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Um olhar para a educação
A Voz da Diocese
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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.
A chegada do mês de fevereiro traz consigo um importante tema para nossa reflexão: a educação.
Falar de educação no Brasil parece ser uma tarefa esgotada e estéril, pois todas as reflexões parecem desencadear num diálogo em que todos falam e ninguém se escuta. Mas, apesar de ser uma empreitada difícil e muitas vezes silenciada, não se pode deixar de clamar a atenção sobre tão importante tema para a formação pessoal e coletiva de nossos jovens e crianças.
É notório o quanto a educação no Brasil sofre com o descaso e incompreensão dos que nos governam. Faz-se cada dia mais urgente uma política transformadora educacional que garanta o acesso a uma formação de qualidade a todos os indivíduos.
A urgência e gravidade desta transformação se acentuaram com pandemia da Covid-19. Afastados das salas do ambiente escolar, os alunos sofreram grandes danos na formação acadêmica-intelectual e social.
A nova realidade fez aumentar a diferença entre aqueles que tinham mais dificuldades de aprender; afastou muitos da educação por falta de condições de acesso às plataformas digitais; exigiu do educador se reinventar e se adaptar às novas tecnologias, novas metodologias, transformando-se. Infelizmente, ainda nos deparamos com o lastimoso e progressivo esvaziamento do sentido e do valor da ‘educação’ e o descaso com os profissionais que dedicam suas vidas no auxílio aos pais na nobre tarefa de educar os filhos.
É inevitável pensar que esta grande transformação só será possível quando houver um comprometimento integral da comunidade brasileira. “Não transformaremos o mundo, se não mudarmos a educação […] O pacto educacional, um pacto educativo que se cria entre a família, a escola, a pátria, a cultura, rompeu-se profundamente e já não se consegue consertar. O pacto educacional que se rompeu significa que tanto a sociedade como a família e as diversas instituições delegam a educação aos agentes da educação, aos docentes que — geralmente mal pagos — carregam nos seus ombros esta responsabilidade e, se não obtêm bons resultados, são repreendidos” (Papa Francisco. Discurso por ocasião do IV Congresso Mundial de Scholas Occurrentes, 5 de fevereiro de 2015).
Seguindo a consciência de que educar é um ato que envolve toda a sociedade, isto é, não está restrito à escola, se faz necessário destacar as palavras do Papa Francisco aos participantes na Plenária da Congregação para a Educação Católica: “Educar é um gesto de amor, é dar vida. E o amor é exigente, requer que utilizemos os melhores recursos, que despertemos a paixão e que nos coloquemos a caminho com paciência, juntamente com os jovens. [...] Os jovens têm necessidade de qualidade do ensino e igualmente de valores, não apenas enunciados, mas testemunhados. A coerência é um fator indispensável na educação dos jovens. Coerência! Não se consegue fazer crescer, não se pode educar, sem coerência: coerência e testemunho” (13 fev. 2014).
Desta forma, cabe a nós assumir com compromisso e como uma verdadeira ‘comunidade educativa’ o progresso no campo da educação. Construindo uma cultura que dá o devido valor à formação integral do indivíduo, que seja capaz de ultrapassar o limite da técnica e responsabilizar-se também pela formação moral do indivíduo.
Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.
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