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Pensa em ser acionista?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Já parou para pensar sobre o que acontece quando você compra ações através da bolsa de valores? Entender o conceito por trás do homebroker (plataforma de negociação das corretoras de valores) é fundamental para fazer parte da filosofia das companhias e viver a tese dos seus investimentos. Compreender os objetivos e modelos de negócio das empresas é tão fundamental quanto refletir seus valores – ambientais, sociais, trabalhistas e muitos outros – ao portfólio de ações dos seus investimentos.

Já parou para pensar sobre o que acontece quando você compra ações através da bolsa de valores? Entender o conceito por trás do homebroker (plataforma de negociação das corretoras de valores) é fundamental para fazer parte da filosofia das companhias e viver a tese dos seus investimentos. Compreender os objetivos e modelos de negócio das empresas é tão fundamental quanto refletir seus valores – ambientais, sociais, trabalhistas e muitos outros – ao portfólio de ações dos seus investimentos.

Contudo, antes de partirmos direto para esses propósitos, vamos rever alguns conceitos a fim de democratizar o conhecimento presente neste texto. Comecemos, então, definindo a bolsa de valores.

Para tornar possível os negócios em setor de bolsas, é necessário que empresas de infraestrutura de mercado financeiro exerçam atividades primordiais, como – de acordo com a própria bolsa de valores brasileira – a “criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juroS e de commodities”. No Brasil, existe apenas uma empresa responsável por exercer tais atividades, a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão. Ao redor do mundo, por exemplo, existem diversas outras; como a Nasdaq e a Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos; a Bolsa de Valores de Londres, na Inglaterra; a Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha e por aí vai.

Contudo, isso pode ficar ainda mais simples quando tomamos consciência de as bolsas globais serem como uma feira (exatamente como essas de frutas, legumes e carnes) onde encontram-se vendedores e compradores dispostos a negociar determinado produto. Todavia, nessa grande e tecnológica feira da bolsa de valores, negociam-se as empresas. Mas, então, como chegar nessa “feira da bolsa de valores”?

Antes de mais nada, é necessário tornar-se cliente de alguma corretora ou banco de investimentos; são as instituições financeiras, as responsáveis por realizar a comunicação entre você e a bolsa de valores. É através do homebroker – plataforma de negociação disponibilizada na sua conta da corretora de valores – dessa instituição que você poderá comprar suas ações; e agora começa a sua jornada por boas escolhas. Portanto, falemos delas!

Compor um portfólio de ações não é fácil; mas o conceito é simples!

Comprar ações te faz acionista: um pequeno sócio de determinada companhia/empresa. Portanto, é importante compor o seu portfólio com ações de empresas que julga ser coerente tornar-se sócio. Não faz sentido algum comprar determinado papel (nomenclatura técnica sinônima à “ação”) de uma empresa sem saber, nem mesmo, quais os produtos e/ou serviços tal empresa oferece para a sociedade. É a partir daqui que você começa a pôr seus valores em questão: procure entender o propósito da companhia; sua relação e responsabilidade com a sociedade; entenda se os produtos e/ou serviços são realmente relevantes e rentáveis.

Além de toda essa filosofia de investimentos, entra também a visão fundamentalista; é somente aqui que você analisa os resultados das empresas e, caso bons ou minimamente promissores, adiciona-as ao seu portfólio. Mas lembre-se, ponto fundamental é diversificação! Uma carteira bem distribuída, com algumas boas empresas e de diferentes setores são fundamentais para diminuir os riscos de mercado (os riscos que toda empresa está sujeita).

Mais importante que começar a investir, é entender a filosofia por trás do investimento. E isso é bastante simples!

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Atravessamos uma revolução sem nos dar conta

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Um fato inegável é que a humanidade cria e transforma a todo tempo o mundo à sua volta. Somos tomados por ambições que nos levaram a grandes descobertas e invenções que mudaram não só a história, mas a própria evolução da espécie.

Podemos pontuar algumas invenções que à época pareciam um pequeno avanço, mas que se tornaram um grande passo para que o nosso dia-a-dia seja cada vez mais diferente. O que seria da evolução humana sem o fogo, a roda, a pólvora e o papel? A história seria escrita em linhas muito diferentes!

Um fato inegável é que a humanidade cria e transforma a todo tempo o mundo à sua volta. Somos tomados por ambições que nos levaram a grandes descobertas e invenções que mudaram não só a história, mas a própria evolução da espécie.

Podemos pontuar algumas invenções que à época pareciam um pequeno avanço, mas que se tornaram um grande passo para que o nosso dia-a-dia seja cada vez mais diferente. O que seria da evolução humana sem o fogo, a roda, a pólvora e o papel? A história seria escrita em linhas muito diferentes!

A geração da energia elétrica foi um salto gigantesco para o crescimento da população humana, que passou a ter mais qualidade de vida e aumentou sua expectativa de vida. Estudos estimam que a falta de energia no planeta, somente no primeiro mês, mataria 80% da população por falta de água tratada, escassez de comida por ausência de métodos de conservação e ausência de informação.

O mundo muda o tempo todo. Compartilho aqui uma história engraçada que minha mãe sempre me conta. Ela diz que em sua época de serviço em um  banco, percebeu um rapaz com um aparelho preto, algo tão grande como um tijolo, preso no cinto da calça e com uma antena gigantesca. Depois de muito estranhamento, questionou ao rapaz o que seria aquilo. E ele respondeu: “É um telefone, só que você usa ele sem fio e carrega com você”. Indignada, minha mãe questionou: “Você não já tem um telefone em casa? Para que quer outro?”

Hoje, é inegável que uma das maiores revoluções do mundo moderno veio daquele tijolão preto que as pessoas carregavam e agora chamamos de “telefone celular inteligente” (smartphones). O aparelho hoje é tão tecnológico que para se ter ideia, a capacidade de processamento de um smartphone hoje é muito maior do que a do computador que a Nasa usou para levar o homem à lua.

Fato é que o mundo passa por pequenas mudanças dia após dia e que possuem um impacto gigantesco na nossa sociedade. Mas será que estamos nos dando conta disso?

O surgimento do metaverso

“Meta” quer dizer além; e “verso” quer dizer universo. O futuro da internet, atualmente, está no desenvolvimento do metaverso que será um mundo virtual e interativo em que as pessoas poderão conviver dentro dele. Parece esquisito? E de fato é!

Você já assistiu ao filme dirigido por Steven Spielberg chamado “Jogador nº1”? O filme retrata a história de um garoto que mora em um bairro pobre, mas assim que põe o óculos de realidade virtual, ele é transportado para um mundo totalmente diferente em que seu avatar pode interagir num novo plano de existência, com pessoas de qualquer lugar do mundo.

A criação de um universo paralelo em que pode-se trabalhar, ganhar dinheiro, conhecer pessoas, comprar imóveis e personagens é uma realidade. A revolução recairá sobre tudo no mundo, especialmente sobre o modo em que temos as nossas relações interpessoais, o uso em massa de dinheiro virtual e a economia global.

E a corrida pela hegemonia do metaverso apenas começou. Em outubro de 2021, Mark Zuckeberg, dono do Facebook, Instagram e WhatsApp, mudou o nome da sua empresa para “Meta” e anunciou um investimento inicial no seu próprio universo de R$ 150 bilhões.

Bom, e se você ainda tem dúvida de que esse projeto será uma grande revolução, saiba que a Microsoft acaba de pagar o equivalente a R$ 380 bilhões pela aquisição da Activision Blizzard, uma empresa de jogos.  A venda da gigante do mundo dos games, não somente bate recordes pelo seu valor - que assusta – mas torna-se um grande passo para o que iremos chamar do novo normal.

Importante mostrar que não só as empresas de tecnologia estão se movimentando com o metaverso. A Nike, fabricante de tênis, somente no ano passado, lucrou R$17 milhões com a venda de 600 sapatos virtuais. A Adidas, empresa concorrente, não ficou atrás e arrecadou cerca de R$ 125 milhões com a venda de itens não físicos.

O mundo muda mais rápido do que podemos notar. E você? Está preparado para vivenciar uma revolução que ficará na história?

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O desafio para nossa saúde mental em 2022 e sempre

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

O professor Antonio Damásio, chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Iowa, no livro “O Erro de Descartes”, cita: “...a razão pode não ser tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou desejaria que fosse, e que as emoções e os sentimentos podem não ser de todo uns intrusos no bastião da razão, podendo encontrar-se, pelo contrário, enredados nas suas teias, para o melhor e para o pior.” (p.12). Razão e emoção se entrelaçam e interdependem. Não há, portanto, uma razão pura, sem ter sido influenciada por nenhum sentimento, assim como não há nenhum sentimento sem ter sido influenciado por algum pensamento (razão).

“A alma respira através do corpo, e o sofrimento, quer comece no corpo ou numa imagem mental, acontece na carne.”, afirma o professor Damásio (p.18). Há uma interligação entre mente e corpo, inseparável.

Antigamente se achava que havia no cérebro humano regiões específicas para cada função. Por exemplo, acreditava-se que havia uma única região responsável pela visão. Hoje sabe-se que “a função de cada parte individual do cérebro não é independente, mas uma contribuição para o funcionamento de sistemas mais vastos, compostos por essas partes individuais. ...Podemos agora dizer com segurança que não existem ‘centros’ individuais para a visão, para a linguagem ou ainda para a razão ou para o comportamento social. O que na realidade existe são ‘sistemas’ formados por várias unidades cerebrais interligadas.” (p.35).

A Neurologia, a Psiquiatria, a Psicologia Médica, a Imunologia, a Endocrinologia, até a Filosofia, Sociologia e Teologia, têm verificado que há uma interligação entre estas áreas do saber, que todas precisam de todas. Para nossa saúde mental precisamos interligações sociais, compartilhamento, noção e prática de vivência em comunidade.

Não fomos criados para competir, mas para compartilhar. Precisamos entender melhor isto. Entender que eu e você dependemos de cada outro ser ao nosso redor. Que cada um tem sua importância e participação na formação da saúde ou da doença social.

Preciso da Natureza, preciso do meu vizinho, preciso do lixeiro, do frentista do posto de gasolina, do canto do passarinho, do sol, da lua, da chuva, etc. A vida e a saúde funcionam dentro de um sistema e é compreendendo a visão sistêmica que podemos nos posicionar mais humildemente na existência, e isto é saudável.

Nossa saúde mental no Ano Novo, e em qualquer época, dependerá, portanto, de compreendermos esta interdependência entre corpo e mente, entre o individual e o social, entender que somos apenas parte de um todo, que precisamos uns dos outros, e que viveremos melhor ao compartilhar e não ao competir.

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Fábricas reduzem jornada de trabalho

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Fábricas reduzem jornada de trabalho
O ano de 2022 começou sem o otimismo que perdurou na indústria metalúrgica friburguense em 2021, mesmo com a pandemia. Após ótimos resultados que refletiram inclusive no aumento de empregos, as vendas caíram, o que levou à diminuição da demanda por produção. Pelo menos duas grandes fábricas locais, que vendem para todo o continente, iniciaram o ano com demissões e redução da jornada de trabalho.  

Fábricas reduzem jornada de trabalho
O ano de 2022 começou sem o otimismo que perdurou na indústria metalúrgica friburguense em 2021, mesmo com a pandemia. Após ótimos resultados que refletiram inclusive no aumento de empregos, as vendas caíram, o que levou à diminuição da demanda por produção. Pelo menos duas grandes fábricas locais, que vendem para todo o continente, iniciaram o ano com demissões e redução da jornada de trabalho.  

Vendas em queda
Desde novembro, segundo profissionais ligados ao setor, vem se sentindo uma brutal diminuição no número de pedidos. A curva seguiu caindo. A inflação descontrolada e a consequente queda no consumo pode ser um dos fatores, além do aumento de juros para financiamento de imóveis e reformas. No entanto, há esperança de que uma prevista retomada do setor de construção civil possa reverter o quadro. Para o setor de fechaduras e cadeados, porém, a retomada tem um delay, ou seja, leva mais uns meses para sentir o reflexo desse possível aumento nas vendas.     

Saldos positivos interrompidos
As demissões ocorridas em janeiro só devem refletir na plataforma Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) no fim de fevereiro, quando a Secretaria Nacional de Trabalho divulga os dados consolidados do mês anterior. Pode ser que Nova Friburgo registre mais desemprego do que emprego, após 12 meses seguidos de altas e saldos positivos.

Setores em dificuldades
Além das demissões no setor metalúrgico, se somarão ao número do desemprego de Nova Friburgo, as vagas criadas para períodos temporários de fim de ano no comércio e em confecções. O setor de eventos que está tendo novas restrições por conta da alta de casos de Covid-19 e H2N3, também pode reforçar o aumento do desemprego. O que pode reduzir os danos são as vagas criadas pela administração pública municipal que abriu concorrências simplificadas de vagas nos setores de saúde e educação. A conferir.

Sextas-feiras de folga
Para evitar mais demissões, uma das tomadas de decisões de algumas dessas fábricas de cadeados e fechaduras foi a redução da jornada de trabalho, com o fim de horas extras. Para gerar mais economia, o fim de semana foi estendido e a sexta-feira ou não tem atividades ou estão restritas a setores específicos. Os trabalhadores ficam em casa. O retorno normal só deve ocorrer quando o mercado se reaquecer. Lembrando que a redução de jornada de trabalho não é uma novidade e é um método instituído pelas gestões em tempos difíceis.         

Abuso na venda de testes Covid-19
Ainda que em Nova Friburgo não tenha se visto algo que está ocorrendo em outras cidades brasileiras, as autoridades estaduais, especialmente o Procon, estão de olho. A lei da oferta e demanda, além da estimada falta de testes em breve, estão inflacionando os preços dos testes de laboratórios e os vendidos em farmácias.

Preços mantidos em Nova Friburgo
Em uma rápida pesquisa feita pela coluna, averiguamos que os valores seguem os mesmos de antes da alta de suspeitas de Covid-19 e H2N3, em Nova Friburgo. Nas farmácias, a média segue, a depender do teste, entre R$ 80 e R$ 120. Já nos laboratórios, os exames continuam variando entre R$ 150 e R$ 250. Em ambos os casos, é preciso fazer a marcação prévia.    

Aumento previsível
No entanto, é provável que uma nova leva de testes que chegue à cidade tenha aumento de preço pela lei do mercado. Ou seja, não será diretamente culpa dos vendedores finais, pois eles devem receber os insumos com valores reajustados. Aliás, há quem diga que se receber novos testes já será bom, uma vez que já há falta dos produtos em alguns fornecedores.

Especulação também existe
Para além de Nova Friburgo, no entanto, o alerta está ligado: há suspeitas de que alguns fornecedores e até estabelecimentos finais estão escondendo os testes para questões especulativas. As multas, nesses casos, podem chegar a R$ 11 milhões. Por aqui, abusos de farmácias e laboratórios serão fiscalizados e se comprovados - punidos. O consumidor é fundamental nessa fiscalização com denúncias aos órgãos competentes.

Passaporte de vacina
Já são pelo menos seis países no mundo que estabeleceram legalmente a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 para circular nas ruas. Pesadas multas têm sido aplicadas para quem desrespeitar a norma. Áustria e Equador estão entre essas nações. Ainda que a medida pareça extrema, repito a pergunta que tenho feito há tempos: por que Nova Friburgo é uma das poucas cidades que sequer se aventa a possibilidade de passaporte de vacina para entrar em locais fechados?

Friburguenses em dia, mas e os turistas?
Segundo a prefeitura, 81% da população geral friburguense está vacinada e 94% da população em idade de se vacinar (igual ou maior de 12 anos) está com a segunda dose já aplicada. Segundo especialistas, com 90% da população geral vacinada se garante a sonhada imunidade coletiva. Com o início da vacinação infantil, Nova Friburgo deve atingir os 90% em quatro meses. As crianças tomarão duas doses, com intervalo de dois meses de uma para a outra. Ainda que os números friburguenses estejam acima da média, a exigência do passaporte seria vital, por exemplo, quanto aos turistas.

Palavreando
“Somos células espalhadas que precisam se conectar para formar o mundo. A dimensão de universo se forma nas partículas e nas particularidades de cada uma delas. Cada peça é importante para formar a imagem desse imenso quebra-cabeça. Não estamos sozinhos. Não somos solitários nas multidões”.

“Em Roma a fúria do leão, o aço da lança jorrava no chão, o sangue inimigo na lei do mais forte, reflete perigo o fio de corte”.  Com esse como um dos refrões, a Unidos da Saudade revelou em grande festa, o seu samba para o Carnaval 2022. O clipe audiovisual já está disponível no canal da agremiação no YouTube. Falando sobre a indústria metalúrgica, um dos trechos mais bonitos do samba - que tem o Estandarte de Ouro, Evandro Malandro, como um dos compositores - é a passagem para o refrão principal: “E hoje Nova Friburgo é referência na indústria e na ciência, o meu despertar, o samba é o aço que resiste, sentimento que persiste e faz o meu povo cantar...”

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Uma polêmica desnecessária

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O membro do Supremo Tribunal Federal (STF), sr. Edson Fachin, criou uma polêmica desnecessária. Aliás, o substantivo membro foi grafado porque ministro é um cargo do governo indicado pelo presidente da República e que pode ser destituído quando esse bem entender. Como o seu cargo é vitalício, membro do STF é mais do que satisfatório. Não deve, também, ser chamado de vossa excelência, pois sendo um jurista, não deve ter tratamento de juiz. 

O membro do Supremo Tribunal Federal (STF), sr. Edson Fachin, criou uma polêmica desnecessária. Aliás, o substantivo membro foi grafado porque ministro é um cargo do governo indicado pelo presidente da República e que pode ser destituído quando esse bem entender. Como o seu cargo é vitalício, membro do STF é mais do que satisfatório. Não deve, também, ser chamado de vossa excelência, pois sendo um jurista, não deve ter tratamento de juiz. 

Tem coisas que passam despercebidas, mas que persistem a incomodar as pessoas cultas e interessadas no bem estar do Brasil, uma delas é o tal do idioma neutro. Isso porque a Constituição do Brasil, de 1988, no seu introito diz as seguintes palavras: “Constituição Federal de 1988: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil, que em seu artigo 13 diz ser a língua portuguesa o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

Recentemente saiu no Consultor Jurídico de novembro de 2021: “Por verificar preliminarmente ofensa à competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação, o ”ministro” Edson Fachin, do STF, suspendeu a lei do Estado de Rondônia que proíbe a denominada linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições locais de ensino, públicas ou privadas, e em editais de concursos públicos. A decisão liminar foi tomada nos autos de uma ação direta de inconstitucionalidade e será submetida a referendo do plenário”.

Esse ato foi em função de ação impetrada no STF, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) que sustenta, entre outros pontos, que a lei estadual 5.123/21, a pretexto da defesa do aprendizado da língua portuguesa de acordo com a norma culta e as orientações legais de ensino, apresenta preconceitos e intolerâncias incompatíveis com a ordem democrática e com valores humanos. (https://www.migalhas.com.br/quentes/355086/fachin-suspende-lei-de-ro-que-proibe-linguagem-neutra-em-escolas)

Ao que me consta as Academias de Letras, tanto do Brasil, como a de Portugal, não aprovaram essa aberração que é a linguagem de gênero, aliás, a da França cortou pela raiz essa agressão ao idioma francês, proibindo linguagem neutra nos estabelecimentos de ensino da França. Portanto, não cabe a um membro do STF legislar em causa própria, transgredindo a Carta Magna do país, acintosamente.

Nada contra a autoafirmação do movimento LGBT..., pois a discriminação sempre foi um mal a ser combatido, mas o respeito às pessoas que têm opiniões diferentes têm de ser preservado. Afinal, ser contra ou a favor de coisas que fogem ao status quo vigente, é uma questão de opinião pessoal, que também é respaldada pela Constituição Federal. Não é justo que um idioma seja transfigurado em função da vontade de uma minoria. Na língua portuguesa, até deliberação em contrário, palavras femininas se grafam com “a” e masculinas com “o”, salvo as exceções como mar, sol, nuvem, carruagem, opinião etc. Será que se eu me dirigir a “um membri do STF, por exempli i ministri  Alexandri de Morais, eli vai ficar satisfeiti?”.

Esse papo de linguagem de gênero é muita falta do que fazer e é com desgosto que eu vejo um membro da mais alta corte do país se prestar a um papel como o do sr. Fachin, ao acatar tal petição. Afinal, o seu régio salário deveria ser para tratar de coisas mais sérias, como a defesa intransigente de nossa Constituição, coisa que muitas vezes seus próprios colegas de instituição, transgridem. Exemplos não faltam, mas o mais flagrante foi o de Ricardo Lewandowski ao chancelar a destituição da ex-presidente Dilma Roussef, mas manter seus direitos políticos, apunhalando mortalmente nossa Carta Magna. Como diria Nelson Rodrigues, outros exemplos pululam no cotidiano do Brasil.

Espero que a lucidez, algo que na maioria das vezes falta ao colegiado do STF, ao se reunir para deliberar sobre mais essa transgressão constitucional, coloque a mão na consciência e que aborte mais essa insensatez.

 Aliás, o Brasil não merece a corte suprema que tem.

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A VOZ DA SERRA é o orgulho friburguense!

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

O Caderno Z é um alambique de surpresas, onde podemos beber a mais saborosa de todas as bebidas - o conhecimento. Embebedar-nos de cultura é a sua missão e, quanto mais bebemos em suas edições, mais podemos manter o equilíbrio. Afinal, beber até cair em reflexões, é elevar a nossa mente. Se eu fosse escolher a trilha sonora da viagem de hoje, certamente, seria “O Cio da Terra”, para “decepar a cana, recolher a garapa da cana, roubar da cana a doçura do mel...”.

O Caderno Z é um alambique de surpresas, onde podemos beber a mais saborosa de todas as bebidas - o conhecimento. Embebedar-nos de cultura é a sua missão e, quanto mais bebemos em suas edições, mais podemos manter o equilíbrio. Afinal, beber até cair em reflexões, é elevar a nossa mente. Se eu fosse escolher a trilha sonora da viagem de hoje, certamente, seria “O Cio da Terra”, para “decepar a cana, recolher a garapa da cana, roubar da cana a doçura do mel...”. E vamos cantando para festejar o Dia do Cortador de Cana (último domingo, 16), o que já é motivo para o primeiro gole da “aguardente de cana”, que se tornou “o terceiro destilado mais consumido no mundo e o primeiro no Brasil”. O orgulho nacional é tanto que, somente em nosso país, “as aguardentes de cana-de-açúcar podem ser chamadas de cachaça”.

Caninha, pinga, cana, qualquer que seja a denominação, a cachaça ganhou simbolismo a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, e foi assumindo seu porte na sociedade, inibindo o desenvolvimento da, então, cultura europeia. O historiador Câmara Cascudo, em seu livro “Prelúdio da Cachaça”, faz defesas da “branquinha” e conta que na luta pela independência do Brasil, a cachaça era servida “nas reuniões conspiratórias dos inconfidentes das Minas Gerais”. Contudo, é preciso saber escolher, pois, “não existe bafo nem ressaca para uma cachaça de qualidade”. Sendo uma bebida de teor altamente hedonístico, é preciso moderação. Wanderson Nogueira pergunta: “Qual é a sua cachaça?” A minha, que me deixa tonta, de tanto conteúdo que eu bebo, é viajar nos roteiros de A VOZ DA SERRA! Que bebida boa e cristalina!

Ainda no clima festivo da cana-de-açúcar, um brinde especial para o nosso querido Vinicius Gastin, aniversariante desta quarta-feira, 19. Felicidades! Seguindo em frente, roteiro abaixo, damos de cara com a charge de Silvério, que exibe os trambolhos que os postes da cidade carregam. Encontrar o fio da meada do problema é a tentativa do mutirão entre dez empresas de telefonias e telecons, além de representantes da Prefeitura de Nova Friburgo. Reduzir os emaranhados e retirar os fios em desuso são objetivos de ação. Por tanto peso nos ombros, os postes agradecem a faxina.

Com a primeira quinzena de 2022 transcorrida, o ano novo já parece arrastando as sandálias. Se uma “portaria do Ministério da Saúde entrar em vigor, nossa cidade poderá deixar de receber mais de R$ 1 milhão em recursos destinados a cirurgias de alta complexidade, como as cardíacas”. Haja coração para suportar tanta pressão!

O INSS suspendeu, temporariamente, as perícias médicas, por conta do aumento de casos de Covid-19 em todo o país. Já a prova de vida dos segurados volta a ser obrigatória. A partir de fevereiro, caso a exigência não seja cumprida, os pagamentos poderão ser suspensos. Os beneficiários devem fazer a prova de vida no banco de seu pagamento, em caixas eletrônicos, nas agências e nos aplicativos bancários.

A Prefeitura de Nova Friburgo abriu novo concurso para contratar médicos e as inscrições podem ser feitas até a próxima sexta-feira, 21, das 10h às 17h na “Sala de Gestão de Crise” no 1º andar do antigo prédio da OI,  em  frente à prefeitura, ou por meio eletrônico no endereço comissaocurriculon@gmail.com até as 23h59 de sexta-feira, 21. O edital completo no Diário Oficial Eletrônico pode ser conferido em www.novafriburgo.rj.gov.br. A lista das funções é bem intensa. Vale conferir!

É bom mesmo que haja profissionais disponíveis, pois saúde é primordial. Falando nisso, estamos numa nova onda de Covid-19 e de casos de problemas respiratórios. O  novo decreto municipal reduz público em eventos de 50% para 30%, limitando, para espaços fechados, a capacidade de ocupação para 300 pessoas. Dependendo do tamanho do salão e do sistema de ventilação, tanta gente assim forma uma aglomeração considerável. Para espaços abertos, o limite é de 500 pessoas. Mesmo sendo ao ar livre, Deus nos livre de um retrocesso, quando tudo parecia sob controle!

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Paz friburguense

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Paz friburguense

A bela e bucólica localidade de Rio Bonito de Cima, na região do distrito de Lumiar, que reúne propriedades rurais de alguns artitas, passa a contar com mais uma admirada figura da telinha.

A talentosa atriz Juliana Paes é a mais nova proprietária de belo sitio em Rio Bonito e a partir de agora poderá ser vista por lá com mais facilidade.

Vivas para Margarida

Paz friburguense

A bela e bucólica localidade de Rio Bonito de Cima, na região do distrito de Lumiar, que reúne propriedades rurais de alguns artitas, passa a contar com mais uma admirada figura da telinha.

A talentosa atriz Juliana Paes é a mais nova proprietária de belo sitio em Rio Bonito e a partir de agora poderá ser vista por lá com mais facilidade.

Vivas para Margarida

Ontem, 17, quem passou o dia recebendo manifestações de carinho, apreço e parabéns, aos quais incluímos os nossos, foi a conhecida Margarida Leão (foto), assistente social e também irmã do padre Antonio Leão.

Super querida e cheia de amigos, ela merece os sinceros parabéns com votos de tudo de bom, saúde e alegrias.

Pró Hospital da Criança

O valoroso Bloco da Jurema, que desenvolve como razão de sua existência, continuadas campanhas sociais, como a que arrecada, há anos, lacres das latinhas de cervejas e refrigerantes para conseguir cadeiras de rodas e, assim, servir instituições e pessoas necessitadas, acaba de abraçar mais uma significativa causa.

O bloco aderiu ao Desafio Solidário do Hospital da Criança no Rio de Janeiro e, na semana passada, seu diretor-fundador Márcio Assis (foto), recebeu um certificado de participação e agradecimento, pela arrecadação de mais de 260 quilos de tampinhas plásticas de garrafas de bebidas e quase 30 quilos de lacres de latinhas, auxiliando assim a unidade de saúde.

Parabéns ao Aguilera!

Ainda em tempo de poder registrar a satisfação desta coluna, endereçamos nossos cumprimentos a um dos mais conhecidos e tradicionais contadores de Nova Friburgo que marcou época no passado também como vereador: Mário Aguilera Campos.

Isso, porque no último domingo, 15, junto aos familiares ele completou mais um aniversário! Saúde e paz. 

Baile beneficente no Roqueano

No próximo dia 30, um domingo, acontecerá no Roqueano Social Clube, em Olaria, a partir das 18h, um baile beneficente com toda a arrecadação da bilheteria revertida para ajudar ao Ricardo Luiz, amigo de muitos amigos, e que vem travando uma dura luta contra o câncer.

Os ingressos vão custar R$ 10 e como atrações, estarão se apresentando ao vivo no evento, Jonathan Lima, Silvinho do Arrocha, Duo Camuflagem, Guin Rocha, Bruno Teclas e André Moreno. Taí uma boa dica de diversão com cunho social para ajudar quem está realmente precisando.

Country sendo Country

Impecavelmente digna e dos mais justos aplausos, a concorrida solenidade de posse dos novos presidentes do Nova Friburgo Country Clube que aconteceu na noite da última sexta-feira, 14.

Por isso também, cumprimentos aos presidentes empossados Roosevelt Serafim Concy a frente do Conselho Diretor; Joílson Wermelinger Araújo no Conselheiro Deliberativo e Celso de Oliveira Santos no Conselho Fiscal, este último que por sinal deu aula de gestão até passar a presidência a Roosevelt.

 

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O grito do silêncio

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

“Para onde vão nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos?” Esta semana me deparei com este questionamento da Mafalda, a famosa e perspicaz personagem em quadrinho de Joaquín Salvador Lavado. A dúvida de Mafalda gerou em mim um certo incômodo, o que me levou a escrever esta reflexão.

“Para onde vão nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos?” Esta semana me deparei com este questionamento da Mafalda, a famosa e perspicaz personagem em quadrinho de Joaquín Salvador Lavado. A dúvida de Mafalda gerou em mim um certo incômodo, o que me levou a escrever esta reflexão.

Analisando o cotidiano de nossa sociedade, percebi que muitas vezes somos levados a calar a voz do que sentimos ou pensamos para nos enquadrarmos num pseudoparadigma do que é certo ou errado. As redes sociais estão cheias de pessoas felizes e sorridentes, o que faz parecer uma realidade paralela quando comparada a vida real. Seguimos uma ditadura do bem-estar, do super-homem.

Forçados a calar a voz dos sentimentos, da própria identidade, na tentativa de se enquadrar nos ditames da cultura hodierna, a humanidade é levada a ignorar a voz da sua própria essência. E, esquecendo-se de que a vulnerabilidade à dor é o que nos torna humanos, calamos o que sentimos e acabamos por sucumbir a transtornos, doenças e a morte.

Desde crianças somos obrigados a segurar as emoções. Quantas vezes ouvimos que chorar é “sinal de fraqueza”. Desde muito pequenos, vamos sendo castrados em nossos sentimentos e emoções. E, quando podemos tomar nossas próprias decisões, em nome de “convenções da sociedade”, seguramos nossa raiva, nossa indignação, não abraçamos nossos amigos e nossos pais.

Quando percebemos nos tornamos um poço de sentimentos que precisam sair de alguma forma. Se não as expressamos do modo correto, estes sentimentos calados passam a se manifestar em forma de raiva e/ou tristeza, e por muitas vezes nos levam a depressão e à morte. Quanto mais tempo sofremos calado, mais doente ficamos. A dor faz parte da nossa condição humana e por isso não pode ser negligenciada e calada. Não é porque se sofre que se é mais fraco.

O Papa Bento XVI adverte que “aqueles que diante do sofrimento só sabem dizer que ele deve ser combatido nos enganam” e completa dizendo que, sem dúvida, é preciso fazer tudo para aliviar o sofrimento dos inocentes e limitar a dor. Contudo, não se pode esquecer que não existe vida humana sem sofrimento e que ele é fonte de amadurecimento humano (cf. Ratizinger, J. Compreender a Igreja hoje. p.85).

Jesus em sua vida pública foi capaz de perceber o grito de dor silenciado no coração das pessoas. A mulher pecadora silenciada sob o grito da multidão teve sua dor ouvida pelo Salvador. Ele foi capaz de levantá-la e de fazê-la uma voz a gritar que a lei do amor e da misericórdia é capaz de superar e curar o pecado.

Ela não foi a única a ser percebida por Jesus. Zaqueu, Mateus, o Cego de Jericó, os leprosos e todo aquele que fora silenciado pela ditadura cruel da aparência encontrou em Jesus um ouvinte sincero, leal e compassivo. Seguindo os passos de Jesus, somos chamados a estar atentos às dores caladas de nossa sociedade e proporcionar lugares de fala e escuta aos que sofrem. Seremos capazes de aliviar as dores do mundo quando formos capazes de dar voz e vez a todos.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Eles gostam de ler!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Sim, senhores, as crianças e os jovens gostam de ler!
Fiz, mais uma vez, esta constatação ao desenvolver uma oficina na
Biblioteca do SESC para um grupo de jovens, quando abordei a relação do
autor com o leitor, o processo criativo da escrita e os benefícios que a leitura
oferece.
Foi uma atividade agradável e todos demonstraram interesse. Ao longo
da oficina, observei que alguns participantes do grupo liam mais de um livro por
vez, como também a maioria conhecia os autores citados pelos colegas.

Sim, senhores, as crianças e os jovens gostam de ler!
Fiz, mais uma vez, esta constatação ao desenvolver uma oficina na
Biblioteca do SESC para um grupo de jovens, quando abordei a relação do
autor com o leitor, o processo criativo da escrita e os benefícios que a leitura
oferece.
Foi uma atividade agradável e todos demonstraram interesse. Ao longo
da oficina, observei que alguns participantes do grupo liam mais de um livro por
vez, como também a maioria conhecia os autores citados pelos colegas.
Alguns tinham orgulho de falar sobre o livro preferido e ficavam animados
quando havia outro colega que já o tinha lido. E o debate ia longe. As meninas
tinham preferência por romances; os meninos, por aventuras.
Além do mais, consideraram importante a leitura dos clássicos, inclusive
um deles assumiu o compromisso de buscá-los. Logo, os demais concordaram.
Que beleza!
Percebi que eles falavam com desenvoltura e não cometiam erros de
Português. Ao terminar o trabalho, tive uma sensação de alegria misturada com
paz ao ver um pedacinho do nosso Brasil querendo cultura e conhecer mais
sobre o mundo e a vida. Foi um momento de esperança.
A criança e o jovem querem ter acesso ao livro. Quando têm um livro
aberto na frente dos olhos, sentem o prazer de ler, querem conhecer a obra do
autor e o próprio.
Mas o acesso ao livro, na maioria das vezes, não é fácil. E quem pode
oferecê-lo? A família, a escola, o governo, clubes, associações. Enfim, há
âmbitos da sociedade que podem fazê-lo. Mesmo assim, o acesso é pequeno,
ainda pouco valorizado.
Noutro dia, conversando com uma vizinha que tinha um bebê, soube que
ela já estava fazendo uma biblioteca para a filha. O melhor estímulo que uma
criança pode ter para ler é conviver com a leitura em casa, vendo os pais
lendo, conversando a respeito e reconhecendo o valor dos livros.
Conheci, certa vez, a Jurema ou a Ju, uma bibliotecária. Muito ativa e
criativa, ela fez de uma pequenina sala o melhor espaço da escola; um lugar
gostoso de estar, instigante e cheio de novidades, aonde os alunos iam com

prazer, gostavam das atividades que ali eram realizadas e falavam da Ju com
sorrisos e os olhos brilhando.
Quando se quer, há meios de oferecer o livro ao leitor infantil e juvenil.
Eles, por sua vez, sabem fazer bom uso da leitura.
Pois é...

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Qual é a sua cachaça?

sábado, 15 de janeiro de 2022

Todo mundo tem uma cachaça preferida. Mesmo os avessos ao álcool, mesmo os que não gostam do destilado. A cachaça é tão nossa que a usamos, inclusive, para falar de nossos bons vícios. 

“Esse jogo é uma cachaça”. “A vista desse lugar é uma cachaça”. “Assistir esse vídeo é uma cachaça”. “Fazer isso é uma cachaça”. “Aquela música é uma cachaça”. “Te ver é uma cachaça”. 

Todo mundo tem uma cachaça preferida. Mesmo os avessos ao álcool, mesmo os que não gostam do destilado. A cachaça é tão nossa que a usamos, inclusive, para falar de nossos bons vícios. 

“Esse jogo é uma cachaça”. “A vista desse lugar é uma cachaça”. “Assistir esse vídeo é uma cachaça”. “Fazer isso é uma cachaça”. “Aquela música é uma cachaça”. “Te ver é uma cachaça”. 

Cachaça é ditado popular. É referência para tudo o que gostamos tanto que até perdemos certo controle sobre a repetição e nos alertamos para não se embriagar, ainda que estar ébrio seja bom vez em quando. Somos feitos de prazeres e os marcantes – momentos, pessoas, lugares, epifanias, símbolos, afazeres – nos resumem. 

Um homem é resumo de suas paixões. O que intitulam os capítulos das nossas biografias, em parte, são nossas cachaças. Qual é a sua? Ou melhor: quais são as suas cachaças? Da branquinha ou da amarela? Pura ou envelhecida? Carvalho, Umburana, Ipê, Pau Brasil, Jequitibá, Cabriúva... 

Assim como tem cachaça para todos os gostos, as cachaças de todos têm que ser respeitadas. Dizem os mais velhos: “Gosto não se discute”. É sábio apreciar a liberdade, mas sabedoria ainda é compreender que temos paladares, tatos, olfatos, histórias e sentimentos diferentes – únicos. 

Quais as cachaças da sua trajetória? Quais seguem com você? Quais se livrou? Quais não abre mão e promete apreciar até o último suspiro, mesmo que não reste gole?

Definimos nossas cachaças para que elas nos definam. 

Diferentemente da matemática, na cachaça e na poesia a ordem dos fatores altera o produto. Assim, é importante saber quem está no controle. Pois ainda que vício, os bons são aqueles que abusamos conscientemente para ter equilíbrio. 

No tal balanço que faz gingar na corda bamba e sorrir mesmo na angústia dos dias difíceis. Na tal sensatez que faz brindar nas horas ruins para abençoar as boas do porvir. Na tal lucidez que nos abre os olhos e o coração para o amor vindouro que acaba de passar na calçada... 

E ainda que se tropece por se confirmar passageira paixão, embriagado experiente se levanta para seguir. Seguimos sempre e as tatuagens de nomes que carregamos abandonados não pesam. Tatuagem não pesa, tanto quanto não se gramatura cicatriz.

Beba das suas cachaças com devoção a si mesmo por estar vivo vívido. Aprecie sem moderação as cachaças que trazem cores ao carrossel e fazem-no girar sem tontear. Aproveite o sabor e até o retrogosto das cachaças que invadem o espírito e dão razão ao existir, insistir, resistir, investir e todos os verbos que o levam a ir para frente, rumo à tal felicidade para além do que pregam coachings, pastores, políticos, psicólogos, o capitalismo, os livros de autoajuda... 

Tenha duas, três ou muitas cachaças para chamar de suas. Compartilhe-as, por que não? Saiba a hora de bebê-las sozinho e todas as demais para dividir com uma pessoa, grupo ou multidão. Afinal, cachaça pede brinde, nem que seja com o santo ou com você mesmo.                         

 

Foto da galeria
(Foto: Deise Silva)
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