Blog de maxwolosker_18841

O Brasil não é para amadores

quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Brasil é mesmo um país sui generis, difícil de ser entendido por nós nativos, imagine para quem não  está acostumado com suas particularidades. No carnaval, nos damos ao luxo de pararmos por quatro dias e meio, pois apesar de segunda feira não ser feriado, foi taxado de ponto facultativo, o que na prática significa mais um dia de folga. A famosa mardi gras, do francês terça feira gorda, na realidade marca o último banquete antes do início da quaresma, sendo comemorada na Luisiana, nos Estados Unidos, assim como em alguns outros países, como a Colômbia, o Canadá, a Itália.

O Brasil é mesmo um país sui generis, difícil de ser entendido por nós nativos, imagine para quem não  está acostumado com suas particularidades. No carnaval, nos damos ao luxo de pararmos por quatro dias e meio, pois apesar de segunda feira não ser feriado, foi taxado de ponto facultativo, o que na prática significa mais um dia de folga. A famosa mardi gras, do francês terça feira gorda, na realidade marca o último banquete antes do início da quaresma, sendo comemorada na Luisiana, nos Estados Unidos, assim como em alguns outros países, como a Colômbia, o Canadá, a Itália. Mas, em outras partes do mundo essa festa popular acontece em meses distintos, não necessariamente entre os meses de fevereiro e março. No entanto, esses países não ficam tantos dias parados

Nesse ano de 2025, além das festas de momo tivemos mais um feriadão, começando na sexta feira da paixão e estendendo-se até o 21 de abril, dia dedicado a Tiradentes, o mártir da independência. Como o dia santo caiu no dia 18 de abril, o país parou por mais quatro dias, sendo que no estado do Rio de Janeiro, dia 23, uma quarta feira, também foi feriado, pois se comemora o dia de São Jorge. Assim de sexta a quarta feira a população do Rio se entregou ao gostoso dolce far niente, uma expressão que retrata a arte de desfrutar o ócio. Claro está que o prefeito do Rio decretou ponto facultativo no dia 22 de abril, uma terça feira, para não prejudicar o lazer da população. Praia e circo, é disso que o povo gosta.

Como tudo na vida há um lado bom e um lado ruim. Para a rede hoteleira, bares e restaurantes a felicidade foi geral. Em Friburgo a previsão é de oitenta e cinco por cento de ocupação dos hotéis, em Cabo Frio foi de cem por cento. No entanto, o comércio em geral e as indústrias em particular têm um prejuízo muito grande, pois deixam de vender ou produzir e arrecadar. Como estamos no final do mês, os encargos e salários necessitam serem pagos e o dinheiro não entra nesse período. Tudo bem que temos os shoppings com um número de lojas variados; só que nessas épocas quem mais fatura é a praça da alimentação; ninguém está preocupado com compras.

Em Cabo Frio, acostumado com o turismo de baixa renda, aquele que aluga uma casa de quarto e sala para mais de dez pesssoas, a situação é sempre complicada. O número de turistas é desproporcional ao que a cidade aguenta, o trânsito fica uma loucura, engarrafamentos constantes, com mostras de falta de educação e civilidade, falta de locais para estacionamento o que acarreta um caos total. A sujeira se acumula, pois o serviço de limpeza não dá conta do trabalho e esse tipo de turista tem algo a ver com a família dos suínos. Aliás, o atual prefeito tentou colocar ordem no caos, aumentando as taxas de ocupação pelos ônibus de turismo, a exemplo de que é feito em cidades com turismo de qualidade, como Campos do Jordão e Gramado. Foi impedido por um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, provavelmente socialista, que alegou inconstitucionalidade e revogou o decreto municipal. Mais uma vez, a cidade está um horror. A população que mora, paga impostos e vê os seus direitos desrespeitados que se dane. Mas, o desembargadorzinho deve estar satisfeito. A diversão é para todos, não importa a classe social.

Na realidade, Dr. Serginho, prefeito de Cabo Frio, está tentando por ordem na balbúrdia que se instala em Cabo Frio, durante os grandes feriados. Mas, infelizmente, anos de baderna e populismo não se conserta do dia para a noite, é um trabalho a longuíssimo prazo. O choque de ordem da prefeitura começou com a proibição de aparelhos de som nas praias e um novo ordenamento na distribuição das barracas de aluguel, que antes impedia que o banhista comum instalasse a sua. Mas, a má educação do turista dá margem a outras aberrações como jogar lixo nas calçadas e na praia, estacionar de maneira irregular, às vezes em fila dupla ou, simplesmente, não respeitar o alinhamento da calçada. A falta de educação e civilidade se acentua nos períodos de férias ou grandes feriados, pois ao viajar deixa-se a educação, se é que a tem, em casa.

Que se consiga, em Cabo Frio, ordenar o turismo, impedindo uma ocupação desordenada e em números desproporcionais ao que a cidade aguenta, as fossas ao final da temporada que o digam. Nova Friburgo não fica atrás, pois o grosso dos turistas que desembarcam em nossa cidade não é diferente da região praiana.

Turismo com qualidade é muito melhor que turismo de massa e, financeiramente, é melhor para todos, comerciantes e moradores.

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Um mergulho no passado

quarta-feira, 16 de abril de 2025

No último sábado, 12, os judeus comemoraram a Pessach que para nós é a Festa da Liberdade ou Liberação. Ela comemora a saída do Egito, local onde os judeus habitaram por mais de 400 anos, sendo por um período como escravos. A travessia deles pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade. Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.

No último sábado, 12, os judeus comemoraram a Pessach que para nós é a Festa da Liberdade ou Liberação. Ela comemora a saída do Egito, local onde os judeus habitaram por mais de 400 anos, sendo por um período como escravos. A travessia deles pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade. Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.

O termo liberação ou liberdade é muito amplo e tive vontade de reescrever a coluna que publiquei em 27 de maio de 2015, aqui em A VOZ DA SERRA, contando o destino trágico da minha família no campo de concentração de Belzec, na Polônia. Meu avô paterno nasceu em Prezmysl, distante 14 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, berço da família Wolosker. E Belzec, na realidade, foi uma libertação das agruras passadas nas mãos dos nazistas.

Minha ligação com a Europa é forte, sanguínea mesmo, já que sou neto de poloneses e bisneto de italianos. Em 2015, fiz questão de conhecer a cidade de Prezmysl (que em polonês se pronuncia algo parecido com “chemichil”), onde a família Wolosker começou. Fui também ao campo de extermínio de Belzec, túmulo dos Wolosker que não conseguiram emigrar de sua terra natal, antes do início do holocausto. Depois do fim da segunda guerra, fui o único da família a ter coragem e ir prestar homenagem aos nossos mártires em seu local de suplício, consequência de uma das maiores barbáries do mundo moderno. Infelizmente a humanidade não aprendeu a lição e promoveu outras barbáries ao longo do século 20 e início do 21.

A construção do campo de extermínio de Belzec começou em 1º de novembro de 1941 e ficou pronto para o seu serviço macabro no final de fevereiro de 1942. Foi erguido num terreno de um antigo campo de trabalho escravo e sua escolha se deveu pela proximidade com a estrada de ferro que passava a 50 metros de sua entrada. Sua atividade começou no dia 17 de março de 1942.

Desde o início de suas operações até dezembro desse mesmo ano, os alemães deportaram aproximadamente 434.500 judeus e um número indeterminado de poloneses cristãos e de ciganos para Belzec, onde foram assassinados. A maioria das vítimas era de judeus oriundos dos guetos do sul da Polônia. Os alemães também deportaram judeus alemães, austríacos e tchecos para lá. O balanço final dá conta que cerca de 700 mil pessoas ali perderam a vida.

No início, as vítimas eram fuziladas, mas como o processo era lento, foram construídas as câmaras de gás onde o processo se acelerou. O mais macabro dessa história é que, como mostram fotografias do memorial do campo, as vítimas eram convidadas a se despirem e entrarem no compartimento, para tomarem um banho de desinfecção. No teto ficava um objeto que parecia um chuveiro, de onde saía o gás.

A matança terminou ao final de dezembro de 1942, quando os alemães perceberam que estavam perdendo a guerra, e Himmler (foi designado por Hitler como comandante das SS) ordenou que todos os vestígios de extermínio deveriam ser "apagados" por entre as áreas ocupadas. Realmente, quando se penetra no campo, as únicas construções que vemos são o prédio do memorial que contém reminiscências do local, entre elas uma maquete detalhada de Belzec. A outra edificação é um muro onde estão gravados os nomes de algumas das vítimas, entre elas a de minha bisavó Ethel e de outros parentes.

Foi uma visita triste, mas necessária, pois foi um mergulho nas minhas origens. A cidade de Prezmysl, na época, era um reduto de camponeses com uma vida muito simples. Tanto que meu bisavô, em 1910, enviou meu avô para morar com uma tia, em Buenos Aires, para que ele pudesse ter uma educação mais requintada que o deixasse em condições de ter uma vida melhor. Hoje, ela é uma cidade turística, conhecida por sua arquitetura bem preservada, incluindo o impressionante Castelo de Przemysl e a bela Catedral de São Nicolau, além disso oferece uma cena cultural vibrante com inúmeros eventos e festivais ao longo do ano. É, também, um ótimo destino para os amantes da gastronomia, com muitos restaurantes que servem a culinária tradicional polonesa. Belzec, por outro lado, parece ter sido amaldiçoada pelo trágico destino que lhe foi destinado e permanece um lugarejo sem maiores atrativos perdido no tempo.

Artigos como esse se fazem necessários para que se mantenham vivas as atrocidades promovidas pelos nazistas e que a juventude de hoje, pouco chegada à leitura, tome conhecimento das barbaridades que o bicho homem é capaz de cometer. Em 27 de janeiro de 1945, os russos libertaram Auschwitz, o maior campo de extermínio nazista, também, na Polônia. São passados 80 anos, mas a data só não cai no esquecimento em função do trabalho árduo de pessoas que fazem o impossível para que tais acontecimentos não sejam engolidos pelo tempo.

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O consumidor está sendo enganado

quarta-feira, 09 de abril de 2025

A corda sempre arrebenta nas mãos dos mais fracos e é assim que acontece conosco, de uns tempos para cá. A primeira vez que me dei conta foi na preparação de iogurtes. Como tenho uma iogurteira em casa, adiciono dois potes do produto, não importa a marca, despejo numa leiteira contendo um litro de leite, misturo bem e levo ao fogo para aquecer. Depois, coloco a mistura nos sete potes do aparelho, ligo na tomada e deixo transcorrer doze horas, quando, então, vão para a geladeira. Esses sete potes ficavam cheios até o topo. De uns tempos para cá, comecei a notar que não transbordavam mais.

A corda sempre arrebenta nas mãos dos mais fracos e é assim que acontece conosco, de uns tempos para cá. A primeira vez que me dei conta foi na preparação de iogurtes. Como tenho uma iogurteira em casa, adiciono dois potes do produto, não importa a marca, despejo numa leiteira contendo um litro de leite, misturo bem e levo ao fogo para aquecer. Depois, coloco a mistura nos sete potes do aparelho, ligo na tomada e deixo transcorrer doze horas, quando, então, vão para a geladeira. Esses sete potes ficavam cheios até o topo. De uns tempos para cá, comecei a notar que não transbordavam mais. O litro de leite encolheu ou os copos de iogurte comprados, tiveram seu volume reduzido?

Foi a partir daí que comecei a reparar que os produtos das prateleiras dos supermercados já não eram os mesmos. O cream cracker da marca Piraquê, com gergelim, primeiro passou a necessitar de uma lupa para que se pudesse visualizar o gergelim; posteriormente, o pacote encolheu e o meu recipiente que antes ficava cheio até a boca, mostrou que a quantidade de biscoitos diminuíra. O mesmo aconteceu com os biscoitos waffel que antes tinham doze unidades por pacote e agora contém só oito. Mas, a maior surpresa eu tive com os achocolatados em caixa, Toddy ou Nestlé, que antes continham duzentos ml e agora foram reduzidos para quase a metade. Sem esquecer as caixas de bombom, que também encolheram.

Para não aumentar o preço dos produtos, fabricantes e revendedores diminuem o tamanho das embalagens e mantêm o preço. Na realidade vendem gato por lebre, pois quem sai lesado é o consumidor, pois, para ter em mãos a mesma quantidade necessita comprar o dobro e aí paga mais caro. Mas, como o fabricante parte do princípio de que o consumidor é ingênuo, dão o golpe na maior cara de pau. Num país sério essa prática seria punida com uma multa pesada, pois isso é abusar da má fé. No entanto, pelo menos no Brasil, é uma prática antiga, pois me lembro de um caso que aconteceu no Rio de Janeiro, quando eu era criança. Um consumidor desconfiou que seu tubo de creme de barbear continha menos quantidade do que a indicada na embalagem. Ao comprovar que estava certo, denunciou o fato e foi ameaçado pelo fabricante, furioso por ter sido descoberto. Naquela época, essas práticas, quando divulgadas, envergonhavam as indústrias, hoje o fabricante não está nem aí para o consumidor.

O problema está no contexto dos fatos, por exemplo, um profissional liberal seja médico, dentista, psicólogo, que não atenda convênios, ao invés de aumentar a sua consulta, simplesmente, diminuiria o tempo de atendimento por pessoa. Com isso, aumentaria o número de clientes atendidos e lucraria mais ao final do dia. Mas, seu cliente se sentiria lesado e com justa razão. O mais honesto é aumentar o preço do produto, pois com o aumento da inflação, os custos aumentam. No caso das indústrias o preço dos insumos e de toda a cadeia que está por trás como salário dos empregados, eletricidade, água, etc. No caso do profissional liberal é a mesma coisa, o valor de uma consulta traz agregado uma série de gastos, daí o valor dela. Só que no caso do profissional liberal, se o cliente julga o preço muito alto, ele procura outro profissional. No caso das empresas, como atuam num cartel, o consumidor não tem direito de escolha.

Na realidade, as coisas acontecem em função da credibilidade da empresa que presta o serviço. O exemplo de um posto de gasolina se encaixa nesse contexto. A margem de lucro de um litro do combustível é muito pequena, daí o preço nas bombas variarem muito pouco. Os postos mal-intencionados adulteram as bombas e, ao invés de um litro, sai menos combustível para o tanque do consumidor. Quando descobertos, esses postos ficam marcados.

Moral da história, a única maneira que nos restaria, seria um boicote aos produtos que o consumidor julgar estar modificado. Quando o produto é supérfluo isso é possível, mas, quando o produto é essencial, torna-se muito difícil. Infelizmente, continuaremos a ser enganados na maior cara de pau. 

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A inveja mata, deixem o Botafogo em paz

quarta-feira, 02 de abril de 2025

A rodada inicial do Campeonato Brasileiro 2025, começou no último domingo, 29 de março, e terminou na segunda-feira, 31. Antes mesmo do torneio começar, a imprensa safada, com jornalistas esportivos mal-intencionados, já alardeavam que o Botafogo era a quinta força do campeonato. Colocavam o Flamengo, Atlético Mineiro e Internacional, como prováveis campeões, num torneio de 38 rodadas. Além de maus profissionais ainda se travestem de adivinhos.

A rodada inicial do Campeonato Brasileiro 2025, começou no último domingo, 29 de março, e terminou na segunda-feira, 31. Antes mesmo do torneio começar, a imprensa safada, com jornalistas esportivos mal-intencionados, já alardeavam que o Botafogo era a quinta força do campeonato. Colocavam o Flamengo, Atlético Mineiro e Internacional, como prováveis campeões, num torneio de 38 rodadas. Além de maus profissionais ainda se travestem de adivinhos.

Isso tudo porque o atual campeão brasileiro e da Libertadores, o Fogão, começou a temporada pouco inspirado. Esqueceram que o Glorioso só entrou de férias uma semana antes do Natal, em função do antigo campeonato mundial promovido pela Fifa, e quando o torneio do estado começou, o time tinha apenas dez dias de pré-temporada. John Textor, presidente da SAF Botafogo nunca escondeu seu desprezo pelo torneio caça votos promovido pela Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) e sabia que não teria muitas chances contra o Flamengo na Super Copa e contra o Racing, da Argentina, times que já tinham começado a pré-temporada pelo menos 15 dias antes do Fogão.

Além do mais, com a saída do técnico Artur Jorge, o time ficou sem técnico mais de um mês. Some-se a isso a perda de Luís Henrique e Almada, que fazem falta a qualquer plantel, mas não são insubstituíveis. Só Pelé o era. Na realidade, fora do malfadado carioca, o Fogão teve 30 dias de preparação, antes da estreia no Brasileirão. Já com novo técnico, desprezado por essa mesma mídia, pela sua pífia campanha no Bahia, ano passado. Esqueceram que o badalado Arthur Jorge, campeão pelo Botafogo, em 2025, está com uma atuação para lá de morna à frente do Al-Rayyan da Arábia Saudita, com ameaça de dispensa.

No entanto, o time da Rua General Severiano incomoda, pelo seu passado glorioso, o maior fornecedor de jogadores para a seleção brasileira, quando essa era formada só por profissionais que atuavam no Brasil e era de encher os olhos, vencedora nata. E, também, pela sua trajetória dentro da história do futebol brasileiro. O Botafogo sempre marcou presença nos torneios sérios que disputou.

Terminada a rodada inicial da competição nacional, tivemos cinco jogos que terminaram empatados e cinco que terminaram com um vencedor. No entanto, Botafogo 0 x Palmeiras 0, Flamengo 0 x Internacional 0 foram jogos que não tiveram um vencedor por um detalhe, a falta de gols, mas foram disputados em alto nível.

Aliás, diga-se de passagem, para calar a boca dessas aves de mau agouro da nossa imprensa esportiva, o Fogão fez uma senhora partida, encurralou o Palmeiras e só não saiu vencedor, no Alianz Park, estádio do verdão paulista, pela má pontaria de seus atacantes e pela ótima atuação de Weverton, goleiro palmeirense. A atuação de Arthur, substituto de Luís Henrique, mostrou que ao ganhar ritmo e entrosamento no time alvinegro fará uma ótima temporada, tem futebol para isso. O mesmo podemos dizer de Patrick de Paula, substituto de Almada, que após ficar um ano parado por causa de uma contusão para lá de séria, aos poucos vai recuperando o futebol que o fez ser a contratação mais cara do Botafogo, antes de Luís Henrique e Almada.

O mais curioso é que terminada a rodada, os “coleguinhas” mudaram o tom e reconheceram a boa atuação do Fogão, que na realidade começou no domingo a sua temporada oficial. Como disse antes, John Textor despreza o cariocão, pois sabe que é com ele que o presidente da Ferj se reelege sempre e passa a ocupar o cargo de maneira vitalícia. É também uma maneira de ajudar o Flamengo que adora ser campeão, num torneio que não representa nada, a não ser o treinamento dos chamados grandes do Rio de Janeiro, para o restante da temporada. Isso é corroborado pelas baixas rendas que o campeonato acarreta. Botafogo X Flamengo, que em campeonatos sérios leva mais de 40 mil torcedores ao estádio, teve pouco mais de oito mil torcedores no estádio Nilton Santos.

Concluindo, o Botafogo não precisa desses maus profissionais e, é sim, sério candidato ao bicampeonato do Brasileirão e da Libertadores da América.

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Em 31 de março a “redentora” completa 61 anos

quarta-feira, 26 de março de 2025

A redentora já nasceu mal, pois comemorada em 31 de março foi um subterfúgio criado pelos militares, afinal o 1º de abril é o dia universal da mentira. Na realidade o maluco beleza, General Mourão Filho, partiu de Juiz de Fora-MG na noite do último dia de março de 1964, contrariando ordens, e só chegou ao Rio de Janeiro no primeiro dia de abril, do mesmo ano. É bom que se diga, antes que suscite divagações, que a redentora foi um termo pejorativo criado por Stanislau Ponte Preta, o genial jornalista e escritor Sérgio Porto na época da revolução de 1964.

A redentora já nasceu mal, pois comemorada em 31 de março foi um subterfúgio criado pelos militares, afinal o 1º de abril é o dia universal da mentira. Na realidade o maluco beleza, General Mourão Filho, partiu de Juiz de Fora-MG na noite do último dia de março de 1964, contrariando ordens, e só chegou ao Rio de Janeiro no primeiro dia de abril, do mesmo ano. É bom que se diga, antes que suscite divagações, que a redentora foi um termo pejorativo criado por Stanislau Ponte Preta, o genial jornalista e escritor Sérgio Porto na época da revolução de 1964.

O início dos anos 60 foi um período conturbado, em plena guerra fria, e com Cuba e seu ditador sanguinário tentando carregar a América do Sul para os braços da mãe Rússia, expoente maior do comunismo internacional. Treinando jovens inexperientes ou experientes até demais, pois não acredito que Dilma, Dirceu, Genuíno, Lamarca e outros fossem inexperientes, formou uma legião de “revolucionários” que tocaram fogo nos países do cone sul e subverteram a ordem vigente, numa tentativa de demolir o estado de direito e implantar o regime comunista nessa região. Aliás, com o término da ditadura brasileira, eles voltaram mais fortes e um deles, Dilma, chegou a ser presidente do Brasil. Pode? Num país chamado Brasil, tudo pode.

De quebra inventaram um médico ensandecido, de nome Guevara, argentino de nascimento, cujo prazer de matar era contrário a tudo o que aprendera nos bancos da faculdade de Medicina. Na falta de ídolos tornou-se, mais pela propaganda, ícone de uma juventude que buscava se afirmar, tendo como espelho o movimento estudantil desencadeado, na França, naquela época.

Fala-se muito, hoje, da ditadura imposta pelo regime militar e das muitas arbitrariedades, torturas e assassinatos cometidos pelas forças de repressão. No entanto, é preciso que haja um forte poder de discernimento o que, na realidade, falta a ambos os lados. Tudo foi feito em nome do povo, mas ele não foi consultado se queria viver sob um regime comunista, como também não o foi se queria viver sob uma ditadura do porte daquelas criadas por Hitler e Stalin, no tocante ao desrespeito aos direitos humanos.

Na realidade, a índole do brasileiro é incompatível com ambos os regimes citados. Somos mais chegados ao anarquismo, filosofia que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório e de Estado; aliás, Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem. De um modo geral, os anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias baseadas na livre associação. Para quem viveu naquela época, como eu, estudante que era de nível secundário, não há dúvidas que aqueles tempos eram muito melhores que os de hoje. O regime impunha respeito e ordem, artigo em falta nos dias de hoje. Me lembro que saía à noite com um amigo para encontrar nossos amigos da zona sul (morávamos na Ilha do Governador) no famoso bar Veloso, em Ipanema. Voltávamos à meia noite e éramos obrigados a esperar o ônibus no Castelo, sentados no meio fio, até uma e meia da manhã. Experimentem fazer isso hoje, no Rio de Janeiro.

Os grupos terroristas tipo ARN, Var Palmares, etc. cometeram, também, muitos assassinatos, feriram muitos inocentes em atos terroristas, em suma provocaram uma reação das forças de segurança, pois elas existiam e existem para assegurar o estado de direito, flagrantemente desrespeitado naqueles tempos. Tivéssemos não um frouxo, mas um presidente de verdade, talvez muita coisa não tivesse acontecido. Aliás, lugar de presidente não é em comemoração do 40º aniversário da Associação de Sargentos e Subtenentes da Polícia Militar, fazendo discurso, como aconteceu na noite de 30 de março, antevéspera do golpe que derrubou Jango Goulart, da presidência da nação.

Os centros de torturas e assassinatos criados a partir de 1968, com o ato institucional nº 5, foram de uma burrice sem precedentes, fazendo tombar um manto negro sobre o país e manchando para sempre as forças armadas brasileiras. Prisões para presos políticos sempre existiram, mas deveriam seguir uma ética e uma moral que faltaram em 1964. Aliás, não se entende a posição do Itamaraty de hoje, acobertando regimes como os da Venezuela, do Equador, da Bolívia, de algumas ditaduras africanas que repetem as masmorras de 1968, onde muitos dos atuais dirigentes do Brasil sentiram o peso da repressão.

Se os militares tivessem cassado os corruptos da época, e eram muitos, e devolvido o poder aos civis em 1969, como era a ideia inicial dos gestores de 1964, talvez a história fosse outra. Da mesma maneira que os militares se recusam a assumir seus erros, os revolucionários da época também se recusam a fazê-lo. Portanto o que nos falta é um mea culpa coletivo que ponha um fim a esse período negro da história do Brasil. O problema é que o brasileiro tem memória curta. Se forem estudar esse período, sem paixões, verão que Rubens Paiva, tão incensado com o filme “Ainda estou aqui”, não era nenhum santo. Eleito deputado federal pelo MDB, na realidade era do Partido Comunista Brasileiro, então proscrito. 

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Por cima plumas e paetês, por baixo cueiro só

quarta-feira, 19 de março de 2025

Essa, infelizmente, é a Nova Friburgo do sr. Johnny Maycon, prefeito da cidade, ex-Suíça Brasileira, que agora foi preterida pela bela cidade mineira de Monte Verde. Falo isso com o coração partido, pois desde que aqui cheguei, nos idos de 1977, sempre fui um entusiasta de nossa terra, esquecendo que um dia fui um carioca convicto. Com o passar dos anos, com o descaso dos próprios friburguenses, ao elegerem prefeitos medíocres e mais compromissados com outros interesses do que os da cidade, fui perdendo o entusiasmo.

Essa, infelizmente, é a Nova Friburgo do sr. Johnny Maycon, prefeito da cidade, ex-Suíça Brasileira, que agora foi preterida pela bela cidade mineira de Monte Verde. Falo isso com o coração partido, pois desde que aqui cheguei, nos idos de 1977, sempre fui um entusiasta de nossa terra, esquecendo que um dia fui um carioca convicto. Com o passar dos anos, com o descaso dos próprios friburguenses, ao elegerem prefeitos medíocres e mais compromissados com outros interesses do que os da cidade, fui perdendo o entusiasmo.

Friburgo, é hoje, um remendo do que já foi no passado com problemas sérios que a impediram de progredir no bom sentido. Temos, no momento, pois já me sopraram que ele vai se candidatar a deputado federal ano que vem, um alcaide festeiro que só se preocupa em promover o turismo e fazer festas para atrair turistas, ou quem sabe, futuros moradores.

 Me pergunto se ele já saiu de seu gabinete em determinadas horas, para ir e voltar ao Cônego, passando não importa se por Olaria ou Via Expressa, para enfrentar o engarrafamento infernal do Paissandu, que muitas vezes se inicia próximo ao posto de gasolina Santo Antônio, na Avenida Júlio Antônio Thurler. Ou se já tentou ir a Conselheiro Paulino na hora do rush ou fora dele. No último sábado, 15, por exemplo, fui a um casamento numa rua ao lado do supermercado Tio Dongo e levei 45 minutos do Cônego até lá, num percurso de apenas oito quilômetros. Sem contar ruas e avenidas esburacadas, não importa em qual bairro, mato crescendo por entre os paralelepípedos, o que é um perigo em dias de chuva, pois se tornam mais escorregadios propiciando derrapagens e acidentes.

Uma cidade suja, com lixo derramado nas ruas ou nas encostas dos morros, ou o que é mais grave, no leito do Rio Bengalas. Aliás, o Bengalas, um dos cartões de visita da cidade, não é dragado há muito tempo. Ele, talvez, não tenha saído do leito nesses últimos temporais que a cidade enfrentou, porque Deus ainda demonstra uma pequena simpatia por nós. Mas, com a chuvas de quinta-feira passada, 13, as avenidas que o margeiam ficaram alagadas, dificultando o deslocamento de veículos.

A saúde pede socorro há muito tempo, mas o descaso com o Hospital Municipal Raul Sertã permanece e as marcações de consultas na rede pública continuam exigindo que as pessoas cheguem de madrugada, para conseguirem uma vaga. Muitas vezes, são comunicadas de que o médico não vai poder atender naquele dia e, têm de voltar no dia seguinte, enfrentando as mesmas filas. Dinheiro para festas é o que não falta, as verbas são polpudas e estão sempre disponíveis.

Mas, o pior acontece nas encostas dos bairros Cônego e Cascatinha, onde irresponsavelmente surgem condomínios como verdadeiras ervas daninhas. A circulação por esses bairros torna-se cada vez mais difícil e o estacionamento de veículos uma tarefa árdua, principalmente à noite, para a frequência nos vários estabelecimentos que tornaram o bairro, um verdadeiro polo gastronômico. Já existem opiniões de experts no assunto, de que se a ocupação do bairro continuar como está, a partir de 2028 o fornecimento de água poderá ser seriamente comprometido.

Não existe uma barragem no local, como no Debossan, apenas uma coleção de águas que, como é de se esperar, diminui nos tempos de estiagem, como o que se aproxima no outono e inverno. Aliás, não se compreende como a companhia distribuidora de águas permite e autoriza a ligação do precioso líquido nesses locais.

Esqueci de mencionar as barbaridades que motoristas, sobretudo os que vêm de fora estão cometendo no dia a dia. Ultrapassagens perigosas, estacionamentos em fila dupla, prejudicando a livre circulação o que congestiona mais ainda o trânsito; sem falar nos motoqueiros que se sentem os donos do pedaço e insistem em dirigir em alta velocidade nos corredores das ruas com duas pistas e circularem, muitas vezes, na contramão.

Creio que cabe a nós, cidadãos, fazer alguma coisa e o que me vem à cabeça, pois não temos outros meios, é estudar bem candidatos a vereadores (têm uma grande parcela de culpa no caos que nos assola) e a prefeitos. É preciso muita cautela para não elegermos lobos na pele de cordeiros.

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Agora vai?

quarta-feira, 12 de março de 2025

Ainda não. Nosso país é um caso à parte, pois na realidade a vida só volta ao normal depois da semana santa. O país para no Natal, guarda forças para o ano novo e hiberna preparando-se para o carnaval. Como ninguém é de ferro, após quatro dias dedicados às festanças do rei momo, conta-se os 40 dias da quaresma. Aí são mais três dias do “dolce far niente” (do italiano não fazer nada), terminando com as delícias do ovo de chocolate, símbolo do domingo de Páscoa, para nós brasileiros.

Ainda não. Nosso país é um caso à parte, pois na realidade a vida só volta ao normal depois da semana santa. O país para no Natal, guarda forças para o ano novo e hiberna preparando-se para o carnaval. Como ninguém é de ferro, após quatro dias dedicados às festanças do rei momo, conta-se os 40 dias da quaresma. Aí são mais três dias do “dolce far niente” (do italiano não fazer nada), terminando com as delícias do ovo de chocolate, símbolo do domingo de Páscoa, para nós brasileiros. Acontece que nesse ano de 2025, o carnaval só começou em 28 de fevereiro, o que jogou a sexta feira santa para 18 de abril; acontece que em seguida depois é 21 de abril, quando se comemora o dia de Tiradentes, mártir da inconfidência mineira e mais um feriado na conta do Brasil. Assim, desde 24 de dezembro que estamos a meia nau, preparando-nos para, finalmente, iniciarmos o novo ano.

De 20 de dezembro até 6 de janeiro tivemos as férias do Poder Judiciário. Órgãos desse segmento fecham para atividades regulares, porém funcionam em esquema de plantão, atendendo casos urgentes, menos no Natal e no ano novo , em que nada funciona. Para os magistrados vale o seguinte: 19 tribunais de Justiça em todo o Brasil estão se adaptando à nova resolução emitida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que concede aos juízes o que é conhecido como licença compensatória.

Essa medida, instituída pela resolução 528, datada de 20 de outubro de 2023, possibilita que os magistrados tenham direito a uma folga a cada três dias trabalhados, somando até 120 dias de folga anuais. Afinal de contas os da toga não são de ferro e se cansam mais que os demais simples mortais. No caso do STF, seus membros têm direito anual a 60 dias de férias; a pausa é em janeiro e julho. Para cada um desses períodos, os 11 ministros recebem duas vezes o adicional de um terço do salário; e além do repouso obrigatório, há o recesso de virada de ano, de 20 de dezembro a 6 de janeiro, generosidade também prevista na lei 5.010.

Com relação ao Poder Legislativo, a farra é semelhante. De acordo com a Constituição, o recesso de fim de ano dos congressistas dura mais de 30 dias. Se inicia no dia 23 de dezembro e segue até 1º de fevereiro. Nesse ano de 2025 parlamentares retornaram com a eleição do próximo presidente e da mesa diretora da Câmara. Mas, não podemos nos esquecer que os trabalhos legislativos, de maneira geral, começam às terças e terminam na quinta feira. Nos demais dias, nossos congressistas, às nossas custas retornam para suas cidades. Por isso Brasília de sexta a segunda é uma das cidades mais tranquilas do país.

Já no Poder Executivo, oficialmente, não há previsão de férias para presidente e vice-presidente. O que existem são as folgas, que podem ser tiradas a qualquer momento. Só que, na prática, não há descanso; se algo de muito grave acontecer, o chefe de Estado tem que retornar imediatamente às atividades para evitar instabilidade política no país. No entanto, os benefícios de um presidente e vice incluem plano de saúde “ilimitado”, viagens particulares bancadas com aviões da Força Aérea Brasileira e moradias sem necessidade de pagar aluguel. No caso de Luís Inácio, nos primeiros dois anos de mandato, no Palácio do Planalto  ele foi visto muito pouco, já que empreendeu várias viagens internacionais. Agora, como o ano eleitoral se aproxima, suas viagens deverão ser a nível nacional.

Para nós, simples mortais, férias são o período em que o trabalhador tem o direito, pelas regras da CLT, a gozar de 30 dias de descanso. Segundo a Organização Internacional do Trabalho “esse período é obrigatório e essencial, como garantia para manter a saúde e segurança do trabalhador”. Ainda de acordo com ela, todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.

A minha interpretação, após tudo o que foi exposto acima, é de que se recuarmos no tempo, nada mudou. Os privilégios existentes na Idade Média, depois nos períodos subsequentes, incluindo reinados, ditaduras e mesmo na democracia, pertencem a um grupo restrito. Os simples mortais têm mesmo de se danar. Como já diz o ditado popular, aos favorecidos o favor da lei, à população em geral, o rigor da lei.

Dia 22 de abril é daqui a 40 dias e espera-se que, finalmente, o país volte a funcionar.

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Perfil lipídico, para leigos

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Recebi de um colega esse texto que fala do perfil lipídico de uma maneira didática e divertida, para explicar esse inimigo de nossa saúde, tão combatido, na atualidade, por cardiologistas, clínicos e endocrinologistas. Como é um assunto de interesse geral, resolvi publicá-lo na minha coluna, já que se trata de algo importante para nosso bem-estar.

Recebi de um colega esse texto que fala do perfil lipídico de uma maneira didática e divertida, para explicar esse inimigo de nossa saúde, tão combatido, na atualidade, por cardiologistas, clínicos e endocrinologistas. Como é um assunto de interesse geral, resolvi publicá-lo na minha coluna, já que se trata de algo importante para nosso bem-estar.

Um médico renomado compartilhou uma linda história explicando os perfis lipídicos de uma maneira única. Imagine que nosso corpo é uma pequena cidade. O principal causador de problemas nesta cidade é o colesterol que também tem alguns cúmplices. Seu grande parceiro no crime é o triglicerídeo, o trabalho dele é vagar pelas ruas, causando caos e bloqueando estradas.

 O coração é o centro da cidade e todos os caminhos levam a ele.  Quando os manifestantes aumentam em número, você sabe o que acontece. Eles tentam interromper a função do coração, mas nossa cidade também tem uma força policial, o HDL é o policial bonzinho que prende os encrenqueiros e os coloca atrás das grades (o fígado). Esse órgão, então, os elimina do corpo através do sistema de drenagem.

 No entanto, há também um policial mau, LDL, que está sedento por poder; o LDL liberta os manifestantes da prisão e os coloca de volta nas ruas. Quando o policial bom é superado em número, a cidade se transforma em caos. Quem gosta de viver numa cidade assim?

 Você quer reduzir o número de manifestantes e aumentar o número de bons policiais? Pois, então, comece a andar e a cada passo, o número de policiais bons aumentará, e o colesterol, triglicerídeos e LDL dos encrenqueiros diminuirão. Seu povo (corpo) recuperará sua vitalidade. Seu coração, o centro da cidade, estará a salvo dos bloqueios dos manifestantes. E quando seu coração estiver saudável, você também estará saudável. Então comece a caminhar sempre que tiver oportunidade.  Fique saudável e tenha boa saúde.

 Este é um ótimo artigo para aumentar o HDL bom e diminuir o LDL ruim principalmente por meio de caminhadas ou exercícios físicos. Eles, juntos ou em separado contribuirão para aumentar o HDL. Portanto ande, ande, faça exercícios, se mexa. É importante, também, atentar para esses tópicos abaixo, pois eles são importantes para nos ajudar:

1- Minimizar a ingestão de: sal, açúcar, farinha de trigo comum, produtos lácteos, produtos processados.

2- Alimentos necessários: vegetais, leguminosas, feijão, nozes, ovos, óleos prensados a frio (oliva, coco), frutas.

3- Três coisas que você deve esquecer, apesar de ser obrigatório reconhecer suas limitações, sua idade, seu passado (as coisas ruins que aconteceram), suas reclamações.

 4- Coisas essenciais que você precisa reconhecer: sua família, seus amigos, seus pensamentos positivos, uma casa limpa e aconchegante.

 5- Três coisas básicas que você precisa adotar: sempre sorria e dê risadas, pratique atividade física regular no seu próprio ritmo, verifique e monitore seu peso.

6- Seis estilos de vida essenciais que você precisa praticar: não espere sentir sede para beber água, não espere estar cansado para descansar, não espere ficar doente para fazer exames médicos, não espere por milagres confie em Deus, nunca perca a confiança em si mesmo, mantenha-se positivo e sempre tenha esperança num amanhã melhor”.

Na realidade são tópicos importantes, a maioria sabemos de cor e salteado, mas alguns, de tão óbvios, são deixados de lado. Temos de ter sempre em conta, que nossa saúde é o bem mais importante de que dispomos e com ela em alta, seremos mais capazes de prolongar a nossa vida e o nosso convívio com familiares e amigos.

Um último tópico, esse dirigido aos gordinhos. Se você conseguir perder 15% do seu peso, será uma contribuição excelente para sua saúde. Talvez, um estímulo para perder mais.

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Maragogi, um paraíso em Alagoas

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Como faço há muitos anos, fui comemorar o meu aniversário (no último dia 7) viajando. Depois de irmos duas vezes a Bonito-MS, uma a Fernando de Noronha e uma Anchieta-ES, dessa vez o local escolhido foi Maragogi.

Como faço há muitos anos, fui comemorar o meu aniversário (no último dia 7) viajando. Depois de irmos duas vezes a Bonito-MS, uma a Fernando de Noronha e uma Anchieta-ES, dessa vez o local escolhido foi Maragogi. É um município do litoral norte alagoano e localizado a 125 quilômetros da capital, Maceió. Está a uma altitude de cinco metros, em relação ao nível do mar, sendo, na realidade, uma grande planície. Sua população está estimada em 36 mil habitantes e a temperatura média é de 27 graus Celsius, com pouca precipitação pluvial nessa época do ano. O que ocorre mais são as pontuais tempestades de verão. Sua economia é baseada no turismo, na pesca e na agricultura e a beleza de suas praias faz com que seja um dos mais importantes polos turísticos da região.

A cidade em si lembra muito a Cabo Frio de 40 anos atrás, mas a sua beleza natural é deslumbrante. Os passeios são vários e é difícil escolher o mais interessante. Como chegamos numa quarta feira à tardinha, tivemos tempo suficiente para conhecer quase todos. Começamos com as praias ao norte de Maragogi, todas com um mar azul turqueza de encher os olhos e uma água límpida que dá para ver os peixinhos e os dedos do pé se mexendo no fundo. Diferentemente do litoral sul e sudeste, a temperatura da água gira em torno dos 26 a 28 graus, o que torna o banho muito agradável.

No dia seguinte fizemos São Miguel dos Milagres, com direito a uma visita às várias piscinas naturais da região. Essas piscinas situam-se há cerca de três a quatro quilômetros da costa e, na maré baixa nos deixam com água na altura das pernas. O mais interessante é que os barqueiros levam comida para os peixes e eles se misturam com as pessoas, na busca pelo alimento. E, são peixes grandes, pois, na realidade, já se está em alto mar. Terminado o passeio ficamos num beach club para drinks e um almoço à base de peixe, carne mais comum na região.

Fizemos uma parada de um dia, ficando na praia do Centro, em frente ao nosso hotel, Pousada dos Jangadeiros. Na realidade, para recarregar as baterias e aproveitar a piscina da pousada. No dia seguinte fomos conhecer as praias do litoral sul. Aliás, muito mais bonitas e com águas mais quentes e mais límpidas. São passeios mais curtos já que as praias são muito próximas uma das outras, mas o banho em cada uma delas é uma delícia. Os passeiois são feitos de buggy, mas sem emoção pela ausência das tão famosas dunas de Natal.

Depois fomos visitar o Caminho de Móises e outras piscinas, essas com recifes pelo trajeto. O Caminho de Móises é interessante pois é uma faixa de areia (uma restinga) que avança no mar por quase um quilômetro. A característica desse passeio é que quando a maré esta na cota 0-1, os pés ficam diretamente na areia. No dia em que estivemos lá, essa cota estava em 0-3, o que nos deixou com água nas canelas. Os passeios são feitos de acordo com as marés, podendo ser pela manhã bem cedo ou à tarde. Nas piscinas é obrigatório olhar o fundo do mar para evitar machucar a pele.

O único senão é que a gastronomia deixa a desejar. Apesar de ter muitos locais para se alimentar, não têm a mesma sofisticação que um local tão bonito merece. Todos, exceto os restaurantes a quilo, que são poucos, têm o mesmo preço e os mesmos pratos no cardápio. Vi muita peixada, mas nenhuma moqueca, que quando bem feita, com pirão, arroz e uma pimentinha é deliciosa. Talvez, as coisas tendam a melhorar com a inauguração do aeroporto local, que segundo os moradores é para o segundo semestre. Com isso o fluxo de turistas tende a aumentar e a alimentação, seguramente, vai melhorar.

Para chegar a Maragogi, pode-se ir de carro a partir de Macéio (125 km) ou de Recife (130 km). A vantagem de se escolher Recife é que o voo é mais barato, pos não tem escalas. Mas, seja por um ou por outro, para nós friburguenses é cansativo. São duas horas e meia, em média de Friburgo ao Rio, mais o tempo de espera no aeroporto, três horas de voo do Rio a Recife e mais duas horas da capital pernambucana até o destino; na volta, o trajeto e o tempo de viagem é o mesmo. O resultado é que se leva quase 12 horas viajando, o que obriga os mais idosos a reservar um dia de repouso na ida e outro na volta, para recarregar as baterias e ter disposição para os passeios. Aliás, protetor solar e chapéu são indispensáveis, pois o astro rei bate forte e queima que nem brasa.

Como sempre, foi mais um aniversário bem comemorado e com gosto de quero mais para o próximo ano.

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Cambucazeiro, esse ilustre desconhecido

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Apesar de ser árvore símbolo de um município do norte fluminense, fazer parte de uma cantiga popular e produzir um fruto muito apreciado, o cambucá é desconhecido da maioria dos brasileiros. Na lista das espécies em extinção, esta árvore nativa da Mata atlântica tem propriedades alimentícias, poderes medicinais, pode ser industrializada e servir de reflorestamento para recuperação ambiental. Aliás, foi em função disso que resolvi reproduzir um artigo que escrevi aqui em A VOZ DA SERRA, ainda nos tempos da faculdade de Comunicação Social.

Apesar de ser árvore símbolo de um município do norte fluminense, fazer parte de uma cantiga popular e produzir um fruto muito apreciado, o cambucá é desconhecido da maioria dos brasileiros. Na lista das espécies em extinção, esta árvore nativa da Mata atlântica tem propriedades alimentícias, poderes medicinais, pode ser industrializada e servir de reflorestamento para recuperação ambiental. Aliás, foi em função disso que resolvi reproduzir um artigo que escrevi aqui em A VOZ DA SERRA, ainda nos tempos da faculdade de Comunicação Social. Me veio à memória, ao ver aquele local onde se vendem arvores da Mata Atlântica, sempre que passamos pela estrada de acesso a Lumiar. Será que eles têm ou podem obter mudas do Cambucazeiro?

O Plinia edulis (antiga Marlieira edulis), da família da Myrtaceae, é uma árvore frondosa de rara beleza e floração branca, tem frutos amarelados e pode ser encontrada desde Santa Catarina até o Rio de Janeiro. Da mesma espécie da jabuticabeira - tanto flor como fruto nascem colados ao tronco ou nos galhos, o contraste das suas cores lhe garante valor ornamental, diferente da parenta mais conhecida.

Seu fruto, medindo entre dois e meio e quatro centímetros de diâmetro, muito saboroso quando maduro é, porém, desconhecido da maioria da população. No entanto, eles são apreciados por muitos pássaros, o que aumenta seu valor, em função da contribuição à alimentação da fauna local.

Considerada uma raridade da Mata Atlântica, sua presença, hoje, está restrita a poucos quintais domésticos. Aqueles que o conhecem e apreciam seus frutos, como Eduardo Souza, colunista de “O Guarujá”, de Ubatuba-SP, dizem “ainda sentir a boca se encher de água”, quando menciona o cambucá. Para Eduardo, isso o remete aos tempos de infância, quando com estilingue nas mãos, se embrenhava nas matas para arrancar a estilingadas os frutos da árvore. Regina Thurler, ex-funcionária do INSS de Nova Friburgo, lembra-se de uma cantiga dos tempos de infância que dizia mais ou menos assim: “Laranja madura; melão; cambucá; pimenta de cheiro; mingau de cará.”

Ela é uma arvore com muitas utilidades, cem gramas do fruto do cambucá contêm 66 calorias distribuídas em 15g de carboidratos; 1,7g de proteínas; e 0,8g de lipídeos. Na sua composição ainda encontramos 21g de cálcio; 22g de fósforo; e 0.3g de ferro. A fruta pode ser consumida nos regimes alimentares por quem tem colesterol elevado e pela população diabética, dentro da dieta habitual.

 Além de suas propriedades alimentícias, o cambucazeiro também faz parte da flora medicinal brasileira. Segundo o dr. J. Monteiro da Silva, suas folhas, sob a forma de infusão, são muito úteis no tratamento das bronquites, no combate à tosse e, sobretudo, na coqueluche, uma doença que tanto atormenta nossas crianças. Elas servem também para aqueles que necessitam melhorar as defesas orgânicas. 

Com uma altura que varia de cinco a dez metros, a madeira do cambucá tem valor comercial, sendo utilizada na fabricação de cabos de ferramentas e de alguns instrumentos de uso na agricultura. Pode ser aproveitada também na construção civil e mesmo na fabricação de móveis.

Numa tentativa de preservação da espécie, a partir da lei municipal 605/2003, o cambucazeiro foi transformado em árvore símbolo do município vizinho de Cantagalo. Os ecologistas locais estão investindo na sua cultura, através de uma parceria entre a Sociedade Ecológica Cantagalense (Secan) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) para a produção de mudas, no horto florestal da cidade. Desse modo, esperam reviver o Parque Municipal de Cambucás que infelizmente conta hoje com apenas uma única representante.

Essa ilustre desconhecida tem apenas um senão: leva muito tempo para se tornar adulta e dar frutos. Com dois anos de idade, atinge um metro e meio, menos da metade da sua altura quando adulta.

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