Blogs

O relógio só anda para frente

sexta-feira, 04 de fevereiro de 2022

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas… percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.  Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. (...)”

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas… percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.  Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. (...)”

Assim começa o texto “O tempo e as jabuticabas”, de Rubem Alves, que tanto admiro. É impressionante como os textos dele falam por mim. Não que eu imagine que já vivi metade da vida, porque minha mente tem por subterfúgio imaginar a vida eterna e se esquivar de pensar na efemeridade da existência. Contudo, também já não tolero gabolices e sinto que em meu tempo já não cabem desperdícios vaidosos e vãos.

Evito me colocar em uma contagem regressiva, mas a verdade é que o tempo não volta e o relógio só anda para frente. O que fazer diante dessa realidade senão aproveitar todo tempo do mundo que nos resta?  Uma fórmula infalível ao priorizarmos o que fazer diante da infindável lista de tarefas é pensar se nossa próxima ação vai ser positivamente útil para alguém ou para a humanidade ou se ela traz felicidade. Usar esse critério pode auxiliar em algum direcionamento, embora não resolva nossas questões desde as mais simples às mais profundas.

O tempo está passando e queremos tudo da vida. Desejamos a boa sorte, o sucesso em todos os aspectos, o amor profundo, a Prosperidade com p maiúsculo, a saúde plena, a realização profissional, o casamento feliz, a família perfeita, a viagem ao redor do mundo, a fonte da juventude. Conforme a vida vai passando vamos constatando que não dá tempo de ser tudo o que sonhamos (muito não por nossa escolha), que os dias terminam sem que executemos todos os nossos afazeres, que a lista de pendências é uma espiral crescente infinita. Alguns de nós, sabiamente, se dão conta de que querendo ou não, escolhas sobre prioridades são feitas todos os dias, só que elas podem ser conscientes.

E assim, é possível bancar a opção de saber dizer “não” para muitas situações e “sim” para outras tantas, de sustentar um modo de vida em que o tempo seja prioridade e que tê-lo livre ou destinado para o que nos seja crucial é um luxo merecido que todos podemos ter. Viver a vida é fundamental, viver mesmo, não apenas existir. Na minha concepção, há uma correlação entre o viver de verdade e o ser de verdade, na essência de tudo.

E “o tempo e as jabuticabas” conclui por mim:  “(...) Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.  Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente  humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos , não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.  Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena.”

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Como será o julgamento de Rodrigo Marotti

quinta-feira, 03 de fevereiro de 2022

Depois de dois anos e quatro meses, terá início na próxima terça-feira, 8, o júri popular do acusado da morte de Alessandra Vaz e Daniela Mousinho. O julgamento será realizado na 1º Vara Criminal de Nova Friburgo e será presidido pela juíza de direito Simone Dalila Nacif Lopes.

Depois de dois anos e quatro meses, terá início na próxima terça-feira, 8, o júri popular do acusado da morte de Alessandra Vaz e Daniela Mousinho. O julgamento será realizado na 1º Vara Criminal de Nova Friburgo e será presidido pela juíza de direito Simone Dalila Nacif Lopes.

Rodrigo Marotti se tornou réu após supostamente ter trancado sua ex-companheira, Alessandra e a amiga dela, Daniela, dentro de uma casa localizada em Mury, e ter ateado fogo no imóvel. Ambas vieram a falecer em virtude do incêndio e suas complicações, gerando a imputação ao acusado pelo crime de duplo homicídio qualificado.

As perguntas que ficam para leitor são muitas: “Poderei assistir ao julgamento? Como funciona o júri popular? Posso ser jurado?”. Nessa coluna, explicarei um pouco mais.

O funcionamento do júri

O acusado é levado para júri popular sempre quando existem indícios de cometimento de crimes dolosos (intencionais) contra a vida de alguém – seja homicídio, aborto, infanticídio ou participação em suicídio – tanto na forma consumada ou somente na tentativa. Nesse sentido, o juízo da 1ª Vara Criminal entendeu que existem indícios suficientes de que Rodrigo cometeu o crime, e assim, ele será submetido ao procedimento judicial que decidirá sobre o seu futuro, que no momento, é incerto.

Um fato interessante acerca do júri popular é que quem julgará, nesse caso, se o acusado será absolvido ou condenado não será a juíza Simone Lopes, mas sim, sete cidadãos comuns, sorteados como jurados e juízes dessa causa. A decisão dependerá única e exclusivamente do que cada jurado for convencido pela defesa ou pela acusação.

Às 10h30 do dia 8, após a formação do conselho de sentença (como é chamado o grupo de jurados), estes se juntarão aos demais participantes integrantes da audiência – juíza, defensor, promotor, acusado e oficiais de justiça - no salão do júri popular e ficarão impedidos de usarem os seus celulares e se comunicarem entre si até o final da audiência. A medida é uma regra e tem o objetivo de deixar o julgamento mais imparcial, sem que a opinião de um jurado interfira na do outro.

Começa-se a audiência com um juramento e logo depois, todas as testemunhas serão ouvidas em juízo, dentre elas, os familiares e amigos de Daniela Mousinho e Alessandra Vaz, os vizinhos que presenciaram os fatos, os bombeiros e enfermeiros responsáveis pelo resgate das vítimas, os policiais envolvidos na investigação e peritos. Nesse momento, o promotor, a defesa e os jurados estarão habilitados a fazerem perguntas a fim de sanarem quaisquer dúvidas para esclarecer os fatos.

Depois de ouvidas todas as testemunhas, Rodrigo Marotti será interrogado e perguntado sobre a veracidade dos fatos e o que aconteceu no dia. Contudo, poderá responder ou não a qualquer questionamento que lhe seja feito, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo. No Brasil, o direito ao silêncio é garantido constitucionalmente e é uma estratégia muitas vezes usada pela defesa.

Após, serão abertos os debates orais entre acusação e defesa, que buscarão, através de suas falas, convencer os jurados sobre a condenação ou não do réu, pela imputação de duplo homicídio. Por fim, será aberta uma votação secreta, em que cada jurado votará por meio de cédulas, com suas convicções pela condenação ou absolvição do acusado.

Em caso de condenação, votarão ainda sobre as causas qualificadoras - motivo fútil, emprego de fogo, meio que impossibilite a defesa da vítima e feminicídio - podendo aumentar ainda mais a pena final que pode chegar aos 60 anos pelo crime de duplo homicídio qualificado.

É importante explicar que, a menos que trabalhe na organização da audiência, dificilmente você conseguirá assistir ao julgamento que tanto comoveu a cidade de Nova Friburgo. Primeiro, devido à pandemia, há a impossibilidade de participação de público por conta das aglomerações, e, segundo, porque o caso tramita em segredo de justiça e não pode ser acompanhado por pessoas de fora.

Fato é que os crimes bárbaros contra mulher são, a cada dia, mais comuns, sejam eles além das montanhas de nossa cidade ou bem ao nosso lado. Esperamos que a justiça seja feita, seja ela qual for!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Essa angústia vai passar

quinta-feira, 03 de fevereiro de 2022

Angústia é um sentimento doloroso que todos temos, mesmo que alguns achem que não. Nem sempre temos consciência de nossa angústia. Nos tornamos aquilo que causa menos dor mental. Dor mental pode ser angústia, medo excessivo, tristeza. Não é fácil lidar com dor emocional de cara limpa, sem se embriagar com trabalho, álcool, drogas ilícitas, sexo, compras, comida, jogo. Podemos aprender.

Angústia é um sentimento doloroso que todos temos, mesmo que alguns achem que não. Nem sempre temos consciência de nossa angústia. Nos tornamos aquilo que causa menos dor mental. Dor mental pode ser angústia, medo excessivo, tristeza. Não é fácil lidar com dor emocional de cara limpa, sem se embriagar com trabalho, álcool, drogas ilícitas, sexo, compras, comida, jogo. Podemos aprender.

Autores dizem que a angústia é a mãe das doenças mentais. Para eles, da angústia surgem os variados transtornos emocionais, como fobia, depressão, dependência química, alterações sexuais, compulsões, entre outros.

Angústia e ansiedade podem ser sinônimos. Mas parece que angústia é mais uma aflição sentida junto com um aperto no peito, um bolo na garganta que sobe e desce. E ansiedade é uma inquietude, parece que falta algo que você não sabe o que é, uma apreensão sem estes sintomas físicos.

Angústia existencial ou espiritual atinge todos, enquanto que a angústia de origem psicológica é mais forte em alguns e menos em outros. Você pode experimentar angústia ao sofrer uma perda, por exemplo, num divórcio, diante da morte de uma pessoa amada, ao entrar num baque financeiro. Neste e em outros casos a angústia é uma resposta à perda, que pode vir junto, ou não, com tristeza.

Quando uma pessoa ainda não aprendeu a lidar corretamente com sua angústia ou ansiedade excessiva, ela terá sintomas mentais, como sensação de pânico, tristeza forte, medos exagerados, depressão, insegurança grave, entre outros.

A angústia pode gerar sintomas físicos, que chamamos de “psicossomáticos”. “Psico” significa mente, e “somático” significa corpo. Doenças psicossomáticas são as que produzem sintomas físicos sem causa orgânica para eles, sendo resultado de estresse mental. Por exemplo, uma pessoa pode entrar em depressão e perder o apetite. A perda do apetite neste caso não vem de doença física.

Quando um indivíduo experimenta angústia forte, ela pode se sentir desanimada, sem motivação para realizar suas tarefas, cai a produtividade, surgem mais faltas ao trabalho, maior risco de perder o emprego, dificuldades em ajudar a família. Também uma pessoa muito angustiada por dormir mal, o que piora tudo por se sentir fatigada na manhã seguinte. Pessoas vivendo traumas com a pandemia da covid-19 têm insônia porque a angústia mental prejudica a boa qualidade do sono.

Se você está sofrendo de angústia excessiva, mas ainda consegue produzir, estudar, tente praticar exercícios físicos ao ar livre, o mais perto da natureza possível. Ele ajuda a reduzir o estresse físico e emocional. Evite ficar sozinho muito tempo. Estar com pessoas que você gosta, ajuda a aliviar a angústia. Decida se envolver na ajuda de alguém, gratuitamente, pois isso produz benefício para sua saúde mental.

Fazer algo que o distraia também ajuda, como cuidar de plantas, de uma horta, dar um passeio na Natureza, ler algo útil, tentar uma nova receita de algum alimento.

Não fique brigando consigo por sentir angústia. Não se deprecie por isso. A pessoa mentalmente sadia não é a que não tem dores emocionais, mas a que quando tem sofrimentos mentais, não se desespera, não se desvaloriza, não se ataca. Ela aceita aquela dor, e começa a pensar o que pode fazer de construtivo para ela diminuir.

Alivia a angústia cultivar gratidão. Olhe as coisas simples ao seu redor. Você abre a torneira e tem água! No seu quarto tem uma cama confortável. Na sua geladeira e dispensa tem alimentos. Seu coração bate e assim você está vivo. Tem gente que gosta de você e o ajuda. Seja grato por estas coisas boas em sua vida.

Se você experimenta uma angústia que prejudica muito seus estudos e trabalho, cabe procurar ajuda profissional com psicólogo e psiquiatra. O psiquiatra poderá prescrever algum medicamento de uso temporário até que você aprenda com a psicoterapia a lidar melhor com sua dor emocional. Não tenha vergonha de fazer isso. Pessoas inteligentes, estudiosas, produtivas, podem ter episódios de sofrimento emocional e necessitar ajuda. Esta angústia vai passar.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Nova Friburgo no The Voice Mais

quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022

Nova Friburgo no The Voice Mais
Está virando tradição a participação de Nova Friburgo no The Voice, reality musical da TV Globo. A cidade que acumula duas participações no The Voice, sendo que um (Tatila) avançou nas fases, e três no The Kids, com dois também avançando de fase, chegou a vez de estrear o “The Voice Mais”, voltado para a participação dos mais idosos.

Nova Friburgo no The Voice Mais
Está virando tradição a participação de Nova Friburgo no The Voice, reality musical da TV Globo. A cidade que acumula duas participações no The Voice, sendo que um (Tatila) avançou nas fases, e três no The Kids, com dois também avançando de fase, chegou a vez de estrear o “The Voice Mais”, voltado para a participação dos mais idosos.

Lumiar em destaque
No primeiro programa na tarde do último domingo, 30, Alba Lírio, (71) representou Nova Friburgo. Nascida no Rio de Janeiro e criada em Pernambuco, ela se mudou para Lumiar no início da pandemia. A história de Alba foi destaque com as belas paisagens do distrito friburguense.

Próxima fase
Alba Lírio cantou “Para Ver as Meninas”, de Paulinho da Viola. Toni Garrido e Carlinhos Brown apertaram o botão e viraram a cadeira para Alba que escolheu o time de Garrido. Alba agora segue para a fase de batalha com outros participantes.

Campanha salarial
Respondendo por 60% de toda produção nacional, o setor metal mecânico de Nova Friburgo é um dos maiores empregadores do município e muitas famílias dependem dele. Em 1º de janeiro ocorre a data-base salarial de toda a categoria e, por enquanto, não houve acordo entre os sindicatos patronal e de funcionários para a revisão salarial anual.

Aumento real
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Nova Friburgo a negociação segue em busca de um aumento real. Inicialmente, a proposta patronal é de 10% parcelado em duas vezes: 5% em janeiro e mais 5% em agosto. No entanto, ela foi recusada e a pedida é de aumento de 20%, além de participação nos lucros e outros benefícios.

Antecipação
Algumas das maiores fábricas do setor, no entanto, se anteciparam ao acordo coletivo e aumentaram os salários em 10,16%, com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2021. Esse aumento já está nas folhas de pagamento. Caso o Sindicato dos Trabalhadores consiga o pretendido aumento real, essas empresas pagarão a diferença retroativa assim que for estabelecido o valor final.

Efeito na economia local
Há otimismo para a conquista do aumento real. No ano passado, por exemplo, as negociações começaram com uma sugestão patronal de aumento de apenas 1% e se encerraram com o reajuste salarial em 5,45%. Com a inflação em frequente alta, o aumento real é considerado pela categoria como essencial para a sobrevivência das próprias famílias e a injeção dos valores reflete sobremaneira na economia local.         

Tendência comprovada
Como antecipou o Observatório, após 11 meses de saldos positivos, Nova Friburgo teve mais desemprego do que emprego no último mês do ano passado (419 vagas a menos). No entanto, após fechar o ano de 2020 com saldo negativo de 620 empregos, o município não só recuperou as vagas perdidas, como aumentou em quatro vezes (2.444 empregos) em 2021.

Indústria e comércio
Dados esmiuçados pela coluna com base no CAGED mostram que a indústria — a principal responsável pelo saldo positivo do ano — foi também a principal responsável pelos números negativos de dezembro, em Nova Friburgo. O setor acumulou saldo negativo de 245 vagas, ou seja, quase a metade das perdas. O comércio ficou em 2º, com saldo negativo de 140 vagas. O único setor que apresentou saldo positivo foi o da construção civil. No entanto, com crescimento irrisório de apenas seis novas vagas.   

Fim da bonança?
Se o mês de dezembro teve saldo negativo, especula-se que o ano começará também com mais desligamentos que admissões. Janeiro por si só já é um mês mais complicado, com fim de contratos temporários de fim de ano. As restrições a eventos, por conta do avanço da pandemia, também podem impactar nos índices.

Efeito pandemia
Por outro lado, o chamado lockdown forçado, que tem fechado setores inteiros por contaminação coletiva, pode segurar demissões que estavam planejadas. Só se saberá ao certo no fim de fevereiro, quando os números serão divulgados pela Secretaria Nacional do Trabalho.  

Destaque nacional
O curso de Direito da Estácio Friburgo acaba de receber o selo OAB Recomenda, concedido pela Ordem dos Advogados do Brasil. O selo de qualidade é concedido de três em três anos e avalia os mais de 1.500 cursos de direito existentes no Brasil. No entanto, em média, menos de 200 cursos são agraciados com o selo que analisa, entre outros fatores, o desempenho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e o índice de aprovação deles no Exame da Ordem.

Profissionais de excelência
Em sua sétima edição, o selo tem validade pelos próximos três anos. A Estácio Friburgo obteve o selo entre 2013 e 2016 e, portanto, torna a tê-lo. A Candido Mendes Friburgo obteve o selo no período de 2016 a 2019. O destaque de Nova Friburgo é notório, uma vez que em toda a série histórica, no Estado do Rio de Janeiro, nunca mais de 20 cursos obtiveram a certificação. Ressalta-se ainda que vários profissionais friburguenses lecionam em outros municípios, especialmente no último ano com o ensino híbrido. 

Palavreando
“O otimismo está para a tolice tanto quanto a teimosia está para ambos”.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A culpa é da rainha

quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022

A coisa mais feia que você pode fazer em almoço da alta nobreza é pensar em comer

A coisa mais feia que você pode fazer em almoço da alta nobreza é pensar em comer

Você me desculpe, eu juro que ia te convidar. Há meses eu vinha planejando oferecer um almoço de Natal a todos os meus leitores. A mesa lá de casa tem seis lugares, dava bem pra todo mundo. E é claro que você estava na lista, aliás, era dos primeiros nomes. Até comecei a pesquisar os serviços de nossa cidade, mas temendo que alguém me achasse somítico, sondei um buffet de Brasília, o mesmo que serve ao Itamaraty, onde o brasileiro, mão aberta que nem ele só, oferece aos visitantes estrangeiros canapé de caviar, vinho francês e uísque escocês. E disso muito devemos nos orgulhar, porque embora não possamos desfrutar de tais delícias, os nossos governantes podem, em nome do povo, oferecê-las fartamente a quem nos visita, dando assim prova da generosidade da nossa gente e da riqueza da nossa Pátria.

Enfim, meu propósito era oferecer o melhor para vocês. Mas vejam só como todos os acontecimentos cósmicos estão interligados! Bem se diz que quando uma folha de árvore cai na Índia todo o clima da Amazônia se altera. Também se costuma dizer que quando os Estados Unidos se resfriam o Brasil dispara a espirrar. Pior é agora, com a China. Se a China cair de cama num dia, no dia seguinte o Brasil será internado no CTI econômico. Digo isso para deixar bem claro que se a ideia do nosso almoço não foi adiante a culpa não é minha, e sim da rainha da Inglaterra.  Pois foi uma decisão de Sua Majestade que me fez desistir de concretizar meu sincero desejo de reunir em volta da mesa (seis lugares) a legião de leitores que tenho e da qual tanto me orgulho.

Acontece que também a rainha tinha programado um almoço de Natal, que até podia ser mais fino do que o nosso, mas não ia ter caipirinha, cerveja, feijoada e laranja baía de sobremesa. Enfim, o almoço da realeza não me causava inveja, e creio que meus convidados poderiam sair trocando pernas, tomando bênção a sapo e chamando urubu de meu louro, mas com fome é que não sairiam.  E pelo que ouço falar, a coisa mais feia que você pode fazer em almoço da alta nobreza é pensar em comer. Aliás, nem pensar! O certo, o elegante, é se contentar com a rodelinha verde que está no meio do prato, contemplá-la demoradamente e depois, de olhos fechados (possivelmente imaginando uma farta macarronada), mastigá-la lentamente, como se estivesse saboreando um manjar dos céus, ou pelo menos uma churrascada aqui da terra mesmo.

Mas Elisabeth II, vejam bem, resolveu suspender o almoço que daria no Natal à sua parentada. Aliás, ela já havia feito o mesmo em 2020, em ambos os casos alegando a necessidade de evitar aglomeração. Eu, no entanto, estou convencido que o problema da Coroa Inglesa (estou me referindo à monarquia e não à pessoa da veneranda senhora) é de dinheiro. Embora possuindo a razoável quantia de quinhentos milhões de dólares em bens próprios (ou seja, dela, como pessoa física) e sem contar a riqueza que a persegue aonde quer que ela vá, a mais longeva dos ocupantes do trono britânico também há de estar passando por apertos financeiros. Isso porque com a pandemia caiu muito o número de visitantes na Inglaterra. Sendo a rainha, como de fato é, a principal atração turística de todo o Reino Unido, há de ter sentido o baque.

Então, se Sua Majestade cancelou o jantar, eu achei que não ficava bem, seria quase uma afronta ao Império Britânico se eu batesse pé e mantivesse a comemoração que havia planejado. Sei que mundo afora muita gente comeu e bebeu, celebrou tanto que nem deu tempo de o aniversariante do dia comparecer à festa. Eu, no entanto, me senti na obrigação de ser solidário à Rainha. Quanto ao almoço do Natal de 2022, não prometo nada. Vamos esperar para ver o que vovó Beth decide.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Presidente da República não comparece a depoimento na Polícia Federal

quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022

Na última sexta feira, 28 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro foi intimado por Alexandre de Moraes, um dos 11 componentes do STF, a comparecer na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor sobre o vazamento dos resultados de um inquérito do ataque hacker contra computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); esse inquérito estava sob sigilo de justiça. Os documentos foram divulgados pelo presidente, em agosto de 2021, pelas redes sociais.

Na última sexta feira, 28 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro foi intimado por Alexandre de Moraes, um dos 11 componentes do STF, a comparecer na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor sobre o vazamento dos resultados de um inquérito do ataque hacker contra computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); esse inquérito estava sob sigilo de justiça. Os documentos foram divulgados pelo presidente, em agosto de 2021, pelas redes sociais. Ele não compareceu a tal intimação, mas foi respaldado por um recurso de anulação da oitiva, interposto pela AGU (Advocacia Geral da União).

O que parece é que Alexandre de Moraes está querendo aparecer, além de caracterizar abuso de autoridade, na tentativa de desmoralizar o chefe da nação, expondo-o ao constrangimento de ser fotografado ao entrar na sede da PF. Bastaria a permissão para que tal inquisição fosse feita por escrito, para que todo esse imbróglio fosse cessado. Mas aí, a vontade de denegrir Bolsonaro não teria o mesmo impacto. Aliás, a Constituição Brasileira de 1988 diz no seu artigo 5° e no inciso 63: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

Reza no código penal brasileiro em seu artigo 186: Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela lei 10.792, de 1º/12/2003)

Vejamos agora as opiniões de alguns advogados sobre o assunto: O professor de Direto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Georges Abboud explicou, na sexta-feira, 28, em entrevista à CNN, que o presidente Jair Bolsonaro (PL), não cometeu crime ao se recusar a prestar depoimento à PF. O plenário do Supremo em 2018 considerou o interrogatório um direito da defesa, no caso, um direito do acusado ou do investigado. Se ele se recusa a prestar um depoimento, tecnicamente, o STF não pode usar do poder coercitivo do estado para que ele vá lá'”, explica Abboud. “Nesse cenário, se a pessoa se recusa a exercer um direito, tecnicamente ela não comete um crime”.

No Poder 360, Eduardo Ubaldo Barbosa, especialista em Direito Constitucional, diz que o não comparecimento não representa descumprimento de decisão judicial, já que o presidente pode recorrer contra a ordem de Moraes. “Há a informação de que ele recorrerá. Ainda que o agravo ao Pleno do STF não tenha efeito suspensivo, Bolsonaro está atacando a decisão pelas vias recursais. É do jogo. Judicialmente, sim, ele pode faltar, ainda que politicamente seja péssimo”. Ainda no Poder 360 a criminalista Mariana Madeira disse: “Eu entendo que o presidente, por figurar como investigado no inquérito em questão, não é obrigado a depor ou comparecer ao ato. Acredito que o não comparecimento hoje resultará nessa interpretação”.

A constitucionalista Vera Chemim concordou. Ela explica, no entanto, que há consequências “excepcionalíssimas” que podem levar à condução coercitiva do presidente.  Para ela, a previsão não deve ser aplicada ao caso de Bolsonaro.

Na realidade, essa pinimba entre Moraes e Bolsonaro remonta ao início do mandato presidencial, quando a indicação de Alexandre Ramagen para diretor da PF foi vetada por Alexandre, que mais uma vez desconheceu à Constituição Federal que reza ser tal indicação uma prerrogativa do presidente da República. Tivesse Bolsonaro mantido a nomeação, teria dado um basta na empáfia de Alexandre de Moraes.

Isso é tão verdadeiro que o ex-presidente da República, Michel Temer, afirmou em entrevista ao Jornal da Record, em 29/04/2020, que o presidente Jair Bolsonaro tem garantido pela Constituição, o direito de nomear o diretor da Polícia Federal, ou qualquer cargo público federal.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é uma sucessão de saudades!...

terça-feira, 01 de fevereiro de 2022

O Caderno Z novamente me levou para a infância, quando meus pais tinham o cuidado de nos oferecer, além dos livros, brinquedos que mexiam com a nossa imaginação e criatividade. O que a gente mais gostava era o poliopticon, que dava para montar binóculos, lunetas e até microscópio. Sem perder as datas mais inusitadas, o “Z” nos convidou a festejar o Dia Internacional do Lego, 28 de janeiro, brinquedo criado em 1934, que significa “brincar bem”. E brincam bem crianças e adultos, pois é fabuloso juntar as peças para ver o que vai dar.

O Caderno Z novamente me levou para a infância, quando meus pais tinham o cuidado de nos oferecer, além dos livros, brinquedos que mexiam com a nossa imaginação e criatividade. O que a gente mais gostava era o poliopticon, que dava para montar binóculos, lunetas e até microscópio. Sem perder as datas mais inusitadas, o “Z” nos convidou a festejar o Dia Internacional do Lego, 28 de janeiro, brinquedo criado em 1934, que significa “brincar bem”. E brincam bem crianças e adultos, pois é fabuloso juntar as peças para ver o que vai dar. Outra festividade está concentrada em 30 de janeiro – Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, por ter sido publicada, em 1869, “As Aventuras de Nhô-Quim”, a primeira história em quadrinhos brasileira.

E a magia das datas continua com 31 de janeiro, Dia Mundial dos Mágicos. São três datas que combinam muito bem, já que “brincar é colocar a imaginação em ação”. Entender que a brincadeira pode ser coisa séria é fundamental para o desenvolvimento da criança. Para o biólogo e pensador, Jean Piaget, “o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para gastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral...”. Muitas vezes, o mais difícil é fazer com que o adulto tenha “jogo de cintura” e entenda a importância do “lúdico na infância, da ação à diversão”. A criança, naturalmente, tem o dom de se ocupar em seu mundo lúdico e respeitar, incentivando esse dom, é parte do processo educacional.

O que não pode acontecer é dar um “tilt” na educação infantil e querer padronizar o comportamento da criança aos padrões ditados como regras perpetuadas e engessadas. A propósito, Wanderson Nogueira nos trouxe à tona o termo “tilt”, uma gíria surgida lá pela década de 80, utilizada para “exemplificar” algo que parasse de funcionar. Qualquer coisa poderia dar um tilt, até mesmo uma pessoa. Por isso mesmo, Nogueira alertou: “Estamos precisando de preventivos: diversão, tanto quanto precisamos respeitar os nosso tilts e os tilts dos demais”. Que belo texto, meu amigo. Parabéns!

Como a minha memória não deu um tilt, não posso deixar de festejar, pois foi em 29 de janeiro de 2014, que A VOZ DA SERRA me deu a honra de me inserir no rol de seus colunistas, com a primeira edição desta coluna “Surpresas de Viagem”. São oito anos de roteiros imperdíveis, em deliciosas viagens de fim de semana, onde percorro o mundo sem sair de casa. A gratidão que eu tenho é algo incomensurável!

E, entre tantas surpresas na edição do último fim de semana, eis que na coluna “Sociais”, encontrei a querida Tininha Iunes, festejando aniversário em 30 de janeiro, fechando, com chave de ouro, o último domingo do primeiro mês do ano novo. Conheci Tininha na década de 70, uma pessoa cativante e de um carisma sem igual, doce e gentil com todos. Parabéns, querida!

Impressionante também a biografia do senhor Richard Ihns, celebrando em janeiro seus 70 anos de dedicação ao Rotary Clube de Nova Friburgo, sendo, portanto, o seu mais antigo associado, além dos muitos cargos e diretorias. Aos 94 anos de idade, sua vida é um exemplo de lutas, estudos e conquistas. Confesso que perdi o fôlego ao ler, em voz alta, a sua biografia.

“Grito de Carnaval: escolas de samba desfilam na Olaria do Cônego”. Ninguém faça confusão, porque a manchete está na coluna “Há 50 anos”, o destaque do jornal no último fim de semana de janeiro de 1972. Só podia mesmo ser coisa do passado, porque no presente ano de 2022, há incógnitas por todos os lados. O Carnaval adiado para maio. O retorno às aulas, meio indefinido, apesar de grande incentivo para o modo presencial. O Cão Sentado, na charge de Silvério, sonha diante das circunstâncias e indecisões. Que osso duro de roer!   

Para arrematar esta viagem de tantas datas e festejos, de conhecimentos surpreendentes, mais uma celebração – 30 de janeiro – Dia da Saudade. Um dia para recordar, quando temos saudade todos os dias. A sorte, o que nos conforta, é que a gente só tem saudade do que foi bom para nós. Saudade das pessoas queridas e dos momentos felizes. Bem se vê que a felicidade tem preço e rende muita saudade!...

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Aniversário comemorado

terça-feira, 01 de fevereiro de 2022

Aniversário comemorado

O jovem e simpático, Luiz Carlos da Costa Júnior (foto), passou o último fim de semana recebendo cumprimentos pela passagem de seu aniversário, celebrado no sábado, 29 de janeiro.

Por esta razão, este colunista se une aos pais do aniversariante Luiz Carlos e Linete, as irmãs Viviane e Cristiane, a sobrinha Sara, demais familiares e muitos amigos, para parabenizar o Júnior com votos de muitas felicidades.

Indo vapt vupt

Aniversário comemorado

O jovem e simpático, Luiz Carlos da Costa Júnior (foto), passou o último fim de semana recebendo cumprimentos pela passagem de seu aniversário, celebrado no sábado, 29 de janeiro.

Por esta razão, este colunista se une aos pais do aniversariante Luiz Carlos e Linete, as irmãs Viviane e Cristiane, a sobrinha Sara, demais familiares e muitos amigos, para parabenizar o Júnior com votos de muitas felicidades.

Indo vapt vupt

Como parece que foi ontem que estávamos celebrando o Natal e a virada do ano, chegamos hoje ao primeiro dia de fevereiro, deixando para trás já o primeiro mês de 2022.

Betina debutou

Mesmo atrasado, vale parabenizar à querida jovem Betina Batista (foto) que completou 15 anos no último dia 19 de janeiro, para alegria toda especial dos pais Bruno e Flávia Dias Batista. A Betina, é neta da dra. Deise e do admirado dr. Batista, juiz que mercou época também em nossa cidade e é figura das mais queridas também no Nova Friburgo Country Clube.

Missa dos Sacoleiros

Como nossa cidade conta também com considerável quantidade de profissionais que atuam viajando por conta de vendas para confecções, na atividade popularmente chamada de sacoleiros, vale um convite para todos.

No próximo domingo, 6, às 9h, será celebrada missa em Ação de Graças pelos Sacoleiros na Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Riograndina.

Após a celebração haverá bênçãos das chaves e veículos utilizados por aquela classe profissional em suas atividades de trabalhos. Quem puder também levar suas doações de produtos de limpezas domésticas e pessoais, estará contribuindo para ajudar as familias necessitadas daquela comunidade.

Vinte em vinte e dois

É com carinho que, apesar do pequeno atraso registramos o 20° aniversário que o jovem Thiago de Carvalho (foto) comemorou  no último dia 21 de janeiro.

A coluna possui um carinho todo especial com o Thiago que desde o seu 1º ano de vida têm as comemorações dos seus aniversários registradas aqui. Nos orgulhamos ao constatar sua evolução, da criança de antes à transformação em um homem de bem, dedicado e trabalhador.

Ao Thiago, mais uma vez os nossos parabéns com votos sinceros de contínuas felicidades, sucesso e grandes realizações na vida.

Nova pizza Brasil

Mesmo sem desejar entrar na seara política, quer seja a favor ou contra quaisquer correntes ou eventuais candidatos, algo vem  dando o que pensar.

Trata-se da tal CPI da Covid, de tantas propalações midiáticas e falações de figuras políticas de Brasília, como ficou ou ficará? 

Apesar dos alguns desdobramentos judiciais lentos, será que sinalizará o surgimento de novo sabor de pizza em nosso país?

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Saber acolher Deus

terça-feira, 01 de fevereiro de 2022

No último domingo, 30 de janeiro, o Papa Francisco discursou sobre a primeira pregação de Jesus na sua cidade, Nazaré. Em vez de receber aprovação, Jesus encontrou incompreensão e até hostilidade (cf. Lc 4, 21-30). Os seus concidadãos, mais do que uma palavra de verdade, queriam milagres, sinais prodigiosos. O Senhor não os realiza e eles rejeitam-no, pois dizem que já o conheciam desde criança, que é o filho de José (cf. v. 22) e outras coisas mais. Então, Jesus pronunciou uma frase que se tornou proverbial: “Nenhum profeta é bem aceito na sua pátria” (v. 24).

No último domingo, 30 de janeiro, o Papa Francisco discursou sobre a primeira pregação de Jesus na sua cidade, Nazaré. Em vez de receber aprovação, Jesus encontrou incompreensão e até hostilidade (cf. Lc 4, 21-30). Os seus concidadãos, mais do que uma palavra de verdade, queriam milagres, sinais prodigiosos. O Senhor não os realiza e eles rejeitam-no, pois dizem que já o conheciam desde criança, que é o filho de José (cf. v. 22) e outras coisas mais. Então, Jesus pronunciou uma frase que se tornou proverbial: “Nenhum profeta é bem aceito na sua pátria” (v. 24).

Jesus conhecia o seu povo, conhecia o coração do seu povo, conhecia o risco que estava a correr e previa a rejeição. Então podemos perguntar-nos: se é assim, se previa o fracasso, por que foi à sua cidade? Por que fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a aceitá-lo? A resposta é simples: diante dos nossos fechamentos, Ele não retrocede: não põe limites ao seu amor. Perante os nossos fechamentos, ele vai em frente. Vemos um reflexo disto nos pais que estão conscientes da ingratidão dos filhos, mas não deixam de os amar e de lhes fazer o bem. Deus é assim, mas a um nível muito mais elevado. E hoje também nos convida a acreditar no bem, a nunca deixar de procurar fazer o bem.

Mas no que aconteceu em Nazaré encontramos outro aspecto. A hostilidade para com Jesus por parte dos “seus” provoca-nos: eles não foram acolhedores, e nós? Diante deste questionamento, o Papa ressalta que Jesus apresentou dois modelos de acolhimento: uma viúva de Sarepta, na Sidônia, e Naamã, o sírio. Duas figuras, que apesar de pagãs, acolheram os profetas: a primeira acolheu Elias, o segundo Eliseu. E concluiu: o modo de acolher Deus é estar sempre disponível, acolhê-lo e ser humilde. A fé passa por isto: disponibilidade e humildade. A viúva e Naamã não rejeitaram os caminhos de Deus e dos seus profetas; foram dóceis, não rígidos e nem fechados.

Jesus também segue o caminho dos profetas: apresenta-se como não o esperaríamos. Aqueles que procuram milagres não o encontrarão, aqueles que procuram novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas; aqueles que procuram uma fé feita de poder e de sinais exteriores não o encontrarão. Não, eles não o encontrarão. Apenas aqueles que aceitam os seus caminhos e desafios, sem queixas, sem suspeitas, sem críticas e nem caras feias, o encontrarão. Jesus, por outras palavras, pede-nos que O acolhamos na realidade cotidiana que vivemos; na Igreja de hoje, como ela é; naqueles que estão próximos todos os dias; na vida concreta dos necessitados, nos problemas das nossas famílias, nos pais, nos filhos, nos avós, ali acolhemos Deus.

E nós, somos acolhedores ou parecidos com os seus concidadãos, que pensavam saber tudo sobre ele? “Estudei teologia, fiz o curso de catequese... Sei tudo sobre Jesus!”. Sim, como um estulto! Não sejas estúpido, não conheces Jesus. Talvez, após tantos anos de fé, pensamos que conhecemos bem o Senhor, muitas vezes com as nossas ideias e julgamentos. O risco é acostumar-nos, acostumar-nos a Jesus. E como nos habituamos? Fechando-nos, fechando-nos à sua novidade, ao momento em que ele bate à porta e nos diz algo novo, ele quer entrar em nós. Devemos sair deste permanecer fixados nas nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de se surpreender, de se maravilhar. O Senhor surpreende-nos sempre, esta é a beleza do encontro com Jesus. (Angelus, 30 jan. 2022 - Fonte: www.vatican.va)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Ilusão e utopia

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Quinta-feira última, 27\01\2022, recebemos uma pérola no Clube Clássicos da Literatura, a Professora Glaucia Pereira Brito, que nos ofereceu uma palestra sobre Maria Firmina dos Reis (1822-1917), maranhense, primeira romancista brasileira,  esquecida durante décadas, cuja obra possui valor literário, histórico, cultural e social relevante.

Quinta-feira última, 27\01\2022, recebemos uma pérola no Clube Clássicos da Literatura, a Professora Glaucia Pereira Brito, que nos ofereceu uma palestra sobre Maria Firmina dos Reis (1822-1917), maranhense, primeira romancista brasileira,  esquecida durante décadas, cuja obra possui valor literário, histórico, cultural e social relevante.

Diante de uma apresentação impecável, suave e rica em detalhes a respeito da vida e da obra da escritora negra, viajamos na trajetória de uma inteligente mulher do século XIX, com uma escrita límpida, poética e reveladora da realidade brasileira da época, quando os negros, escravizados, eram prisioneiros das mais cruéis condições de sobrevivência. O Brasil está superando suas limitações para reconhecer e enaltecer a importância das contribuições que os negros trouxeram ao nosso país através do seu trabalho, suor e dor. É triste a discriminação que existe no Brasil, tradição cultural que ainda permeia a vida sobre seu solo.

Durante a exposição, falou-se rapidamente sobre a diferença nos modos com que autores constroem suas obras. Logo me reportei às primeiras aulas que assisti na universidade, quando estudei a obra do filósofo e pedagogo suíço, Pierre Furter, especialmente “Educação e Reflexão”, que tanto enriqueceu minha formação.

Depois da palestra, senti necessidade de pesquisar as diferenças entre ilusão e utopia, até porque fazem parte das nossas atividades mentais e emergem do contexto em que vivemos. As diferenças entre ambas são sutis e faz-se necessária a observação aguda dos modos de imaginar para distinguir uma da outra.

Tanto a utopia quanto a ilusão são processos criativos, porém a utopia possui a intenção de transformar a realidade concreta ao vislumbrar contextos perfeitos. Já a ilusão caminha em direção à fantasia e as representações mentais são configuradas de acordo com a realidade psíquica do sujeito. 

 As utopias tendem à permanência e são construídas como um projeto ou aspiração, enquanto a ilusão é transitória e fundamenta-se no pensamento mágico. A utopia é compromissada; a ilusão é livre. Ambas são inexistentes em sua concreticidade real e criadas através de narrativas, porém. 

A abordagem destes conceitos me aponta para estudos mais detalhados e amplos; por enquanto minhas reflexões são superficiais. Entretanto, eu me arrisco apontar para as obras de Márcia Medeiros, que nos oferece modos de ver e sentir a vida. Para o “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry, uma obra que desvela a beleza da humanidade. Para as histórias do “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, um retrato de época do Brasil. 

Enfim, as pessoas deste planeta azulado, a safira do sistema solar, precisam da literatura através das múltiplas ilusões e utopias, criadas pelos sonhadores que desejam uma vida melhor.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.