Está marcado para as 14h do dia 23 de março, uma segunda-feira, no Fórum de Nova Friburgo, na Avenida Euterpe, a primeira audiência de instrução e julgamento do caso de duplo feminicídio que chocou a cidade em outubro passado.
Audiência de instrução e julgamento é um dos atos processuais do Código Penal, cuja finalidade é a produção de provas orais. É durante essa audiência que as partes prestam depoimentos pessoais, o perito dá o seu parecer e demais pessoas envolvidas no processo, como testemunhas, também se manifestam. É esperada a presença do réu, Rodrigo Marotti, que será trazido do presídio onde está, na capital, sob um esquema especial de segurança.
Em depoimento na 151ª DP na madrugada em que foi preso em flagrante, Rodrigo confessou ter ateado fogo na casa de Alessandra Vaz, onde também estava trancada a amiga dela, Daniela Mousinho, na noite de 7 de outubro. Dias depois, as duas morreram em consequência das graves queimaduras que sofreram.
Familiares e amigos das duas vítimas, tanto de Lumiar e São Pedro da Serra quanto de Minas Gerais (onde Alessandra nasceu), estão se mobilizando para fazer uma manifestação em frente ao Fórum no dia da audiência. Eles querem pedir justiça, de forma pacífica, mostrando, " a importância que a vida das duas tinha para as pessoas que as conheciam e a importância que a vida de outras mulheres que têm sido mortas no país por parceiros contrariados deveria ter".
O júri popular que julgará Rodrigo ainda não tem data para acontecer, segundo a Promotoria Criminal em Nova Friburgo. Durante esta primeira audiência será lido todo o processo e poderão ser apresentados vídeos, depoimentos e áudios que incriminem o réu, incluindo detalhes como A VOZ DA SERRA revelou com exclusividade em outubro (RELEMBRE A REPORTAGEM AQUI).
Como revelou o jornal na época, as supostas ameaças de morte de Rodrigo a Alessandra, confidenciadas por ela mesma a uma amiga de longa data horas antes do crime, poderão servir como mais um qualificador (premeditação), aumentando ainda mais a pena. Como houve duplo feminicídio e prisão em flagrante, com confissão, o caso rapidamente seguiu para a 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, cabendo à Promotoria acusar o réu perante um júri popular. Outros agravantes, até agora, seriam: motivo fútil, emprego de fogo, impossibilitar a defesa das vítimas e o próprio feminicídio em si.
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