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Obrigada, leitores

quinta-feira, 16 de março de 2023

Hoje eu me dirijo aos leitores assíduos da coluna Com a Palavra, especialmente por meio do jornal impresso. Não que eu não me dirija sempre, porque o faço todas as semanas. Mas hoje é diferente. Eu quero dizer a vocês que a cada vez que recebo um retorno, carinho, comentário, referência aos textos, sinto-me muito feliz e agradecida. E acontece com frequência, para a minha sorte.

Hoje eu me dirijo aos leitores assíduos da coluna Com a Palavra, especialmente por meio do jornal impresso. Não que eu não me dirija sempre, porque o faço todas as semanas. Mas hoje é diferente. Eu quero dizer a vocês que a cada vez que recebo um retorno, carinho, comentário, referência aos textos, sinto-me muito feliz e agradecida. E acontece com frequência, para a minha sorte.

Eu sempre amei o jornal impresso. Inclusive, recomendo. Sempre gostei de papel. E de informação. E de gente. Continuo gostando embora cada vez mais a tecnologia faça parte de minha vida e minha rotina, viabilize meu trabalho e facilite muito as coisas. Gosto dos dois mundos. Mas abraço é abraço. Mensagem no whatsapp é mensagem no whatsapp. As duas modalidades cumprem sua função e eu adoro. Mas uma coisa é uma coisa e a outra coisa é outra coisa.

E qual a conexão desta constatação aos leitores do jornal impresso? Bem, sinto que há. O carinho é mais factível. Mais próximo, mesmo que não de forma direta. Escrevo sabendo que meu tio-avô Licínio vai ler o jornal no café da manhã (beijos, tio). Meu avô não perdia um. Sei que a minha cliente lê no seu consultório ao chegar. E que alguns clientes dela também o leem. Que meu colega de trabalho, professor, comenta comigo todas as semanas sobre a coluna. Alunos filhos de assinantes do jornal leem assiduamente. Meus vizinhos mandam avisar que estão gostando. Os amigos do meu pai falam com ele. Alguns comentam com ele na rua e mandam elogios, e eu os recebo, sempre que o fazem , com imensa satisfação. Tem até um rapaz que me disse que é “fã” (isso mesmo, para minha surpresa) , que recorta alguns dos textos e envia para uma amiga que está enfrentando uma depressão, porque disse que transmitem uma coisa boa. Pessoas da minha igreja identificam algumas reflexões e me falam. E por aí vai.

Eu só agradeço. Mesmo. Tem tanta coisa acontecendo no mundo, tantos problemas e crises, tanto assunto interessante dentro do próprio Direito, que é minha área de atuação, mas eu escolho, aqui, escrever sobre cotidiano. Dia a dia. Sentimento. E eu sei que pode parecer um caminho mais fácil, mas não é não. Precisamos falar dessas coisas. São a nossa vida. As nossas mazelas e esperanças. E a existência mesmo. E reduzi-la em recortes de poucos parágrafos e ainda seguir semanalmente tocando, de alguma forma,  os corações de alguns, cinco anos e meio depois,  é a concretização de um sonho que vem dando certo. Tocar pessoas por meio das palavras. Só é possível porque tem sinceridade verdadeira. Só é possível porque tem sentimento. Só é possível porque A VOZ DA SERRA me dá a oportunidade Só é possível porque tem vocês. Todos vocês.

Muito obrigada!

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Estudar para a vida toda é a nova realidade

quarta-feira, 15 de março de 2023

A trajetória da vida das pessoas mudou assim como todo o mundo ao seu redor. A nova realidade que nós vivemos, neste exato momento, ganhou um grosso recheio de cobranças, pitadas de acirrada concorrência no mercado de trabalho e como a cereja do bolo, um mar de inovação que a cada dia, se renova e se modifica.

A trajetória da vida das pessoas mudou assim como todo o mundo ao seu redor. A nova realidade que nós vivemos, neste exato momento, ganhou um grosso recheio de cobranças, pitadas de acirrada concorrência no mercado de trabalho e como a cereja do bolo, um mar de inovação que a cada dia, se renova e se modifica.

Estudar, formar-se, estudar mais, conseguir um diploma, um emprego e, enfim, a tão sonhada aposentadoria. Esse caminho tornou-se raro para as novas gerações e passou a ser pouco desejado por muitos. A cada dia, as fórmulas que deram certo há alguns anos não mais se encaixam como uma receita de bolo.

A nova realidade parece sempre nos querer empurrar mais um daqueles termos difíceis e que nunca lembramos o nome. E por um acaso, você já ouviu falar em “lifelong learning”? Pois bem! A coluna de hoje é sobre estudar para a vida toda, não é? Logo, aperte seus cintos e vamos entender! 

O termo, em sua tradução quase que ao pé da letra, pode ser entendido como o futuro das gerações atuais e das próximas que virão: uma vida inteira de aprendizado e estudos permanentes, num processo de qualificação incessante que vai muito além da conquista de diploma e das próprias demandas de mercado.

A verdade vem se provando com o tempo. Muitos de nós, um dia imaginamos que chegar à universidade era como alcançar o topo de um processo formativo: “Pronto: o diploma de graduação era tudo o que se tinha em mente como objetivo – e bastava.” A velha máxima do estudar para depois trabalhar, não mais corresponde mais à velha receita do bolo.

A década de 90 foi um pontapé do que viria a acontecer nos dias atuais: a expansão das especializações, junto com a criação dos doutorados e mestrados em todo o país. E aos poucos, os diplomas de graduação foram perdendo cada vez mais o seu prestígio, tornando-se apenas mais algumas letrinhas que preenchem os currículos.

O brasileiro passa em média 15 anos na educação – considerando escola e universidade ou curso técnico. Mas quando a fase de educação acaba muita gente acredita que o tempo dedicado àquela atividade se esgotou, o que é uma ideia errônea, mas absorvida por muitos, pelo menos subconscientemente.

Mas...e depois? O mundo vem mudando tão bruscamente em tão pouco tempo, especialmente em se tratando do uso das novas tecnologias e da forma com que nos comunicamos. E nós? Será que estamos conseguindo acompanhar tudo isso e nos adequarmos a esse novo mundo que cada dia mais exige da gente ou estamos fechando os olhos e esperando acontecer?

Muito se fala sobre a “escola da vida”, que nos trás lições importantíssimas. Mas pouco se fala sobre a “vida da escola”, da necessidade de aprendermos algo e nutrirmos a nossa mente, seja para o mercado de trabalho ou para o nosso crescimento pessoal.

É cada vez mais comum às pessoas trocarem de profissão, descobrirem novos talentos, decidirem seguir outras paixões e trabalharem em diversos empregos durante suas carreiras. E a capacidade de aprender rapidamente e se adaptar às novas situações é uma habilidade extremamente valiosa no mundo de hoje.

O movimento de aprendizagens ultrapassa as faixas de idade, e vem desde a primeira infância até a velhice. Quem acha que não deve voltar aos bancos escolares está fadado a se descolar da própria vida social, e não só do trabalho, como muitos imaginam. É ter repertório é criar um acervo cultural, estruturar um portfólio diverso e aberto a inovações.

É entender um pouco sobre isso, um pouco sobre aquilo. Isso faz de você uma pessoa diferenciada e o coloca em um lugar de destaque e significado. Mas isso só acontece se você encarar as múltiplas formas de conhecimento como uma condição ininterrupta para a sua da vida

O novo mundo vem nos fazendo quebrar esses conceitos antigos, de que ‘estudo’ e o ‘trabalho’ devem andar separados. Mais do que nunca e a cada dia mais nos provam que devem se misturar num complexo ambiente de aprendizagem e aperfeiçoamento, que é capaz de mudar a nossas vidas.

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Reserva cognitiva

quarta-feira, 15 de março de 2023

Já observou que tem idosos que se mantêm ativos, enquanto outros murcham e ficam ociosos. Uns têm pensamentos criativos, e outros têm pobre forma de pensar. O que faz a diferença? Uma das respostas é que algumas pessoas têm melhor resiliência aos efeitos do envelhecimento porque desenvolveram melhor capacidade ou "reserva" para lidar com mudanças. Uma maneira simples de definirmos resiliência em psicologia é a presença de boa capacidade de lidar com altos e baixos da vida sem adoecer.

Já observou que tem idosos que se mantêm ativos, enquanto outros murcham e ficam ociosos. Uns têm pensamentos criativos, e outros têm pobre forma de pensar. O que faz a diferença? Uma das respostas é que algumas pessoas têm melhor resiliência aos efeitos do envelhecimento porque desenvolveram melhor capacidade ou "reserva" para lidar com mudanças. Uma maneira simples de definirmos resiliência em psicologia é a presença de boa capacidade de lidar com altos e baixos da vida sem adoecer.

O professor Yaakov Stern, da Universidade de Columbia, fala sobre reserva cognitiva dizendo que ela tem que ver com a ideia de que as pessoas desenvolvem uma reserva de habilidades de pensamento durante suas vidas, e que isso as protege contra perdas que podem ocorrer através do envelhecimento e da doença.

Reserva cognitiva significa que seu cérebro tem condições de improvisar e encontrar alternativas para realizar uma tarefa, mostrando quão ágil é para resolver problemas e enfrentar desafios. A reserva cognitiva é desenvolvida ao longo da vida através de práticas saudáveis que citarei adiante.

O conceito de reserva cognitiva surgiu no final dos anos 1980, quando pesquisadores descreveram indivíduos sem sintomas aparentes de demência que, no entanto, tiveram na autópsia alterações cerebrais consistentes com a doença de Alzheimer avançada. Eles não apresentaram sintomas da doença enquanto estavam vivos porque tinham uma reserva cognitiva grande o suficiente para compensar o dano e continuar funcionando normalmente.

Estudos mostraram que duas pessoas com a mesma quantidade de alterações relacionadas à idade em seu cérebro podem ter um desempenho bem diferente em tarefas cognitivas. E duas pessoas com doença de Alzheimer que parecem semelhantes em sua capacidade cognitiva podem ter quantidades muito diferentes das mudanças no cérebro que estão subjacentes à doença. A pesquisa mostrou que pessoas com maior reserva cognitiva são mais capazes de evitar sintomas de alterações cerebrais degenerativas associadas à demência ou outras doenças cerebrais, como doença de Parkinson, esclerose múltipla ou derrame.

Pesquisas sugerem que nosso nível de inteligência, que vem desde a infância, e nosso conjunto de experiências ao longo da vida, ajudam a construir reserva cognitiva e podem explicar as diferenças na reserva cognitiva entre nós. As experiências ao longo da vida incluem educação, ter uma ocupação envolvente e participar de atividades estimulantes, esta última idealmente combinando atividades de lazer, aprendizado e interações sociais.

Experiências de vida, como boa realização profissional, saudáveis contatos sociais, atitude mental positiva e fé em Deus, estão associadas a uma taxa mais lenta de declínio cognitivo no envelhecimento normal e redução do risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Estudos sugeriram que essas experiências de vida podem reduzir o risco de doença de Alzheimer em 35% a 40%.

Segundo o HealthBeat, boletim de saúde da Universidade de Harvard, pesquisadores desta universidade verificaram que a reserva cognitiva pode ser desenvolvida ao longo dos anos através da prática de: 1) ingerir uma dieta vegetariana; 2) praticar atividades físicas regularmente; 3) dormir o suficiente; 4) aprender a administrar seu estresse; 5) cultivar contatos sociais saudáveis e 6) continuar a desafiar seu cérebro, por exemplo, estudando mesmo na terceira idade, desenvolver uma habilidade nova como aprender algum instrumento musical ou outra atividade manual, cultivar uma horta, etc. Estes fatores devem ser praticados juntos porque isoladamente não são suficientes para prevenir o declínio mental.

Fontes: https://www.ageuk.org.uk/information-advice/health-wellbeing/mind-body/staying-sharp/thinking-skills-change-with-age/cognitive-reserve/

Healthbeat – Harvard School of Medicine – 25 Fevereiro 2023

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Notícias mortais

terça-feira, 14 de março de 2023

A morte abomina hipérboles e eufemismos

A morte abomina hipérboles e eufemismos

Importamos dos Estados Unidos a expressão fake news porque, para os brasileiros, até notícia falsa parece mais verdadeira se anunciada em inglês. Mas, com a criatividade que não nos falta, rapidamente ultrapassamos os americanos e todos os demais povos do mundo na produção de mentiras online. Pena que não exista Nobel para criadores de lorotas, calúnias, invencionices, desinformação e coisas afins, ou certamente algum brasileiro já teria ido a Estocolmo receber seu merecido prêmio. Ou talvez o prêmio fosse dado a nosso povo em geral, tantos são entre nós os praticantes dessa nova modalidade de comunicação.

Por exemplo: agora tornou-se comum anunciar (na CNN News se diz “repercutir” – mais um modismo!) a morte de alguém famoso. Só nesses últimos tempos “morreram” William Bonner e Silvio Santos. Acho que Ivete Sangalo também morreu. Outro que bateu as botas foi o presidente Lula, que está sendo substituído no cargo por um ator (infelizmente o artista teve que amputar um dedo para assumir o papel). E o mais interessante é que mesmo quando os falecidos vêm ao vivo informar que estão vivos, a notícia continua correndo, com muita gente chorando ou rindo, comemorando ou mandando mensagens de pesar para as famílias enlutadas.

Certa vez um jornal anunciou que Mark Twain tinha passado dessa para a melhor. Aliás, não sei se ele queria ir para esse “lugar melhor”, pois certa vez declarou que “Todo o humano é patético. A fonte secreta do humorismo não é a alegria, e sim a tristeza. No céu não há humorismo”. O autor de “O príncipe e o mendigo”, “As aventuras de Huckleberry Finn” e outros grandes livros, numa de suas muitas tiradas espirituosas, simplesmente comentou: “Foram um tanto exageradas as notícias de minha morte”. Mas na verdade com a morte não tem um pouco mais ou um pouco menos. Quem morreu, morreu. A morte abomina hipérboles e eufemismos.

Mas até sobre mim, o mais anônimo dos anônimos cidadãos deste município, já pesou a acusação de estar morto. Um tanto exageradamente, como diria Mark Twain, e a prova disso é que estou aqui digitando essa conversa fiada. Caminhava eu pelas calçadas quando notei que alguns passantes me olhavam com ar de espanto, talvez até de medo. Fosse de noite, não duvido que muitos sairiam correndo. Não é que eu seja bonito, muito pelo contrário, mas não chego a assustar as pessoas no escuro, menos ainda à luz do dia.

Não existe só uma Maria no mundo, mas falou-se numa delas, parece que todas as outras entram na conversa. Aconteceu que havia falecido um xará meu e houve quem pensasse que era a mim que a “Indesejada das Gentes” tinha vindo buscar. Ao me encontrarem na rua, aparentemente vivo, ficavam surpresos, sem saber se me davam parabéns ou pêsames.

O fato é que sobre cada um de nós, mais cedo ou mais tarde, essa notícia acaba se tornando verdadeira. É bem sensato este famoso conselho: “Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta”. O que me consola é saber que um triz após essa hora chegar para mim eu já estarei longe demais para me preocupar com isso. Mas não estou com a mínima pressa. Sou da mesma opinião que Woody Allen: “Eu não tenho nada contra a morte. Só não quero estar presente quando ela chegar”.

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Salão das Testemunhas de Jeová sofre atentado a bala na Alemanha

terça-feira, 14 de março de 2023

De acordo com informações da polícia de Hamburgo, cidade ao norte da Alemanha, pelo menos oito pessoas foram mortas, entre as quais, o autor dos disparos, durante um culto da congregação das Testemunhas de Jeová, no último dia 9. Os meios de comunicação do país germânico trataram o ocorrido com prudência, na sexta-feira, 10, com relação à natureza exata do ocorrido que deixou vários mortos e feridos. Mesmo os tabloides sensacionalistas em tais situações, evitaram utilizar o termo atentado terrorista, levantando a hipótese de que ele teria sido cometido por um fanático.

De acordo com informações da polícia de Hamburgo, cidade ao norte da Alemanha, pelo menos oito pessoas foram mortas, entre as quais, o autor dos disparos, durante um culto da congregação das Testemunhas de Jeová, no último dia 9. Os meios de comunicação do país germânico trataram o ocorrido com prudência, na sexta-feira, 10, com relação à natureza exata do ocorrido que deixou vários mortos e feridos. Mesmo os tabloides sensacionalistas em tais situações, evitaram utilizar o termo atentado terrorista, levantando a hipótese de que ele teria sido cometido por um fanático. Ainda segundo uma publicação no semanário Der Spiegel, o assassino seria um antigo membro da congregação, de cerca de 30 anos de idade.

Passava das 21h de quinta-feira passada, 9, quando a polícia foi acionada após uma série de tiros no interior de um salão pertencente a essa comunidade religiosa, situado numa rua entre os bairros de d´Alterdorf e de Gross Bortel, ao norte da cidade. A matança começou depois das 19h, enquanto se realizava um dos cultos semanais, são dois, organizado nesse Salão do Reino, nome que é dado pelas Testemunhas de Jeová ao seu lugar de reuniões.

Entre os oito milhões de seguidores dessa congregação religiosa recenseados noo mundo, cerca de 200 mil vivem na Alemanha, dos quais um pouco menos de quatro mil na cidade de Hamburgo. Na sexta-feira, 10, pela manhã, a polícia informou que oito pessoas tinham sido mortas, sendo uma delas um feto de sete meses, atingido na barriga da mãe, que conseguiu sobreviver. Entre elas, está o autor dos disparos. Segundo informações de outras fontes, oito outras pessoas foram feridas, sendo que uma delas está em estado grave.

No momento que os policiais entraram no térreo do Salão do Reino, no local dos disparos, escutaram um outro tiro vindo do andar superior. Ao subirem para saber do que se tratava, depararam com mais um morto, o provável autor da chacina. Identificado apenas como Philipp F, de 35 anos, que é um ex-membro da comunidade religiosa que tinha "ressentimentos", segundo a polícia local.

Como acontece nesses casos de chacinas, na Alemanha, a polícia fez vários comunicados nas redes sociais, pedindo à população para não difundir rumores infundados: “Nós trabalhamos sob forte pressão e nós apelamos para evitar discussões sobre os autores dos atentados ou o desenrolar dos fatos, assim como os insultos e comentários inoportunos”. Na manhã do dia seguinte, o chanceler alemão, Olaf Scholz, descreveu o incidente como um "ato brutal de violência", dizendo que seus pensamentos estavam com as vítimas e seus parentes.

Em um comunicado, a comunidade das Testemunhas de Jeová na Alemanha disse estar "profundamente triste com o terrível ataque a seus membros no Salão do Reino em Hamburgo após um serviço religioso". O prefeito de Hamburgo, Peter Tschentscher, declarou estar em choque e ofereceu suas condolências às famílias das vítimas.

Infelizmente, nos países europeus, nos Estados Unidos e no Oriente Médio, a população não está livre desses indivíduos, sejam fanáticos, revoltados ou desequilibrados mentais que, de um momento para o outro, põem a vida de pessoas inocentes sobre ameaça. Fica difícil para católicos, judeus, muçulmanos, e, agora, Testemunhas de Jeová fazerem suas orações em paz. Nem mesmo as crianças, em idade escolar, escapam a esses maníacos que espalham o pânico e o medo entre cidadãos pacatos que apenas querem desfrutar de uma pretensa liberdade.

(Fontes de informação: https://www.lemonde.fr/international/article/2023/03/10/allemagne-a-hambourg-une-fusillade-mortelle-dans-un-lieu-de-culte-des-temoins-de-jehovah_6164927_3210.html e a BBC News Brasil (O que se sabe sobre ataque a tiros em templo na Alemanha que deixou pelo menos 7 mortos).

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Parque Municipal

terça-feira, 14 de março de 2023
Foto de capa
(Fotos: Beth Reis)

O Parque Municipal Juarez Frotté, no bairro Cascatinha, está precisando de reformas urgentes. Suas instalações refletem o abandono com equipamentos danificados, portas, grades e janelas quebradas e muita sujeira. É preciso que a prefeitura tome uma providência urgente, pois o local costuma ser muito visitado, tanto por friburguenses, como pelos turistas que visitam nossa cidade aos fins de semana e feriados.”  

Moradores do bairro Cascatinha, com fotos de Beth Reis

 

 

 

O Parque Municipal Juarez Frotté, no bairro Cascatinha, está precisando de reformas urgentes. Suas instalações refletem o abandono com equipamentos danificados, portas, grades e janelas quebradas e muita sujeira. É preciso que a prefeitura tome uma providência urgente, pois o local costuma ser muito visitado, tanto por friburguenses, como pelos turistas que visitam nossa cidade aos fins de semana e feriados.”  

Moradores do bairro Cascatinha, com fotos de Beth Reis

 

 

 

  • Foto da galeria

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AVS tem sempre um achado que inspira poesia

segunda-feira, 13 de março de 2023

O Caderno Z, sob a regência de Ana Borges, não deixaria escapar os festejos do nascimento do poeta Castro Alves, 14 de março, que se tornou o Dia Nacional da Poesia. Nascido em 1847, na Bahia, na Vila de Curralinho, hoje cidade Castro Alves. Com uma vida terrena de apenas 24 anos, Castro Alves viajou em seu Navio Negreiro pelos mares bravios das lutas abolicionistas. Foi amigo de Rui Barbosa e no Rio de Janeiro conheceu Machado de Assis. O espaço estreito de sua existência foi suficiente para nos deixar uma obra literária de riquíssima importância, que o mantém vivo.

O Caderno Z, sob a regência de Ana Borges, não deixaria escapar os festejos do nascimento do poeta Castro Alves, 14 de março, que se tornou o Dia Nacional da Poesia. Nascido em 1847, na Bahia, na Vila de Curralinho, hoje cidade Castro Alves. Com uma vida terrena de apenas 24 anos, Castro Alves viajou em seu Navio Negreiro pelos mares bravios das lutas abolicionistas. Foi amigo de Rui Barbosa e no Rio de Janeiro conheceu Machado de Assis. O espaço estreito de sua existência foi suficiente para nos deixar uma obra literária de riquíssima importância, que o mantém vivo.

Ana Borges também nos trouxe um leque de informações que refresca o calor que o assunto provoca em nossa alma. É fascinante penetrar no mundo dos versos, das estrofes e do ritmo. Conhecer a métrica e a extensão do pensamento poético que, muitas vezes, não se limita em contagens silábicas para ganhar o mundo das inovações, abusando das sátiras, das metáforas e de todos os recursos que o nosso idioma dispõe para o enriquecimento literário. Manuel Bandeira, na Semana de Arte Moderna de 1922, viu sua obra “Os sapos”, na interpretação de Ronald de Carvalho, entre vaias e gritos ante o furor da plateia. No ritmo gostoso da redondilha menor, “Clame a saparia / em críticas céticas / não há mais poesia / mas há artes poéticas...”. Viva o sapo cururu!

Wanderson Nogueira diz: “Estou à procura de achados que ainda não encontrei.” – Mas isso soa incoerente, meu filósofo moderno, pois, mais adiante, “no meio da poesia”, eu acho sempre os seus achados: “Não sei quem é mais poeta. Se o autor que escreve ou se aquele que lê e entende até mesmo quando diz não compreender...”. De minha parte, eu acho que é possível, sim, “surpreender pensamentos que vivem nas luas de Saturno...”. Cecilia Meireles, Cora Coralina, Ana Cristina César, Elisa Lucinda, Adélia Prado, todas no “Z” num show de encantamento. E eu estou entre essas riquezas. Que honra de oportunidade! E minhas avencas “regianas” na foto? Elas nasceram pelo fundo da jardineira, lembrando José Régio: "...Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, / Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui...".

Linda e poética também é a nossa Praça Getúlio Vargas, agora “Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou, na última quinta-feira, 9, o projeto de lei, de 2018, de autoria do ex-deputado estadual Wanderson Nogueira. É uma história que se preserva, além do espaço físico encantador. Outro bem que precisa de preservação é o casarão da Vila Amélia. Na foto do exemplar Henrique Pinheiro, para os corações sensíveis é possível até imaginar o quanto as paredes guardam vivências, quantas histórias atravessaram as suas portas e hoje suas janelas se abrem e, nelas, apenas, a saudade se debruça para espiar o futuro incerto que lhe caberá. A charge de Silvério é um convite ao bom senso.

O 5º Festival Sesi de Robótica que acontecerá em Brasília, nos dias 15 a 18, terá a participação da Equipe Tucanus formada por 12 alunos do Senai-Sesi de Nova Friburgo. Os competidores entre 9 e 19 anos receberam instruções durante vários meses sobre programação e construção de robôs. Sucesso! Em “Sociais”, dois amigos fazem a festa: nesta segunda, 13, o aniversário de Vitor José, que trabalha na gráfica do nosso jornal. Na quarta-feira, 15, o gênio da charge, nosso ilustre Silvério, que nos abrilhanta com sua arte nas capas de A VOZ DA SERRA todas as quintas, sextas e sábados. Felicidades!

Enquanto se pensa em robótica, com máquinas quase humanas, há humanos programados para a violência. Em entrevista exclusiva, a delegada titular da Deam, Paula Loureiro, informou que o setor registrou 290 casos de agressões contra as mulheres só neste ano. Leis e mais leis são criadas e parece que coisa alguma intimida a intenção dos agressores. Quem sabe se a prática de artes marciais não vai dar bom resultado? O professor de muay thai, Vitor Paulo, aconselha: “Toda mulher deveria praticar uma luta”. Além das lutas diárias, mais essa para nós, meninas! Que luta!

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Mais um grande passo!

segunda-feira, 13 de março de 2023

O simpático casal Ubirajara Garcia do Canto, o Bira, e Leila Corrêa Garcia se encontra cada vez mais feliz com sua bela e amada filha, a Lívia Corrêa Garcia Canto. E não é para menos.

Estudiosa, inteligente e dedicada, Lívia após estudar por anos no Colégio Nossa Senhora das Mercês e por último, cursar Direito na Universidade Estácio de Sá, acaba de dar agora mais um passo importante com vista a sua caminhada profissional.

O simpático casal Ubirajara Garcia do Canto, o Bira, e Leila Corrêa Garcia se encontra cada vez mais feliz com sua bela e amada filha, a Lívia Corrêa Garcia Canto. E não é para menos.

Estudiosa, inteligente e dedicada, Lívia após estudar por anos no Colégio Nossa Senhora das Mercês e por último, cursar Direito na Universidade Estácio de Sá, acaba de dar agora mais um passo importante com vista a sua caminhada profissional.

Semana passada, aos 25 anos, e conforme mostra a foto, a Lívia que tem tudo para fazer uma brilhante carreira como advogada, recebeu sua Carteira da OAB, na 9ª Subseção em Nova Friburgo. O documento a habilita a exercer a profissão. Parabéns e sucessos!

Frizão, aniversariante do dia

Hoje, 14, o nosso querido Friburguense Atlético Clube, que nasceu em 14 de março de 1980 como fruto da fusão do Fluminense Atlético Clube e Serrano Futebol Clube, está completando seu 43º ano de gloriosa fundação.

Interesses italianos em alta

O simpático delegado da Câmara Italiana de Comércio e Indústria da Região Serrana, Alexandre Felizola, morador de Petrópolis e que aqui por nossa cidade possui diversos amigos, como André Montechiari, Roosevelt Concy e este colunista, entre muitos outros, está feliz e animado com a aproximação de sua delegacia com Nova Friburgo, inclusive devido às boas perspectivas e benefícios mútuos.

Uma constatação a mais disso, foi o recente encontro de Felizola, pela Delegacia da Câmara Italiana com o diretor do Centro de Cultura Italiana de Nova Friburgo, Alessandro Vianello, à esquerda na foto.

Super Yakisoba do Laje

O Lar Abrigo Amor e Jesus (Laje), que como todos sabem, desenvolve importantíssimo trabalho assistencial em Nova Friburgo, estará no próximo domingo, 26, realizando mais um de seus grandiosos eventos e que ninguém pode deixar de participar: o seu tradicional Yakisoba Solidário.

Os convites custam apenas R$ 25 para saborear por lá mesmo em meio as grandes atrações da festividade ou para retirar como delivery. Quem quiser adquirir os tickets antecipadamente pode se comunicar pelo telefone 2522-5130 ou acessar www.laje.org.br

Dia dos Fuzileiros Navais

Nesta quinta-feira, 16, 19h, a Umem (União de Militares Evangélicos da Marinha) através do seu presidente, o capitão de fragata Luiz Antonio Forma de Almeida e a Igreja Presbiteriana de Olaria por intermédio do seu pastor Roberto Emerick, convidam para especial culto.

O motivo será a celebração do “Dia do Corpo de Fuzileiros Navais” e quem, no entanto, não puder comparecer, poderá acompanhar a transmissão ao vivo pelo Facebook ou YouTube.

Agradecimentos merecidos

O leitor amigo André Ivan e seus familiares, através de solicitação apresentada a esta coluna, agradecem muito felizes ao competente e admirado médico coloproctologista, dr. Adriano Marques da Fonseca e equipe de profissionais do Hospital Municipal Raul Sertã, pela delicada cirurgia a que ele foi submetido com sucesso a partir de muita atenção e competência, no último dia 3.

É muito bom poder agradecer um atendimento eficaz de um hospital público e especialmente ao dr. Adriano, que como todos sabem é grande profissional médico e também presidente do Conselho Deliberativo da banda Campesina Friburguense. Trata-se de um dos aplaudidos clarinetistas daquela agremiação musical de nossa cidade.

Eleições sem concorrências

Os maçons brasileiros pertencentes ao GOB (Grande Oriente do Brasil) tiveram um compromisso especial no último sábado, 11, em suas respectivas lojas nas cidades pelo país afora.

Eles foram às urnas para participar das eleições para escolhas, sem que houvessem registros de mais de uma chapa no Estado do Rio, dos novos grãos mestres incluindo o de nível nacional, que fica sediado em Brasília.

Pelo Estado do Rio, o eleito grão mestre estadual para o período maçônico 2023-2028, foi André Luís Rosa dos Santos, tendo como seu grão mestre adjunto, Getúlio José Pereira. Já o grão mestre nacional eleito foi Ademir Cândido da Silva com o adjunto, Adalberto Aluízio Eyng. 

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Um encontro com Cristo no deserto para reconstruir o homem e o mundo

segunda-feira, 13 de março de 2023

Vivemos num mundo agitado, com muita pressa, desgaste das pessoas, barulho e movimentos de interesse e produção para ganhar dinheiro, poder e prazer. Somos atacados por todos os lados por propagandas, marketing, poluições visuais e sonoras, notícias sobre violência, injustiças, mortes e maldades. A era da informação vai mergulhando os seres humanos num jogo quase inconsciente de conexões, compartilhamentos, aprisionamentos tecnológicos que isolam a pessoa, afastando-a de um verdadeiro "encontro" com o outro.

Vivemos num mundo agitado, com muita pressa, desgaste das pessoas, barulho e movimentos de interesse e produção para ganhar dinheiro, poder e prazer. Somos atacados por todos os lados por propagandas, marketing, poluições visuais e sonoras, notícias sobre violência, injustiças, mortes e maldades. A era da informação vai mergulhando os seres humanos num jogo quase inconsciente de conexões, compartilhamentos, aprisionamentos tecnológicos que isolam a pessoa, afastando-a de um verdadeiro "encontro" com o outro. O próprio pastoreio e a espiritualidade podem ficar perdidos e abandonados em meio a tanto sufocamento de atividades, planejamentos e saturação de material midiático.

É necessário romper este ritmo frenético e inquieto, ansioso e angustiado, que no fundo reflete um vazio na alma. É preciso silenciar dentro do coração o sentido mais profundo de ser e de viver nesta missão terrestre. Fazer uma importante quaresma existencial, numa atitude prolongada de reflexão, oração, contemplação e gratuidade. Rezar... há quanto tempo não paro para, calmamente, sem olhar para o relógio, ficar em oração? Meditar a Palavra de Deus, saboreando sua força e sua sabedoria, alimentando o espírito com a confirmação da graça do Senhor, fortalecendo-me para dizer não ao mal e praticar sempre as boas obras do Reino?

Este é um bom tempo - a Quaresma -, uma ótima oportunidade para pararmos e olharmos para dentro de nós mesmos e percebermos o que deve mudar para sermos mais felizes, nos conformando com a "imagem e semelhança" divina que está gravada em nós, desde a criação e com a dignidade de filhos de Deus que nos foi transmitida pelo sacrifício redentor de Jesus Cristo, lavando-nos de todo pecado e nos abrindo as portas da salvação eterna.

Somente no encontro com o nosso eu, dentro de nós, no diálogo com o rosto amigo do Senhor, é que conseguiremos descobrir a nossa identidade mais pura e verdadeira, sem maquiagens, sem protocolos, sem máscaras. A nossa pessoa autêntica, amada infinitamente por Deus e pronta, segura também para amar o próximo com este amor gratuito. Um retiro. Isto mesmo. Precisamos de uma pausa de quando em quando na caminhada e na luta da vida para nos recompormos espiritualmente, recarregar a bateria do ideal, da missão impulsionada por Cristo, preparando a grande Páscoa do Redentor na nossa história.

Então, estaremos mais aptos para servir como Jesus serviu. Com total entrega e profunda caridade. Tomando a dianteira nos gestos e atos de misericórdia e doação pelos irmãos, especialmente os mais marginalizados e feridos, os mais frágeis e excluídos, os que passam fome, como nos propõe a Campanha da Fraternidade deste ano, na missão conjunta pelo bem comum.

A  partir do exemplo amoroso e libertador de Jesus Cristo, devemos assumir a nossa participação na construção de uma família social mais justa e solidária, onde a cidadania não esteja separada da santidade, mas ao contrário seja a sua consequência e sinal, prefigurando a cidadania do céu, onde, definitivamente, não haverá desigualdades, nem exploração do homem pelo homem, nem violações de direitos, nem discriminações, nem qualquer outro tipo de pecado pessoal nem corporativo ou social. A paz, a verdade e a justiça do Reino de Deus se abraçarão, plantadas já aqui, muitas vezes no deserto das máquinas ou numa selva de manequins. Mas nunca devemos abandonar o cajado e nem perder a alegria do anúncio do Evangelho revitalizador, com a graça do Senhor.  

Esforcemo-nos cada vez mais, nesta conversão pessoal, comunitária, pastoral e "ecológica" para servir mais e melhor à comunicação transformadora do Coração Misericordioso de Cristo.

 Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Enquanto a mulher acontece...

segunda-feira, 13 de março de 2023

Enquanto uma mulher nasce, o orvalho umedece a noite, pombos voam, tenistas entram nas quadras, cozinheiros descascam legumes, aviões decolam, brotos despontam nos galhos das orquídeas.

Enquanto uma mulher amamenta, galinhas chocam ovos, come-se saladas nos restaurantes, alunos chegam nas escolas, pessoas saboreiam sorvetes, escritores escrevem livros, eletricistas consertam a fiação das ruas, padeiros fazem pães.

Enquanto uma mulher nasce, o orvalho umedece a noite, pombos voam, tenistas entram nas quadras, cozinheiros descascam legumes, aviões decolam, brotos despontam nos galhos das orquídeas.

Enquanto uma mulher amamenta, galinhas chocam ovos, come-se saladas nos restaurantes, alunos chegam nas escolas, pessoas saboreiam sorvetes, escritores escrevem livros, eletricistas consertam a fiação das ruas, padeiros fazem pães.

Enquanto uma mulher chora, folhas secas caem das árvores, ventos derrubam ninhos de passarinhos, cachorros latem raivosos, canto das corujas invade a madrugada, lâmpadas queimam, borboletas lutam contra os vidros.

Enquanto uma menina-mulher descobre o amor, amigos se abraçam, vagalumes iluminam as noites, feirantes vendem maçãs, casais se deitam nas camas, trabalhadores voltam para casa, telefones tocam, bebês brincam com as mãos, namorados se beijam.

Enquanto uma mulher se torna adulta, crianças correm nas praças, médicos atendem pacientes em hospitais, calçadas ficam cheias de transeuntes, trens deslizam sobre os trilhos, ladrões são presos, garças ciscam na beira dos lagos, o sol desponta nos horizontes.

Enquanto uma mulher adoece, idosos tropeçam, chaves são perdidas na rua, motoristas ficam estressados nos engarrafamentos, mentiras são ditas, sapatos apertam os pés, mendigos pedem esmolas, estrelas se escondem atrás das nuvens.

Enquanto uma mulher aprende a falar e a andar, tenores cantam óperas, baleias azuis nadam em busca de alimento, navios de carga atravessam oceanos, velhos exercitam as pernas, carros trafegam nas estradas, professores ensinam matemática, ciclistas sobem trilhas nas montanhas.

Enquanto uma mulher se sente humilhada, raios cortam horizontes, desconfianças invadem ambientes de trabalho, ninguém pede perdão, a ingratidão encontra reinado nas cidades, brigas desintegram famílias, crianças machucam os joelhos.

Enquanto uma mulher engravida, circenses montam a lona dos circos, impressoras fazem cópias de documentos, dentistas tratam de cáries, elefantes se banham nos rios, onças brincam com seus filhotes, meninos jogam futebol, manicures cuidam das unhas de seus clientes.

Enquanto uma mulher amadurece, adolescentes choram, gatos miam, macacos pulam de galho em galho, chove, primaveras chegam, esportistas colocam gelo nas contusões, pessoas andam apressadas na rua, cortinas dos palcos são abertas, músicas são ouvidas ao longe.

Enquanto uma mulher envelhece, aviões desligam os motores, cachoeiras lavam as pedras com espumas, moinhos são movidos pelas águas, ônibus partem das rodoviárias, anoitece.

Enquanto uma menina adolesce, leitores pegam livros em bibliotecas, bailarinas deslizam nos palcos, beija-flores sugam o néctar das flores, ondas estouram nas praias, minhocas fazem buracos na terra, homens entram e saem das estações de metrô.  

Enquanto uma mulher morre, despedidas tomam conta dos aeroportos, amigos dizem adeus, chega a hora dos filhos saírem de casa, malas de viagem são fechadas, bilhetes são deixados em cima das mesas, salas ficam vazias à noite, há silêncio nos quartos. 

Enquanto uma mulher pinta as unhas, meninas pulam corda, malabaristas vestem fantasias, batons vermelhos são vendidos, perfumes são presenteados, cartas são escritas. 

Enquanto uma mulher perde a esperança...

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