Blogs

Nas leituras do AVS a gente aprende a ler o mundo!

terça-feira, 24 de agosto de 2021

O Caderno Z me levou aos tempos da casa da infância, onde os livros estavam em todas as ocasiões, quando se ganhava presentes. Mamãe, que era uma leitora de marca maior, dizia: “Se quiserem me dar presentes, eu quero livros!”. O gosto se tornou um esteio familiar e não é sem razão que Álvaro Ottoni comemora 40 anos de carreira, com 30 livros publicados e declara: “Fazer literatura infantil é a razão da minha vida”. Vencendo a timidez, Álvaro passou a visitar escolas para autografar seus livros e daí foi um pulo para a arte de contar histórias, passando a dar oficinas de contação.

O Caderno Z me levou aos tempos da casa da infância, onde os livros estavam em todas as ocasiões, quando se ganhava presentes. Mamãe, que era uma leitora de marca maior, dizia: “Se quiserem me dar presentes, eu quero livros!”. O gosto se tornou um esteio familiar e não é sem razão que Álvaro Ottoni comemora 40 anos de carreira, com 30 livros publicados e declara: “Fazer literatura infantil é a razão da minha vida”. Vencendo a timidez, Álvaro passou a visitar escolas para autografar seus livros e daí foi um pulo para a arte de contar histórias, passando a dar oficinas de contação. Mais recente, ele e a filha, Elisa, criaram um canal no YouTube, o “Trelelê-Tralalá”.   

Em “Autores da Terra, o “Z” nos trouxe as obras de Laryssa Frezze – “Bertalui”, e “O mundo visto pela janela de um ônibus”, de Jorge Antônio Maroun. Duas obras de dois bambas da literatura, altamente recomendáveis. A terceira sugestão do caderno é a estreia literária da nossa querida Carmelita Bispo, minha tia do coração. Em “Tempo Bom”, no auge dos seus 95 anos de idade, a autora conta relatos de sua infância, coisas do cotidiano e muitas histórias de sua gloriosa vida.  Parabéns e sucesso!

Outra obra é da autora Kiusam de Oliveira - “O Black Power de Akin”, em que o personagem recupera a autoestima e passa a se sentir “um príncipe” com o próprio cabelo que o envergonhava. Em “Palavreando”, Wanderson Nogueira ressalta o seu amor pela leitura e como influenciou o sobrinho Caio, dando, ao formando de alfabetização, o livro “O Menino Maluquinho”, de Maurício de Souza. Caio ficou “maluquinho” por leitura. Nogueira destaca: “um brinquedo quebra, uma roupa fica curta, mas o livro fica na memória e o que vem depois dele é um universo...”.

Deixamos o Caderno Z na certeza de que a leitura é o nosso divisor de águas para os conhecimentos. A VOZ DA SERRA, na maestria de seus 76 anos, tem sido um divisor não somente na informação dos fatos, mas na edificação de leitores conscientes e muito mais esclarecidos, por todas as matérias e artigos publicados. A coluna “Sociais” traz sempre um clima festivo e desta vez, o clima é mais do que agradável com duas celebridades aniversariando. Na sexta-feira, 20, brindamos a nova idade de Andréa Freze, nossa querida da composição gráfica do jornal. No sábado, 21, a estrela maior do nosso carnaval e que permeia de luz a vida social friburguense, nossa Marly Pinel. A vocês, queridas de todos nós, um forte abraço e votos de paz e saúde.

A classe empresarial do comércio fluminense espera melhoria nos negócios por conta do avanço da vacinação no estado do Rio. Outra boa notícia são as ações que beneficiam pessoas e famílias de baixa renda. Uma delas é a “tarifa social de energia”, que concede desconto de até 65% na conta de luz. De acordo com a Energisa, cerca de 8% de sua clientela, na área de concessão em Nova Friburgo, já desfruta da tarifa social e quanto menor o consumo, maior é o desconto. Já a Secretaria de Assistência Social conseguiu aluguel social para seis pessoas vulneráveis que estão alojadas no ponto de apoio em Duas Pedras. E seguem as campanhas de donativos.

Se de um lado, a economia espera boa retomada, numa outra vertente, a pandemia continua em alta e agora o avanço da variante Delta “desafia a retomada e pode restringir a flexibilização”. O médico neurocirurgião, Armando Lemos, entrevistado por Ana Borges, ressaltou, entre outros esclarecimentos,  que quanto maior o índice de vacinação, maior será a proteção. Contudo, é imprescindível que os cuidados continuem com o uso de máscaras, distanciamento social e não promover aglomerações.

Vivemos tempos nebulosos. Quem dera que a vida fosse uma constante festividade entre as pessoas e os povos de todo o mundo. Quem dera que Nova Friburgo pudesse ser a terra prometida, sem violências, sem crimes e sem as tragédias familiares que tanto nos deixam abalados e entristecidos. Nas “surpresas de viagem”, às vezes, não podemos ocultar as adversidades. Por nossos pesares e lamentações, força e luz!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Parabéns, futura doutora!

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Parabéns, futura doutora!

Com pequeno atraso mais imenso carinho, a coluna registra e envia ainda em tempo de satisfação, parabéns para a jovem Beatriz Feijó Thedin Corrêa (foto) que completou 25 anos no último dia 13 e está na contagem regressiva para a formatura em medicina na Universidade Estácio de Sá, campus Presidente Vargas, no Rio.

Nossos cumprimentos á aniversariante e também aos seus pais, Miguel Alexandre e Wanderléa Feijó Thedin Corrêa.

Parabéns, grande Marcos!

Parabéns, futura doutora!

Com pequeno atraso mais imenso carinho, a coluna registra e envia ainda em tempo de satisfação, parabéns para a jovem Beatriz Feijó Thedin Corrêa (foto) que completou 25 anos no último dia 13 e está na contagem regressiva para a formatura em medicina na Universidade Estácio de Sá, campus Presidente Vargas, no Rio.

Nossos cumprimentos á aniversariante e também aos seus pais, Miguel Alexandre e Wanderléa Feijó Thedin Corrêa.

Parabéns, grande Marcos!

Pela passagem do seu aniversário ontem, 23, parabenizamos o simpático Marcos Batista Corrêa, o fera da Barão Bier e de outras aplaudidas atividades que desenvolve.

Sempre festejada

Como nunca é demais felicitar pessoas realmente especiais,  parabenizamos também a querida e conhecida Marly Pinel (foto) pelo seu aniversário no último sábado, 21.

Marcando a ocasião, amigos mais próximos se reuniram com a Marly num restaurante no Centro com direito a bolo e até parabéns pra você. Felicidades e mais felicidades à querida Marly.

Saída com barraco

Na tarde da última quarta-feira, 18, vizinhos e muitos transeuntes se depararam com uma situação incomum em pleno centro da cidade.

É que a moradora de um prédio na Avenida Alberto Braune, próximo a um supermercado, recebeu ordem judicial de despejo por falta de pagamentos por mais de dois anos de aluguel e assim descendo do salto, teve que desocupar o imóvel com certos lances que seriam até cômicos se não fossem constrangedores.

Vivas para Edméia

Amanhã, 25, o dia será de cumprimentos para uma das queridas funcionárias do Fórum de Nova Friburgo, Edméia Souza Louza (foto), bacharel em Direito e uma pessoas realmente encantadora.

Esta coluna que, há alguns anos, tem tido o prazer de registrar os aniversários da dedicada servidora que adora se dedicar a vários esportes, além da caminhada, como rapel, ciclismo, natação etc, desejamos felicidades e tudo de bom.

Aniversariante especial

Ainda em tempo de satisfação, a coluna envia congratulações ao admirado médico oftalmologista dr. Adilson Badini pelo seu aniversário no último sábado, 21.

Agradecimento especial

A simpática e leitora assídua de A VOZ DA SERRA, Gisah Barbosa, de 94 anos, ficou lisonjeada semana passada com o bom atendimento que recebeu do médico de família, Carlos Eduardo Aguilera Campos, durante uma consulta. Além da atenção e dedicação, Gisah ficou impressionada com o bom humor do médico, algo raro nos dias de hoje em todas as profissões. É isso aí, simpatia e educação nunca são demais. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Dom Clemente Isnard: dez anos de saudade e gratidão

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Dom Clemente Isnard - quanta luz e força gravadas neste nome! O Senhor escolhe os seus servos e escreve a história da sua providência. Mergulhando a Igreja no mistério de sua graça renovadora. Caminho feito com trabalho, humildade e doação da sabedoria eterna. Libertação pascal semeada na evangelização transformadora. Educação da fé que se traduz em obras da caridade fraterna. Mosteiro de amor a Deus no serviço beneditino a todo irmão. Este hóspede sempre necessitado do pastoreio solidário. Na diocese que fundou com o coração, suor e ardorosa missão.

Dom Clemente Isnard - quanta luz e força gravadas neste nome! O Senhor escolhe os seus servos e escreve a história da sua providência. Mergulhando a Igreja no mistério de sua graça renovadora. Caminho feito com trabalho, humildade e doação da sabedoria eterna. Libertação pascal semeada na evangelização transformadora. Educação da fé que se traduz em obras da caridade fraterna. Mosteiro de amor a Deus no serviço beneditino a todo irmão. Este hóspede sempre necessitado do pastoreio solidário. Na diocese que fundou com o coração, suor e ardorosa missão. Tenacidade do espírito amadurecido na oração, missionário arrojado. Espiritualidade de um monge que assumiu a coragem do cajado. Juventude ofertada na generosidade de quem vislumbrou o verbo.

O fulgor do eterno no tempo, elevando a natureza dos homens. Simplicidade da manjedoura e da carpintaria rebrilhando a glória. Espocando em cada partilha a dignidade da filiação divina. Cultura singularmente talhada, com inteligência fina e gentil.

A raiz do Direito, a liturgia da vida assumida no altar da palavra e da eucaristia.

Rara comunhão de fortaleza, competência, suavidade e sábia visão. Luminosidade de aventura do espírito que impulsiona a entrega e a alegria. O olhar mais humano que é capaz de perceber o divino em cada chão. Sopro de arejamento que forma comunidades, no evangelho de cada dia.

Grande apóstolo da vida, defendida em todas as etapas e expressões. O seu valor é imenso na promoção de tantas ações pastorais. Uma postura firme na ética da justiça, enfrentando explorações. Vaticano II, confirmando as lúcidas inspirações litúrgicas, eclesiais. Ensinadas e aprofundadas por seu abade D. Martinho Michler. Assimiladas pelo aplicado noviço, várias décadas atrás.

Incentivou o apostolado dos leigos e uma Igreja toda ministerial. Servidora do ser humano, inculturada, salgando e iluminando o social. Na proposta autêntica e inequívoca do reino de comunhão. Alimentando durante 33 anos a messe diocesana.

Reclinou sua fronte em Recife, terra irmã, de seu querido amigo D. Hélder. Dia de São Bartolomeu, dez anos de saudade e gratidão.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese de Nova Friburgo e assessor diocesano da Pastoral Familiar. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Duas poesias

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O poeta precisa de liberdade para observar a vida e inspirar-se. Aqui, a poesia paira sobre a cidade; sempre e em algum lugar há alguém a reverenciando. 

Ferreira Goulart disse que a poesia nasce do espanto. Da realidade que se desnuda repentinamente, causando no poeta um sentimento que o toca no mais profundo de si, fazendo com que as palavras, não mais do que pedaços de emoções, cheguem tortas ao seu imaginário. Porém, tornam-se perfeitas quando as coloca num poema. 

Quem já não fez um poema?

Quem não se espanta?  

Ah, o vivente precisa de poesia! 

O poeta precisa de liberdade para observar a vida e inspirar-se. Aqui, a poesia paira sobre a cidade; sempre e em algum lugar há alguém a reverenciando. 

Ferreira Goulart disse que a poesia nasce do espanto. Da realidade que se desnuda repentinamente, causando no poeta um sentimento que o toca no mais profundo de si, fazendo com que as palavras, não mais do que pedaços de emoções, cheguem tortas ao seu imaginário. Porém, tornam-se perfeitas quando as coloca num poema. 

Quem já não fez um poema?

Quem não se espanta?  

Ah, o vivente precisa de poesia! 

Então, pus-me a buscá-las.

Segue o teu destino...

Rega as tuas plantas;

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra

De árvores alheias.

                  Fernando Pessoa

Ah, o destino. Será que somos nós quem o construímos ou são as Moiras que tecem o fio da vida? Acredito que somos nós. Dia a dia, cultivamos nossos canteiros. Apenas precisamos esticar um pouco o olhar para reconhecê-los e encompridar os braços para fertilizá-los, num longo e sofrido aprendizado. Deve começar cedo para que se entranhe em nossas vísceras, a ponto de se tornar parte de nós, como um coração pulsante.  

É preciso diferenciar o que nos pertence do que não faz parte de nós. É uma difícil percepção porque as solicitações e influências externas são muitas. É celular, é internet. São os apelos da moda, são os mitos irresistíveis que nos fazem confundir os valores com os desvalores, misturando o meu eu com o do outro. 

Prosseguindo a pesquisa de poesias, me deparei com outra pérola. Camões.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soia.

No século XVI a mudança já fazia parte da vida. Que versos Camões escreveria se estivesse aqui e agora, entre nós? Estamos no centro das mudanças, o que é hoje, já não é amanhã. E as nossas plantas e rosas?! O quão difícil é para nós, e, principalmente para o jovem, proteger nossos canteiros do vendaval de transformações. Todos os dias surgem novidades. Vivemos no jardim das surpresas.  

Ah, Camões e Pessoa são jovens. Não envelheceram. A poesia não os deixou perdidos no tempo, seus canteiros são fertilizantes para os nossos. Fizeram rosas e plantas com raízes fortes. Tenho certeza de que existe uma infinidade de Camões e Pessoa neste mundo. 

Todos nós estamos em processo de evolução; saber quem somos é uma etapa importante deste ir a diante.  

Sejamos livres para sentir o perfume dos nossos alecrins!

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Um quisto na administração de Feliciano Costa

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Edição de 21 e 22 de agosto de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

Manchetes:

Edição de 21 e 22 de agosto de 1971
Pesquisa da estagiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

Manchetes:

  • Serviço de água e esgoto - Um quisto na administração: O colunista Nelson Kemp se extasia com os quadros deslumbrantes de Olaria, Cônego, Cascatinha e Caledônia, que encantam com suas belezas e os calçamentos de suas ruas e praças. Mas ao percorrer as vias observando-as mais detalhadamente, o panorama que se descortina é perturbador pela variedade de casario, que também se mistura, num amontoado de arquitetura antiga e moderna, mas que agrada porque o fundo natural é o verde das serranias, que sobem para o céu, como merecida homenagem da formosura ao seu criador. O prefeito Feliciano Costa se envaidece de dirigir a cordilheira que se ostenta na apoteótica Serra dos Órgãos e repara que o Serviço de Água e Esgoto, como está, é um quisto na sua administração, pois não é possível manter-se uma autarquia que não tem pessoal técnico para orientá-la em benefício da população.
  • Festa Internacional da Cerveja:  No dia 4 de setembro de 1971, o Caledônia Clube promove sua tradicional Festa Internacional da Cerveja, que constitui sempre um esplenderoso espetáculo e que arrasta para Friburgo considerável corrente turística.
  • As obras da Estrada Serramar: O prefeito Feliciano Costa recebeu do Chefe-Civil do governador do Estado um ofício em resposta ao pedido de asfaltamento das ruas centrais de Friburgo e o reinício das obras da estrada Serramar: “Venho comunicar-lhe que a Secretaria de Transportes e Comunicação informou que as referidas obras não foram paralisadas e, quanto ao asfaltamento, estudará a inclusão em próxima programação.”
  • Homenagem ao juiz do Trabalho: Tendo em vista a nova determinação da Justiça, qual seja a de que os magistrados deverão usar vestes talares nas audiências e demais atos oficiais, os advogados que militam na Justiça do Trabalho de Nova Friburgo ofereceram uma beca ao presidente da Junta de Conciliação e Julgamento local, dr. Augusto Cláudio Ferreira, em singela, mas expressiva manifestação de apreço ao jurista, que muito honra e dignifica a mencionada justiça especializada do país.
  • Um ato que repercurtiu: Foi promovido a juiz do Trabalho de primeira classe, dr. Sávio Verbicário Dantas dos Santos, uma das mais vigorosas personalidades que advogaram no nosso foro e que, após brilhante concurso, ingressou na Justiça do Trabalho e vinha servindo em várias juntas do Estado da Guanabara.
  • CTB inicia a troca de ações da Telefônica de Friburgo: Os acionistas da Empresa Telefônica de Nova Friburgo, absorvida pela Empresa Telefônica Brasileira, a CTB, em fevereiro deste 1971, receberão ações da CTB em troca das que possuírem da ETNF. A troca será feita por ordem alfabética dos assinantes, a fim de evitar filas de espera.

Pílulas:

  • Questão aritmética: Como desejar melhoria do serviço e ampliação de linhas e horários dos transportes coletivos sem a contrapartida do aumento tarifário? Em absoluto advogamos majorações indiscriminadas e realizadas sem base técnica sem estudo acurado das condições das concessionárias, sem enfim comprovação atuarial da necessidade financeira das empresas. 
  • Não entendemos: “Somos do Ministério da Saúde, somos, portanto do governo” diz uma nota de um seminário, dando-a como abatida de um “dirigente” da Autarquia Municipal de Água e Esgoto. E daí? Mesmo se fosse verdade, que implicações haveriam? Acontece é que é nada disso.
  • Custa crer que a Amae ainda não tenha “enchido” o dr. Feliciano: São tantas as reclamações chegadas à prefeitura, inconveniências, ineficiências e abusos da famigerada Autarquia de Águas, que nos custa acreditar que o prefeito Feliciano Costa, não tenha ainda, expulsado os estrangeiros da água “aerosando” com o mais puro Detefon que exista aquela coisa que é responsável pelo abastecimento do precioso líquido da nossa cidade.
  • Prorrogação ilegal de convênio ficará sem consequências?: A prorrogação ilegal do convênio da água dá para estarrecer. Julgamos conveniente que a prefeitura, para salvaguarda de seus interesses, fornecesse esclarecimentos ao público sobre o momento “alfaire” que vem apaixonando realmente e que é atualizadíssimo a posição em que está colocado a Amae perante a população.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Solange (18); Carolina Polo de Castro Nunes, Ricardo Ventura El-Jaick e Geraldo Pinheiro (21); Paulo de Souza Cordeiro (22); Maria Enir Batista da Silva, Benício Araripe, Ronaldo Rangel Ventura, Rosa Ramos Bussinger, Willian e Virginia Lúcia (23); Mariana Villa Moura (24); Jacqueline (25); Jacyra de Castro Nunes, Maria Beatriz e Eduardo Marcelo (26); Nilza Sichel, Euthália Bezerra e Odete Ferreira (27).

 

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Caio e o Menino Maluquinho

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Uma das homenagens mais bonitas que recebi na vida veio de um dos meus afilhados e sobrinho. Filho de mãe solo. Sem heranças, nem berço de ouro. Exatamente como eu. Já nos seus quase vinte anos, na faculdade, cursando psicologia, disse-me: “Você me mostrou um caminho que poucos têm a oportunidade de trilhar: o do conhecimento. Com um livro presenteado na minha formatura de alfabetização, você me mostrou um novo horizonte de possibilidades raras para pessoas que vêm de baixo, como nós dois viemos. Tenho orgulho de compartilharmos das mesmas raízes”. 

Uma das homenagens mais bonitas que recebi na vida veio de um dos meus afilhados e sobrinho. Filho de mãe solo. Sem heranças, nem berço de ouro. Exatamente como eu. Já nos seus quase vinte anos, na faculdade, cursando psicologia, disse-me: “Você me mostrou um caminho que poucos têm a oportunidade de trilhar: o do conhecimento. Com um livro presenteado na minha formatura de alfabetização, você me mostrou um novo horizonte de possibilidades raras para pessoas que vêm de baixo, como nós dois viemos. Tenho orgulho de compartilharmos das mesmas raízes”. 

Toda vez que lembro disso, as lágrimas me tomam por completo. Lágrimas de uma felicidade ímpar. Um brinquedo, uma roupa não me renderiam, dez, quinze anos depois, tamanho depoimento que me envaidece de pureza. O brinquedo quebraria. A roupa ficaria curta. Mas o livro fica na memória e o que vem depois dele é um universo. Mas acima do testemunho e da vaidade em mim semeada, o maior orgulho é ver o homem que aquela criança se tornou. 

O Menino Maluquinho foi o livro que lhe presenteei. Obrigado, Ziraldo. Depois desse exemplar, Caio não parou mais de ler. Lê de tudo. E, apesar das dificuldades, da casa apertada e da mãe que trabalhava quase que vinte e quatro horas por dia, sempre foi o melhor aluno, o melhor filho, o melhor neto. Caio é prova de que a educação transforma e os livros são asas que nos fazem voar pela beleza da vida, mesmo na feiura desigual do mundo. Pensar nessa história que escrevemos me dá a convicção de que com criança e educação não se economiza.  

É quando me recordo que aos nove anos, trabalhando como garoto de estacionamento, eu era rato de biblioteca. Entre o trabalho e a escola, sempre passava na Biblioteca Municipal Infantil e ficava ali escolhendo o livro que levaria para casa. Acho que li quase todos os exemplares que havia lá. É com sorriso largo que lembro da Marthinha. Doce Marthinha que sempre me recebia com um abraço caloroso. Conversávamos sobre o livro que levei na vez anterior e ela me indicava outro e mais outro. Ela sabia ler as crianças. Obrigado, Martha. Fui crescendo, encantado.  

Na biblioteca do Jamil ou na sala de leitura do mesmo colégio, entrei na fase dos livros em que se escolhia o caminho da história. “Se fizer isso vá para a página trinta, se escolher aquilo, siga para a página cinquenta”. Acredito que li a coleção toda disponível. Obrigado, professores. 

Na Biblioteca Municipal, não cheguei nem perto de ler todos os livros das estantes. Minha carteirinha era a de número vinte e dois. Pura sorte. Quando fui me inscrever, herdei o número tão baixo entre mais de três mil cadastrados. Criança pobre, tinha que me contentar com os títulos nada muito atualizados das prateleiras de ferro. Não dava para comprar livros. 

Eliane... Acho que esse era o nome da moça que trabalhava no empréstimo dos livros. Bem, a Eliane virou minha amiga e quando chegava a doação de um título mais recente, ela separava para mim e me perguntava se eu tinha interesse de ler antes de qualquer outra pessoa. Obrigado, Eliane.

O gosto por escrever só veio na Formação de Professores. Incentivado pela professora Alcilea, passei a escrever mais e mais até participar dos concursos literários do Ienf. Mais do que ler, escrevia sem parar. Enchi vários cadernos de poesias e textos variados. Ganhei alguns concursos e a partir dali nasceu o jornalista, cronista, seja lá o que sou. Um biógrafo do mundo e de suas fantasias. Obrigado, Alcilea.

O que os livros nos fazem? Abre-se um livro e nascem mundos, possibilidades, maneiras de crescer, sentimentos, sensibilidade, raízes, memórias, o inimaginável. Obrigado, Caio. Obrigado, meu menino maluquinho. Somos o improvável que a leitura liberta.                            

 

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

800 motoristas de aplicativo

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

800 motoristas de aplicativo
Mesmo com mais um reajuste no valor dos combustíveis como mostra reportagem na página 8 desta edição, continua aumentando o número de motoristas por aplicativo em Nova Friburgo. Em busca de renda extra ou mesmo como principal fonte de renda, a coluna Observatório levantou que atualmente Nova Friburgo já conta com 800 motoristas cadastrados nas três principais plataformas que atuam na cidade.

800 motoristas de aplicativo
Mesmo com mais um reajuste no valor dos combustíveis como mostra reportagem na página 8 desta edição, continua aumentando o número de motoristas por aplicativo em Nova Friburgo. Em busca de renda extra ou mesmo como principal fonte de renda, a coluna Observatório levantou que atualmente Nova Friburgo já conta com 800 motoristas cadastrados nas três principais plataformas que atuam na cidade.

Aumento exponencial
O efeito em Nova Friburgo é contrário ao que está acontecendo no Brasil. Na média nacional, aproximadamente um quarto dos motoristas de aplicativo estão abandonando a tarefa. O aumento de quase 60% no valor dos combustíveis é um dos principais fatores.

Carro na garagem
No entanto, esse mesmo aumento de combustível está levando muitos friburguenses a deixar o carro na garagem e aderir ao transporte por aplicativo. Soma-se a isso a falta de vagas de estacionamento nas vias públicas. A prefeitura tem reservado cada vez mais vagas de parada rápida e os valores cobrados pelos estacionamentos rotativos particulares são cada vez mais abusivos. No orçamento apertado pela inflação, andar em carros de aplicativo sai mais barato.

Mais passageiros
A reclamação de nível nacional é a mesma de nível local: o aumento do tempo de espera que piora, dependendo do horário. Mas por aqui não é pela queda no número de motoristas e sim pelo aumento de passageiros. Já os motoristas reclamam que desde 2015 não há aumento no valor das tarifas por parte dos principais aplicativos, assim como o repasse que fazem aos trabalhadores.

Concorrência
As diferenças de um aplicativo para outro pesam no bolso dos motoristas (com maior ou menor repasse) e dos passageiros. Em Nova Friburgo, o maior número de motoristas atua pela empresa 99 que cobra taxas menores do que a principal concorrente, Uber. Nessa disputa, quem vem crescendo é a recém-chegada Garupa, que cobra taxas dos motoristas ainda menores do que o 99 e vem atraindo motoristas e consequentemente passageiros.

Atratividade
Com mais carros cadastrados, os usuários passam também a buscar a plataforma que tem mais oferta de veículos, para além do preço menor. Como há menos carros da Uber, por exemplo, as pessoas já chamam direto uma das duas plataformas concorrentes. É um efeito natural de oferta, demanda e preço, o que influencia no tempo de espera.  

Tarifas diversas
Para efeito de comparação, em condições habituais, em uma corrida de três quilômetros em Nova Friburgo, a Uber cobra R$ 7,75 do passageiro e repassa ao motorista R$ 5,65. Já a 99, cobra R$ 7,60 e repassa ao motorista 6,80. A Garupa tem como base 2,5 quilômetros e cobra do passageiro R$ 6,95 e repassa ao motorista R$ 6,30. A concorrência é sempre bem-vinda e quem ganha é o usuário.

Transporte público
Óbvio que tudo isso afeta o transporte público por ônibus, com redução de passageiros. A maior reclamação da empresa Faol nem são os aplicativos em si, mas veículos que fazem fretada, ou seja, transporte de passageiros direto nos pontos de ônibus. Param próximo aos principais pontos e levam de três a quatro pessoas com o destino que fariam no ônibus pelo mesmo valor ou por alguns centavos a mais. Sem fiscalização, a prática pode ser observada nos horários de pico.

Ônibus para o Rio mais barato
Já o transporte intermunicipal, que inclusive baixou o preço das passagens para o Rio de Janeiro e Niterói, tem sido afetado pela carona solidária subsidiada. O principal aplicativo é o Bla Bla Car. Um motorista que vai para a capital, por exemplo, divide os custos da viagem com quem não vai de carro. Geralmente cobra entre R$ 35 e R$ 40 diretamente pela plataforma. A passagem de ônibus que chegou a R$ 57 caiu para a partir de R$ 42.    

Cidade digital
Por falar em tecnologia, a cidade está na palma da mão. Todos os serviços municipais podem ser solicitados pelo celular. Não. Não se trata da cidade de Nova Friburgo, mas da vizinha Trajano de Moraes que assim está mais avançada digitalmente que o município polo da região. A ferramenta permite o envio de sugestões, elogios, reclamações, até mesmo uma solicitação de serviço ou reparos em tempo real. Algo que já é sucesso há algum tempo em Niterói, por exemplo.

Nosso atraso
Além dos serviços, o aplicativo ‘Fala, Cidadão!’, que será lançado na plataforma digital também para computadores, aumenta a transparência e a organização dos recursos. O painel administrativo gera filtros e relatórios e ainda disponibiliza as contas públicas. Se Trajano pode, por que ainda patinamos no total atraso digital, muito evidenciado no registro de vacinas no papelzinho? 

Capacitação para exportação
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), vinculada ao Ministério de Relações Exteriores, abriu inscrições exclusivas para Nova Friburgo e Petrópolis para seu Programa de Qualificação para Exportação. O objetivo é qualificar empresas para que iniciem o processo de exportação de seus produtos e serviços de forma planejada e segura. As inscrições vão até o próximo dia 30 pelo portal Apex Brasil. O valor do convênio com a instituição selecionada será de R$ 1,3 milhão.

SebraeLab
Já o Sebrae Rio vai selecionar 25 empresas para um programa que estimula a criatividade, inovação, consumo de informações, geração de novos conhecimentos, aprendizado contínuo e as múltiplas conexões nos negócios. As inscrições vão até 3 de setembro. As oficinas ocorrerão sempre às segundas-feiras, das 9h às 12h, durante três meses. Já a consultoria individual se dá mediante agendamento. Podem participar microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.

Caledônia Racing
Quem não se encanta com o carro desenvolvido pela Uerj de Nova Friburgo? Pois estão abertas as inscrições para o desenvolvimento do próximo veículo que disputará a temporada 2022. O projeto Baja é voltado para os alunos do IPRJ (Instituto Politécnico) e trabalha cálculo estrutural, freios, powertrain, suspensão e direção, além de negócios e marketing e gestão de pessoas e processos. As inscrições vão até 7 de setembro.  

Palavreando
“Abre-se um livro e nascem mundos, possibilidades, maneiras de crescer, sentimentos, sensibilidade, raízes, memórias, o inimaginável”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

  • Foto da galeria

    Com o debate do feminicídio em Nova Friburgo e os números locais assustadores, seguimos na campanha do Laço Branco: “Metemos a Colher, Sim. Salvamos a mulher e dizemos basta!”. Ana Paula Lengruber e Tamara Castro. Os influenciadores digitais são fundamentais nessa campanha de conscientização.

  • Foto da galeria

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Grita, menina, de novo

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Queridos leitores, hoje inicio a coluna com um pedido de licença a todos vocês. Esta semana recebi mensagem de uma leitora de A VOZ DA SERRA por uma rede social, em que mencionava a coluna “Grita, menina!”, que publicamos tempos atrás. Narrou-me que aquele texto sacudiu suas estruturas de alguma maneira e movimentou sua vida para um lado bom: a encorajou. Ao reler essas palavras, entendi o porquê. E se me permitem, a coluna de hoje será uma releitura daquela. Que as palavras cheguem às destinatárias certas.

Grita, menina!

Queridos leitores, hoje inicio a coluna com um pedido de licença a todos vocês. Esta semana recebi mensagem de uma leitora de A VOZ DA SERRA por uma rede social, em que mencionava a coluna “Grita, menina!”, que publicamos tempos atrás. Narrou-me que aquele texto sacudiu suas estruturas de alguma maneira e movimentou sua vida para um lado bom: a encorajou. Ao reler essas palavras, entendi o porquê. E se me permitem, a coluna de hoje será uma releitura daquela. Que as palavras cheguem às destinatárias certas.

Grita, menina!

Grita. Não aceite isso não. Exponha ainda que silenciosamente a parte que não mais te cabe desse latifúndio histórico de opressão. Abra mão dessa “terra” besta. Reconheça teu valor e não temas pelo leite que jaz derramado. Até as vacas hão de doar mais leite para recompor sua liteira avariada.

Grita, menina. Não sente nesse colo opressor. Não lave mais essa louça de um tostão, nem queime as pontas dos dedos nesse fogo mais quente que o queimador do fogão. Saia por essa porta de cabeça erguida, peito inflado do orgulho acumulado que teimaram em limitar. Grita com essa voz grossa ou fina, rouca, esganiçada. Voz de doida que é muito sã. Essa voz que sai de ti e que é a mais linda que se pode ouvir. Não creia que sua potência é louca e que sua voz é pouca.

Grita, moça. Até que os surdos possam ouvir. Grita com tua alma brilhante cuja luz tentam apagar. Se lança por aí com esse andar desengonçado, aquele lerdo que sempre fica para trás, com esses passos desencontrados, arrastados pelo caminho cujas armadilhas teimam em colocar. Corre por aí com esse preparo físico inato e vigoroso que tentam suprimir.

Grita até doer essa garganta que de frágil não tem nada, até arrepiar os fios desse cabelo que de feio não tem nada, até sacodir sua carne. Vai, menina, use seu corpo, sua força interior. Pode ir. Seja a lúdica sonhadora que sempre foi, mas sonhe por aí. Seja a emotiva chorona, mas chore em outro lugar. Seja a mãe babona, a mulher brigona, mas seja. Seja o que quiser. Cante esse canto embargado, fora do tom, sem ritmo, mas cante fora daí.

Seja, menina. Tudo ou nada, a desequilibrada, mas seja. Conduza seu oito ou oitenta nesse caminho vão. Ou vil. Corra com sua “TPM insuportável”, com seu “temperamento indomável”. Fuja desse lugar de oprimida. Busque sua lucidez, resgate sua coragem.

Vá com a roupa feia, com a unha sem estar feita, com o peso sem medida. Não liga, menina. Grite que está cansada desse esteriótipo fictício, dessa capa de revista de mentira, dessa pressão descabida, dessa forma que não consegue ser. Fuja desse estigma de louca. De mal amada. De pouco cuidada.

Espalhe essa energia reprimida, de tempos em tempos suprimida. Dê o primeiro passo e perceba que não desaprendeu a andar. Nem a lavar e passar. Não lave mais nada não. Enquanto não aprenderem a lavarem suas bocas, a secarem seus ranços, a perceberem o quão tolos são seus comandos. Ria de tudo isso. Use seu riso para gargalhar contra quem te reprime e desentale esse rojão de vida agarrado sob o nó da sua garganta.

Sopre a vida. Mude de postura. Aprenda a não silenciar. Salvo se quiser. Berre esse canto entalado, enlutado de quem quase morreu e sabe que só se vive uma vez. Vá, menina. Viva. V-i-v-a! Saia daí.  Seu lugar não é a cozinha, salvo se quiser. Nem atrás do homem. É em todo lugar.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Sim, você pode emprestar o seu dinheiro

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Agiotagem é considerada um ato ilegal e se enquadra dentro da lei 1.521/51 que dispõe sobre crimes contra a economia popular. Isso porque as operações de crédito precisam estar enquadradas em normas e parâmetros estabelecidos pelas autoridades do sistema financeiro e esta não é uma atividade simples. Contudo, se você tem dinheiro “sobrando” e pretende rentabilizá-lo existem alternativas no mercado financeiro para suprir a sua demanda por investimentos.

Agiotagem é considerada um ato ilegal e se enquadra dentro da lei 1.521/51 que dispõe sobre crimes contra a economia popular. Isso porque as operações de crédito precisam estar enquadradas em normas e parâmetros estabelecidos pelas autoridades do sistema financeiro e esta não é uma atividade simples. Contudo, se você tem dinheiro “sobrando” e pretende rentabilizá-lo existem alternativas no mercado financeiro para suprir a sua demanda por investimentos. Mais especificamente, se você pensa em alocar seus recursos em operações de crédito – que, sim, são mais rentáveis – você pode explorar as possibilidades dentro da classe de ativos chamada Debênture, um título de dívida corporativa.

No entanto, para fazê-lo com inteligência é preciso conhecer o ativo e entender seus riscos. Em sua definição (de acordo com o Portal do Investidor da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM) “debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora.” Em outras palavras, este é um título de dívida emitido por empresas SA (Sociedades Anônimas) que oferecem o direito de crédito ao investidor.

Basicamente, caso uma determinada companhia precise financiar um projeto, em geral com objetivo de expansão das operações, existe a possibilidade da emissão de títulos de dívida (as debêntures) para obter o financiamento desejado e, com isso, os custos do crédito se tornam mais baratos do que solicitar o crédito em bancos e/ou outras instituições financeiras. Percebe como você pode se tornar credor sem infringir nenhuma lei? Estruturas de crédito são complexas, os riscos existem e por isso precisa ser um processo bem definido.

A propósito, por falar em riscos, chegou a hora de conversarmos sobre os riscos assumidos por você, como investidor (ou credor, se preferir), ao financiar a dívida de uma empresa emissora desses títulos. Já ouviu falar sobre o risco de crédito? É a possibilidade de a companhia que emitiu as debêntures não honrar seus compromissos e, em bom português, dar um calote no investidor. Este é o maior risco presente nesta classe de ativos.

Contudo, por não haver a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (como há nos títulos bancários) o mercado se deparou com a necessidade de estabelecer outras garantias para manter a saúde das operações e o bom relacionamento entre investidor e emissor. Foi dessa necessidade que surgiram a garantia real, que oferece bens da empresa emissora ou de terceiros como garantia de pagamento; e garantia flutuante, onde o investidor tem a prioridade em relação a outros credores em caso de falência da empresa emissora.

Apesar de ainda haverem outras categorias, essas são as principais garantias ao investidor e é importante se manter dentro destas para não correr riscos desnecessários. Agora, caso queira assumir mais riscos, é muito provável que receba um prêmio maior por isso e alcance altas rentabilidades com seus investimentos.

Por último, e longe de ser menos importante, é necessário entender como funciona o regime tributário das debêntures. Assim como outros títulos de renda fixa e alguns fundos de investimentos específicos, a tributação aqui se baseia na tabela regressiva de IR: quanto maior o prazo, menor a alíquota - que varia de 22,5% a 15,0%. Contudo, ainda há a possibilidade de direcionar seus recursos para as debêntures incentivadas, que – por estímulo público – isentam o investidor de qualquer tributação. Permitindo maior lucratividade e, consequentemente, tornando o investimento mais atrativo.

Percebe como você pode rentabilizar seu patrimônio fornecendo empréstimos sem infringir nenhuma lei? Além disso, ainda existem as garantias de grandes empresas. Essas são as debêntures e merecem um espaço na sua diversificação de investimentos. Pense nisso!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Feminicídio: a epidemia dentro da pandemia

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O ano de 2020 foi marcado pela chegada da pandemia mundial do novo coronavirus (Covid-19) que veio a ceifar muitas vidas, sendo freado pelo distanciamento social, pelo uso de máscaras e pela vacina, que salva vidas. Entretanto, a epidemia da violência doméstica e do feminicídio cresceram assustadoramente nos tempos de isolamento social.

O ano de 2020 foi marcado pela chegada da pandemia mundial do novo coronavirus (Covid-19) que veio a ceifar muitas vidas, sendo freado pelo distanciamento social, pelo uso de máscaras e pela vacina, que salva vidas. Entretanto, a epidemia da violência doméstica e do feminicídio cresceram assustadoramente nos tempos de isolamento social.

Recentemente, em nossa cidade, tivemos a triste notícia de um suposto caso de feminicídio, gerando tamanha comoção e revolta por parte da população, diante da agressividade e brutalidade, não somente com a esposa, que estava grávida, mas com o restante de sua família.

Evidentemente para que fique comprovado o feminicídio neste caso, será necessária toda investigação da Polícia Civil, seguido do julgamento do juízo da 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, que virá ou não a levar o acusado ao Tribunal do Júri Popular, sendo garantido o direito à defesa ao acusado.

O que é o feminicídio

Mas o que esse crime significa, exatamente? Quer dizer que toda e qualquer mulher morta é vítima de feminicídio? A resposta é não!

Feminicídio é o termo usado para denominar o assassinato de mulheres cometido em razão do desprezo, da violência doméstica ou pela condição de gênero, ou seja, pelo simples fato de ser mulher!

Essa lei alterou o Código Penal, em 2015, incluindo-o como qualificadora do crime de homicídio, além de colocá-lo na lista dos crimes hediondos. A condenação para um homicídio normal prevê pena de seis a 20 anos de prisão. Para um feminicídio, a condenação varia entre 12 a 30 anos.

A realidade brasileira escancara altos números de mulheres mortas, especialmente, as vítimas de relacionamentos abusivos e de términos mal resolvidos que acabaram em tragédia.

Antes de 2015, podemos citar alguns casos famosos que chocaram o país, como: o da jovem Eloá, morta pelo seu ex-namorado após ter sua liberdade privada por dias; caso Eliza Samúdio, em que a mesma supostamente teve sua vida ceifada por conta de pensão; e o caso Mércia Nakashima, em que a mesma foi assassinada pelo ex-namorado, com um tiro e teve seu corpo jogado dentro de uma represa.

Contudo, como estes foram casos anteriores à lei do feminicídio, não foi levado em conta como agravante, o fato de todos serem ex-parceiros de relacionamento das vítimas e essa ter sido uma das circunstâncias fundamentais para que a crime ocorresse. Mas agora, a realidade é outra!

Dados do feminicídio

Segundo dados apurados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (ABSP), os crimes de feminicídio, somaram 1.338 mortes, somente em 2020. Isso gera a assustadora marca média de que uma mulher foi morta à cada sete horas no Brasil. Em relação ao perfil das vítimas, nota-se que uma em cada três mulheres tinha entre 18 e 30 anos, sendo 62% delas, negras.

De acordo com a mesma fonte de pesquisa, 81,5% dos feminicídios foram causados pelo atual ou ex-companheiro, demonstrando relação direta dos reflexos de uma sociedade brasileira machista e patriarcal, em que a mulher é tratada como posse.

Conclusão

Infelizmente, já não é primeira vez e nem será a última, que, nós, friburguenses, presenciaremos essa deprimente realidade que está entranhada na cultura brasileira. O pilar básico para mudarmos a sociedade se chama: educação!

Contudo, em caso de risco, não hesite em ligar imediatamente para a Polícia Militar: 190, Disque Denúncia: 180 ou para o Disque 100. Sua vida é única!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.