Desastres climáticos aumentaram 250% nos últimos quatro anos no país

Com a chegada do verão, volta a preocupação com os criadouros do mosquito Aedes aegypti
quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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Os desastres climáticos no Brasil aumentaram 250% nos últimos quatro anos (2020–2023), em comparação com os registros da década de 1990, revela estudo lançado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica – coordenada pelo Programa Maré de Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

O combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya, Zika e febre amarela urbana, é uma luta que dura o ano inteiro
O Brasil foi impactado por quase o dobro de desastres climáticos em relação aos últimos vinte anos. Foi registrada uma média anual de 4.077 desastres climáticos, incluindo secas, enchentes, tempestades e deslizamentos de terra.

Desde março de 2023, o oceano teve aumento de temperaturas de cerca de 0,3°C a 0,5°C, fenômeno que tem agravado eventos extremos, como furacões e inundações, afetando milhões de pessoas e impactando profundamente os ecossistemas. Entre os exemplos, estão as inundações no Rio Grande do Sul e as secas no Centro-Oeste, em 2024.

Quando analisadas as consequências econômicas e sociais, o cenário indicou que, entre 1995 e 2023, os prejuízos econômicos no Brasil atingiram R$ 547,2 bilhões. Nos primeiros quatro anos da década de 2020, as perdas somaram R$ 188,7 bilhões, 80% do total registrado em toda a década anterior (2010–2019) e corresponde a 0,5% do PIB nacional acumulado nos últimos quatro anos.

De acordo com a equipe que realizou o estudo, além dos danos econômicos, estes desastres climáticos, ligados ao aumento da temperatura do planeta, provocam aumento nos custos de energia, alimentos e saúde. Os especialistas comentam que os surtos de dengue dos dois últimos anos estão relacionados com as mudanças climáticas.

O verão e os mosquitos

(Foto: Freepik)

O verão chegou e com ele volta também uma preocupação de todos os anos: o combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya, Zika e febre amarela urbana. Isso ocorre devido ao volume de chuvas nesse período em grande parte do Brasil. O acúmulo de água, mais o calor intenso nesta época, facilitam o nascimento de milhares de novos mosquitos vindos dos ovos colocados pelas fêmeas.

Os ovos do mosquito podem resistir até 1 (hum) ano em locais secos. Depois do contato com a água, eles eclodem em poucos dias. Por isso, o controle exige ações práticas no dia a dia e a conscientização de toda a população para combater o mosquito, pois cerca de 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão dentro de residências.

Como prevenir

As três doenças são transmitidas por um mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. Para preveni-las verifique sempre recipientes com água parada. E não veja somente os com água limpa, pois já foi comprovado que o mosquito também prolifera na água parada suja. Por isso, sempre deixe piscinas e caixas d’água cobertas, além de verificar pneus, garrafas e pratinhos de plantas após as chuvas. 

Os ovos também sobrevivem com a falta de água, por 450 dias, e basta um pouco de acúmulo de água para fazer os ovos eclodirem. Então fique de olho e elimine focos da dengue, zika e chikungunya mesmo na época de estiagem, portanto, em qualquer estação.

Também instale telas e mosquiteiros nas janelas e portas. Inseticidas e repelentes naturais, à base de andiroba, óleo de cravo e citronela não têm eficácia comprovada pela Anvisa, portanto é melhor não arriscar. Para sua proteção individual os repelentes também são recomendados, pois podem evitar as picadas dos mosquitos. A composição do produto indica o tempo de proteção e necessidade da reaplicação. No caso de aplicar outros itens como protetor solar ou hidratante, a dica é usar o repelente por último. Se for para crianças, ficar atento se o produto é de uso pediátrico.

Sobre os inseticidas em spray ou de tomada, os especialistas alertam que ajudam a matar os mosquitos adultos, principalmente em ambientes fechados, por isso a eficácia é limitada. Já o uso de mosquiteiros e telas nas janelas dos quartos ajudam bastante, para que os mosquitos não entrem nas dependências.

Sintomas

Dengue: 
  • Febre alta;
  • Calafrios;
  • Dor no corpo;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor nos músculos;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Manchas pelo corpo.

Zika
  • Febre baixa;
  • Manchas pelo corpo;
  • Coceira.

Chikungunya
  • Febre alta;
  • Calafrios;
  • Inflamação e dor intensa nas articulações;
  • Rigidez matinal.

Tratamento

Os sintomas são tratados com antitérmicos e analgésicos. No entanto, são contraindicados os com ácido acetilsalicílico, por causa do risco de hemorragias. Por isso, nunca recorra à automedicação. Além disso, durante o tratamento, hidrate-se bem, para que o corpo consiga se recuperar mais rápido.  

A melhor forma de prevenir a dengue, a zika e a chikungunya é combatendo o mosquito e os seus criadouros. E não só na sua casa, faça campanhas com seus vizinhos e todo o bairro, pois um esquecimento deles pode resultar em doenças para você e a sua família. 

O clima pelo Brasil 

O mês de janeiro de 2025 deve ser chuvoso e quente em algumas partes do Brasil, de acordo com a previsão do tempo do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). No geral, as temperaturas devem ser acima da média na maior parte do país, com possibilidade de calor excessivo, sobretudo no Norte, ultrapassando 28ºC.

Entretanto, locais específicos podem esperar temperaturas próximas ou ligeiramente abaixo da média, devido a dias de chuva consecutivos. Isso inclui, por exemplo, regiões do Amazonas, Amapá, sudoeste do Paraná, leste de Santa Catarina e sul do Rio Grande do Sul.

A previsão aponta para chuvas entre a média e acima da média climatológica em grande parte das regiões Norte, Sul e do Leste do Nordeste. No Centro-Oeste, a previsão também é de precipitação dentro da normalidade. Além disso, ela pode ficar acima da média em grande parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O mesmo vale para São Paulo e áreas no centro-sul do Rio de Janeiro, no Sudeste, embora alguns locais possam continuar dentro do normal.

Por outro lado, regiões da Rondônia, do Pará, Tocantins, central do Maranhão, oeste da Bahia e sul do Rio Grande do Sul podem esperar acúmulo de chuva próximo ou abaixo da média histórica. Além disso, no Sudeste, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo também podem registrar precipitação abaixo da média. Já no estado de Goiás e áreas do Mato Grosso do Sul também podem apresentar volumes de chuva abaixo da climatologia.

Expectativas

O verão brasileiro é caracterizado por temperaturas elevadas, dias mais longos e umidade alta. A combinação entre La Niña e o aquecimento do Atlântico Norte torna o verão de 2025 um período potencialmente desafiador. A tendência de calor extremo, com temperaturas recordes, poderá tornar o ambiente mais desconfortável, exigindo adaptações no consumo de água e energia, especialmente em grandes centros urbanos.

As condições de calor e umidade também afetam diretamente a sensação térmica, com impactos na saúde pública e na qualidade de vida da população. A primavera de 2024 mostrou sinais de um clima mais quente e seco, especialmente no Sudeste.

Na quinta-feira passada, dia 2, o Inmet publicou uma análise sobre a série histórica da temperatura registrada no Brasil. Segundo o Instituto, 2024 foi o ano mais quente do país desde 1961. A média das temperaturas do ano foi de 25,02°C — 0,79ºC acima da média histórica de 1991/2020, que é de 24,23°C.

 

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