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Mais um fim de ano se aproxima, férias à vista

quarta-feira, 08 de dezembro de 2021

2021 foi um ano difícil para todos. Convivemos com o auge da pandemia da Covid-19, muitas internações em enfermarias ou UTIs, que renderam 266,423 milhões de pessoas infectadas e 5,33 milhões de mortes, ao redor do mundo, até agora. Só no Brasil foram 616 mil pessoas que perderam a vida para essa estranha doença.

2021 foi um ano difícil para todos. Convivemos com o auge da pandemia da Covid-19, muitas internações em enfermarias ou UTIs, que renderam 266,423 milhões de pessoas infectadas e 5,33 milhões de mortes, ao redor do mundo, até agora. Só no Brasil foram 616 mil pessoas que perderam a vida para essa estranha doença.

Não podemos descartar as medidas preventivas, além da vacinação em massa, já que uma nova variante, a Ômicron começou a assolar os países africanos, europeus e parte dos Estados Unidos. O Brasil tem poucos casos descritos, ainda, mas todo cuidado é pouco. Aliás, como o brasileiro tem a cultura da vacinação, fruto de uma campanha bem desenvolvida ao longo dos anos, não enfrentamos, ainda, os problemas que assolam os europeus e mesmo americanos, onde uma parcela da população se recusa a vacinar-se.

De acordo com informações obtidas com pessoas que moram na Alemanha, a maior incidência de novos casos, entre eles, se dá entre os não vacinados. De acordo com algumas publicações, o Brasil tem, no momento, 60,04% de pessoas imunizadas com as duas doses, ficando à frente dos Estados Unidos; entre os países com o maior número absoluto de doses aplicadas, estamos em quarto lugar, atrás da China, Índia e Estados Unidos. Isso explica a diminuição importante do número de casos ou de mortes em terras tupiniquins.

Apesar de termos perdido parentes, amigos ou pessoas conhecidas nesses dois anos, graças as nossas preces e aos esforços do pessoal da saúde, autoridades e da solidariedade humana, permanecemos vivos, assim como grande parte dos nossos entes, principalmente os mais chegados. Já podemos sair, respeitando as orientações e foi com muita emoção, que o grupo da endocrinologia promoveu no último dia 30 de novembro, seu primeiro encontro depois desses longos dois anos.

Por isso, o Natal que se aproxima se torna uma comemoração muito importante, pois marcará o reencontro mais leve das famílias e, o mais importante, depois de muitos anos essa festa terá como o homenageado principal aquele para o qual a comemoração foi destinada. Anteriormente, o que víamos era um consumismo desenfreado, e o mais importante era a comilança e os presentes. Pouco se falava do nascimento de Jesus. Agora, com a inflação em alta no mundo todo, com muitas pessoas desempregadas, o que veremos, espero, será uma ceia mais simples, com a família e os amigos reunidos, e o presente mais valioso vai ser um agradecimento uníssono aquele que nos manteve vivos. Não faltará jamais uma prece para os que nos deixaram cuja saudade estará sempre presente e permanecerão para sempre na nossa memória.

Fica aqui o agradecimento aos meus leitores, aos colegas de A VOZ DA SERRA e aos meus amigos que sempre contribuem para que eu mantenha o desejo de continuar a escrever, muitas vezes temas polêmicos, mas cujo objetivo maior, é a informação. Como faço todos os anos vou dar uma pausa de três semanas voltando, somente, no início de 2022.

Desejo a todos um feliz Natal e um 2002 com muita saúde, perseverança e perspectivas de que a vida de todos retome seu ritmo normal o mais breve possível. Que possamos manter nossa caminhada nessa Terra em que a fraternidade e o amor ao próximo seja a meta de todos nós.

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A VOZ DA SERRA faz a gente acreditar no amanhã!

terça-feira, 07 de dezembro de 2021

O Caderno Z do último fim de semana, com o tema “Natal com sabor de Chocolate”, me lembrou uma touquinha com orelhas de coelho, que minha neta ganhou na Páscoa. Pressionando um dispositivo, além de as orelhas se mexerem, sai uma vozinha que diz: “Tudo que é bom tem gosto de chocolate”. A frase sempre me agradou, porque chocolate combina com tudo e o Natal é um prato cheio, tanto nas sobremesas, quanto nos presentes. Quem não adora ganhar nem que seja uma caixa de bombons?

O Caderno Z do último fim de semana, com o tema “Natal com sabor de Chocolate”, me lembrou uma touquinha com orelhas de coelho, que minha neta ganhou na Páscoa. Pressionando um dispositivo, além de as orelhas se mexerem, sai uma vozinha que diz: “Tudo que é bom tem gosto de chocolate”. A frase sempre me agradou, porque chocolate combina com tudo e o Natal é um prato cheio, tanto nas sobremesas, quanto nos presentes. Quem não adora ganhar nem que seja uma caixa de bombons? Agora com vacinas, talvez possamos arriscar uns abraços e uma reunião familiar mais intensa, sem descuidar dos cuidados. As dicas de decoração no “Z” são íntimas para mim desde a infância. Este ano eu inovei e fiz minha árvore natural com um pequeno arbusto. Ficou linda na minha sala!

As dicas de sobremesa também estão convidativas, pois, “rápidas e fáceis” sobra tempo para a confraternização. Um lembrete importante, sobre o costume de cada um levar um prato, a recomendação é que somente “uma pessoa (que esteja com a saúde em dia) prepare toda a ceia”. A orientação é por conta, apenas, do período pandêmico, pois, se a moda pega, coitada da pessoa escolhida. Vai trabalhar um bocado e para sempre!

“Tudo está no seu lugar, Graças a Deus...” e não devemos esquecer de agradecer a Wanderson Nogueira pelo maravilhoso texto para o “Rei de Nova Friburgo”, Benito Di Paula que, sendo o ‘friburguense coroado”, é rei “por merecimento e conquista. Sem armas ou invasão. Com música e poesia. Sem confabulações ou estratagemas. Com fé e coisas do amor...”. Que lindo, Wanderson! Benito é maravilhoso. Amo demais!

Da doçura do chocolate aos doces encantos de Benito Di Paula, o Caderno Z nos deu um banquete de gostosuras. Às vezes, sair do “Z” e saltar de um tema para outro é um desafio que aceito pelo prazer da viagem. Mas não é difícil saltar do Natal para o Carnaval, não pela rima, mas pelo contexto de importância, mantendo-se as devidas proporções de significados. E a charge de Silvério define o dilema de Papai Noel, entre o tambor e uma pandemia. Contudo, não há de ser o Bom Velhinho a dar o veredito.

A variante Ômicron é uma ameaça preocupante. Os presidentes das escolas de samba se manifestam na balança dos anseios para que haja a festa dos desfiles, mas a questão continua: ter ou não ter carnaval? Por medida de precaução, muitas cidades já cancelaram os festejos de Momo. Defender a tese de que é possível, mantendo os protocolos de segurança, é uma atitude duvidosa, pois, como evitar aglomeração e fazer distanciamento numa festa onde é tudo junto e misturado? Usar máscara sempre foi um acessório carnavalesco, porém, nunca no sentido de proteção sanitária. A essência carnavalesca é a liberdade das brincadeiras e como limitar? Aguardemos!

A economia, felizmente, está se recuperando e no Estado do Rio foram registradas a geração de, pelo menos, 5.699 novas empresas. O governador Cláudio Castro está otimista e confere o sucesso, em grande parte, ao processo de desburocratização no sistema de registro da Jucerja. O tempo médio atualmente para a abertura de uma empresa é de “apenas 40 minutos”. Outro setor otimista é o enoturismo e a vinícola Terras Frias, em Campo do Coelho, pretende abrir suas portas à visitação antes de março.

São muitos brindes a se fazer, pois, em “Sociais”, vivas para o aniversariante do último dia 3, o dr. Dirceu Badini, muito estimado. Joel de Sá Martins, como sempre, festeja seu grande ídolo, o saudoso cantor “Teixeirinha”. Dona Gelça Graciano Emerick festejando seus 100 anos de idade, nesta segunda, 6. Vivas para ela, com muito carinho. Vivas também para a toda a sua família, cheia de pessoas queridas.

A cidade se anima e as luzes do Natal começaram a iluminar os nossos caminhos. O prefeito Johnny Maycon ressaltou, entre outras palavras, na inauguração decorativa: “É muito bom saber que temos empresários preocupados com a cidade e a população, como Braulio Rezende...”. Lembrou também as tristezas das famílias que perderam entes para o coronavírus, mas confiante em dias melhores. Que seja assim, uma luz clareando as esperanças na cidade e em nossos corações, porque “Um Encanto de Natal” é um Natal em todo canto!

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Cidadão honorário de Maceió

terça-feira, 07 de dezembro de 2021

Cidadão honorário de Maceió

No próximo dia 22, o juiz da 2ª Vara do Trabalho de Nova Friburgo, dr. Derly Mauro Cavalcante da Silva (foto), terá um compromisso muito especial e bem distante daqui.

Ele vai viajar até a capital do Estado de Alagoas para receber,  com grande honra, o título de Cidadão Honorário de Maceió, devido a especial razão de seus empenhos e realização do Projeto Social Aquarius. A iniciativa, que conta com o apoio de diversos amigos, tornou realidade uma obra de captação de água para moradores do sertão alagoano.

Cidadão honorário de Maceió

No próximo dia 22, o juiz da 2ª Vara do Trabalho de Nova Friburgo, dr. Derly Mauro Cavalcante da Silva (foto), terá um compromisso muito especial e bem distante daqui.

Ele vai viajar até a capital do Estado de Alagoas para receber,  com grande honra, o título de Cidadão Honorário de Maceió, devido a especial razão de seus empenhos e realização do Projeto Social Aquarius. A iniciativa, que conta com o apoio de diversos amigos, tornou realidade uma obra de captação de água para moradores do sertão alagoano.

A concorrida cerimônia que certamente movimentará a classe política, social e maçônica daquela cidade acontecerá na Loja Maçônica Perfeita Amizade Alagoana, em Maceió. O juiz Derly  pertence a Ordem e foi empossado em outubro como ministro do Supremo Tribunal Maçônico do GOB (Grande Oriente do Brasil) em Brasília.

O basquete será nosso!

Conforme esta coluna antecipou, Nova Friburgo deverá se transformar na capital nacional do basquetebol do Brasil. Um convênio nesse sentido será assinado na tarde da próxima quinta-feira, 9, entre a representação regional da Firjan no Centro-Norte e a Confederação Brasileira de Basquetebol para utilização do ginásio Frederico Sichel, do Sesi, no Jardim Ouro Preto, para o incremento ao basquete.

O dia dos dias

O próximo domingo, 12, promete ser bastante movimentado em Nova Friburgo com várias confraternizações de fim de ano de instituições, clubes e empresas. Só este colunista recebeu convites e tem conhecimentos de nada menos que nove confraternizações. É tempo de celebrar conquistas e planejar futuras realizações. 

Confraternizando

Na última quinta-feira, 2, na churrascaria Chimarron, no Centro, aconteceu em clima de muita alegria e congraçamento, a festa de confraternização de fim de ano dos funcionários, parceiros e amigos da Rádio Sucesso FM, marcando assim o encerramento de mais um ano de trabalho, conquistas e vitórias, sob o comando do diretor da emissora, Igor Menta.

No registro fotográfico, alguns dos participantes da confraternização.

Yakisoba em Mury

Uma deliciosa opção para almoço do próximo domingo, 12, com sabor especial de ajuda solidária, será o yakisoba que a Casa Espírito Amor e Perdão promoverá em prol de suas ações sociais.

Os convites custam R$ 20 e os pratos serão servidou ou retirados para degustação em casa na Avenida Manoel Carneiro de Menezes (trecho urbano da RJ-116), 3.471, em Mury, a partir das 12h.

Papai Noel difícil

A Petrobras deve anunciar ainda nesta semana uma redução no preço do petróleo.

Com isso, ganhará um presente com direito a entrega pelo próprio Papai Noel, quem achar que por causa disso será reduzido  o preço dos combustíveis nas bombas. Só acreditamos em alguma queda de preço, vendo...

Pasteis bibarrenses

No próximo sábado, 11, e no domingo, 12, vale à pena fazer um passeio até a cidade vizinha, Duas Barras. Além de desfrutar e sua beleza, o visitante poderá participar de um delicioso evento: o O Festival de Pasteis em benefício da continuidade das obras da sede do Centro de Amparo ao Idoso bibarrense. A venda das delícias acontecerá, nos dois dias, das 10h às 17h.

Parabéns, Dorita!

Abraço de congratulações e contínuas felicidades à querida senhora Dorita Fernandes dos Santos, que amanhã, 8, estará aniversariando, para alegrias também do esposo Manoelzinho, filhas, genros, netos, todos demais familiares e muitos amigos.

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Maria, um advento da graça de Deus

terça-feira, 07 de dezembro de 2021

“Ave plena de Graça!” Com este anúncio o arcanjo Gabriel descortinava um novo cenário místico para toda a história da salvação e, com o sim da jovem Virgem de Nazaré, o céu e a terra se encontravam num matrimônio libertador. No seu ventre sagrado o chamado transformava-se na encarnação do Verbo, Jesus Cristo.

“Ave plena de Graça!” Com este anúncio o arcanjo Gabriel descortinava um novo cenário místico para toda a história da salvação e, com o sim da jovem Virgem de Nazaré, o céu e a terra se encontravam num matrimônio libertador. No seu ventre sagrado o chamado transformava-se na encarnação do Verbo, Jesus Cristo.

Maria torna-se, então, o próprio advento da glória do Criador no plano de restauração de todo o cosmo e da humanidade, de todo horizonte natural e histórico, portal da esperança e da certeza de que o eterno se instaurou no tempo e o divino se humanizou para divinizar o humano.

A dócil Mãe na sua resposta humilde e despojada: “Eu sou a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a sua palavra” iniciou, tal como no tempo litúrgico do advento (preparação para o Natal), a confiante espera e o espírito de entrega ao mistério, na gravidez da fé. A forte e perseverante missionária que guardava tudo no silêncio do seu coração, acreditava que se cumpririam todas as promessas do Senhor. Maria, exemplo da espera resiliente e confiante, foi proativa na serenidade, fiel no serviço cotidiano da construção do reino.

Toda a Igreja é chamada a seguir Jesus Cristo e o modelo é a sua mãe que ele nos deu como nossa Mãe que nos foi entregue no alto da cruz: “Filho, eis aí a tua mãe. Mãe, eis aí o teu filho”. Ela foi a primeira discípula missionária do seu filho, que o concebeu primeiro no coração e só depois no ventre, como afirma Santo Agostinho, porque Ele já era a Palavra, o Verbo divino que Maria acolhia como dedicada seguidora dos mandamentos, como filha de Sião, conhecedora das profecias sobre o messias que nasceria de uma virgem e que se chamaria Emanuel - Deus conosco (cf. Is 7,14).

A grande novidade é que ela seria o cumprimento desta boa nova, a simples jovem de uma pequenina e pobre cidade do interior, o humilde que Deus escolhe para confundir e desbaratar o sistema dos que se julgam doutos e dominadores de tudo, centralizadores da relevância. Também esta espiritualidade deve ser seguida por toda a comunidade eclesial missionária: a da simplicidade e do escondimento, referenciando sempre Deus, como centro, Cristo e sua missão, instaurando o seu reino de justiça e de paz, de verdade e de amor. A espiritualidade da humildade e da fortaleza no Senhor, como a casa sobre a rocha, sabedoria que sabe onde põe a sua fé e o sentido de sua vida e trabalho missionário.

Maria é sempre aquela estrela matutina que precede e anuncia o sol de nossa salvação que é Jesus Cristo, seu filho amado, aquela estrela do mar que guia e orienta a todos nós, navegantes do barco da Igreja e do mundo, indo à frente, na singeleza e força de sinal daquele que é o Senhor, o que nos liberta com seu poder, sua luz radiante de graça e redenção.

É assim o advento vivo que nos prepara e ensina os caminhos da correspondência livre e amorosa, a total oferta da vida nas mãos de Deus, para servirmos como instrumentos humildes do plano maior da iluminação, do resgate, da promoção, do renascimento e salvação de tantos irmãos, vontade paternal do Senhor.

Caminhemos com Maria, como Maria, nestes tempos e clima espiritual do advento, preparando a recepção de Jesus nos nossos corações, concentrados no seu amor e sinalização de luz, interiorizados na dimensão do amor ao próximo, no grande significado da doação da cruz que já se faz presente no presépio, no esvaziamento missionário que já se ouve no Glória contido e no ensaio do coro dos anjos para a festa natalina, no rebrilho transformador do coração daquele que nascendo na Belém do mundo, quer nascer agora dentro de nós, num novo olhar, num novo sentir, numa revolução do amor fraterno.

Recebamos, com fé e caridade, alegria e paz, o maravilhoso Deus que vem até nós para encontrar os frutos do que já semeou, os talentos multiplicados dos dons que nos concedeu, a paz luminosa que dimana da sua própria presença em nosso meio. E digamos, então, com Maria, a mãe da Igreja: “Marana tha” – “Vem, Senhor Jesus!”.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Você escreve “historinhas” ou “livrinhos” para crianças?

segunda-feira, 06 de dezembro de 2021

Volta e meia eu me deparo com essa pergunta: você escreve “historinhas”
ou “livrinhos” para crianças? Um arrepio me vai dos pés à cabeça. Os textos
infantis com valor literário são extremamente difíceis e delicados de serem
construídos, e quem escreve para crianças e jovens precisa considerar alguns
fatores relevantes.
É razoável que o escritor infanto-juvenil tenha em mente que as histórias
direcionadas a esse grupo de leitores tenham caráter literário por excelência.
Quero dizer que não podem ser mescladas por intenções pedagógicas, nem

Volta e meia eu me deparo com essa pergunta: você escreve “historinhas”
ou “livrinhos” para crianças? Um arrepio me vai dos pés à cabeça. Os textos
infantis com valor literário são extremamente difíceis e delicados de serem
construídos, e quem escreve para crianças e jovens precisa considerar alguns
fatores relevantes.
É razoável que o escritor infanto-juvenil tenha em mente que as histórias
direcionadas a esse grupo de leitores tenham caráter literário por excelência.
Quero dizer que não podem ser mescladas por intenções pedagógicas, nem
tendenciosas, como por questões raciais, políticas ou religiosas. Mesmo tendo
consciência de que tais questões possam se fazer presentes na construção da
trama, elaborar um texto com intenções pré-definidas direciona a história a
determinados caminhos, o que pode comprometer sua qualidade literária. Se o
sentimento do escritor está delineado pelo universo indígena, a história dos
personagens índios e não índios deve ser elaborada de acordo com a
inspiração, afetos e intuições do autor.
De fato, ao respeitar os princípios literários, os textos podem ser lidos por
pessoas de todas as idades, épocas e lugares. A literatura é universal. Porém,
se para tocar mais especificamente o público infantil, a idade deve ser
considerada, até porque o leitor tem seus centros de interesse condizentes
com a experiência de vida e escolaridade. Gostaria de trazer, como exemplo,
as obras “Pinóquio”, “Alice no País da Maravilhas”, “Cinderela”, populares
contos de fadas populares que sobreviveram ao tempo. Será que as histórias
de Monteiro Lobato cairão no esquecimento? Permanecerão vivas aos olhos de
diversificados leitores? E a “Bolsa Amarela” de Lygia Bojunga?
Outro aspecto a ser ponderado é a linguagem. O leitor não tem que ser
seduzido para mergulhar na leitura? Será que uma criança de oito anos vai se
interessar por textos que empreguem vocabulários mais complexos, que lhe
exijam níveis de entendimento mais amplos? Como Guerra e Paz, de Tolstói?
Dom Casmurro, de Machado de Assis? Não é mais fácil um leitor adulto ter
vontade de ler “O Gato e o Escuro”, de Mia Couto, do que uma criança se

debruçar sobre “Um Rio Chamado Tempo, uma casa Chamada Terra” do
mesmo autor? Belíssima obra, por sinal.
Como foi desafiador para Andrea Viviana Taubman escrever “Meu Amigo
Partiu”, que conta a história de um menino que perdeu seu melhor amigo.
Quando escrevi “Aventureiros da Serra”, conto infantil que aborda o câncer
infantil, fiz um delicado trabalho de escrita para adequar a linguagem ao leitor
juvenil.
Quem escreve para crianças e jovens tem responsabilidades, dado que a
literatura infanto-juvenil influencia a formação do caráter, os processos de
amadurecimento e construção de identidades, os padrões de convivência e
conduta. Não se escreve de qualquer forma um tema que venha à mente. É
importante ter critérios com o que se vai e como contar para alguém que está
começando a aprender a viver.
Será mesmo a literatura infantil feita de livrinhos e historinhas?
Ou resultado de um projeto literário sério, criterioso e cuidadosamente
trabalhado?

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Ações da Petrobras: prefeito Feliciano Costa obtém vitória

sábado, 04 de dezembro de 2021

Edição de 04 e 05 de dezembro de 1971
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Edição de 04 e 05 de dezembro de 1971
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

  • Prestígio do prefeito Feliciano Costa: A vitória do prefeito de Friburgo no assunto alienação de ações da Petrobras, resultou numa flagrante derrota para o grupo da oposição sistemática que é coisa do passado e que não mais se compreende ou mesmo se admite nesses tempos. Que a nova lição possa servir de exemplo, pois a comunidade friburguense não perdoa tanta falta de senso político. 
  • Posição da bancada do MDB friburguense: Sacudindo o jugo de uma caolha diretriz, qual seja a de, com todas as bitolas, dificultar o Executivo, mesmo em se tratando de matéria do mais alto interesse da nossa coletividade, desvencilhou-se das amarras, redimiu-se completamente, mantendo assim as gloriosas tradições partidárias moldadas na razão, na lógica, no bom senso e sobretudo no amor e sinceridade para com as causas da comunidade. A aprovação do projeto que autoriza a alienação de ações da Petrobras, para com os recursos desenvolver amplo plano na seara do ensino superior e técnico profissional, possibilita uma nova imagem para os vereadores emedebistas, que souberam reagir na medida exata e na hora oportuna, contra o anti-Friburgo. 
  • Friburgo, cidade universitária: Que o presidente do MDB de Friburgo e este jornal estavam absolutamente certos e bem representavam o pensamento partidário quando às claras, decidida e decisivamente apoiaram o projeto do Executivo, relativamente a realizar “Friburgo, cidade universitária", a prova está na votação da bancada emedebista, na sessão do passado dia 30. A verdade é como era, uma só: Entramos no momentoso assunto, de peito descoberto, usando como sempre as armas da coerência e da limpeza de atitudes. Os interesses da comunidade deverão sempre sobrepor-se às picuinhas da politicagem.  
  • Com quem estava a razão? Desde que o prefeito Feliciano Costa anunciou a sua disposição de alienar ações da Petrobras para com os recursos implantar um arrojado plano educacional, especialmente nos círculos superior e técnico-profissional, aprovamos desde logo a medida, inclusive por que não é de agora que clamamos contra a ideia de entesourar papéis e valores nos cofres municipais, já que a nosso ver, poder público não é banco, nem financeira e muito menos deve viver ou alicerçar-se em juros ou coisas semelhantes. 
  • Mercado do Produtor: A convite do prefeito Feliciano Costa, o governador do Estado do Rio, Raymundo Padilha, visitará várias obras em andamento em Friburgo, inclusive a do “Mercado do Produtor”, realmente uma iniciativa das mais louváveis e do máximo interesse o perfeito abastecimento da nossa cidade. 

Pílulas

  • Finalmente o bom senso dominou os vereadores do MDB que se colocaram contrários ao projeto sobre alienação de ações da Petrobras… Com uma só guinada, foi sacudida a pseudo liderança do grupo do contra. Não houve milagre capaz de salvar, nem sequer as aparências… Palmas para os vereadores que “espantaram” a poeira da politiquice e de mãos dadas com o Executivo aprovaram a mais importante resolução dos últimos tempos, qual seja a de possibilitar a mocidade que quer frequentar cursos superiores e técnico-profissionais, fazê-lo sem deixar a sua terra, os seus lares e o sadio ambiente que aqui se respira… 
  • Os que voltaram atrás da esdrúxula atitude de oposição sistemática e burra em assunto tão relevante para a coletividade friburguense, deram um magnífico exemplo de que não estavam de todo anestesiados pelo vírus da política de campanário… A reação que se operou, deve e precisa servir de exemplo. Não se abusa para todo o sempre de uma situação… Toda ação gera uma reação e coitado dos que forem colhidos pela avalanche… 
  • Que a posição do ex-deputado Álvaro de Almeida e deste jornal estava certa, não pode restar a menor dúvida. Não somente pelo aspecto pessoal, mas também pelo político e comunitário. Tanto é verdade a primícia que, até mesmo os vereadores violentamente contrários à momentosa matéria, acabaram por aprová-la. Não existiu alternativas… Ser contra o assunto, era mais que suicídio… Estavam certinhos, perfeitinhos, partidariamente certissimos e comunitariamente absolutamente certos os que se bateram pela aprovação da mencionada lei. 
  • Nesta triste história de ser contra para evitar que o atual Executivo ganhasse terreno e se firmasse no conceito do povo, claro que quem tem “massa encefálica” não forma. Isto é próprio dos incapazes, dos fracassados e dos autênticos “gagás” da política partidária.   

E MAIS: 

  • Dr. Dermeval não será vice de ninguém
  • José Dantas dos Santos é nomeado diretor da Cia. Fluminense de Expansão

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Humberto Villa (4); Nisia Araújo de Souza, Denise Cariello, Selena Braune e Wilson Jardim (5); Anna Longo Meceni e Hernani de Carvalho (6); Overlandi Lourenço, Ernesto Bizzotto Filho e Olga Bonan (7); Zoé Marra Pinto e Karin Oscar Svhultz (10); Jefferson Lugon (11); Jacintha Sertã e Afonso Rotay (12); Thereza Gasparelli Banjar e Luiz Moreira (13); Amado Corrêa e Angeolina de Lourdes Fascetta (15); Jacéa Mayer e Albertino de Freitas Vasconcellos (17).
Foto da galeria
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O rei de Nova Friburgo

sábado, 04 de dezembro de 2021
Foto de capa
(Foto: Arquivo AVS)

Os reis eram escolhidos por linhagem familiar de suposta escolha divina, quando não derrotados por sangrentas guerras ou por golpes menos facínoras, mas igualmente violentos e frutos da divindade. 

Mas o rei de Nova Friburgo é por merecimento e conquista. Sem armas ou invasão. Com música e poesia. Sem confabulações ou estratagemas. Com fé e coisas de amor. Mais do que isso: o coroado friburguense é também rei do apoteótico samba na sua mais fina bossa cigana. 

Os reis eram escolhidos por linhagem familiar de suposta escolha divina, quando não derrotados por sangrentas guerras ou por golpes menos facínoras, mas igualmente violentos e frutos da divindade. 

Mas o rei de Nova Friburgo é por merecimento e conquista. Sem armas ou invasão. Com música e poesia. Sem confabulações ou estratagemas. Com fé e coisas de amor. Mais do que isso: o coroado friburguense é também rei do apoteótico samba na sua mais fina bossa cigana. 

Nascido Uday, bendito seja, Benito! Filho de Maria e José, exatamente como o rei dos reis do qual ele é súdito, como sempre diz: “nosso senhor Jesus Cristo”. Amigo de Charlie Brown, antes mesmo do feminismo ser palavra de ordem já cantava: “mulher brasileira em primeiro lugar”. 

E, ainda que um tanto avesso à política, irritou Pinochet com aparentes frágeis borboletas. E como a borboleta que tudo que vê é liberdade, se vê ao nascer da aurora um infalível zen. Conduzido por seu filho - também músico e seu amigo do sol e da lua – é quintal e varal. À espreita, ao par de anjos não resta outra coisa que aplaudir o homem simples, o homem da montanha.

O violão de sete cordas é extensão de seu corpo, o piano foi inventado para a sua alma. Impossível desassociar, ao ponto que mais do que complementos, são parte um do outro, tanto quanto feitos um para o outro.  

A música. Essa forma tão única de traduzir sentimentos fez a família de cantores do morro de operários vencer. Ganhar, mais do que um trono permanente no topo da serra para um dos seus, ganhar o mundo. O chefe da tribo é rei! 

Se “bendito seja o alemão que inventou a cerveja”, bendito seja Deus que inventou Benito e bendito seja tudo que Benito inventou. Cada composição, cada arranjo, cada interpretação. 

Ainda veremos no topo da serra a estátua de nosso rei, no exato tamanho de sua estatura, com seus cabelos, bigode e costeletas icônicos perfeitos, sentado ao piano de flores de cauda longa. E, toda sua cidade natal fazendo reverência ao seu filho mais ilustre. 

Que se encomende um trem para relembrar os tempos de criança e o trabalho de seu pai. Para que no trem que fazia curva na saudade, Benito retorne acenando sob aplausos dos que o viram crescer nas ruas do Perissê, na Campesina, em cada baile e bar, no futebol e samba da Unidos da Saudade e não o perderam de vista, mesmo com ele além das montanhas... 

Pelo vinil, pelo rádio, pelos programas de TV, nas trilhas das novelas. Por São Paulo, Santiago, Itália, México, Japão, Cannes, o mundo todo. Sob aplausos dos mais novos que sabem reconhecer o talento e a valentia de quem defende seus ideais, dos que baixam suas canções nas plataformas de streaming e sempre puxam suas obras nas rodas de samba. 

Sob aplausos de quem vê mais um Vellozo — Rodrigo — acima de ser apenas extensão do rei. Sob aplausos de quem reconhece um mestre que homenageia outros mestres: salve Ataulfo, Nelson Gonçalves, Chico Buarque, Jorge Ben, Tom, Gonzagão...                

“Quem é poeta e que vê como é bonito Benito poetas como você”. 

O friburguense coroado é rei com roupa de “retalhos de cetim”, cedro da “bandeira do samba” e coroa moldada com as “marcas do amor” de quem sabe como amou, caminhou e talvez nunca entenda o quanto fez e faz pela música brasileira.

Benito é rei e não só em “fantasia de rei” de carnaval. Seu povo vibra para além do passar de sua escola de muitos sambas e enredos. O sonho de ser rei é realidade que perdura para muito além do desfile.

Quem diz não sou só eu. É Maria, é José, o povo cigano, o divino. É Ney, é André, o mundo do samba, o tempo. É Rodrigo, é Aurora, a Unidos da Saudade, a música. É o Brasil, é o Rio, as montanhas, a plateia. Todos esses que aqui estão e todos os demais também. Porque é “do jeito que a vida quer”: o “homem da montanha” é coroado — Benito Di Paula, rei de Nova Friburgo!         

 

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Invenção friburguense

sexta-feira, 03 de dezembro de 2021

Invenção friburguense
O friburguense Rodrigo Cariello, formado em engenharia mecânica Uerj/IPRJ de Nova Friburgo acaba de receber um reconhecimento da Petrobras por um mecanismo que desenvolveu em uma das plataformas do pré-sal para melhor monitoramento e resposta da embarcação. O monitoramento desenvolvido por Cariello representa um avanço na segurança e na agilidade de tomadas de decisões.

Invenção friburguense
O friburguense Rodrigo Cariello, formado em engenharia mecânica Uerj/IPRJ de Nova Friburgo acaba de receber um reconhecimento da Petrobras por um mecanismo que desenvolveu em uma das plataformas do pré-sal para melhor monitoramento e resposta da embarcação. O monitoramento desenvolvido por Cariello representa um avanço na segurança e na agilidade de tomadas de decisões.

Exportação de mão de obra talentosa
A nova ferramenta já está em operação em uma das plataformas de Búzios (local onde foi criada e o profissional friburguense está atuando) e deve ser, inclusive, implantada em outras, tamanho avanço que representa. Rodrigo Cariello é concursado da Petrobras e atua na empresa há aproximadamente cinco anos. É mão de obra talentosa exportada da Uerj de Nova Friburgo e claro da própria cidade.

Histórico com a Petrobras
Vale lembrar a relação de Nova Friburgo com a Petrobras. Muitos dos alunos formados em Engenharia Mecânica em Nova Friburgo trabalham na Petrobras, sejam como concursados ou em terceirizadas que trabalham para a estatal. Erradicado em Nova Friburgo, o geólogo Guilherme Estrella é considerado o descobridor do pré-sal, fato que mudou com a história do Brasil.

Volta das aulas presenciais
Por falar em Uerj, o calendário acadêmico semestral só voltará no rito normal em 2023. Até lá, os semestres seguirão em períodos incomuns. A universidade divulgou o calendário dos próximos semestres e anunciou um retorno gradativo às aulas presencias, válido para todos os campi, inclusive do IPRJ, em Nova Friburgo.

Calendário da Uerj
A volta dos alunos às salas de aula começa em 2 de fevereiro de 2022 e será feita de forma gradativa. No começo, algumas atividades ainda serão remotas. O retorno total dos alunos está marcado para 13 de junho. O recomeço vai se dar com oferta prioritária das disciplinas práticas e de laboratório, relacionadas a estágio e trabalho de campo e disciplinas teóricas que não estiveram disponíveis nos períodos acadêmicos emergenciais por causa da Covid-19.

Passaporte de vacina obrigatório
O período letivo referente ao segundo semestre de 2021 começará em 2 de fevereiro com término em 18 de maio. O ano letivo de 2022 começará efetivamente em 13 de junho com término das aulas em 24 de setembro. O segundo semestre de 2022 terá início em 19 de outubro indo até 11 de fevereiro de 2023. Para acelerar o ritmo de volta à normalidade, o segundo semestre letivo de 2021 terá duração de 15 semanas. Esse calendário poderá ser alterado caso os efeitos da pandemia de Covid-19 voltem a se agravar. A apresentação do passaporte de vacina será obrigatória.

Máscara que mata Covid-19
Ciência, tecnologia, criação. Uma empresa brasileira criou uma máscara cirúrgica com tecnologia própria que mata o vírus da Covid-19 e é eficaz contra a variante Delta. A máscara foi batizada de Phitta Mask. Enquanto as máscaras cirúrgicas comuns devem ser trocadas a cada duas ou três horas, a Phitta pode ser usada durante 12 horas. A tecnologia é totalmente desenvolvida aqui.

Criação nacional
O produto é um princípio ativo denominado Phtalox, que age como uma “água oxigenada”: a substância interage com o oxigênio no tecido, tornando-o mais reativo, o que faz com que ele oxide o vírus. Os testes, realizados pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), mostraram que a máscara com Phtalox tem 99% de eficácia na eliminação das variantes Delta, P1 e P2 do coronavírus. Mostraram ainda que o produto não é tóxico para o ser humano. A companhia vai realizar testes para verificar a eficácia da máscara contra a variante Ômicron.

Concurso de curtas
O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Dois Rios (CBH-R2R) anunciou os vencedores da sua primeira edição do "Concurso de Curtas do Rio Dois Rios".  O 1º lugar foi para Maicon Saviole que fez o curta Rio Dois Rios em Verso e Prosa. Além do diploma, ele ganhou um smartphone. O 2º lugar foi para Sofia Saviole com o curta “Sofia no Caminho das Águas”. Ela foi premiada com um notebook. Alexandre Amaral ficou em 3º lugar com “Sustentabilidade da Bacia Hidrográfica Rio Dois Rios no Rio de Janeiro”. Ele foi premiado com um tablet. Os vídeos estão no canal do YouTube da organizadora.

Produtoras de shows
Uma correção: o show da dupla sertaneja Maiara & Maraísa, previsto para o dia 23 de janeiro, na Via-Expressa, é da produtora Excess Produções, que inclusive tem feito shows de grandes nomes nacionais em outros municípios como Araruama e Rio das Ostras. Da Lack Produções, empresa friburguense, além dos eventos que estão acontecendo no Espaço Natureza, próximo à Fábrica Ypú, ela é a responsável pelo show do Mumuzinho , no próximo dia 26.

Palavreando
“Quem é poeta e que vê como é bonito Benito poetas como você. O friburguense coroado é rei com roupa de “retalhos de cetim”, cedro da “bandeira do samba” e coroa moldada com as “marcas do amor” de quem sabe como amou, caminhou e talvez nunca entenda o quanto fez e faz pela música brasileira”.Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

 

Foto da galeria
Foto da página Nova Friburgo Antiga no Instagram chama atenção para a decoração que a cidade recebeu no Natal dos anos 60. A página foi criada por Ewerton Miler e é do acervo de Rita de Cássia Mussi Gervásio
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Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher

sexta-feira, 03 de dezembro de 2021

Caros leitores, me permitam hoje abordar um assunto importante de uma forma um pouco diferente da usual. Como mulher, cidadã e profissional do Direito, sinto-me no dever de abordar um assunto sério neste espaço, sobretudo ante os números de casos em nossa cidade. O intuito é informar e chamar atenção para a necessidade de evolução enquanto sociedade. O tema é violência doméstica e familiar contra a mulher.

Caros leitores, me permitam hoje abordar um assunto importante de uma forma um pouco diferente da usual. Como mulher, cidadã e profissional do Direito, sinto-me no dever de abordar um assunto sério neste espaço, sobretudo ante os números de casos em nossa cidade. O intuito é informar e chamar atenção para a necessidade de evolução enquanto sociedade. O tema é violência doméstica e familiar contra a mulher.

E para esclarecer alguns pontos chaves sobre o complexo tema, convidei a advogada criminalista e mestranda em Direito pela Uerj, dra. Amanda Estefan, para uma entrevista especial que você confere a seguir. Rendemos nossos sinceros agradecimentos à dra. Amanda Estefane e esperamos ter contribuído e alertado a todos sobre a importância de enfrentarmos o tema e combatermos este tipo de violência.

O que é violência doméstica e familiar contra a mulher?

A violência contra a mulher ocorre por questões de gênero, ou seja, agride-se por ser mulher. De acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, configura-se violência contra a mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada. O nosso cenário social ainda é dominado por uma cultura patriarcal, na qual a figura do homem é alocada acima das mulheres, em vez de ao lado, o que os leva, muitas vezes, a atitudes agressivas e de dominação. Nas palavras de Rita Segato, “O patriarcado é um sistema político de tão longa duração que poderia ser chamado de ‘era’ ”.  O contexto é agravado, ainda, pela significativa desigualdade patrimonial entre homens e mulheres, que conduz à dependência financeira. Somado a esses fatores, a sociedade, em geral, tem uma inclinação a desconsiderar fatores violentos e criar enredos que justifiquem internamente determinados fatos criminosos. No Brasil, a violência de gênero ainda funciona dentro de um contexto de justificação.

Como se combate a violência contra a mulher?

Há inúmeros caminhos que podem ser seguidos. Mas, definitivamente, um passo importante para o combate à violência de gênero é a identificação do que é uma agressão. Isso porque muitas mulheres, ao longo da vida, permanecem em relacionamentos abusivos sem que percebam a condição de violência na qual estão inseridas. Identificar comportamentos agressivos é salutar para que as medidas cabíveis sejam tomadas e que a mulher possa pedir auxílio e buscar redes de apoio. No contexto político, é importante que nossos representantes busquem meios de eliminar a violência contra a mulher através de ações e estratégias relativas à temática.  Em 25 de novembro, celebra-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, importante ocasião para relembrarmos o compromisso que deve ser firmado por todos nós.

Qual é o amparo jurídico para essas situações?

No Brasil, há um grande marco para a luta contra a violência doméstica e familiar contra a mulher: a promulgação da lei 11.340/2006, notadamente conhecida como Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir e prevenir esta prática, como, por exemplo, a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Em seu artigo 7º, define-se, de forma exemplificativa, os seguintes tipos de violência que podem ser sofridos: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. É muito importante falarmos sobre todas as formas de violência, com especial atenção às de cunho psicológico, pois são, muitas vezes, interpretadas como fatos atípicos do cotidiano. Diante da sua subjetividade, muitas mulheres são vítimas desse tipo de violência sem que tenham a percepção dos danos sofridos. A lei traz como definição da violência psicológica ser qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher, ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir.

O que fazer quando for agredida?

Do ponto de vista jurídico, há delegacias de atendimentos à mulher (Deams), especializadas nesse tipo de crime. No local, a mulher poderá requerer a decretação de medidas protetivas de urgência (artigo 19 da Lei Maria da Penha), sem a necessidade da presença de um advogado, a fim de resguardar sua integridade. Além disso, as Defensorias Públicas também dispõem de núcleos especializados para atendimentos de mulheres vítimas de agressões, na forma do artigo 28 do mesmo diploma legal. Em alguns casos, os Juizados Especiais de Violência Doméstica contra as Mulheres contam com uma equipe de atendimento multidisciplinar, integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. Nesses casos, buscar uma rede de apoio é fundamental para que a mulher possa seguir em frente, devidamente amparada.

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Educação Financeira como formação cidadã

sexta-feira, 03 de dezembro de 2021

Não é raro encontrar pessoas sem o mínimo de conhecimento acerca de suas finanças pessoais. Pelo contrário, é muito comum se deparar com situações onde cidadãos, já adultos, encontram-se em circunstâncias cada vez mais delicadas justamente pela ausência (total ou parcial) de educação financeira. Esta, por sua vez – e como o título da coluna de hoje sugere –, é fundamental e indispensável para a formação cidadã. Um trabalhador não pode se colocar numa situação de risco pela falta de conhecimento financeiro.

Não é raro encontrar pessoas sem o mínimo de conhecimento acerca de suas finanças pessoais. Pelo contrário, é muito comum se deparar com situações onde cidadãos, já adultos, encontram-se em circunstâncias cada vez mais delicadas justamente pela ausência (total ou parcial) de educação financeira. Esta, por sua vez – e como o título da coluna de hoje sugere –, é fundamental e indispensável para a formação cidadã. Um trabalhador não pode se colocar numa situação de risco pela falta de conhecimento financeiro. Ademais, num cenário ainda mais extremo – porém não irreal – um trabalhador não pode ser colocado (repare como agora o indivíduo, ou o sujeito no português culto, torna-se agente passivo do meio) nessas circunstâncias pela falta de conhecimento financeiro.

O que hoje pode parecer forçado com os inúmeros canais de comunicação financeira nas mais diversas redes de comunicação, eu vejo como uma enorme força de democratização do acesso ao conhecimento. É claro, há muito conteúdo irrelevante, desconexo e fraudulento que mais atrapalham do que ajudam, mas não deixa de ser uma forma de aprendizado: afinal, o desenvolvimento de senso crítico é imprescindível (e um dos grandes objetivos) para o processo.

Educação financeira tem se tornado um projeto. Particularmente, eu a tenho como projeto de vida. Precisamos falar sobre dinheiro e encará-lo de acordo com o que ele é: uma ferramenta de transação. E ferramentas, como sempre faço questão de lembrar, precisam bem utilizadas. Aqui entra a necessidade do ensino bem programado e com conteúdo pragmático definido; finanças é assunto a ser ensinado nas escolas. O trabalhador precisa ter, no mínimo, conhecimento básico sobre o juros, custo efetivo total, produtos de crédito e investimentos, tributação e alguns outros pontos específicos para encarar a realidade da autonomia financeira. Isso é segurança; segurança financeira. Não era para o Estado prover segurança e educação? Só aqui podemos destacar duas de suas grandes obrigações com a sociedade num único nicho. Contudo, vemos alguns avanços importantes.

Em Nova Friburgo, por exemplo, educação financeira já é conteúdo obrigatório (ainda que como conteúdo transversal) nas escolas municipais de ensino fundamental de acordo com a Lei Orgânica de 2018. É cumprido? Não sei, mas fica registrada aqui minha explanação e a disponibilidade para auxiliar na estruturação da implementação deste conteúdo (e do cumprimento da lei vigente) para o desenvolvimento positivo da população friburguense.

Educação financeira tem relevância ainda pouco difundida e é um forte instrumento de política social pouco explorada, mas com enorme potencial de redução da desigualdade. Em 2019, antes de ser criada uma lei estipulando o limite máximo de taxas nesta modalidade de crédito, o Santander (instituição com as maiores taxas da época) cobrava mais de 400% de juros ao ano sobre saldos devedores no cheque especial; a alternativa mais utilizada pela população brasileira. Isso é inadmissível e a população precisa ter conhecimento suficiente para combater estas práticas abusivas.

Educação Financeira como formação cidadã é projeto a ser implementado com urgência. O povo precisa disso para voltar a ter acesso – ainda que soe redundante – à qualidade de vida de qualidade.

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