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Nome feio

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Algumas dessas localidades batizadas de maneira incomum, às vezes beirando o pornográfico

Tem gente que acha esquisito o nome de certas cidades brasileiras. De fato, Varre-Sai, Não-Me-Toque e outras tantas são...  não digamos que sejam esquisitas, mas originais, e talvez assim os varre-saienses e os não-me-toquenses não se aborreçam conosco se por acaso um dia (nunca se sabe) vierem a pôr os olhos nestas mal traçadas linhas.

Algumas dessas localidades batizadas de maneira incomum, às vezes beirando o pornográfico

Tem gente que acha esquisito o nome de certas cidades brasileiras. De fato, Varre-Sai, Não-Me-Toque e outras tantas são...  não digamos que sejam esquisitas, mas originais, e talvez assim os varre-saienses e os não-me-toquenses não se aborreçam conosco se por acaso um dia (nunca se sabe) vierem a pôr os olhos nestas mal traçadas linhas.

Antes de continuar, convém explicar aos leitores mais jovens o significado da expressão “mal traçadas linhas”. Em priscas eras (outra expressão que precisaria ser explicada, mas fica para outro dia, ou talvez nunca), pois bem, em priscas eras as cartas eram escritas ─ acreditem! ─ à mão e, mais incrível ainda, levadas na mão a uma agência dos Correios, a partir de onde, de mão em mão, acabavam nas mãos do carteiro que as entregava nas mãos do destinatário.

Tem até aquela música que diz assim: “Quando o carteiro chegou/ E o meu nome gritou com a carta na mão/ Ante surpresa tão rude/ nem sei como pude/ chegar ao portão”, e por aí vai. Caso alguém ache esses versos ridículos, lembre-se de Fernando Pessoa: “Todas as cartas de amor são ridículas/Não seriam de amor se não fossem ridículas/ Também escrevi, no meu tempo,/ cartas de amor, como as outras, ridículas”.

Pelo número de vezes que escrevi a palavra mão no segundo parágrafo, dá para perceber como a coisa era complicada e demorada. O sujeito podia mandar uma carta pedindo a mão (outra vez!) de uma jovem em casamento e, quando recebia a resposta, já estava casado ─ com outra, naturalmente. E sempre, por modéstia ou por ser de fato dono de um verdadeiro garrancho, o emitente começava pedindo desculpas pelas “mal traçadas linhas” formadas por sua letra.

Mas voltemos a falar das cidades com nomes esquisitos. Andei, por falta do que fazer, ou mais precisamente por falta de vontade de fazer o que precisava ser feito, dando uma olhada na internet para me divertir com algumas dessas localidades batizadas de maneira incomum, às vezes beirando o pornográfico. É o caso de Pintópolis (MG), ou seja, cidade do pinto, palavra que no Brasil designa várias coisas, entre elas... o pinto.

No Rio Grande do Sul encontramos Entrepelado. Para se dar bem lá, é só o visitante não levar ao pé da letra a placa que o saúda na entrada do município, do contrário, poderá ser preso por atentado ao pudor. Continuando a viagem pelo RS, encontramos a cidade de Sério, onde todo mundo pode se divertir, mas sem perder a compostura. É um lugar onde o bom cidadão, ao botar a cara na janela, evita ficar mostrando os dentes pro vizinho. Quando alguém telefona de lá e o ouvinte duvida, o sujeito garante: “Estou em Sério, sério!” Nem vou falar em Anta Gorda, para os gaúchos não me acusarem de estar de implicância com eles.

Não faltam outros exemplos eloquentes. Por exemplo: Jijoca de Jericoacoara (CE), onde as crianças passam seis meses na escola aprendendo a falar o nome do lugar em que vivem; Virginópolis, onde as mulheres só podem morar até se casarem: depois da lua de mel, têm que ir viver em outro lugar, para não desmerecer o nome da cidade; Barro Duro (PI) ­─ não deve ser mole morar num lugar desses! Tem Rolândia (PR) e Dormentes (PE), entre outras preciosidades. E, como se tudo isso fosse pouco, ainda tem Presidente Kennedy, grande pecado do Espírito Santo!

Mas não é só o Brasil que tem dessas coisas. Nos States, só para ficar no país que os brasileiros tanto admiram (a ponto de batizar uma cidade com o nome de um presidente deles), tem a Misery Bay (Baía da Miséria), a Grumpy Dog Road (Rodovia do Cachorro Mal-humorado), Melancholy Waterhole, (Buraco da Água Melancólica), The End of the World (O Fim do Mundo), Mistake Island (Ilha do Erro) e, para encerrar uma lista que poderia encher mais uma página, Defeated (Fracassado). Mas não tem nenhuma chamada Presidente Kubitscheck.

Enfim, há nomes para todos os gostos e desgostos. Feliz de quem pode dizer que nasceu em Nova Friburgo e não precisa passar pelo constrangimento que deve se abater sobre quem é obrigado a se declarar kennediense!

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Estamos a um mês do famoso grito do Ipiranga

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

 Hoje, domingo 7 de agosto, quando escrevi esta coluna, faltavam, exatamente, 30 dias para as comemorações do bicentenário da proclamação da nossa independência. Conforme já disse numa outra coluna, essa data só perde em grandeza, para o dia da descoberta do Brasil. No dia 22 de abril fazíamos nossa aparição diante do mundo, como terra descoberta pelo reino português, apesar de não passarmos de mais uma colônia lusitana. No dia 7 de setembro de 1822, 322 anos depois, nos separávamos da matriz e passávamos a fazer parte das nações livres daquela época.

 Hoje, domingo 7 de agosto, quando escrevi esta coluna, faltavam, exatamente, 30 dias para as comemorações do bicentenário da proclamação da nossa independência. Conforme já disse numa outra coluna, essa data só perde em grandeza, para o dia da descoberta do Brasil. No dia 22 de abril fazíamos nossa aparição diante do mundo, como terra descoberta pelo reino português, apesar de não passarmos de mais uma colônia lusitana. No dia 7 de setembro de 1822, 322 anos depois, nos separávamos da matriz e passávamos a fazer parte das nações livres daquela época. Iniciávamos nossa caminhada como nação livre, entrávamos numa época de prosperidade sem igual, que viria a ser consolidada no segundo império, com o reinado de Pedro II, mas isso é assunto para uma outra coluna.

O que importa é exaltar a figura de Pedro I, tão esculachada pelos republicanos, pois a estes só interessa denegrir nosso período monárquico, como se ele fosse uma nódoa da nossa história. Se não gostam do primeiro Pedro, poderiam ao menos, exaltar mais dois artífices dessa epopeia, nas figuras de D. Leopoldina, primeira imperatriz das terras tupiniquins e de José Bonifácio. Leopoldina, uma austríaca com coração verde e amarelo, como braço direito do imperador brasileiro tinha poder, tanto é assim que o decreto que separou o Brasil de Portugal foi por ela assinado, em 2 de setembro de 1822.

No entanto, essa versão não é oficial pois, de acordo com o site www.cliohistoriaeliteratura.com, “nenhuma fonte histórica e nenhuma das pesquisas realizadas por historiadores e historiadoras atestam que Leopoldina tenha assinado um decreto de independência do Brasil. Ao que tudo indica, esse documento não existe nos arquivos. O que parece haver é uma ata de uma importante reunião ocorrida no dia 2 de setembro, testemunhos recolhidos por cronistas e cartas que nos oferecem indícios sobre os acontecimentos de 1822”. Aliás, nessa reunião, tanto Leopoldina como Bonifácio chegaram à conclusão de que ou se proclamava a independência ou voltaríamos a condição de simples colônia e não mais a de Reino Unido de Portugal, Algarves e Brasil.

Mas, “essa conclusão não tira da regência de Leopoldina sua enorme relevância, nem o protagonismo desempenhado pela jovem princesa naquela conjuntura política”. Pode-se, no entanto, afirmar que seus documentos enviados a seu marido, em viagem a São Paulo, foram suficientes para leva-lo ao famoso brado de “Independência ou morte”, que nos transformou num país livre.

Quanto a José Bonifácio de Andrade e Silva, foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro, conhecido pelo epíteto de Patriarca da Independência por seu papel decisivo na Independência do Brasil. Em 11 de janeiro de 2018, foi declarado oficialmente Patrono da Independência do Brasil.

“Nomeado por D. Pedro, em 18 de janeiro de 1822, Ministro do Reino e dos Estrangeiros, José Bonifácio estabeleceu duas diretrizes para comandar sua política: declarar que as ordens das Cortes de Lisboa só seriam aceitas se acatadas por Dom Pedro, e o estreitamento dos laços com as demais províncias.

A firmeza com que Bonifácio conduziu essa política foi notável. A unidade territorial era um dos pontos centrais de sua preocupação. Para evitar a desintegração do país em várias pequenas repúblicas, como ocorrera na América Espanhola, a monarquia seria o fator chave da união. Bonifácio sugeriu que Dom Pedro viajasse o território brasileiro, visitasse São Paulo e Minas Gerais, para garantir a unidade no novo projeto”. (https://www.brasilparalelo.com.br/).

Percebendo a gravidade da situação, quando da reunião de 2 de setembro de 1822, no Paço Imperial, ele e Leopoldina enviaram toda a documentação para São Paulo, documentos importantes para a decisão de D. Pedro. Como a história registra, às margens do Ipiranga, quando a caravana, vinda de Santos, parou para um descanso, Pedro recebeu a correspondência do Rio de Janeiro. Após lê-la chegou à conclusão que não tinha mais tempo a perder e decretou a separação definitiva do Brasil de Portugal.

Portanto, seja você Bolsonaro ou Luís Inácio, deixem de lado as idiossincrasias, pois todos devem ir para as ruas no dia 7 de setembro, para as comemorações do bicentenário da nossa independência, uma data importantíssima na consolidação do Brasil como nação. Claro que se você for Bolsonaro, vá de vede e amarelo, as cores do nosso Brasil e cultuadas pelo nosso presidente. Se for lulista, vá de vermelho mesmo, já que o que importa é a sua presença num evento tão significativo para a nossa história.

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AVS é a fonte cristalina da informação!

terça-feira, 09 de agosto de 2022

O mês de agosto foi vítima de agouros pela primeira rima que encontraram e ainda sofre algumas consequências do dito popular “agosto, mês do desgosto”. Contudo, coisa alguma tem fundamento, pois, além de ser o mês dos pais e do Dia Internacional da Cerveja, trata-se de um período muito interessante do ano: antecede a Primavera, é o tempo da brotação das plantas e a sabiá retoma seu canto pontual. O Caderno Z do último fim de semana, a exemplo, já antecipou os festejos do próximo domingo, 14, rendendo homenagens ao “Dia de Todos os Pais”.

O mês de agosto foi vítima de agouros pela primeira rima que encontraram e ainda sofre algumas consequências do dito popular “agosto, mês do desgosto”. Contudo, coisa alguma tem fundamento, pois, além de ser o mês dos pais e do Dia Internacional da Cerveja, trata-se de um período muito interessante do ano: antecede a Primavera, é o tempo da brotação das plantas e a sabiá retoma seu canto pontual. O Caderno Z do último fim de semana, a exemplo, já antecipou os festejos do próximo domingo, 14, rendendo homenagens ao “Dia de Todos os Pais”. A pandemia inibiu as comemorações dos últimos dois anos e agora corremos atrás do prejuízo emotivo.

A edição paternal é pura emoção. Christiane Coelho nos brindou com a narrativa de Igor Lima Ferreira, quando ele e sua esposa, Nathália Molinari, receberam a notícia de que o pequeno Joaquim tinha síndrome de Down. Sua primeira reação foi dizer para a esposa: “Esse moleque vai ser f*&@!”. Vai ser mesmo, pois, filho de peixe só pode ser peixinho. Sobre ser pai de Joaquim, Igor declarou: “Ele é a cura das minhas dores, a minha força nas batalhas diárias, o motivo dos meus sorrisos, o que tenho de mais valioso na vida. Nada faz sentido sem ele!”. Que lindo! Meus olhos se encheram de água, das águas da ternura e da reverência diante de uma história que é tão comovente.

Comover é a missão do “Z”. Volta e meia, eu me pego viajando na emoção, uma oitava acima, nas notas do meu mais agudo instrumento – o pensamento. Eu sou assim: leio, penso, reflito e aprendo lições. Com Ana Borges, conheci, pelo jornal, o casarão de 40 anos, na Rua General Osório, onde se instalou, em 1990, o restaurante “Crescente Gastronomia”. Mais do que servir a clientela com cardápio autoral, oferecendo um local aprazível, seus responsáveis se dedicam “a satisfazer desejos e proporcionar felicidade, momentos especiais”. Vitor Rodrigues, Carla Carvalho e Ruan Rodrigues possuem “mãos que oferecem flores” em forma de um “crescente” amor pelo que fazem. Parabéns!

Depois de excelentes conhecimentos, deixamos o “Z”, mudando de carinhos para os espinhos da perturbação sonora que motivou sete ações civis públicas que incluem também Nova Friburgo e o Detran-RJ no processo judicial. A “perturbação do sossego público” foi responsável pelo maior volume  de ligações para o serviço 190 da Polícia Militar no primeiro semestre deste ano”.  Em junho passado, houve uma audiência na Câmara Municipal sobre o tema, mas o problema continua em evidência. 

Uma pesquisa constatou que 65% dos trabalhadores passaram a carregar marmita para o trabalho. O motivo principal recai nos preços incompatíveis com o bolso dos trabalhadores. Contudo, a pesquisa identificou que sábados, sextas e segundas-feiras são os dias em que as pessoas menos levam a refeição de casa. Nossa cidade viveu por longo tempo no processo industrial das imponentes fábricas, que construíram refeitórios para dar conforto aos operários. Existia até a função de “entregador de marmitas”. Depois veio o sistema de peso e a marmita passou para segundo plano. De volta ao passado, que seja bem-vinda a marmita nossa de cada dia!

Excelente a iniciativa do projeto assistencial que estende a participação das enfermeiras da Maternidade nos postos de saúde, orientando gestantes do início da gravidez até o pós-parto, na importância da amamentação, especialmente. Cuidar da mulher é cuidar do futuro. Falando em proteção, a Lei Maria da Penha completando seus 16 anos de criação neste 7 de agosto, é uma ferramenta que fortalece o enfrentamento da violência contra a mulher. Que a vara judicial jamais se vergue!

Uma boa notícia é o avanço das obras do Hospital Regional de Oncologia Francisco Faria, em Nova Friburgo. O governador Cláudio Castro, em visita ao local em 14 de junho, anunciou a retomada do projeto e o telhado já está recebendo a manta impermeabilizante, com previsão de pintura e requalificação do prédio. O projeto é grandioso e dará assistência a 19 municípios da região. Jesus seja louvado!

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Rio Gastronomia

terça-feira, 09 de agosto de 2022

No próximo sábado, 13, Nova Friburgo estará marcando relevante e por certo, aplaudida presença na 12ª edição do Rio Gastronomia na sede do Jockey Clube do Rio de Janeiro, um dos mais importantes acontecimentos do gênero em nosso estado e Brasil.

É que o conceituado e talentoso chef friburguense Weder Pereira (foto), ao lado de Dona Dodoca, chef Frederick Monier e outros expoentes, apresentará nesta edição um prato tido como patrimônio e sucesso de nossa cidade: uma deliciosa broa de fubá branco de sabor inigualável.

Pedaladas por segurança e ciclovia

No próximo sábado, 13, Nova Friburgo estará marcando relevante e por certo, aplaudida presença na 12ª edição do Rio Gastronomia na sede do Jockey Clube do Rio de Janeiro, um dos mais importantes acontecimentos do gênero em nosso estado e Brasil.

É que o conceituado e talentoso chef friburguense Weder Pereira (foto), ao lado de Dona Dodoca, chef Frederick Monier e outros expoentes, apresentará nesta edição um prato tido como patrimônio e sucesso de nossa cidade: uma deliciosa broa de fubá branco de sabor inigualável.

Pedaladas por segurança e ciclovia

Na manhã do último domingo, 7, um grande número de ciclistas de nossa cidade se reuniram, tendo como ponto de partida o bairro Ypu em direção a Mury, para mais um passeio como eles costumam chamar, de pedal.

Ao chegarem na sede de uma empresa de ônibus de excursões para um café da manhã, o grupo se uniu para dar start a algo muito importante, que foi o lançamento de um abaixo assinado, com o objetivo de reivindicar medidas de segurança para os ciclistas friburguenses e também, a construção de uma ciclovia do centro de Nova Friburgo ao distrito de Conselheiro Paulino.

Parabéns para Dona Beth!

Apesar do pequeno atraso, juntamos nossos parabéns aos que com muito carinho cumprimentaram a simpática Elisabeth Rosália Szabó (foto) pela passagem do seu aniversário natalício no último sábado, 6.

A ocasião foi, evidentemente, de alegrias especiais para os filhos Carlos, Carlota, Bárbara e a famosa cientista política Ilona Szabó.

Advogados vão dançar

Eles, e, claro, acompanhantes e convidados, já se preparam para a imperdível noite da próxima sexta-feira, 12, a partir das 21h no Nova Friburgo Country Clube, quando acontecerá o tradicional Baile do Advogado. O evento é em comemoração ao dia da categoria, celebrado em 11 de agosto.

A organização é da 9ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Nova Friburgo com a participação musical do grupo que realmente dá show, a Banda LG.

Posse especial no Lions Clube

Bastante concorrida e prestigiada por muitos convidados na noite da última sexta-feira, 5, no Buffet Natureza (antiga Fábrica Ypu), a assembleia festiva do Lions Clube Nova Friburgo que formalizou a posse da presidente reeleita para o ano leonístico 2023-2023, a querida Vera Regina Coe Pisco com seu esposo José Patrício e demais "companheiros leões" que integram sua diretoria. O evento contou com o prestígio do secretário municipal de Finanças, André Montechiari, representando a prefeitura, e o atual governador do distrito LC-11 Alexandre Felipe Vieira Mendes.

A autoridade investidora da noite foi a ex-governadora do Lions Clube, Zuraide de Figueiredo Guedes, que conduziu brilhantemente a cerimônia e que na foto, aparece ao lado da presidente reempossada Vera Regina e do governador Alexandre Mendes.

Dom Bira com canjas

Quem passou o último fim de semana em Nova Friburgo, revendo amigos e admiradores, foi Dom Bira, admirado cantor e compositor da velha guarda do Rio de Janeiro e que já possuiu até alguns anos atrás uma residência na cidade.

Juntamente com a esposa, dra. Anna Mesquita e sua secretária Fernanda Cardoso, o grande Dom Bira participou de apresentação especial com o Clube de Música na sexta-feira, 5, no clube Sef e no sábado, 6, no Espaço Arp, deu aplaudidas palinhas com a turma de Pinguim e Gibi.

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terça-feira, 09 de agosto de 2022

Esta semana vamos refletir sobre esta pequena palavra, composta apenas por duas letras, mas que ao mesmo tempo traz em si uma gama enorme de significado: FÉ. Geralmente contraposta à razão, a fé tem sido relegada à categoria das coisas inúteis para o desenvolvimento humano. Contudo, há de se convir que todos acreditam ou esperam alguma coisa. Alguns acreditam num mundo melhor, outros esperam o fim da pandemia; existe ainda quem crê que um dia irá acertar os números da Mega-Sena.

Esta semana vamos refletir sobre esta pequena palavra, composta apenas por duas letras, mas que ao mesmo tempo traz em si uma gama enorme de significado: FÉ. Geralmente contraposta à razão, a fé tem sido relegada à categoria das coisas inúteis para o desenvolvimento humano. Contudo, há de se convir que todos acreditam ou esperam alguma coisa. Alguns acreditam num mundo melhor, outros esperam o fim da pandemia; existe ainda quem crê que um dia irá acertar os números da Mega-Sena. Enfim, sempre se espera ou se acredita em alguma coisa, o que muda é sujeito ou, em alguns casos, o objeto em que se credita o ato de crer.

O Catecismo da Igreja Católica ensina que fé é uma resposta livre e pessoal que se dá a uma realidade revelada e/ou esperada. No caso dos cristãos, a fé traduz-se no assentimento das verdades sobre um Deus que se dá a conhecer à humanidade ao inserir-se na história.

Hoje, construímos uma sociedade que tem se sufocado em um vazio existencial. A acelerada mudança social, incluindo as transformações valorativas, conduzem a humanidade a um imediatismo no qual extingue a fé e torna a esperança estéril.

Ao mudar o objeto da fé para o que é contingente, o homem encontra-se, sempre mais frequentemente, com a frustração e a insegurança. Esta cruel realidade nos faz mergulhar numa constante crise de consciência e nos conduz a uma angústia existencial, roubando o sentido da vida.

O Papa Bento XVI, certa vez refletindo sobre o caminho traçado pelo pensamento moderno, escreveu: “Aquele que não vê mais futuro algum diante de si não pode suportar o presente”. Estas palavras traduzem com maestria o sentimento de quem deposita toda a esperança na técnica e diante do impossível se desespera.

Deste modo, reafirmamos o valor da fé na construção de um indivíduo que compreende o seu lugar na dinâmica evolutiva da sociedade mundial. A fé, por assim dizer, é este olhar capaz de ver o sentido profundo da existência humana e de compreender a corresponsabilidade social de cada indivíduo. É ela que capacita e motiva a humanidade no desenvolvimento de caminhos novos e na superação dos desafios, pois ilumina um mundo de possibilidades. 

Assim, a fé é a capacidade que o homem tem de olhar além do momento presente compreendendo que o sentido da vida está no processo criativo e que os valores a serem conquistados estão para além da contingência. Somente desta forma o homem terá a possibilidade de vir a ser algo totalmente transformado com meta em sua realização plena e na construção de um futuro de paz e prosperidade.

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação

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A fragilidade humana diante da mídia, do sucesso e do poder econômico

segunda-feira, 08 de agosto de 2022

Em função do sucesso do filme sobre o cantor Elvis Presley, estou lendo
sua biografia, escrita por Peter Guralnick, “Elvis: o último trem para Memphis”,
e fiquei tocada ao perceber, mais uma vez, a fragilidade humana diante da
força da mídia, do poder econômico e da vaidade que permeia o sucesso.
Somos a interseção entre uma infinidade de mundos que nos cerca e com
a qual interagimos. A dinâmica é tão forte que não é por menos que nos
perguntamos com frequência quem somos e em que mundo estamos vivendo.

Em função do sucesso do filme sobre o cantor Elvis Presley, estou lendo
sua biografia, escrita por Peter Guralnick, “Elvis: o último trem para Memphis”,
e fiquei tocada ao perceber, mais uma vez, a fragilidade humana diante da
força da mídia, do poder econômico e da vaidade que permeia o sucesso.
Somos a interseção entre uma infinidade de mundos que nos cerca e com
a qual interagimos. A dinâmica é tão forte que não é por menos que nos
perguntamos com frequência quem somos e em que mundo estamos vivendo.
São perguntas que nos fazem fortalecer as raízes de nossa identidade
individual.
Ao longo da leitura, a cada parte da narrativa, aprofundo a ideia de que
Elvis Presley foi sugado pelas condições que o sucesso lhe impôs. Quem
estava ao lado dele pelos seus belos olhos? Sim, o “Rei do Rock and Roll” não
foi um mito. Foi um homem bonito, atraente, superdotado de dons musicais e
artísticos, de compleição física maleável à dança e ao gingado sensual. Ao
longo de sua carreira tornou-se um dos símbolos culturais mais significativos
do século XX.
Qual a pessoa que estava guardada por trás da figura carismática e
monumental? Ele teria sido feliz se não fosse um cantor de sucesso em muitos
gêneros, que se manteve no topo das paradas musicais, além de ator capaz de
seduzir plateias? Penso que, para atender as demandas dos diversos setores
que alimentavam seu estrelato, ele abusou de medicamentos que
comprometeram sua saúde e levaram-no à morte. Ele tinha de ser
continuamente o “Astro Elvis”, capaz de eletrizar o imenso público de
admiradores.
Durante a leitura da biografia bem elaborada, detalhista e reveladora da
vida de um artista que marcou a minha geração e a dos meus pais, fui
constatando que seus admiradores não conseguiram conhecer a pessoa do
Elvis Presley. E, agora, a cada página, vou desvelando um homem tímido,
afetivo, sensível e educado. Como eu queria tê-lo visto, enquanto vivo, além

das aparências, que mascararam o ser humano que existia por detrás de um
aparato fosforescente, capaz de fazê-lo brilhar na multidão de pessoas
comuns, como cada um de nós.
Sua biografia me fez perceber, também, que estamos cercados de tantos
mundos diferentes de nós, com os quais interagimos. Cada pessoa, entidade
ou tendência ao nosso redor é um universo complexo que nos completa e
desafia, enriquece e aniquila. Como é importante para a nossa homeostase
compreendermos que somos não mais do que uma interseção, que irradiamos
energias e somos receptores de outras tão ou mais fortes que a nossa.
Elvis foi sucumbido. Seria possível não ter sido? E, caso não fosse, tenho
certeza de que nós poderíamos aproveitar os seus talentos ainda por muitos
anos.

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Alencar não será mais o vice na principal legenda do MDB?

sábado, 06 de agosto de 2022

Edição de 05 e 06 de agosto de 1972

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Edição de 05 e 06 de agosto de 1972

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Alencar não será mais o vice na principal legenda do MDB? - Conforme vimos anunciando, o atual vereador Alencar Barroso não mais desejava concorrer à vereança, já que eleito por cinco legislaturas está convicto de que somente em outra função poderá bem servir ao povo da sua zona de influência. Como é natural, o prestimoso e prestigiado homem público, tinha o compromisso de maioral emedebista no sentido de integrar a principal legenda do partido, tendo o mencionado maioral-chefão anunciado o fato, em discurso na convenção que escolheu o novo diretório local do MDB. 

Ariosto Bento de Mello será candidato a prefeito - Ariosto Bento de Mello será o candidato a prefeito que a convenção da Arena lançará oficialmente em reunião na próxima semana e que disputará a preferência do eleitorado friburguense no pleito de 15 de novembro vindouro. Euforia geral nos redutos arenistas. Uma candidatura realmente valorizada pelos atributos morais, técnicos e sobretudo pela firmeza de atitudes e retidão de caráter do engenheiro e empresário escolhido. 

Ariosto, um candidato que empolga o eleitorado - Não é de agora que o engenheiro Ariosto Bento de Mello é falado nos quatro cantos da nossa cidade, como um candidato ideal para a prefeitura friburguense. Trabalhador, simples, mais que honesto, engenheiro realmente gabaritado, empresário dos mais produtivos, homem de ação voltada para os problemas e os interesses comunitários, o cidadão que a Arena acaba de indicar ao sufrágio do nosso eleitorado merece, verdadeiramente, o decidido apoio, a irrestrita confiança dos que nasceram e vivem nesta terra, cuja colonização os suíços iniciaram há 155 anos.  

Castelo de areia - Quem quiser acreditar no “bafo” de insofridos políticos, quanto a candidatura a vice-prefeito do dr. Dermeval Barbosa Moreira, que acredite. Para nós a coisa não passa de um “castelo de areia”, como muitos outros que por aí estão. Quem viver, verá… 

Pílulas

Pelos arraiais arenistas a euforia é geral, pois além do diretório partidário ter indicado, por unanimidade de votos, o nome do engenheiro Ariosto Bento de Mello à sucessão do dr. Feliciano Costa, as incertezas de uma recusa por parte do escolhido ficaram totalmente dissipadas, tudo caminhando no sentido de “Em tempo de Ariosto”, slogan principal da campanha eleitoral que em cartazes e faixas já está nos quatro cantos do município. 

A candidatura do engenheiro Ariosto Bento de Mello coloca a sucessão municipal em termos completamente diferentes de tudo que se imaginava até agora; em termos de renovação, em termos de competência administrativa, em termos de anti caciquismo político e eleitoral, em termos de anti demagogia e, finalmente, em termos de desenvolvimento ordenado e planejado para um município que já não pode ser dirigido por políticos bisonhos, mais preocupados com sua vaidade pessoal e nada motivados com o futuro da nossa terra e de nossa gente. 

E mais…

  • Padilha prossegue luta iniciada nos campos de batalha…
  • A inteligência degradada… 
  • Agência postal telegráfica de Friburgo com novo gerente… 
  • Circuito Serra-Mar: Conclusão em breve… 

 Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Alberto de Rosa Pinheiro, Luiz de Oliveira Rocha e Henrique Teixeira de Beauclair (6); Maria do Carmo Nader (7); Eudelis Éboli Tavares (8); Geny Amélia Nader; Emilinha Azevedo Gandur (11); Alvarino Bessa, Custódia Tavares Kunzel, José Amélio e Jaine Campos Aucer (12).

Foto da galeria
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Oito reflexões do investidor

sexta-feira, 05 de agosto de 2022

É inegável, o ato de investir é singular e o personagem principal desta história é único – dentre muitos. Investidor é aquele que busca por boas oportunidades de mudar o mundo ao seu redor. Afinal, não será qualquer solução rasa a responsável por gerar valor o suficiente para refletir em ganho de capital. Investimento é o nome dado àquilo de que se abre mão, hoje, a fim de colher algo ainda mais relevante no futuro.

É inegável, o ato de investir é singular e o personagem principal desta história é único – dentre muitos. Investidor é aquele que busca por boas oportunidades de mudar o mundo ao seu redor. Afinal, não será qualquer solução rasa a responsável por gerar valor o suficiente para refletir em ganho de capital. Investimento é o nome dado àquilo de que se abre mão, hoje, a fim de colher algo ainda mais relevante no futuro.

Portanto, como concluir tal objetivo? Mais uma vez, gerando valor no dia a dia de cada indivíduo beneficiado pelo projeto. Este, por sua vez, depende de muita análise e diferentes pontos de vista. Para resumir em alguns tópicos, separei oito reflexões que todo investidor estuda ao decidir alocar seus recursos em algum novo investimento. Confira.

Tese: o primeiro passo é compreender a solução vendida pelo projeto. “Que problema o meu dinheiro vai solucionar?”, pergunta-se um investidor consciente. A tese de investimentos é o que determina se a sua alocação de capital é capaz de propor alguma solução eficiente de um problema real.

Risco: pensei até em não elencar este tópico na lista, seriam apenas “sete reflexões do investidor” se todos fossemos capazes de compreender que daqui para baixo tudo é análise de risco. Contudo, apenas acreditar na tese não é um risco para seus investimentos; afinal, você ainda não investiu.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar rendimentos, investidores e empresas usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real e, assim, alavancar resultados. Resultados! Lucros e prejuízos.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital.

Cotação: preço de equilíbrio, em determinado instante, calculado via livre mercado a partir das relações de oferta e demanda. Em bolsa de valores, nada mais é que o preço de determinado ativo num exato instante.

Volatilidade: na bolsa de valores, volatilidade representa a variação das cotações de determinado ativo em um período estipulado, possibilitando parâmetros de estabilidade ou instabilidade do investimento.

Resultado: aqui, a rentabilidade do investimento em sua tese. Será que fez ou gastou dinheiro? Só o futuro pode responder.

Garantias: o futuro, portanto, pode ter determinadas garantias para evitar grandes surpresas em seu resultado. Alguns investimentos podem contar com garantias de taxas de rentabilidade, instituições garantidoras do capital do investidor e direitos de preferência no recebimento de dívidas, por exemplo, são algumas possibilidades.

Investidores têm características únicas e individuais. Pensa em construir patrimônio e participar do desenvolvimento social? Invista no que acredita e busque gerar resultados positivos.

Hoje não me parece o melhor momento para debatermos sobre princípios. Sabemos, é claro, que nem tudo são flores é há muito o que ser refletido sobre valores sociais, culturais, ambientais e humanitários dentro de toda a cadeia. Portanto, façamos a nossa parte em prol do bem.

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Por falar em saudade

sexta-feira, 05 de agosto de 2022

Saudade é algo difícil de explicar. Nos possibilita sentir, viver, reviver. Saudade alegra. Inspira. Motiva. Enche o coração. Mas tem um viés de saudade que dói. E muito. Não há uma dor física que possa ser comparada. É algo que vem lá de dentro, das profundezas da alma, do fundo do coração. Saudade tem suas nuances. Pode nos mover em várias direções. Tem poder de ser mola propulsora para diversas ações.

Saudade é algo difícil de explicar. Nos possibilita sentir, viver, reviver. Saudade alegra. Inspira. Motiva. Enche o coração. Mas tem um viés de saudade que dói. E muito. Não há uma dor física que possa ser comparada. É algo que vem lá de dentro, das profundezas da alma, do fundo do coração. Saudade tem suas nuances. Pode nos mover em várias direções. Tem poder de ser mola propulsora para diversas ações.

Saudade nos leva ao choro no travesseiro, no banho, na rua, em todo lugar. Conduz a lágrima de canto de olho que insiste em cair quando toca aquela música, quando olhamos aquela paisagem, quando fitamos uma foto. Muitas vezes, é o que nos derruba. É o sufoco sem conforto. A dor sem remédio. O grito sem ruído. Outras vezes, é a motivação que nos eleva, a inspiração que nos guia, o amor que preenche o invisível.

Hoje seria um dia propício para falar de saudades, pois tudo o que provoca as minhas, são de estima constante. Logo, todo dia é dia quando se tem do que e de quem sentir saudade – ao meu ver, uma dádiva. Mas é também um momento de falar do oposto. Da saudade daquilo que podemos suprir, das pessoas que podemos abraçar, do reencontro com familiares que chegam de longe, das memórias afetivas que podemos revisitar. Ah! É inenarrável o prazer de estar junto novamente, de refazer os votos e os planos, de sentir o cheiro familiar, o aconchego que tem morada certa.

Quais os limites desse sentimento sem limite? Vale a redundância da pergunta para refletirmos sobre o que fazemos com o tempo que temos ao lado de tudo aquilo que quando ausente, nos faz nostálgicos. Os sentimentos realmente atravessam fronteiras, ultrapassam todas as balizas físicas e imagináveis. Um ente querido vivendo na China continua sendo o ente querido. Esse é o ponto. O que nos faz transcender às barreiras materiais merece nosso tempo, o foco e a direção de nossas vidas. Com amadurecimento e pitadas de autoconhecimento, o sentimento de saudade que não pode ser saciada e daquela que podemos suprir de alguma maneira, pode se tornar um grande aliado.

E se temos a chance de criar novas oportunidades em encontro a tudo o que nos é caro e deixará saudade, que sejamos gratos pela oportunidade e que saibamos cuidar de cada momento novo dessa vida que às vezes sorri para a gente. Privilégio é poder reviver aquilo que nos faz bem. Viver momentos novos, com temperos especiais. Construir a existência sabendo definir o que merece toda a nossa energia e o que vale a pena deixar passar. Sabedoria. Deixar ir e escolher o que deve ficar. Saudade pode ser um bom critério. Do que já foi. Do que é. Do que estar por vir.

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Cannabis medicinal: o canabidiol

quinta-feira, 04 de agosto de 2022

Muita polêmica envolve a planta popularmente conhecida como “maconha”. Em meios a brigas entre um grupo, mais flexível, que entende pela descriminalização da maconha para uso recreativo e outro, mais conservador, que defende veementemente que a criminalização continue. O único consenso existe nesse antagonismo é que os efeitos médicos e farmacêuticos do Canabidiol (óleo da maconha) são incontestáveis, tanto pelos grupos de debate quanto pela ciência.

Muita polêmica envolve a planta popularmente conhecida como “maconha”. Em meios a brigas entre um grupo, mais flexível, que entende pela descriminalização da maconha para uso recreativo e outro, mais conservador, que defende veementemente que a criminalização continue. O único consenso existe nesse antagonismo é que os efeitos médicos e farmacêuticos do Canabidiol (óleo da maconha) são incontestáveis, tanto pelos grupos de debate quanto pela ciência. Ainda carregada de muito misticismo histórico e de muitas dúvidas que permeiam às nossas vidas, poucas pessoas conhecem os aspectos medicinais da Cannabis e que é assunto da coluna dessa semana!

Eleonora Santi, médica com foco na medicina integrativa e ortomolecular, explica que o Canabidiol possui muitos benefícios terapêuticos no tratamento de doenças de como: Parkinson, Alzheimer, hipertensão arterial, dores crônicas, epilepsia, ansiedade, autismo, depressão, demência e até mesmo câncer. E os tratamentos ainda podem ser recomendados em quadros de distúrbios do sono, recuperação muscular, estimulação de apetite, espaticidade e doenças autoimunes.

“Ao contrário do que muita gente acredita o remédio não deixa você ‘chapado’. O CBD (canabidiol) diminui os efeitos indesejáveis do THC (substância psicoativa) e o tratamento não possui os efeitos associados ao uso social/adulto da planta. Muito pelo contrário, é um excelente medicamento para muitas enfermidades, que vão desde o uso infantil até a melhor idade. E a administração do tratamento médico é feito a partir da ingestão de óleos, cápsulas, dosadores orais e por uso tópico, com dosagens determinadas a cada paciente”, explica Eleonora.

No Brasil, inclusive, foi criada pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, uma categoria de medicamentos derivados da Cannabis que podem ser comercializados após aprovação do órgão. Atualmente o canabidiol já é vendido no país, sendo necessária a apresentação de receita médica de controle especial.

“É sempre importante lembrar que ninguém deve se automedicar. Para iniciar qualquer tratamento com Cannabis para fins medicinais é preciso encontrar um médico para ver se há indicação ao caso. Se julgar aplicável, o profissional fará a recomendação do produto e a dosagem e acompanhará a evolução do paciente como em qualquer outro tratamento convencional.”

E de fato, são tocantes os relatos de quem precisa dessa medicação para o tratamento da própria patologia ou de familiares próximos. Se você nunca conheceu alguma pessoa que tem crises epiléticas ou sofre com mal de Parkinson, recomendo que busque ver o quão emocionante é notar como os episódios de crise diminuíram com o uso dos medicamentos.

Limitações da legislação

Ainda que o Brasil permita o tratamento com o canabidiol mediante a receita médica, existem ainda algumas barreiras que não ainda foram superadas e que podem ser uma burocracia para quem mais precisa. Hoje o cultivo da planta no nosso país é criminalizado e nem mesmo a nossa indústria farmacêutica está apta a fazer a extração do óleo no país. Ou seja, temos que importar o produto que por vezes chega caro ao paciente.

O advogado e farmacêutico em formação, Christiano Citrângulo, mestre em ciências criminológico-forenses e especialista em direito e processo penal explana que o cultivo irregular da planta em casa pode caracterizar o crime de tráfico de drogas, mas que existem exceções para quem precisa do tratamento.  

“O crime de tráfico de drogas é severamente punido no país, com penas elevadas que vão de cinco a 15 anos. Hoje, já existem decisões dos tribunais superiores que permitem, quando uma pessoa não tem uma alternativa terapêutica a não ser o medicamento oriundo da Cannabis Sativa, pode ser concedida uma concessão especial para o plantio doméstico. As burocracias para conseguir um medicamento a base de maconha no Brasil têm diminuído”, explica Christiano.

Embora mais fáceis por vezes não tão acessíveis aos bolsos. Um tratamento com canabidiol depende diretamente da patologia e do peso do paciente, mas em uma média aproximada, o custo para se adquirir o primeiro frasco do produto, com impostos, câmbio e frete podem chegar a mais de R$ 500 para um uso aproximado de apenas dois meses.

Explana, André Furtado, advogado e especialista em Direito Civil: “A nossa Constituição nos assegura ao direito à saúde e por vezes, esse direito não nos é assegurado por quem deveria. Apesar da dificuldade no tratamento de muitos pacientes pelos custos elevados do produto, hoje uma alternativa possível é realizar o pedido judicial - seja pelo seu advogado de confiança ou pela Defensoria Pública – para facilitar acesso ao medicamento através do seu plano de saúde ou mesmo pelo SUS.”

Recomendo, inclusive, a você, leitor, que busque esses relatos por vídeos, pesquisas científicas ou reportagens que falem sobre o assunto, são comoventes. E sempre mais do que essencial lembrarmos que a coluna em momento algum faz apologia acerca do uso recreativo da maconha, que apesar de legal em alguns países, é proibida no Brasil. Maconha medicinal é assunto no mundo, é assunto de “Além das Montanhas”.

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