, não se imunizaram.

 

Acima da média

A população estimada de Nova Friburgo é de 191.158 pessoas. Segundo a estimativa de 2020 - que deu base para a campanha de vacinação contra a Covid-19 - a população abaixo de 12 anos é de aproximadamente 18.500. Cruzando-se os dados da prefeitura quanto à aplicação da vacina, aproximadamente 21.200 friburguenses com idade para tomar a vacina, não se imunizaram.

 

Acima da média

No entanto, a informação que possivelmente 12,4% da população com idade para se vacinar não se imunizou nem com a primeira dose, acaba sendo algo complexo, tendo em vista o fenômeno de que muitos friburguenses receberam a vacina em outros municípios, dada a morosidade da vacinação por aqui e o fato de o calendário local ter ficado muito atrasado em relação à capital e cidades vizinhas. Afinal, quantos friburguenses se vacinaram fora daqui?

 

Vacinando fora

De qualquer sorte é um número baixo e que tende a ser ligeiramente mais baixo ainda, o que mostra que os friburguenses não negaram a vacina. No entanto, a saga da vacina contra a Covid-19 segue em Nova Friburgo. Muitos idosos e suas famílias estão reclamando acerca da morosidade da aplicação da dose de reforço no município. Assim como nas etapas anteriores, aqueles que podem estão indo de carro ou mesmo alugando serviços para ter a vacina aplicada na capital ou em municípios vizinhos.

 

Calendário confuso

Nessa semana, por exemplo, a cidade do Rio vacinou idosos a partir dos 70 anos. Lá também conta com um calendário antecipado que geralmente já contempla o mês todo. Por aqui, o calendário sai no fim de cada semana e contempla apenas a semana seguinte. Nesta semana, por exemplo, Nova Friburgo vacinou com 2ª dose e a dose de reforço para profissionais de saúde e idosos (aparentemente sem distinção de idade), desde que tenha recebido a segunda dose até 28 de fevereiro.

 

Velhos problemas

No entanto, há relatos trazidos a esse colunista de idosos que completaram seis meses da segunda dose e que tiveram o imunizante negado. Um caso em particular de uma idosa de 87 anos que preferiu não se identificar, decidiu se vacinar na capital após a negativa local. Fato é que a vacinação em Nova Friburgo não tem sido, desde o início, um exemplo de gestão.

 

Fora de tempo

É como a polêmica da obrigatoriedade do uso de máscaras. Muitos municípios decretaram a obrigação desde o início do ano ou mesmo desde o começo da pandemia. Por aqui, veio com atraso de um ano e meio e justamente quando a comunidade científica discute a desobrigação da máscara em espaços abertos. O Rio de Janeiro, por exemplo, estuda os números de vacinação e queda de casos para começar a desobrigar o uso de máscaras.

 

Máscara surge, passaporte cai

Na mesma toada, muitos municípios implantam agora a obrigação do passaporte de vacina para entrar em lugares fechados e assim retomar os eventos. Aqui, nada se fala sobre o passaporte de vacina. ou por falta de visão ou por negacionismo ou simplesmente por não poder cobrar aquilo que não cumpriu. Afinal, até o fechamento desta edição com cruzamento de dados da prefeitura do último dia 13, 24,33% das doses aplicadas ainda não estão no sistema do SUS.

 

Números

Pelo menos 63.157 doses aplicadas, portanto, não foram registradas no sistema. A prefeitura diz ter aplicado 151.395 vacinas de primeira dose e no sistema oficial do Ministério da Saúde estão registradas 128.009. Quanto a segunda dose, a prefeitura diz ter aplicado 102.644 e no sistema estão registradas 63.817. Quanto a dose única todas as 4.360 recebidas teriam sido aplicadas, mas o sistema tem registradas 4.157.

 

Dúvidas

A dose única seria o caso mais grave de lapso para registro, afinal ela foi aplicada há pelo menos 90 dias. Três meses para registrar todas as vacinas aplicadas? Ainda que represente apenas 143 pessoas. A dúvida é: será mesmo que foram aplicadas essas 143 doses? O que lança dúvidas sobre a confiabilidade dos números da prefeitura, caso o registro dessas 143 pessoas não apareça nos próximos dias.

 

Estoque cheio

Quanto às vacinas recebidas, repassadas pelo Estado, até o fechamento desta edição, Nova Friburgo tinha recebido, segundo o Estado 5.898 doses com orientação para terceira dose. O que quer dizer que há quase 4.500 doses disponíveis. Para a segunda dose, temor de muita gente, o Estado diz ter repassado 140.067 doses com essa orientação. O que nos leva a crer, pela verdade dos números, que há 37.423 doses em estoque.

 

Foco na dose de reforço

Levando-se em consideração que foram aplicadas 151.395 de primeira dose, caberia ao Estado enviar somente mais 11.328 doses com a orientação de segunda aplicação. Se a repescagem captar mais gente, esse número aumenta. De acordo com os números de doses enviadas (Estado) e usadas por Nova Friburgo (dados da prefeitura) para a primeira aplicação, deveria ter no estoque 8.378 vacinas contra a Covid-19.

 

PODE CORTAR

Novo Ensino Médio

O novo ensino médio que entra em vigor no ano que vem, só será instituído na rede estadual do Rio de Janeiro em 2023. A partir do ano que vem, o ensino médio passará por uma mudança em sua carga horária e no conteúdo nas aulas de aula. Dentre outras mudanças, a carga horária sobe de quatro para cinco horas diárias; as disciplinas precisarão conversar entre si — interdisciplinaridade e cada aluno poderá montar sua grade, escolhendo as áreas de maior interesse.

 

PODE CORTAR

RJ para trás

As mudanças são regulamentadas por uma lei aprovada em 2017 – ou seja, as redes de ensino tiveram quatro anos para se preparar até a estreia, marcada para o início do ano que vem. O início, entretanto, vai variar e muito de um estado para outro. Cada estado definirá um leque de opções dentro de cinco frentes: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico.

 

PODE CORTAR

Transição

No plano do Estado do Rio de Janeiro, os alunos, com exceção das escolas integrais, vão ter apenas conteúdo da Base Nacional Comum Curricular em 2022. As escolhas de itinerários formativos só vão valer a partir de 2023. Mesmo assim, já no ano que vem, a rede estadual inicia a travessia já aplicando a interdisciplinaridade entre as matérias.

 

PODE CORTAR

Chamada para pós

O Instituto Politécnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro abre de 1º a 12 de novembro, as inscrições para a seleção de candidatos ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais, para turma com início em 2022, no primeiro semestre. O curso de mestrado possui duas áreas de concentração e seis linhas de pesquisa. Informações pelo site do IPRJ: www.iprj.uerj.br.

 

Rasta solidária

Após quase um mês em uma campanha de arrecadação de brinquedos e guloseimas, a torcida organizada Rasta Tricolor do Friburguense fará a entrega das benfeitorias às crianças do Alto de Olaria. A ação que conta com membros da torcida, envolveu também o comércio e contará com brincadeiras e ações de lazer neste domingo, 16.      

 

Palavreando

“Não há engenheiro sem professor. Um médico passa por professores. Não há padre ou pastor sem professor. Um dentista passa por professores. Não há veterinário sem professor. Um professor passa por professores. E todos, absolutamente todos os profissionais, do jornalista ao químico, do técnico em enfermagem ao aviador, passam pelas habilidades de professores”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

 

Legenda foto

Dr. Silvana abre as festas de Halloween da cidade e se apresenta em noite especial na Fondueria Lumiar, em São Pedro da Serra. Por conta dos protocolos sanitários, há limitação de espaço para o evento. 

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Como proteger meu poder de compra?

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

            Esta semana recebi o ilustre convite de Lucas Barros, também colunista de A VOZ DA SERRA, que assina “Além das Montanhas” às quintas-feiras, para contribuir com seu texto sobre inflação; um tema delicado e demasiado importante quando o assunto é saúde financeira. Ter o seu poder de compra corroído ao longo do tempo é um grande problema social que só interessa governos – e enquanto forem detentores da capacidade de inflacionar uma economia, o desrespeito à população existirá.

            Esta semana recebi o ilustre convite de Lucas Barros, também colunista de A VOZ DA SERRA, que assina “Além das Montanhas” às quintas-feiras, para contribuir com seu texto sobre inflação; um tema delicado e demasiado importante quando o assunto é saúde financeira. Ter o seu poder de compra corroído ao longo do tempo é um grande problema social que só interessa governos – e enquanto forem detentores da capacidade de inflacionar uma economia, o desrespeito à população existirá. Mas não vamos – pelo menos não hoje – entrar no mérito de como os bancos centrais executam estas atividades e precisamos focar em como proteger seu patrimônio no momento mais atípico desde o Plano Real.

            Aos mais velhos, o antigo overnight diz muita coisa sobre proteção de poder de compra durante as décadas de 80-90. À época, superar a inflação era dobrar seu capital em poucas semanas – realidade inimaginável nos dias de hoje (o que, de fato, não reduz o impacto social vivido nos dias atuais). Portanto, como alocar seu capital neste momento?

            Primeiro, vamos analisar as taxas de mercado e preços para entender a conjuntura. O mês de setembro deste ano fechou com IPCA de 1,16% e CDI de 0,44%, o que representa a necessidade de remuneração acima de 163% CDI (já limpos de imposto de renda) apenas para manter o seu poder de compra. Sabe qual foi a rentabilidade da caderneta de poupança para o mesmo mês? Apenas 0,3% (70% CDI).

            Mas como superar o IPCA? Existem algumas possibilidades e as mais seguras estão na renda fixa com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – que assegura o capital do investidor em até R$1 milhão por CPF. Os CDB, LCI e LCA, entre muitos outros, são exemplos de títulos de investimentos categorizados dentro desta classe de ativos e podem ser uma ótima alternativa para seus investimentos.

            Definidos os títulos, é hora de analisar a liquidez dos investimentos; o prazo de vencimento. Como o risco de crédito é anulado pelo FGC, podemos considerar a liquidez como o único risco dos investimentos em renda fixa e este é um ponto a ser analisado com cautela, pois o capital alocado só pode ser resgatado com a devida rentabilidade após a data de vencimento do título. Isso pode custar caro para investidores despreparados e sem planejamento, mas é uma ótima opção para quem sabe o que está fazendo.

            Por fim – e muito longe de ser menos importante –, é hora de garimpar boas rentabilidades. A classe em questão pode ofertar três tipos de rentabilidade: pré-fixado, pós-fixado e híbridos. Vamos a eles:

Pré-fixados: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa anual nominal (por exemplo: 8,55% a.a.).

Pós-fixados: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa indexada a juros (por exemplo: 148% do CDI).

Híbridos: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa indexada a inflação mais uma taxa anual nominal (por exemplo: IPCA + 4,20% a.a.).

            Contudo, caso o seu objetivo seja superar a inflação sem fazer muitas contas, os títulos híbridos atrelados ao IPCA são a melhor alternativa para a distribuição da sua carteira e para a saúde do seu dinheiro. Por ora, busque um profissional capacitado para te auxiliar com todo o procedimento e mantenha-se antenado a todo tipo de informação financeira que possa acrescentar sabedoria e conhecimento ao seu dinheiro. A propósito, recomendo fortemente a leitura do último texto de Lucas Barros disponível no site do jornal: “A maior inflação dos últimos 27 anos e o Brasil no Mapa da Fome”. Boa leitura!

Gabriel Alves é consultor financeiro. Escreve às sextas-feiras.

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O projeto Tampax

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em agosto, e pelo Senado, em setembro, a lei que institui no Brasil o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (lei 14.214/21, conforme informa a Agência Câmara de Notícias), de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE).

Foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em agosto, e pelo Senado, em setembro, a lei que institui no Brasil o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (lei 14.214/21, conforme informa a Agência Câmara de Notícias), de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE). Conforme a lei, o programa tem o objetivo de combater a precariedade menstrual – ou seja, a falta de acesso a produtos de higiene e a outros itens necessários ao período da menstruação da mulher.

O presidente da República sancionou a lei, mas vetou os principais pontos da proposta aprovada pelos parlamentares, como a previsão de distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes carentes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias. As justificativas para tais vetos foram elencadas por Jair Bolsonaro entre as quais a de não indicar a fonte de custeio ou medida compensatória, em violação à Lei de Responsabilidade Fiscal, à Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano e à Lei Complementar 173/20, que criou o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus. (Agência Câmara de Notícias).

Parece brincadeira de mau gosto e é, o Congresso Nacional se preocupar com a distribuição gratuita de absorventes íntimos, como o popular Tampax. É por essas e outras que Carlos Alves de Souza Filho, um diplomata brasileiro e genro do ex-presidente Arthur Bernardes proferiu esta famosa frase: "O Brasil não é um país sério". Em 1962, ele foi o intermediário entre o governo brasileiro e Charles de Gaulle, durante a visita do presidente francês ao Brasil. A citação foi erroneamente atribuída a de Gaulle. Aliás, é bom lembrar que próximo aos festejos momescos, o Ministério da Saúde faz uma campanha de distribuição em massa de preservativos; isso se dá por ser público e notório que o carnaval é uma festa popular em que a liberdade dos costumes se encontra a flor da pele e os riscos de gestações indesejáveis, de aumento da incidência da Aids e das DST (doenças sexualmente transmissíveis).

Mas, essa despesa seria pontual e não permanente, como no caso da distribuição gratuita de absorventes íntimos, como previsto na nova lei federal. Afinal, no período fértil, as mulheres costumam menstruar por um período de três a cinco dias a cada mês, doze meses por ano durante, em média, 31 anos, dos 14 aos 45 anos de idade, em média.

A deputada pernambucana é filiada ao PT e parte do princípio de que apenas uma parcela da população deveria ser protegida. Esquece, no entanto, de que o dinheiro público é de todos, pois é proveniente de impostos pagos pelo contribuinte, fruto do esforço dos que trabalham o ano inteiro. Portanto, seu emprego tem de ser muito bem pensado uma vez que tem de beneficiar a sociedade como um todo. Se toda mulher durante o ciclo reprodutivo menstrua, o benefício deveria ser estendido a todas e não somente a um grupo específico. A Agência Câmara de Notícias abriu espaço para comentários de leitores sobre esta nova lei e cito aqui dois deles que vão na esteira do que falo acima:

“Creio que a decisão do Executivo foi acertada tecnicamente. Na técnica não há o quê se questionar. Ainda sobre esse tema, penso que não é correto jogar sobre os ombros da sociedade, mais essa despesa. Despesa com a menstruação alheia? Fim do mundo. Se isso passa é sinônimo de que o Brasil está mesmo longe de ser um lugar sério. Isso decorre da sociedade ainda ver o dinheiro meramente como público, enquanto deveriam vê-lo como o dinheiro do contribuinte, do pagador de impostos. Daqueles que acordam cedo para trabalhar correndo risco inclusive de serem assaltados!” 

“E fácil resolver. E só o Congresso indicar a fonte de recursos específica para esse gasto extra, sem comprometer o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Da forma que está é pegadinha”. Acho que o correto, quando da aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional que envolva despesa suplementar, seria vir na esteira dessa lei a fonte onde os recursos seriam captados para fazerem frente aos gastos. O Legislativo é muito chegado a esse tipo de conduta, ou seja, cria a benesse e o Executivo que se vire. Se existe o veto, o ônus vai ser sempre do Executivo.

Era só o que faltava: Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Se foi Charles de Gaulle ou Carlos Alves de Souza, que afirmou não sermos um país sério, não importa. Pelo jeito decididamente, não somos. Isso me faz lembrar de um episódio relatado por Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta) em seu famoso livro “Febeapá - O festival de besteiras que assola o país”. Conta ele que um prefeito de uma cidade nordestina foi avisado por Brasília que o equinócio de verão chegaria em dois dias, a sua cidade. No que o prefeito prontamente respondeu: “Seu Equinócio ainda não apareceu por aqui. Quando chegar será recebido com banda de música, homenagens e coquetel”.

 

Max Wolosker é médico e jornalista.

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A maior inflação dos últimos 27 anos e o Brasil no Mapa da Fome

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Impulsionada pela forte alta do dólar, pelos altos custos da eletricidade e dos combustíveis, a palavra que vem tomando conta do dia-a-dia dos brasileiros é a tal da “inflação”. Contudo, essa bendita palavra não se tornou apenas parte das conversas de rua ou dos noticiários, mas também virou um grande problema no bolso de todos, gerando incertezas e inseguranças.

Impulsionada pela forte alta do dólar, pelos altos custos da eletricidade e dos combustíveis, a palavra que vem tomando conta do dia-a-dia dos brasileiros é a tal da “inflação”. Contudo, essa bendita palavra não se tornou apenas parte das conversas de rua ou dos noticiários, mas também virou um grande problema no bolso de todos, gerando incertezas e inseguranças.

No mês passado vivenciamos a maior inflação desde a criação do Plano Real. O índice medido pelo IPCA disparou e aumentou em 1,16% em um único mês, contanto com um acumulado de 10,25% nos últimos 12 meses.  Mas em português brasileiro, o que isso quer dizer? Basicamente, a taxa demonstra o aumento dos preços dos bens e serviços no país, indicando que tudo ficou mais caro.

Em contrapartida, na contramão de tudo, o salário mínimo previsto para o próximo ano teve um pequeno reajuste de R$ 69, um aumento de aproximadamente 6,2% em comparação ao ano passado. É importante observarmos que o valor da remuneração básica do Brasil, que já era difícil para manter uma família, teve agora a sua correção em um valor abaixo ao do aumento dos custos de alimentos, combustíveis e aluguéis. Nesse sentido, com preço dos itens básicos aumentando a cada dia e o brasileiro ganhando menos, é fato que a cada dia nossa população fica mais pobre e com menos poder de compra.

Perrengue nacional da fome

O Brasil volta ao Mapa Mundial da Fome, segundo a ONU, a Organização das Nações Unidas, com 19 milhões de brasileiros passando por carência alimentar. O levantamento feito pela organização coloca nosso país em uma situação que não se encontrava desde 2014, com mais de 5% da população subalimentada.

A situação está tão grave que uma imagem tomou conta das redes sociais nas últimas semanas: um açougue em Santa Catarina colocou uma placa na porta com a mensagem “Osso é vendido e não dado”. A doação de ossos pelos açougues aos mais necessitados, sempre foi uma praxe histórica e nacional.

Com o aumento do valor da carne bovina, frango e ovos, a peça com grande quantidade de ossos ou só os ossos tem sido usada por muitas famílias como substitutos no prato. A busca por ossos tem sido tanta ao ponto do valor passar a ser cobrado ou aumentar em muitos estabelecimentos comerciais, fragilizando mais ainda os grandes atingidos pela pandemia do coronavírus e que dependem diretamente ao que muitos consideram como “resto”.

Dados divulgados, na semana passada, pela Companhia Nacional de Abastecimento revelam que o consumo de carne vermelha é o menor nos últimos 26 anos, devido ao aumento de preço. O acúmulo de preço do produto foi de 25% em 12 meses.

Do Brasil para Nova Friburgo

A previsão é de que de que a inflação diminua, no próximo ano, chegando à taxa 8% ao ano. Contudo, é sempre bom lembrar que é 8% acima dos preços de agora, dando ainda mais volume à inflação acumulada e trazendo prejuízo direto aos menos favorecidos financeiramente.

 “Com o menor poder de compra, a qualidade de vida fica comprometida e isso favorece ainda mais o cenário de desigualdade social. Agora, se a renda não é reajustada corretamente o problema torna-se ainda mais grave", explica Gabriel Alves, empresário, especialista em investimentos e que assina a coluna “Educação Financeira” todas as sextas-feiras aqui em A VOZ DA SERRA.

“Quanto à organização de orçamento familiar, é importante atentar-se ao poder de compra. Para quem não tem o hábito de poupar, o consumo hoje torna-se proteção para o que pode estar mais caro amanhã. Por outro lado, o indivíduo que poupa tem grande potencial de rentabilidade ao atentar-se para alocações de investimentos atrelados aos índices de inflação”, observa Gabriel.

Nós, friburguenses, apesar de vivermos cercados pelas nossas belas montanhas, não estamos numa redoma e somos também atingidos pelas consequências à nossa volta. Preparar-se e se organizar é a melhor alternativa para sair menos prejudicado num momento de tanta instabilidade nacional.

Lucas Barros é bacharel em Direito. Escreve às quintas-feiras.

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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Novamente o Caderno Z do último fim de semana me levou para a rua da minha infância: a Travessa Bonsucesso I, pertinho da Filó. Das tecnologias, o que eu tinha era a televisão da casa de dona Clarice. Era lá que a gente acompanhava todos os episódios de Nacional Kid. No mais, era brincar na rua com todas as dicas trazidas pelo caderno: amarelinha, caça ao tesouro, passa anel, esconde-esconde e bolinha de gude. Quando chovia, a gente brincava, na varanda, de uma brincadeira hoje conhecida como Stop. O bafo era divertido porque a gente colecionava muitos álbuns e tinha que trocar figurinhas.

Novamente o Caderno Z do último fim de semana me levou para a rua da minha infância: a Travessa Bonsucesso I, pertinho da Filó. Das tecnologias, o que eu tinha era a televisão da casa de dona Clarice. Era lá que a gente acompanhava todos os episódios de Nacional Kid. No mais, era brincar na rua com todas as dicas trazidas pelo caderno: amarelinha, caça ao tesouro, passa anel, esconde-esconde e bolinha de gude. Quando chovia, a gente brincava, na varanda, de uma brincadeira hoje conhecida como Stop. O bafo era divertido porque a gente colecionava muitos álbuns e tinha que trocar figurinhas. Quanta saudade!

O Dia das Crianças, celebrado na última terça-feira, 12, foi idealizado pelo deputado federal, Galdino do Valle Filho e a data foi oficializada em 5 de novembro de 1924. A comemoração ganhou o que faltava: um feriado pelo dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. É impossível falar em crianças e não lembrar que umas das guloseimas preferidas pelos pequenos é um bom hambúrguer. Assim, a boa notícia é que o Scavarda´s voltou! O campeão em hambúrgueres inovadores e drinques sensacionais, depois de se manter fechado, por um ano e meio, trabalhando apenas com delivery, por conta da pandemia, abriu suas portas e está de braços abertos para receber a clientela, no Cônego.

Qualquer hora eu vou lá provar o drink Elizabeth II e felicitar Jaqueline e Victor, os proprietários da casa, bem como a equipe maravilhosa. Juntos, eles passam uma energia superpositiva. Meu “pequeno príncipe”, Matheus,  trabalha lá e ama o ambiente. Como diz o casal proprietário, “somos um time”! E, por certo, um time vencedor, de grande torcida.

Wanderson Nogueira esbanjou sensibilidade em “O filho que eu quero ter”. E, tanto esbanjou, que muitos filhos diriam o contrário: “Este é o pai que eu quero ter”. Preciso destacar um trecho, mas qual? Leio, releio e tudo é tão lindo, mas, me arrisco: “Vamos rodar o mundo inteiro, mesmo que numa folha de papel. E juntos, unidos e fortes, seremos, para cada si, o norte de uma rota para o céu...”. Quem não quer um pai que faça tantos projetos bonitos assim? E que ainda por  cima, vai contar estrelas com o filho...

Deixando o “Z”, o mês de outubro é bem relevante nas datas comemorativas, indo além do Dia das Crianças e da nossa padroeira. Se formos pesquisar, há datas importantes como o Dia do Professor (amanhã, 15), o Halloween (próximo dia 31) e o mês todo dedicado ao Outubro Rosa. Em “Sociais”, por exemplo, a coluna destacou o meu aniversário, comemorado no último dia 7, com elogios carinhosos que muito me honraram. Sou grata também ao jornal pela acolhida da coluna Surpresas de Viagem, que sempre me guia para os melhores roteiros no meu fim de semana.

A “crise na saúde” do Hospital Raul Sertã continua em evidência como destacou a manchete da última edição. Na qualidade de povo, o que nós queremos é muita saúde para o nosso hospital municipal e vamos torcer para que tudo se resolva em prol do bem da comunidade. Que Nossa Senhora Aparecida possa nos amparar e ajudar, inspirando as autoridades na resolução dos problemas.

Ajuda boa tem sido o programa Supera RJ, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, criado em função da crise gerada pela pandemia que afetou famílias em situação de extrema pobreza. A partir deste mês, os beneficiários  receberão o acréscimo do auxílio-gás no valor de R$ 80. Outra notícia otimista é a retomada da nossa economia com a geração de mais de dois mil novos empregos em Nova Friburgo, neste ano, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). 

Entretanto, a crise financeira afeta a renda familiar, que continua merecendo cautela. A inflação, retratada na charge de Silvério, pode deixar frustrações no quesito presente para a criançada. Nós somos os dinossauros e o que se há de fazer? É mais uma razão para nos reinventarmos ou copiarmos ideias, como relatou o Caderno Z, pois, na Nova Zelândia, a celebração do Dia das Crianças acontece com as famílias se dedicando “inteiramente aos pequenos, passando mais tempo com eles, numa amorosa convivência e... ninguém ganha brinquedo”.

Nossa cultura é outra, gostamos de presentear e as lojas esperam essas festividades para a economia fluir. Mas, quem sabe, então, possamos, como sonha Wanderson Nogueira, tirar uma noite para “contar estrelas” com as crianças!...

 

Elisabeth Souza Cruz é jornalista, poetisa e presidente da seção Nova Friburgo da UBT, a União Brasileira dos Trovadores. 

 

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O que fazer em um dia difícil de viver?

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Saúde mental não é ausência de angústia ou tristeza. É aprender a lidar com estas dores emocionais de forma construtiva. Podemos aprender. Não para nos tornarmos orgulhosos ou prepotentes achando que somos mais fortes que os outros. Mas aprender a administrar nossas emoções para surgir humildade, serenidade, compaixão especialmente ao sermos iluminados e perceber que todos estamos no mesmo barco da existência com seus desafios.

O que você pode fazer em um dia difícil, em que a angústia, a tristeza, apertam seu peito? Primeiro de tudo aceite que você não é um deus, mas um ser humano com limitações e mesmo tendo uma personalidade mais resistente, aceite que nem sempre é possível estar bem como desejaria.

Em segundo lugar, observe para ver se existe alguma pendência, alguma necessidade de fazer reparação, restituir o que deve, pedir perdão, oferecer perdão, se proteger melhor, colocar limites, pedir coisas em vez de assumir fardos pesados demais desnecessariamente. E faça o que for necessário dentre estes exemplos de atitudes que dependem de você.

Em terceiro lugar, descanse no dia difícil. Descanse fisicamente. Tire um cochilo. Vá caminhar na natureza. Se afaste de barulhos, agitação, shoppings, e use algum tempo para orar e para meditar. Coma menos e consuma alimentos mais leves, naturais, sem estimulantes, pois isso ajuda o cérebro. Evite assistir TV e leia um texto que produz esperança, luz, conforto, talvez uma biografia de alguém que lutou com sofrimentos e obteve melhora, alívio, mesmo sem ter tido necessariamente a cura desejada.

Descanse mentalmente. Isto significa não ficar se cobrando que teria que estar bem, teria que estar funcionando com bom pique no trabalho, teria que estar contente e sem angústia, teria isto ou teria aquilo. Pare com estes pensamentos de “teria que”. E aceite o que pode ser nesse dia, o que pode existir nesse dia. E ao final da jornada diária, ao deitar para dormir, olhe para trás e veja que, apesar de ter sido um dia doloroso, Deus lhe ajudou a realizar algumas coisas.

Em quarto lugar, se for necessário, você pode desabafar com alguém ético e de confiança. Falar ajuda a aliviar. Mas não é com qualquer um. E não precisa colocar nas redes sociais o que você está sentindo neste dia difícil. Escolha uma pessoa de princípios, preferencialmente mais velha que você, em quem você confia, com quem não exista nenhum risco de envolvimento afetivo e sexual.

Em quinto lugar, pense em alguém que precisa de ajuda e faça algo para aliviar a necessidade desta pessoa. Se não for possível ajudar o outro no mesmo dia em que você não está se sentindo bem, faça planos para o mais breve possível oferecer auxílio dentro de seus recursos físicos e materiais. Quando nos envolvemos em ajudar a aliviar o sofrimento de alguém, nossos próprios sofrimentos são também aliviados.

Em sexto lugar, pense que o que é bom, aquilo que é agradável em sua vida mental, passa, infelizmente. Mas diga a si mesmo, relembre a si mesmo no dia doloroso, que o que é ruim, também passa. Repetindo este pensamento, o que é bom, passa. Mas o que é ruim, também passa.

 

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Viva a mãe de Deus e nossa!

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Na última terça-feira, 12, celebramos Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Esta grande solenidade da Virgem Mãe de Deus recorda sua presença entre nós. A pequenina imagem de terracota encontrada em outubro de 1717, por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, é reconhecida como uma ação direta de Deus em favor de seu povo. Os muitos sinais que acompanham este esplêndido fato, recordam-nos a presença materna e consoladora da mãe do Senhor na nossa história e na nossa terra, sempre atenta às necessidades dos seus filhos.

Na última terça-feira, 12, celebramos Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Esta grande solenidade da Virgem Mãe de Deus recorda sua presença entre nós. A pequenina imagem de terracota encontrada em outubro de 1717, por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo, é reconhecida como uma ação direta de Deus em favor de seu povo. Os muitos sinais que acompanham este esplêndido fato, recordam-nos a presença materna e consoladora da mãe do Senhor na nossa história e na nossa terra, sempre atenta às necessidades dos seus filhos.

As redes vazias dos pobres pescadores que quase se romperam pela abundância de peixes após o “aparecimento” da enegrecida imagem da Imaculada Conceição, ainda hoje têm muito a nos dizer. Maria, na sagrada escritura, é enaltecida por sua intercessão sempre constante.

A virgem é evocada pela rainha Ester, que arriscou a vida para salvar o seu povo da condenação à morte. Maria, perfeita e completamente salva e redimida de todo pecado por pura graça de Deus! Mais que ninguém, ela pode cantar as palavras de Isaías: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas joias” (Is 61,10).

Maria pura e casta, totalmente agraciada, totalmente salva por Deus, não esquece de nós, filhos que o filho, Jesus Cristo, lhe deu ao pé da cruz. Ela é a mulher do Apocalipse, em luta constante contra a serpente, o antigo inimigo, que ameaça o povo de Deus; ela é a mulher que, em Caná, intercede pelos esposos, ensina-nos a fazer o que o filho disser e cuida para que a água das nossas pobrezas e das nossas angústias seja transformada no vinho da alegria, fruto da ação do espírito do Cristo ressuscitado (cf. D. Henrique Soares, homilia).

No atual cenário brasileiro e mundial, somos mais uma vez conduzidos aos pés da virgem mãe de Deus e clamar sua intercessão. Nossas redes estão vazias. Falta-nos alegria, esperança e confiança. E mais uma vez ela recolhe nossas necessidades e a apresenta cada uma delas ao seu filho.

Roguemos à rainha e padroeira do Brasil que nos acompanhe em nossas dores, que interceda por nosso país diante de tantas limitações políticas ou sociais ou ecológicas, que ferem a liberdade e a dignidade dos brasileiros e impedem o crescimento da justiça e da paz. Que ela nos ajude a crescer e a nos libertar continuamente.

“Ajuda-nos, mãe de Deus e mãe nossa. Ajuda-nos a construir um Brasil mais cristão, mais justo, mais decente, mais pacífico e solidário, e que, pelas tuas preces maternas, jorre para nós o vinho bom da alegria e sejamos todos, um dia, herdeiros do Reino dos Céus. Amém”!

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo.

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O silêncio do rosto

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

A coluna da semana anterior, baseada no texto “O Espelho”, de Guimarães Rosa, contido no livro “Primeiras Estórias”, foi-me intensa, mais ainda pela leitura do livro “As Meninas”, de Lygia Fagundes Teles, no Clube de Leitura Vivências. As leituras me causaram quase um transtorno quando uma ideia me rondou a semana, instigando-me a refletir e a pesquisar sobre rostos. Meu travesseiro sabe disso... 

A coluna da semana anterior, baseada no texto “O Espelho”, de Guimarães Rosa, contido no livro “Primeiras Estórias”, foi-me intensa, mais ainda pela leitura do livro “As Meninas”, de Lygia Fagundes Teles, no Clube de Leitura Vivências. As leituras me causaram quase um transtorno quando uma ideia me rondou a semana, instigando-me a refletir e a pesquisar sobre rostos. Meu travesseiro sabe disso... 

O rosto tem a expressividade do jardim, que mostra como é cuidado, as vidas que guarda, as lágrimas sorvidas por suas terras e os sonhos percebidos pelas abelhas ao colherem o néctar das flores. O jardim fala através do silêncio. O rosto também. Caso o ser que nele habita oculte algo, acaba sendo denunciado através de um trejeito. Os olhos de lince são investigadores competentes, e, diante deles, rosto algum consegue ser dissimulado por longo tempo.

O espelho reflete o rosto que está à sua frente com todas as rugas que o revelam. As rugas não têm o que contar? A personagem Ana Clara, do romance “As Meninas”, tem um rosto marcado pelas tragédias que passou que fizeram com que as mágoas, os infortúnios e as perversidades que sofreu definissem sua fisionomia. Pelo menos no início da leitura não é possível vislumbrar a limpidez do seu rosto e a alma que o reveste. 

A maestria de Guimarães Rosa e de Lygia Fagundes Teles consegue nos dizer que o rosto é a síntese de uma existência. Até na morte é capaz de continuar a falar e a exclamar. 

Os rostos são desafiadores aos artistas. As expressões dos rostos pintados nas telas “Moça de Brinco de Pérola”, Johannes Wermeer, “O Almoço dos Banqueiros”, Renoir, e “Os Retirantes”, Portinari, revelam os sentimentos das pessoas representadas nas imagens. 

 No “Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, o rosto é capaz de revelar a não aceitação da passagem da vida e dos valores que humanizam a existência. Tomado por uma vaidade extrema e desejoso da juventude eterna e prazerosa, Dorian vende sua alma ao diabo para que, em vez dele, seu retrato envelheça e desapareça. Seu desejo é realizado. Sua imagem envelhece, registrando os traços ruins que vão marcando especialmente seu rosto, que vai ficando tão terrível que ele não suporta vê-lo. 

As transformações do rosto confirmam que nascemos, crescemos e morremos. Que somos responsáveis pelas decisões e caminhos que trilhamos. Que podemos ser movidos pela esperança. Que temos possibilidades e limitações.

 

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Delinquência jornalística não vence

sábado, 09 de outubro de 2021
Foto de capa

Manchetes:

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Segundo Padilha, a delinquência jornalística não vence: O governador Raimundo Padilha afirmou, ao receber o título de cidadão honorário de Barra Mansa, que o binômio moralidade-eficiência é o evangelho do seu comportamento político à frente do governo fluminense, pois a moralidade serve como permanente “que nos orienta, não no sentido do que devemos fazer, mas daquilo que não devemos fazer”. Observou que quando fala em eficiência, volta-se para os municípios e para as inquietações naturais de prefeitos e vereadores, “meus assessores permanentes que, a cada reinvidicação me trazem a realidade socioeconômica do Estado do Rio”.

Reforma do Ensino: Hoje, sábado, às 10h, no Salão de Atos do Colégio Anchieta, a palestra do Secretário de Educação do nosso Estado, Prof. Delton de Mattos, sobre o momentoso assunto “Reforma do Ensino”, objeto da mais alta indagação em todos os setores. O conferencista que é uma das grandes autoridades brasileiras na matéria que será debatida, responderá as perguntas que lhe forem encaminhadas previamente. O professorado estadual homenageará o conhecido, afamado e operoso mestre que, com discernimento e competência chefia o órgão controlador do ensino fluminense.

Friburgo e Teresópolis se uniram para fundar a Universidade “Serra dos Órgãos”: Em princípio serão integrados cerca de 18 municípios, criando-se, de imediato, em Teresópolis, a Faculdade de Farmácia e, em Friburgo, as de Engenharia Operacional e Direito. É geral a euforia da mocidade dos dois municípios que quer estudar e verifica um grande interesse de homens públicos e administradores em torno de uma matéria da mais alta transcedência, qual seja o da instituição de variados cursos superiores, nesta cidade.

Colégio Cefel: Segunda-feira, dia 11, às 16 horas, com marcante solenidade, terá lugar a abertura da “Exposição Annual de Trabalho” dos alunos do conceituado Colégio Cêfel, estabelecimento de ensino local que é um justo orgulho friburguense. Na mesma ocasião ocorrerão a abertura das olimpíadas de Curso Primário e o Juramento do Atleta, nas quais competirá a maioria das escolas primárias da nossa cidade, bem como vários grupos escolares estaduais.

Turismo em alto relevo: Carlos Rodolfo Fischer, João Maria P. Braune e mais seus doze colegas de grupo, apresentaram excelente trabalho por ocasião do 1° Ciclo de Estudos sobre Segurança Nacional e Desenvolvimento em Nova Friburgo. O assunto, dos mais complexos e palpitantes, o turismo, foi inteligentemente equacionado, com a afirmativa de que é na escola primária que se inicia a formação da mentalidade turística, já existindo um currículo mínimo de turismo regulamentado pelo Conselho Federal de Educação.

Pílulas:

Quem está a par da situação no Legislativo Municipal, sabe que é tranquilíssima a aprovação da mensagem e consequente resolução que autoriza o Prefeito a alienar ações da Petrobras, para com os recursos  ser realizado um arrojado Plano Educacional – Ensino Superior e Técnico-Profissional. Não será preciso gastar muita saliva.

Tanto quanto possível, daremos, através de nossas colunas, o máximo de subsídio para uma apreciação geral do povo friburguense, a respeito dos pontos de vista, comentários demarches e votos de líderes e de vereadores, na apaixonante matéria do projeto que o prefeito Feliciano Costa está levando à consideração do Legislativo.

Vamos chamar ao preenchimento de um questionário, homens públicos, associações, lideranças dos vários agrupamentos comunitários, políticos em evidência etc, realizando uma enquete de grandes proporções para bem esclarecer cada uma das opiniões pesquisadas. Continuamos a achar que é preciso deixar o momentoso assunto muito bem clareado para a posteridade, notadamente com definições no sentido do futuro pleito eleitoral.

Sociais:

A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Angelo Ruiz, Ruy Coelho da Rocha, Nilo Ferreira Torres e Amil Namen (10); Ary Ventura, Maria Nazareth e Luiz Gustavo (13); Marilse Rangel Ventura e Nydia Rangel da Silveira (14); Dilva de Moraes Martins (15); Benicio Júnior (16); Juvenal Namen, Mônica e Carmen Bravo Costa (17).

 

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