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Símbolos natalinos

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Na proximidade do Natal, é notória a mobilização das pessoas: o clima natalino invade ruas e praças, as casas são enfeitadas de luzes e todos aguardam ansiosos a troca de presentes e a sonora mensagem “Feliz Natal!”.

Muitos são os símbolos utilizados neste momento jubiloso do ano. Tudo parece se transformar: as trevas sedem lugar à claridade, árvores e presentes invadem a cidade. Todas estas comemorações são legítimas e necessárias, mas quando expressam a alegria de nossos corações alimentados pela esperança de um tempo melhor, mais feliz e justo.

Na proximidade do Natal, é notória a mobilização das pessoas: o clima natalino invade ruas e praças, as casas são enfeitadas de luzes e todos aguardam ansiosos a troca de presentes e a sonora mensagem “Feliz Natal!”.

Muitos são os símbolos utilizados neste momento jubiloso do ano. Tudo parece se transformar: as trevas sedem lugar à claridade, árvores e presentes invadem a cidade. Todas estas comemorações são legítimas e necessárias, mas quando expressam a alegria de nossos corações alimentados pela esperança de um tempo melhor, mais feliz e justo.

O Papa Francisco em sua conta do Twitter explicou o sentido de alguns desses símbolos. “A árvore de Natal evoca o renascimento, o dom de Deus que se une ao homem para sempre, que nos presenteia a sua vida. As luzes  evocam Jesus, a luz do amor que continua a resplandecer nas noites do mundo” (20 dez. 2021).

Poderíamos elencar aqui vários outros símbolos e seus respectivos significados. Mas, gostaria de me ater ao mais importante símbolo do Natal: a caridade. A doutrina da Igreja ensina que “a prática da vida moral animada pela caridade dá ao cristão a liberdade espiritual dos filhos de Deus. O cristão já não está diante de Deus como um escravo, com temor servil, nem como o mercenário à espera do salário, mas como um filho que corresponde ao amor ‘d'aquele que nos amou primeiro’ (Catecismo da Igreja Católica, 1828). O documento ainda ensina que os frutos da caridade são: a alegria, a paz e a misericórdia; frutos estes que ambicionamos para nossa vida.

O santo padre motiva-nos à vivência da caridade como obra de conversão do mundo. “A caridade para com o próximo nos estimula a nos reconhecermos como filhos de um único pai, que nos criou e nos ama. Portanto, que não diminua nosso compromisso de testemunhar a fé em nosso tempo muitas vezes perdido, sabendo que a fé não é transmitida por meio do proselitismo, mas sim pela atração, isto é, através do testemunho. Não se trata de representar esquemas do passado, mas de nos deixarmos guiar pelo Espírito do Senhor para propor a alegria que emana do Evangelho aos homens e mulheres que encontramos em nosso ministério diário” (Papa Francisco, Mensagem à Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, em 3 de outubro de 2019).

É comum e louvável neste tempo surgirem ações caritativas. Vários setores da comunidade civil e religiosa se mobilizam para prover o necessário aos mais necessitados. Mas Francisco explica que os mais simples gestos, quando feitos com consciência e responsabilidade, são capazes de alcançar até os corações mais feridos. “O primeiro ato de caridade que podemos fazer ao próximo é oferecer-lhe um rosto sereno e sorridente. É levar-lhe a alegria de Jesus, como fez Maria com Isabel” (Papa Francisco, 19 dez. 2021).

Vivemos a realidade de um mundo envolto em muitas sombras geradas pelo fechamento dos corações, preocupados apenas com o exterior, com a aparência de uma felicidade frágil e passageira.

Deixemo-nos, pois, ser inspirados pelos pastores e magos, que, iluminados pela fé, atravessaram as trevas que envolviam a terra e encontraram a “grande luz”, e se deixaram transformar por ela e a anunciaram a todo o mundo.  

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Todavia

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Lendo a biografia de Woody Allen eu me deparei com uma afirmação que
é contrária ao que tenho lido e escutado ao longo de anos. “Você pode viver
até os cem anos se abandonar todas as coisas que fazem com que você queira
viver até os cem anos.” Parei, olhei para o teto revirando os olhos em várias
direções, mas sem nada ver, apenas pensando. De repente, minhas ideias se
aproximaram da letra do samba, gravado por Zega Pagodinho, “Deixa a vida
me levar”.
Essas proposições trazem toques de sabedoria porque a vida tem

Lendo a biografia de Woody Allen eu me deparei com uma afirmação que
é contrária ao que tenho lido e escutado ao longo de anos. “Você pode viver
até os cem anos se abandonar todas as coisas que fazem com que você queira
viver até os cem anos.” Parei, olhei para o teto revirando os olhos em várias
direções, mas sem nada ver, apenas pensando. De repente, minhas ideias se
aproximaram da letra do samba, gravado por Zega Pagodinho, “Deixa a vida
me levar”.
Essas proposições trazem toques de sabedoria porque a vida tem
grandezas que os projetos individuais não conseguem vislumbrar e abraçar em
maior profundidade. Se somos seres de decisões e, de fato, somos, estamos
diariamente direcionando nossos destinos, na maioria das vezes, às rédeas
curtas. Ora veja, se deixamos a vida nos levar, nossos canais perceptivos se
abrem e captam outras possibilidades, como largar os afazeres, tomar um
sorvete durante a tarde e deixar-se levar pelo prazer daquele instante.
A letra desse samba (na verdade, sua autoria não é do Zeca Pagodinho,
e sim do sambista Serginho Meriti) tem preciosidades. Olhem isso. Todo
mundo canta o refrão da música, recita a estrofe diversas vezes,
principalmente quando a melodia dá para entrar na nossa cabeça e nos faz
cantarolar. Porém, meus amigos, não sabemos do restante da letra. Ficamos
fixados em poucos versos e deixamos escapar outros que podem nos ser
proveitosos. “Confesso que sou\ de origem pobre\ mas meu coração é
nobre\Foi assim que Deus me fez\.... Sou feliz e agradeço\Por tudo que Deus
me deu.
Naquele momento em que rodopiei meu olhar pelo teto, talvez quisesse
saber o que a vida me deu de presente e eu não valorizei. Nem reconheci.
Estou sempre preocupada no que tenho que fazer, entretanto não penso no
que eu não tenho de fazer, o que poderia muito me acrescentar.
Não sei se vocês perceberam, estou substituindo a conjunção “mas” por
outras. Por que não costumo usar “todavia”, “contudo”? Se depois de uma

dificuldade, fizer questão de empregar “todavia”, vou me deparar com a
esperança, com a luz no final do túnel. Quero me chamar Tereza Todavia! Por
que não?
Não poderia deixar de me lembrar da poesia “Instantes”, de autoria de
Nadine Stair, que vai ilustrar o meu sentimento de apenas querer viver.
Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima, trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,

relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvete e menos lentilha.

Teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e produtivamente cada minuto da vida:
claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feito a vida, só de momentos;

não percam o agora.
Eu era um desses que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,

uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um paraquedas;

se voltasse a viver viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,

começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,

contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,

se tivesse outra vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.

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O ativismo que me encanta

sábado, 18 de dezembro de 2021

 

Meus pés cansados seguem — porque ainda que meu corpo igualmente cansado não responda como eu gostaria — meu espírito é de esperança. Mesmo quando o mundo se mostra mal, mesmo quando sinto que estamos perdendo como humanidade, mesmo diante de tanta gente má vestida de bem, sigo com fé. Mais do que andar com fé, é preciso honrar essa fé na prática. 

Ao esperar, não honro a fé. Ao silenciar, não honro a fé. Inerte, também não honro a fé. Fé pede ação, tanto quanto sonhos sem ação são apenas sonhos. 

 

Meus pés cansados seguem — porque ainda que meu corpo igualmente cansado não responda como eu gostaria — meu espírito é de esperança. Mesmo quando o mundo se mostra mal, mesmo quando sinto que estamos perdendo como humanidade, mesmo diante de tanta gente má vestida de bem, sigo com fé. Mais do que andar com fé, é preciso honrar essa fé na prática. 

Ao esperar, não honro a fé. Ao silenciar, não honro a fé. Inerte, também não honro a fé. Fé pede ação, tanto quanto sonhos sem ação são apenas sonhos. 

Sabedor de que protagonista nem sempre é o personagem que podemos vestir, reagir não é papel secundário. Reagir às injustiças, aos mensageiros da morte, aos profetas da ignorância, aos alimentadores da fome, têm sido cada vez mais fundamental nesses tempos de surdez rouca. Impedir narrativas que interessam apenas aos que narram para benefício próprio ou em nome de verdades que mantêm o status quo. 

Quem disse que a cidade é assim? Quem definiu que é assim a vida e ponto? Não! Não podemos passar pano para esses que insistem em atravancar caminhos. Passarão! Mas se não fizermos nada, seguirá tudo como está. O ativismo que me encanta é o da felicidade plena, minha e a de todos os demais, distantes e à minha volta.

Nem tudo precisa se encaixar. É arte a peça que não se encaixa no quebra-cabeça. Somos múltiplos, singulares, diversos. Quem não respeita a diversidade, atira no próprio pé e se mata pelo próprio umbigo. Quem não cultiva essa relação com a natureza, se suicida e leva todos os demais juntos. De tal modo que só há uma forma de uma convivência pacífica e feliz: com diversidade e ecologia. 

Tolerância é pouco e está mais para castigo ao castigado do que hombridade do tolerante. O mundo não precisa de tolerantes e os tempos de agora não sustentam neutralidade. O que o futuro não quer para esse presente que já se avista são neutros e tolerantes. Não há mais espaço para arquibancadas que não interagem com o jogo, tanto quanto não há mais lugar para torcedores do escárnio, predadores do esforço alheio.

Andar com fé é preciso. Mas é preciso caminhar. Porque fé sem verbo não é fé. Os segundos estão nos vencendo e o tempo fatalmente nos vencerá. Mas o que fazemos do tempo, com o tempo que temos, é e deve ser humanamente divino. 

Mesmo que eu queira ser como criança, meu corpo já não é mais o mesmo e o acúmulo de experiências me faz menos ingênuo. Cicatrizes de traumas e tatuagens de alegrias não me permitem mais ser como criança. Mas essas experiências me concedem certa evolução capaz de me dar sabedoria para ser melhor do que fui ano passado, para ser mais cortês do que fui ontem, para ser mais empático diante das existências que me permitem enxergar o equilíbrio e se compartilham comigo para coexistirmos.

Assim, dentro da gente mesmo, coexistem aparentes ambiguidades que nos dão a importância de uma e de outra. Não são visitas causais. Estão ali, permanentemente no canto à espreita de serem convocadas e se autoconvocando. Para lidar com cada uma, mais do que por aventuras, se faz necessário andar com fé — sílaba número um de felicidade.   

 

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Mais uma rede de supermercados

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Mais uma rede de supermercados
Nova Friburgo está se tornando mesmo a cidade dos supermercados. Além dos empreendedores locais, as grandes redes não param de desembarcar no município. Quem está chegando agora é o Supermarket. E será mais um supermercado em Mury. A loja que fica em frente ao posto comunitário do distrito está praticamente pronta e deve ser inaugurada nos próximos dias.

Mais uma rede de supermercados
Nova Friburgo está se tornando mesmo a cidade dos supermercados. Além dos empreendedores locais, as grandes redes não param de desembarcar no município. Quem está chegando agora é o Supermarket. E será mais um supermercado em Mury. A loja que fica em frente ao posto comunitário do distrito está praticamente pronta e deve ser inaugurada nos próximos dias.

Empregos
A rede também está em fase final de contratação de funcionários. Mais 23 vagas estão em processo de seleção e currículos podem ser enviados para o e-mail: vagas@smalvorada.com. A rede conta com mais de 120 lojas e a friburguense será a primeira da região. O interessante é que essas grandes lojas costumam fazer ampla pesquisa de mercado antes de se instalarem em um local.

Público além da cidade
Isso quer dizer, em outras palavras, que o negócio alimentício parece ser lucrativo por aqui. Uma das explicações é que moradores dos municípios vizinhos costumam fazer compras em Nova Friburgo, o que eleva o número de habitantes de 190 mil para 300 mil aproximadamente.

Crescida e queda
A pandemia também parece não ter afetado os negócios, muito pelo contrário. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) houve crescimento real de 9,36% no setor de 2019 para 2020. Os números desse ano ainda não estão fechados. No primeiro semestre, o crescimento foi na casa dos 4%. Mas de julho para cá a tendência é de queda, com o fim de auxílios e a perda do poder de compra do brasileiro. Ou seja, o fim próximo da pandemia também pode ser o fim de um período de bonança para as vendas. 

Pandemia quase no fim?
No mês de dezembro, as compras em supermercados se elevam, assim como nos demais setores do comércio. Apesar da crise que o país atravessa, o setor acredita em um aumento de 17% no volume de vendas comparado ao mesmo período do ano passado. O fim das restrições e as festas de fim de ano com reuniões maiores - por conta do avanço da vacinação e a diminuição no número de casos de Covid-19 - é um dos fatores para o otimismo.         

Volta do cartório
O posto do cartório de registro civil dentro da Maternidade de Nova Friburgo voltou a funcionar nesta semana oferecendo mais facilidade para pais e mães registrarem seus bebês. O serviço estava suspenso desde o início da pandemia. A retomada se dá exatamente em um momento de leitos zerados para a Covid-19, com a avaliação de riscos menores graças ao avanço da vacinação e seus efeitos. A determinação do retorno foi da Rede Cegonha. Além da certidão de nascimento, os recém-chegados saem também com o número de CPF.     

Parlamento Juvenil
Nova Friburgo terá dois deputados estaduais juvenis no programa da Alerj que leva estudantes do ensino médio da rede estadual para experimentar o parlamento, apresentando, inclusive, um projeto de lei que pode se tornar realidade. Após a realização das eleições em duas etapas (1º e 2º turno) em todos os municípios do Estado, Gabriela Lopes, do Colégio Estadual Galdino do Valle Filho, foi eleita com a maior votação e Felipe Gabriel Knupp (2º mais votado), do Colégio Estadual Rei Alberto I, herdou uma segunda vaga para o município na repescagem.

Mulheres são maioria
Praticamente todos os municípios da região terão parlamentares juvenis, sendo que além de Nova Friburgo, Cantagalo também terá dois representantes. Ambos ficaram com mais vagas por terem tido maior engajamento, preenchendo vagas não ocupadas por outros municípios do Estado. Ao todo serão 97 parlamentares juvenis de 77 dos 92 municípios fluminenses. Curiosidade interessante é que diferente do parlamento oficial, a maioria dos representantes é do gênero feminino: 53 a 44.

Evento
Os eleitos agora passarão por capacitações online e presenciais para confeccionar seus projetos de lei. Na última semana de abril próximo, eles ficarão na Alerj, discutindo seus projetos, fazendo cursos e visitações em uma extensa programação na capital fluminense.  

Flagrantes da natureza
As câmeras têm facilitado e fascinado cada vez mais a observação da natureza. O Parque dos Três Picos é um bom exemplo. Nessa semana, uma das câmeras instaladas no parque flagrou o momento em que um cachorro-do-mato caça um tatu. A imagem foi captada no Pico do Caledônia, através do projeto Aventura Animal, uma parceria da unidade com o fotógrafo Juran Santos.

Raposinha
O cachorro-do-mato é do tamanho de um cachorro doméstico médio. O animal sempre foge quando percebe a presença de humanos, o que torna o registro ainda mais especial. O projeto existe desde 2019 e tem aproximadamente 20 câmeras espalhadas por todo parque.

Palavreando
“Tolerância é pouco e está mais para castigo ao castigado do que ombridade do tolerante. O mundo não precisa de tolerantes e os tempos de agora não sustentam neutralidade. O que o futuro não quer para esse presente que já se avista são neutros e tolerantes”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

Foto da galeria
O filme Baile de Máscaras que tem como protagonista o ator friburguense Bernardo Dugin foi escolhido para a Premiére Brasil Hors Concours do Festival do Rio que acontece nesta semana na capital fluminense. Dugin esteve ao lado da equipe de produção e demais atores do elenco no concorrido evento. O média-metragem tem acumulado prêmios em vários festivais, incluindo o de melhor ator, mas ainda não está disponível ao grande público.
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Retrospectiva 2021

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Mais um ano está chegando ao fim e há muito o que relembrar sobre o período que prometia muitas incertezas e, por sinal, cumpriu a promessa. No ano que ultrapassei a marca de 100 textos publicados neste espaço, muita informação relevante foi abordada com o intuito de promover o acesso ao conhecimento financeiro em prol do desenvolvimento social da população brasileira.

Mais um ano está chegando ao fim e há muito o que relembrar sobre o período que prometia muitas incertezas e, por sinal, cumpriu a promessa. No ano que ultrapassei a marca de 100 textos publicados neste espaço, muita informação relevante foi abordada com o intuito de promover o acesso ao conhecimento financeiro em prol do desenvolvimento social da população brasileira.

O ano de 2021 começou com a difícil missão de retomada econômica num contexto ainda pandêmico e cheio de surpresas. O primeiro semestre foi marcado pela lentidão de políticas voltadas para a vacinação em massa da população, provocando um estresse ainda mais relevante ao que já não estava bem. Contudo, hoje o Brasil mostra ao mundo o porquê de ter se tornado referência em programas de imunização e traz ótimos avanços para o desenvolvimento econômico. Esse contexto, por fim, projeta – segundo cálculos do próprio Banco Central – o crescimento de 4,4% do PIB para o ano.

Para efeito comparativo, 2020 sofreu o grande impacto negativo de um PIB retraído em 4,1% naquele período. Não vamos hoje, entrar no mérito do que representa o Produto Interno Bruto e como suas utilidades políticas podem ser deturpadas, mas dentro da atual dinâmica econômica, os números revelam mudanças positivas; principalmente levando em consideração a redução do índice de desemprego no país.

Mas, no final das contas, quais os mecanismos podem ser utilizados para ajustar o rumo da economia de um país? A política monetária. Sob responsabilidade do Banco Central, a regulamentação e implementação de juros são atividades primordiais que determinam como serão abordadas as políticas econômicas de inflação e câmbio diante de diferentes cenários. Em 2021, vimos a Selic – nossa taxa básica de juros – atingir seu menor patamar histórico, seguido da maior guinada de alta em tão pouco tempo; saindo de 2% a.a. e chegando a 9,25% a.a., o que evidencia os equívocos do BC ao longo do ano.

Contudo, vale ressaltar, não foi só o BC que cometeu erros financeiros ao longo deste ano, você também pode ter cometido erros específicos e talvez conheça alguém (ou você é esse alguém) responsável por erros gravíssimos. Estou falando de quem tentou enriquecer por caminhos equivocados em 2021 e se tornou vítima do que talvez esteja entre os maiores golpes financeiros do Brasil nos últimos tempos. Lembra do que aconteceu com a GAS, empresa fraudulenta de investimentos em bitcoins? O golpe foi tão marcante que não podia estar de fora da nossa retrospectiva. Portanto, vale sempre a dica, desconfie sempre do que parece ser bom demais para ser verdade; pode realmente ser uma mentira.

Já que tocamos no assunto, vamos falar mais sobre tecnologia financeira? 2021 foi um ano marcante no desenvolvimento de novas ferramentas responsáveis por redesenhar a forma como enxergamos, hoje, o sistema bancário tradicional. O primeiro exemplo já está bastante difundido e tem sido um projeto de sucesso, alcançando mais de 310 milhões de chaves cadastradas no sistema; estou falando do Pix. Contudo, além deste, ainda há outro projeto que tende a ser mais explorado ao longo do tempo – devido à complexidade do ecossistema.

O Open Banking é um projeto ambicioso e tem tudo para mudar a forma de organização do sistema financeiro. Elaborado para ser implementado em quatro etapas, a última foi finalizada no último dia 15 e a partir de agora os consumidores de serviços e produtos financeiros começam a ter acesso pleno a todas as atividades que compõem o sistema.

Ano de muitos desafios, erros, desenvolvimento tecnológico e a esperança de um fim para a pandemia que devastou sistemas, mercados e vidas reais, 2021 foi um ano de superação e preparação para o que ainda está por vir. A propósito, 2022 nos reserva eleições no Brasil; realmente há muito o que viver pela frente. Espero te encontrar por lá!

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Cresce a violência sexual contra crianças

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A pandemia da Covid-19 escancarou muitas faces sombrias e obscuras da humanidade e em especial, da sociedade brasileira. Além do aumento dos casos de violência doméstica e recordes no número de feminicídios, a crise de saúde global gerada pelo novo coronavírus causou um aumento significativo na violência sexual contra a juventude de nosso país.  

A pandemia da Covid-19 escancarou muitas faces sombrias e obscuras da humanidade e em especial, da sociedade brasileira. Além do aumento dos casos de violência doméstica e recordes no número de feminicídios, a crise de saúde global gerada pelo novo coronavírus causou um aumento significativo na violência sexual contra a juventude de nosso país.  

Ao contrário do que se acredita existem inúmeras maneiras de ser vítima de um crime sexual, como o estupro de vulnerável, o mais conhecido. A prática de atos libidinosos contra menores, não necessariamente, resumem-se à conjunção carnal. Há ainda o assédio, seja ele físico ou moral; da importunação sexual, por meio de um toque despretensioso inapropriado; ou mesmo via redes sociais, através de comentários persistentes e propostas inadequadas.

E as pesquisas relatam algo ainda mais assustador. Em média, 85% das vítimas desse tipo de violência são meninas, conforme apurado pelo Disque 100 e pelo Ministério da Saúde, além de 40% do total de notificações de violência sexual ter vitimado crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.

Em 2015, uma campanha realizada por mulheres no Twitter usando a hashtag “#MeuPrimeiroAssédio”, escancarou diversos depoimentos que alarmam ainda mais sobre o quão cedo as mulheres passam por essas violências sexuais e continuam passando ao longo da vida. A iniciativa começou após uma participante de 12 anos, do programa MasterChef Júnior, ser alvo de comentário pedófilos.

Violência silenciosa

De acordo com levantamento do portal Disque 100 e o Ministério da Saúde, três em cada dez abusadores são familiares próximos da vítima. Grande parte dos abusos acontece dentro do próprio lar, através de pessoas próximas ou dentro do próprio núcleo familiar, local que deveria servir de refúgio. O fechamento das escolas e creches por causa da pandemia aumentou o número de casos de violência em todo Brasil, é o que apontam os conselhos tutelares de todo país.

Somente em São Paulo, de acordo com o Conselho Tutelar do Rio Pequeno e Raposo Tavares, localidades da Zona Oeste da capital paulista, em fevereiro deste ano, o número de denúncias foi 12 vezes maior do que no mesmo período do ano passado. Já em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, até agosto de 2021, foram relatados 60 abusos praticados contra menores de idade, um percentual de 66,7% maior do que no ano anterior.

 Geralmente, esses tipos de violações são difíceis de serem detectadas pelos familiares, já que ocorrem de uma forma discreta, velada e sem deixar muitos rastros. O que se observa é a predominância de abusos sexuais quase imperceptíveis, cujo modus operandi do autor é o de agir de forma sútil. E são ainda mais difíceis em serem identificadas em crianças e adolescentes, por conta da vergonha e do medo em contarem para alguém.

Por outro lado, outro perigo latente está relacionado ao uso e exposição excessiva de menores de idade nas redes sociais. As crianças de hoje já nasceram em um mundo conectado na internet, mas isso não significa que o acesso deva ser ilimitado e sem responsabilidades. Não serei leviano ao ponto de falar que uma criança não deve ter rede social, isso compete à plataforma e aos pais.

Contudo, as plataformas de redes sociais possibilitam um alcance gigantesco das publicações e se usadas de formas inadequadas, podem trazer um prejuízo grande à criança. Assim, torna-se necessário que os pais façam o acompanhamento constante, já que algumas danças e desafios trazem um forte grau de erotização e exposição do menor, que muitas vezes nem tem dimensão do que está fazendo.

Prevenção é primordial

A escola e a família possuem um papel fundamental na prevenção, identificação e combate ao abuso sexual infantil, por se um local de circulação do conhecimento e proteção. Algumas são as importantes ferramentas de proteção, como: educar seu filho para ele entender que não pode ser tocado em determinados lugares, ajudar a diferenciar assédio de elogio e ensinar a quem pedir ajuda em situação de perigo. Quando o assunto é proteção da nossa juventude, todo cuidado é pouco.

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Passaporte sanitário: conflitos de interesses

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Em 20 de novembro de 2021 a The Lancet, uma das revistas médicas top no mundo, publicou um artigo com o título: “Covid-19: estigmatizar os não vacinados não se justifica”. Estamos perdendo a liberdade social? Em função de que agenda? Quem controla esta agenda de controle mundial?

Em 20 de novembro de 2021 a The Lancet, uma das revistas médicas top no mundo, publicou um artigo com o título: “Covid-19: estigmatizar os não vacinados não se justifica”. Estamos perdendo a liberdade social? Em função de que agenda? Quem controla esta agenda de controle mundial?

O autor desse artigo, Günter Kampf, professor da University Medicine Greifswald, Institute for Hygiene and Environmental Medicine, na Alemanha, declarou não ter nenhum conflito de interesse como cientista. No artigo, ele comenta que nos Estados Unidos e na Alemanha, oficiais do governo têm usado o termo “não-vacinados” afirmando que eles ameaçam os vacinados para Covid-19.

Porém, o dr. Kampf explica que existe evidência de que pessoas vacinadas continuam a ter importante papel na transmissão do vírus da Covid-19. Segundo ele, em Massachusetts, nos Estados Unidos, um total de 469 novos casos de Covid-19 foram detectados durante vários eventos em julho de 2021, e 346 (74%) destes casos foram em pessoas que foram totalmente ou parcialmente vacinadas, sendo que 274 (79%) estavam sem sintomas e os vacinados mostraram carga viral alta.

Segundo o dr. Kampf, nos Estados Unidos, um total de 10.262 casos de Covid-19 foram relatados e os vacinados em 30 de abril de 2021, dos quais 2.725 (26,6%) estavam sem sintomas, 995 (9,7%) foram hospitalizados e 160 (1,6%) morreram. Na Alemanha 55,4% dos casos sintomáticos de Covid-19 em pacientes com 60 anos de idade ou mais ocorreram nos totalmente vacinados, e esta proporção está aumentando. Dr. Kampf diz que na cidade alemã Münster, novos casos de Covid-19 ocorreram em pelo menos 85 (22%) de 380 pessoas completamente vacinadas ou que tiveram recuperação da doença e que foram a uma boate.

Estudos mostram que os vacinados para Covid-19 têm menor risco de desenvolverem a doença de forma grave, mas possuem um papel relevante na pandemia. O professor Günter Kampf explica que tanto os Estados Unidos quanto a Alemanha historicamente têm tido experiências negativas com estigmatizar parte da população devido à sua cor de pele ou religião. Ele faz um apelo aos altos funcionários do governo e cientistas para pararem com a estigmatização de não vacinados, fazendo um esforço para unir a sociedade.

Mas é possível unir a sociedade com tantos conflitos de interesses no meio político, empresarial e até científico para o controle da população? Você sabe a razão desse controle? Um colega médico disse: “Toda a população deveria ser informada sobre vantagens e possíveis riscos de receber a vacina experimental da Covid-19 para tomar a decisão de maneira completamente responsável.” Concordo.

O Papa Francisco disse que vacinar é um ato de amor. Mas praticar amor forçado pode ser estupro. Forçar pessoas a terem que tomar a vacina e apresentarem um passaporte sanitário ou comprovantes de vacinação para entrar em qualquer lugar, é ilógico já que os vacinados com todas as doses podem transmitir a Covid-19. Este passaporte sanitário da Covid-19 serve para controle da população para cumprir uma agenda materialista que interessa aos donos do poder econômico, além de ter raízes em coagir e forçar as pessoas, tirando delas a liberdade de escolha.

Tem ocorrido em alguns países (Austrália, por exemplo) até violência praticada por forças de segurança do governo contra os que pacificamente defendem, por exemplo, não vacinar crianças. Aliás, a OMS – Organização Mundial da Saúde diz para não se vacinar crianças com as vacinas experimentais da Covid-19. A discriminação, perseguição e perda da liberdade em países chamados livres está avançando no mundo, primeiro com a questão da vacina, depois... vamos ver. Sabe para que finalidade estão tirando a liberdade do povo com a coerção vacinal?

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Prêmio internacional

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Prêmio internacional
Mais um profissional friburguense formado pelo Instituto Politécnico do Estado do Rio (IPRJ), da Uerj Friburgo é premiado. Grazione de Souza, que também é professor da unidade em que estudou, recebeu o reconhecido internacionalmente prêmio SPE Brazil Awards, da Society of Petroleum Engineers. Com o objetivo de reconhecer a contribuição de profissionais e instituições para o engrandecimento da indústria de óleo e gás no Brasil, Grazione foi premiado na categoria Distinção do Ensino e Pesquisa na Engenharia de Petróleo.

Prêmio internacional
Mais um profissional friburguense formado pelo Instituto Politécnico do Estado do Rio (IPRJ), da Uerj Friburgo é premiado. Grazione de Souza, que também é professor da unidade em que estudou, recebeu o reconhecido internacionalmente prêmio SPE Brazil Awards, da Society of Petroleum Engineers. Com o objetivo de reconhecer a contribuição de profissionais e instituições para o engrandecimento da indústria de óleo e gás no Brasil, Grazione foi premiado na categoria Distinção do Ensino e Pesquisa na Engenharia de Petróleo.

Ápice
O prêmio é concedido aos associados da SPE que tenham contribuído de forma destacada, tendo prestado importantes contribuições profissionais em uma das disciplinas técnicas que compõem a base de conhecimentos da SPE. Com esse prêmio, Grazione foi reconhecido como o mais influente dentre os professores que trabalham para óleo e gás no Brasil.

Etapa continental e mundial
Com o reconhecimento nacional, automaticamente, o professor friburguense foi indicado para representar o país no SPE Latin America & Caribbean Award e, caso seja selecionado nesta etapa, concorrerá ao SPE International Award. Grazione é mestre em modelagem computacional, doutor em engenharia de reservatórios e exploração e pós doutor em fenômenos de transporte. É professor adjunto da Uerj na graduação e nas pós.  

Resultados incríveis
Os resultados da formação acadêmica e das pesquisas promovidas pelo IPRJ tem colocado Nova Friburgo no ápice do mercado, com algumas das melhores mãos de obra da área no Brasil. O professor Grazione acaba de receber mais uma premiação: o Prêmio Paulo Freire da 19ª Semana de Graduação - Uerj Sem Muros. Ele recebeu menção honrosa como reconhecimento à sua atuação na universidade.

Prêmio de Iniciação à Ciência
E não param os feitos por aí: alunos da Uerj em Nova Friburgo também foram premiados na 30ª Semic - Prêmio de Iniciação à Ciência Nilcéa Freire. Receberam menções honrosas, os graduandos Brenda da Silva Thomaz, Douglas Ferraz Corrêa e Leonardo Knupp.

Centro de Pesquisa em Nova Friburgo
Por falar na importância da ciência e tecnologia e como isso transforma realidades e até municípios, saiu a homologação da contratação de uma empresa de engenharia que fará o projeto básico e executivo para a implantação de oito centros regionais integrados de pesquisa, tecnologia, inovação e formação da Faetec. O Estado escolheu Nova Friburgo para abrigar uma dessas unidades. A Construtora Metropolitana foi a empresa vencedora em contrato que prevê mais de R$ 154 milhões de investimentos.

Obras em breve
A unidade friburguense será construída às margens da RJ-130, a estrada Teresópolis-Nova Friburgo, nas proximidades de Córrego Dantas. Os cursos ainda não foram definidos, mas segundo o Governo do Estado devem obedecer às vocações locais. O espaço também deverá abrigar os cursos universitários à distância do Cederj que atualmente funcionam em um espaço adaptado no Ciep de Olaria. O cronograma de obras ainda não foi revelado.

Falecido CVT
Na mesma linha (Faetec), vale lembrar que em 2008, Nova Friburgo ganhou um Centro de Vocação Tecnológico (CVT) voltado para a área de turismo. A unidade tinha uma cozinha para as aulas de gastronomia considerada uma das melhores do país. O CVT que chegou a ter mais de dez cursos gratuitos, teve vida curta e acabou fechando. Os equipamentos da cozinha foram parar no Palácio Guanabara para servir ao governador à época (Pezão). Está lá até hoje, servindo aos que o sucederam.  

Carnaval 2022
A escola Alunos do Samba definiu seu samba para o próximo carnaval, após acirrada disputa. Com o enredo “Hakuna Matata: se existe problema há solução, se não há solução, não existe problema”, o samba escolhido tem parceria assinada por Elizelton, Guto e cia. No refrão principal, os compositores exaltam as cores da agremiação: “De azul e branco estendo o meu manto, Alunos do Samba és meu bem querer, Hakuna Matata é lindo dizer que os seus problemas só o samba pode resolver”.  

Só falta Saudade
Dessa forma, entre as agremiações do grupo especial, agora falta apenas a Unidos da Saudade revelar seu samba. A roxo e branco falará sobre a indústria metalúrgica. Vilage e Imperatriz já tinham definido os seus sambas.

Otimismo: vai ter carnaval!
Nas quadras das agremiações, além dos eventos que tem registrado ótimos públicos, aumenta a esperança de que haverá carnaval em fevereiro. Após o banho de água fria com o cancelamento do réveillon na cidade do Rio de Janeiro, o cancelamento do cancelamento entusiasmou passistas, profissionais e diretores do carnaval friburguense. Mas o que tem elevado ainda mais o otimismo é que o número de internados e mortos pela Covid-19 no Brasil tem se mantido em níveis baixos e os casos, em quase sua totalidade, são de pessoas que não se vacinaram.

Ciência ao lado
Com a antecipação da dose de reforço de seis para quatro meses em Nova Friburgo, e, com as pesquisas apontando que com a 3ª dose da vacina Pfizer há 90% de eficácia contra a variante Ômicron, a não realização do carnaval – acreditam – só se dará por vieses ideológico-políticos. Há quem garanta que seria insustentável para a prefeitura friburguense cancelar a folia, caso a capital fluminense confirme o evento. Assim, a realização do carnaval, entre os sambistas, tem aposta bem alta de que vai acontecer.

Adeus, Cesar
O último domingo, 12, marcou o último desejo do querido Cesar Namer, do restaurante Arroz com Feijão, falecido aos 75 anos de idade, no último dia 3 de novembro. Amigos e familiares se reuniram exatamente no horário que ele abria o restaurante, para espalhar suas cinzas no canteiro do relógio que fica no início da Avenida Alberto Braune. O pedido dele era que todos fossem com camisa do seu Fluminense. Mas abria exceção para camisas do América-MG ou do Friburguense.

Futebol além do fim
Mineiro, Cesar também era torcedor do América-MG, que pela primeira vez disputará a Libertadores da América. Competição em que o Fluminense também garantiu presença. Um feito e tanto que Cesar acompanha do céu. Alguns amigos venceram a emoção e falaram sobre esse apaixonado por Nova Friburgo e a saudade que sentem. Em ato de desprendimento, a viúva Lúcia Helena, flamenguista fanática, abriu exceção e vestiu a camisa do Tricolor das Laranjeiras em tributo ao seu inesquecível Cesar.

Arroz com Feijão segue
O tradicional restaurante continua funcionando. O espaço deverá em breve passar por reformas e adaptações para ganhar um novo jeito, sem perder o tempero do simples e bom arroz com feijão. Aos poucos, amigos vão superando ou ganhando coragem de subir aquelas escadas, sabendo que não encontrarão o Seu Cesar. O carisma, as piadas, o entusiasmo com a vida e com Nova Friburgo ficam nas boas memórias do cotidiano de uma cidade que jamais esquecerá um dos seus grandes nomes.                 

Palavreando
“A saudade também fez ponte? Faz parte. Não construa muros para a saudade. É a prova de que se viveu alguém realmente marcante. Queremos muitas vezes expulsar a saudade, quando expurgá-la significa aniquilar memórias divinas de encontros que nos conduzem e tornam especial essa passagem por esse lugar fascinante que é a vida”.

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Livros e piolhos

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

No Brasil de então, livro era coisa mais rara do que índio de gravata ou índia de sutiã

Não é que os portugueses fossem medrosos, mas encarar Napoleão não era brincadeira, o homem vinha arrasando tudo que encontrava pela frente. Assim, mui sabiamente, a família real se mandou para o Brasil, criando a situação, única na História, de um império cujo governo estava na colônia e não na metrópole. Até aí, nada que a gente não tenha aprendido no colégio, contanto que não tenha matado a aula nesse dia.

No Brasil de então, livro era coisa mais rara do que índio de gravata ou índia de sutiã

Não é que os portugueses fossem medrosos, mas encarar Napoleão não era brincadeira, o homem vinha arrasando tudo que encontrava pela frente. Assim, mui sabiamente, a família real se mandou para o Brasil, criando a situação, única na História, de um império cujo governo estava na colônia e não na metrópole. Até aí, nada que a gente não tenha aprendido no colégio, contanto que não tenha matado a aula nesse dia.

Mas às vezes a gente não pensa em algumas consequências prosaicas desse acontecimento histórico. Por exemplo: com a chegada de tantos visitantes, todos eles acostumados a uma boa e farta mesa, o frango tornou-se para o povão do Rio de Janeiro uma saudade, uma vaga lembrança, um cacarejo longínquo, pois da cabeça aos pés todos os galináceos voaram para os pratos da elite esfomeada que se instalou na cidade. Também as melhores residências foram tomadas para acomodar a comitiva real, que andava aí por perto de 15.000 almas lusitanas. Nas portas das casas a serem desocupadas, foram pintadas as letras PR, que pretendiam significar Príncipe Regente. No entanto os cariocas, já na época capazes de rir da própria desgraça, traduziam o PR pelo que ele mais verdadeiramente significava: Ponha-se na Rua.

Os navios chegaram cheios de novidades, dentre as quais uma boa população de piolhos. Tantos eram os bichinhos a bordo que as mulheres amarravam panos na cabeça, na vã tentativa de matá-los por sufocamento. E foi assim enfeitadas que aqui desembarcaram. As cariocas, vendo as visitantes com aqueles turbantes improvisados, julgaram que aquilo era a mais fina flor da elegância europeia e, tivessem ou não piolhos passeando pelo cocoruto, passaram a também usar os cabelos ocultos sob panos coloridos. Por aí se vê que vem de longe essa nossa mania de imitar tudo que é estrangeiro, na suposição de que, se é estrangeiro, é melhor.

Mas a maioria das consequências foi positiva e os historiadores concordam que só a partir de 1808 é que o Brasil começou a tomar cara de nação minimamente civilizada. Um dos grandes benefícios, dos maiores talvez, foi terem vindo no embrulho os milhares de livros da Real Biblioteca Portuguesa. No Brasil de então, livro era coisa mais rara do que índio de gravata ou índia de sutiã. Ora, o que mais do que o livro pode mudar um homem ou um povo? Como de maneira tão feliz sentenciou o escritor argentino Jorge Luís Borges: “De todos os instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro”. E ele explica por quê. “Tudo o mais é extensão do corpo: o arado é extensão da braço:  o microscópio, dos olhos; o telefone, da voz”. Mas o livro, esse é “Extensão da memória e da imaginação”.

De vez em quando se diz que o livro vai morrer ou sobreviver apenas na forma digital. Mas o livro, desde a Bíblia de Guttenberg, é um objeto mágico, que recolhe, guarda, amplia e distribui tudo que a inteligência e a sensibilidade humanas podem criar. E, nos seus variados formatos, é prático, disponível, revisitável a qualquer hora e em qualquer lugar, sem depender de outra bateria que não seja a vontade do leitor. Sempre de braços abertos, ou melhor, de páginas abertas para quem busca sua companhia.

Se os portugueses não nos tiverem feito outro bem, ao menos esse não se lhes pode negar: trouxeram-nos os primeiros livros. E como disse o padre Antônio Vieira, “O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”. Ou, lembrando Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”.

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A VOZ DA SERRA é o arauto das boas novas!

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O Caderno Z não emite tema ruim ou difícil. Assim como a trova, todo tema é para ser trabalhado, pensado e até matutado, quando nos intriga. Eu início a viagem com esse comentário, porque uma pessoa comentou: “É, Elisabeth, o tema deste último fim de semana será complicado para você “viajar” nas surpresas. Eu só tenho a dizer que eu aprendo coisas novas ou aprimoro os meus conhecimentos com os temas do caderno. Não seria diferente, agora, pelo simples fato de falarmos sobre a cannabis, a planta que tem esse nome bonito, mas é conhecida como maconha há mais de dois mil anos.

O Caderno Z não emite tema ruim ou difícil. Assim como a trova, todo tema é para ser trabalhado, pensado e até matutado, quando nos intriga. Eu início a viagem com esse comentário, porque uma pessoa comentou: “É, Elisabeth, o tema deste último fim de semana será complicado para você “viajar” nas surpresas. Eu só tenho a dizer que eu aprendo coisas novas ou aprimoro os meus conhecimentos com os temas do caderno. Não seria diferente, agora, pelo simples fato de falarmos sobre a cannabis, a planta que tem esse nome bonito, mas é conhecida como maconha há mais de dois mil anos.

E quem nos orientou foi a dentista, Monique Xavier de Souza, pós-graduada em Cannabis Medicinal: “Digo que a medicina canabinóide foi um divisor de águas  na minha vida. E na profissão me trouxe o mundo dos pacientes com  necessidades especiais, que me encantou...”. Buscando cada vez mais o aprimoramento de suas práticas por meio de cursos, Monique acredita que o uso da cannabis desponta como a “medicina do futuro”. Porém, explica: “Precisamos ver essa planta como a poderosa medicina que é, e não a relacionar ao tráfico e/ou dependências”.

A cannabis na Colômbia ganha espaço no mercado e o país tende a se tornar o seu maior exportador mundial, o que coloca em risco a produção do Canadá, onde a planta pode ser usada “por seus efeitos psicotrópicos”. Para sair do Caderno Z, ainda mais esclarecidos, vamos com Wanderson Nogueira saber onde mora a felicidade? “É tanta coisa bonita que parece até que a liberdade mora em muitos lugares, como “na vida plena e na vida em abundância”, pois “liberdade requer respeito à existência do outro e de si mesmo”... “A liberdade mora na ética coletiva, na boa convivência...”. Nogueira nos abriu os olhos e podemos enxergar que a liberdade mora bem perto da gente.

A Fundação Oswaldo Cruz tem estudos dos impactos da pandemia na saúde mental e 14% dos entrevistados pela reconhecida instituição avaliaram “seu bem-estar emocional como regular a muito ruim”. Os depoimentos foram  muitos na reportagem especial de Christiane Coelho, na qual a psicóloga Karla Magalhães considerou que “houve uma valorização dos cuidados com o corpo físico, mas muitos se esqueceram de cuidar do emocional...”. O jeito agora é vencer o prejuízo, na busca de uma “virada” na mente. Salve, Silvério! O tradutor dos nossos anseios e medos com mais uma bela charge na capa da edição.

Foi sancionada em Nova Friburgo, “a lei que obriga as clínicas veterinárias a denunciar maus-tratos a animais. Os agressores serão punidos, “desde que denunciados aos órgãos competentes”. Na lei estão inseridas todas as práticas que “possam ser consideradas e constatadas como maus-tratos pela autoridade ambiental, sanitária, policial ou judicial”. A civilização exige que se crie leis para regrar comportamentos.

Moradores de Olaria, paroquianos, e ex-alunos do Colégio Nossa Senhora das Graças se unem em prol da revogação do decreto de desapropriação do imóvel. Contando já com duas mil assinaturas, o  movimento defende a utilização do espaço para escola municipal, mas sem desapropriação do prédio. Vamos acompanhar as tratativas.

Em “Sociais”, só ilustres aniversariando nestes dias: Ronaldo Lo Bianco, Luiz Lima, Andelvan Passos e Miguel Ruiz que, com seus “hábitos saudáveis e o legado do esporte”, completou 98 anos, no último dia 8. Um viva também muito especial para a querida Mária Ventura, funcionária do jornal, a linda e maravilhosa aniversariante do próximo dia 17.  Parabéns a todos!

Com o Natal se aproximando, as ruas e praças já estão enfeitadas e as lojas podem funcionar até 22h. E um presente para nós foi o convênio que vai transformar Nova Friburgo na Cidade do Basquete. “A união entre a CBB e a Firjan com o Sesi” resultou numa parceria alvissareira. A assinatura do convênio foi firmada na tarde da última quinta-feira, 9, com a presença do prefeito Johnny Maycon, de Márcia e Dalton Carestiato e demais autoridades.  O encontro foi numa quinta e Nova Friburgo acertou na cesta! Eu sei que Dalton vai me pedir uma trova e eu me antecipo: "Minha gente, é bom saber, / que o fato virou manchete: - Nova Friburgo há de ser / a Cidade do Basquete!" Abraços!

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