Blogs

Micronarrativas

terça-feira, 28 de março de 2023

Escrever pouco e, ainda assim, dizer algo

Escrever pouco e, ainda assim, dizer algo

”Inutilia Truncat”, recomendavam os poetas árcades. Cortar o inútil é sempre um bom conselho, tanto na vida quanto na literatura. Esquecer aquela mágoa tão antiga, livrar-se das roupas há muito penduradas nos cabides, tirar do texto as palavras inutilmente penduradas nas frases. Como tão bem fazia Graciliano Ramos, como fez sobretudo em “Vidas Secas”. Bem sei que há obras, como as de Guimarães Rosa, que são oceanos de palavras, mas só quando se é Guimarães Rosa é que se pode navegar pelos mares e dicionários conhecidos e ainda inventar outros tantos. Nos demais casos, é uma grande qualidade ser econômico e mesmo avarento ao escrever (e não menos ao falar). Além do que, como ensinou Winston Churchill, “das palavras, a menor; das menores, a mais simples”.

Um exercício interessante para ir-se libertando do palavrório é dedicar-se à criação das chamadas micronarrativas: nanocontos, microcontos, minicontos. São contos, como o nome indica, mas geralmente limitados a 50, 150, 300 caracteres respectivamente, considerando-se como tal não apenas as letras, mas também a pontuação e os espaços, ou seja: qualquer toque no teclado. É um desafio sintetizar em poucas palavras uma ideia, uma emoção, um sentimento. A partir de um estímulo ocasional, contar uma história. Ou, na verdade, apenas lançar uma isca, convidando o leitor a usar a imaginação e a criatividade para mentalmente concluir o que no texto é sugestão e lacuna.

Ultimamente tenho feito esse desafio a mim mesmo. E hoje convido você a ser coautor/a dessas tentativas de escrever pouco e, ainda assim, dizer algo que mereça a atenção e a reflexão dos leitores. Eis aí alguns dos meus microcontos. Conto com a sua parceria para que eles, afinal, “digam” alguma coisa que valha o tempo de terem sido lidos.

CONTRATEMPO - Homem segurando a mão da mulher:

─ Mas o Flamengo atrapalha em quê?

─ O Alfredo não vai sair de casa hoje. Vai ficar vendo o jogo pela TV.

DESCUIDO - Contemplei admirado a madeira maciça da porta que meu amigo fechava. No hospital, lamentei gemendo não ter tirado a mão a tempo.

TREVAS - Emocionado, abraçou a filhinha e suavemente tocou em seu rosto. Todos diziam que ela era linda. Queria tanto não ser cego!

SINA - Desde criança tinha um medo horrível de morrer engasgado. Até o dia em que um caroço de azeitona pôs fim a todos os seus medos.

DESCOBERTA - Tinham sido namorados. Ao reencontrá-la dez anos depois, olhou o menino que estava com ela e compreendeu que era pai.

GATILHO - Ele sabia por quem os sinos dobram e que o sol também se levanta. Mas, apesar de ter dado adeus às armas, pegou a espingarda e a colocou sob o queixo.

VOO - A estrada era muito sinuosa. “Não corra tanto”, ela pediu. Mas ele não lhe deu ouvidos e na curva seguinte as palavras dela caíram no vazio.

SURPRESA - Voltou mais cedo, disposto surpreender a mulher e levá-la para o quarto. Quase enfartou ao constatar que os dois lugares da cama já estavam ocupados.

PÁ DE CAL - Devia ter feito as pazes com o pai, ia pensando enquanto Segurava a alça do caixão.

PÊNALTI - O Saci Pererê chutou a bola e fez o gol, mas levou o maior tombo.

ROMANCE - Era um homem bonito, apaixonado e ... solteiro. Tereza viveu feliz com ele, até o dia em que uma mulher com duas crianças bateu na porta da casa dela.

PRIMAVERA - Luisinho apaixonou-se pela prima Vera. O parentesco não era problema. O problema era ele ter oito anos, ela ter vinte e cinco e ser noiva do Marcão.

RIQUEZA - Gouveia era um sujeito que vivia para juntar dinheiro. Aos trinta, já possuía uma fortuna que dava para ele viver 200 anos. Morreu aos trinta e dois.

LOUCURA - Na família, só ele são. Pai, Getúlio Vargas; irmã, Princesa Isabel. Após visitá-los no hospício, saiu decidido a proclamar a Independência do Brasil.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Dada largada para o jubileu de ouro da turma de Medicina da UFF 1974

terça-feira, 28 de março de 2023

O último sábado 25, marcou, também, mais um encontro do grupo Veloso, um segmento dos alunos da faculdade de medicina da UFF (Universidade Federal Fluminense), que moram no Rio de Janeiro e que se encontram já vai tempo. Antes, esses encontros eram no famoso Bar Veloso, no Leblon, e depois da pandemia passaram a ser feitos na Academia da Cachaça, no mesmo bairro da zona sul carioca.

O último sábado 25, marcou, também, mais um encontro do grupo Veloso, um segmento dos alunos da faculdade de medicina da UFF (Universidade Federal Fluminense), que moram no Rio de Janeiro e que se encontram já vai tempo. Antes, esses encontros eram no famoso Bar Veloso, no Leblon, e depois da pandemia passaram a ser feitos na Academia da Cachaça, no mesmo bairro da zona sul carioca.

Essa turma, formada em junho de 1974 tinha alunos de vários cidades e estados brasileiros, a saber a Guanabara (na época o Estado do Rio de Janeiro tinha como capital a cidade de Niterói e a cidade do Rio de Janeiro era a capital do extinto Estado da Guanabara, também conhecido como cidade-estado), além dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Amazonas. Como podemos notar essa turma está próxima de completar seu Jubileu de Ouro, pois ano que vem, 2024, completará 50 anos de formada.

Esse primeiro encontro do ano, normalmente acontece todos os meses, com exceção de dezembro, janeiro e fevereiro, e serviu também para definir o local do grande encontro comemorativo a ser realizado em setembro, do ano da graça: 2024.

Como a faculdade fica no Rio de Janeiro e a maioria da turma oriunda de Niterói, do Rio, e do interior do estado todos os eventos que foram feitos a cada cinco anos, desde a formatura, foram no Estado do Rio de Janeiro, a saber Niterói, o primeiro; Friburgo; Teresópolis, por duas vezes; Cabo Frio; Mangaratiba; Angra dos Reis e Conservatória (distrito de Valença).

Todas as cidades tiveram seus prós e contras, mas Mangaratiba, mais especificamente o Hotel Porto Belo, foi o escolhido para a grande comemoração. Afinal 50 anos é uma vida e, ao contrário do passado, felizmente, os óbitos diminuíram não só pelo avanço da medicina preventiva, mas em função das pessoas se cuidarem mais e levarem a saúde mais a sério. Nossa turma até agora, graças ao bom Deus, perdeu poucos colegas.

A escolha do Porto Belo se deu em função de ser um local que concentra as pessoas, pois o hotel oferece pensão completa, de muito boa qualidade, tem várias atividades, piscina além de uma praia nos fundos do estabelecimento e com muitos quartos que ao abrir-se a porta já se pisa na areia da praia. Pode-se fazer passeios de barco pela baía de Sepetiba e caminhadas pelo condomínio Porto Belo que tem uma área muito extensa. No entanto, o mais importante é que os colegas vão poder ter um convívio diário, durante pelo menos três dias, sem a necessidade de saírem, pois, as refeições serão em conjunto. Isso torna a estadia mais acolhedora e mais intimista. Afinal, após a formatura cada um seguiu a sua vida profissional e existe uma dispersão natural.

É claro que temos conhecimento de várias turmas de não importa qual o segmento que se encontram pelo menos uma vez por ano; no entanto, só comparece um número limitado de colegas por isso a importância de um encontrão e num local que concentre as pessoas. Mas, encontros muito grandes geram custos e não podem ser anuais, por isso costumam ser mais espaçados, geralmente de cinco em cinco anos.

Foi um sábado muito proveitoso onde encontrei amigos mais chegados, num ambiente descontraído e, como não podia deixar de ser, de recordações dos tempos de estudante, dos acontecimentos engraçados ou sérios dos tempos de faculdade e dos amigos que já se foram. Dessa vez não tive como ficar no Rio e mesmo indo e vindo para Friburgo, no mesmo dia, o cansaço foi mitigado pela alegria de rever os amigos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é Nova Friburgo percorrendo o mundo!

segunda-feira, 27 de março de 2023

Nas águas finais de março, em alto estilo, o Caderno Z é todo uma ternura só para abordar um tema delicioso – “Avós, Versão 2.0”. Quando vi o assunto, pensei logo na minha condição de avó de Júlia. Porém, antes de tudo, fui neta de vovó Mariana, de quem guardo lindas lembranças. É mesmo “um vínculo especial” e, de minha vovó, me chega o aroma inconfundível do macarrão com galinha, aos domingos. O doce de figo no Natal e os bolos de aniversário com recheio de goiabada, cobertos de suspiro com raspinhas de limão eram algumas de suas habilidades imperdíveis.

Nas águas finais de março, em alto estilo, o Caderno Z é todo uma ternura só para abordar um tema delicioso – “Avós, Versão 2.0”. Quando vi o assunto, pensei logo na minha condição de avó de Júlia. Porém, antes de tudo, fui neta de vovó Mariana, de quem guardo lindas lembranças. É mesmo “um vínculo especial” e, de minha vovó, me chega o aroma inconfundível do macarrão com galinha, aos domingos. O doce de figo no Natal e os bolos de aniversário com recheio de goiabada, cobertos de suspiro com raspinhas de limão eram algumas de suas habilidades imperdíveis. Eu era a sua “Betizinha” e a brandura do seu falar é a “música ao longe” que toca em meus ouvidos. Os tempos mudaram e pode até ser que as vovós não façam mais o macarrão com galinha e que os vovôs não estejam de pijama depois das seis. Entretanto, o afeto é o mesmo e a modernidade trouxe novas formas de vivências, até mesmo, à distância.

“A arte de ser avó” é um texto prazeroso de se ler, é a alma branda e amável de Raquel de Queiroz a nos dizer: “Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente caem do céu. É, como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade...”. Embora uma nova pesquisa europeia aponte que “cuidar dos netos não faz os avós se sentirem mais jovens”, há uma gama de benefícios fluindo nessa relação: menor risco de depressão, problemas atenuados, aprendizagem mútua e única e, em especial, os avós tendem a se sentir mais saudáveis.

Pais, filhos, netos e avós, tudo é valioso na constelação familiar. E o que dizer dos amigos, das pessoas com as quais partilhamos nossa existência? O que dizer sobre a oportunidade de lermos Wanderson Nogueira no “Z”? Seja em dias de chuva ou de sol, há sempre luzes faiscando de sua alma de poeta: "Dias nublados apenas escondem o sol. Ele está lá, acima das nuvens. Pode ser que não o vejamos, que não o sintamos. Mas ele segue lá, clareando o dia, permitindo a fotossíntese, regulando mares e alimentando a vida. Nuvens se dissipam pelo vento ou em chuva. Se ventar demais – voe. Se chover - lave a alma! Ou apenas observe o ciclo. O tempo vai abrir... ". Palavreando, que lindo!

E o tempo sempre abre para quem segue em busca de um sonho, como tem feito a jovem atleta Lívia Melo, destaque no futebol feminino de Nova Friburgo. Agora, aos 18 anos, Lívia começou a jogar futebol aos 11 anos de idade, numa trajetória que culmina com a oportunidade de jogar no Maricá Futebol Clube. Líder com a bola nos pés, Lívia entra em campo para driblar “os percalços e desafios”, correndo atrás das condições financeiras para cobrir as despesas de locomoção e alimentação no período dos treinos, durante três meses, até uma possível contratação. Vamos ajudar!

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou a redução do preço do diesel, e admitiu sobre a gasolina: “Sempre que pudermos vender mais barato, vamos fazê-lo”.  Que outros setores façam o mesmo! Com a baixa da pandemia, o modo de trabalho home office ainda é uma opção, mas nem todos se adaptaram ao sistema, preferindo o trabalho fora. A propósito, dizem alguns líderes de empresas que “metade das reuniões é inútil” já que os assuntos “poderiam ser resumidos a um e-mail”.

O Cão Sentado, na charge de Silvério, esbraveja: “Maus-tratos contra animais é crime”. Nova Friburgo assim cai no conceito: “três prisões e 60 boletins de ocorrência em um ano”. A terceira cidade com maior número de agressões a pets do Estado do Rio de Janeiro. E muitas das ocorrências foram praticadas por seus “donos”. Que triste!

O Dia do Grafite, 27 de março, não poderia passar em branco! A exemplo, o Espaço Arp, que tem sido palco de lindas criações, cada vez mais nos brinda com maravilhosos murais de arte urbana. Thais Morete, deixando sua arte no local, destaca: “É importante reforçar que a arte urbana é totalmente diferente do vandalismo...”. Sem dúvida alguma, é um presente que põe brilho na alma da gente. Cores, vida e talentos!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Debutando

segunda-feira, 27 de março de 2023

Numa conexão de alegrias e contentamentos, unindo Nova Friburgo e São Paulo, a querida Júlia Barroso Maciel (foto) estará celebrando em breve com seus pais Guilherme e a médica Anny, e a irmã Manuela, seus 15 anos de vida. A comemoração especial acontecerá nas férias escolares de julho, quando a família, que atualmente reside em São Paulo, viajará para Dubai e Tóquio (Japão).

Aqui em Nova Friburgo, a avó Marly, os tios Erika e Guilherme e os primos, enviam, junto com este colunista, os parabéns e votos de muitas felicidades para a jovem aniversariante.

Numa conexão de alegrias e contentamentos, unindo Nova Friburgo e São Paulo, a querida Júlia Barroso Maciel (foto) estará celebrando em breve com seus pais Guilherme e a médica Anny, e a irmã Manuela, seus 15 anos de vida. A comemoração especial acontecerá nas férias escolares de julho, quando a família, que atualmente reside em São Paulo, viajará para Dubai e Tóquio (Japão).

Aqui em Nova Friburgo, a avó Marly, os tios Erika e Guilherme e os primos, enviam, junto com este colunista, os parabéns e votos de muitas felicidades para a jovem aniversariante.

Mais vivas ao Braulio!

Como nunca é demais felicitar pessoas realmente especiais e que merecem ser cumprimentadas sempre, as congratulações desta coluna, além do registro de A VOZ DA SERRA na edição do último fim de semana, vão para o  admirado empresário e presidente da CDL e do Sincomércio de Nova Friburgo, Braulio Rezende. Ontem, 27, ele estreou nova idade. Parabéns!

Leonardo com nova idade

Amanhã, 29, quem certamente passará o dia recebendo cumprimentos de amigos por completar 43 anos de idade, é simpático Leonardo Couto, dedicado funcionário público e que na foto é visto junto a amada esposa Chirley e os filhos Maria e Bernardo.Ao Leonardo, os parabéns desta coluna pela especial data.

No Riocentro, dito e feito!

Confirmando o que esta coluna apresentou em primeira mão na edição do dia 7 deste mês, hoje, 28, um grupo de empresários friburguenses dos segmentos de supermercados, panificações, hotéis, lanchonetes e distribuidores, viajam ao Riocentro, na capital, para participar da 33ª edição do evento Trade Show das Américas -  ExpoFood 2023.

Vivas ao Marcelo

O último sábado, 25, foi de muitas alegrias e felicidades para o simpático amigo Marcelo Buzzios de Barros, em razão de seu aniversário de 45 anos de idade, comemorado com ótimo churrasco e animado show de forró.

Ao grande Marcelo, na foto junto da querida esposa Vanderléia Novaes Azelman, nossos cumprimentos com votos de muitas felicidades.

Via Sacra em Riograndina

Na Sexta-feira Santa, dia 7 abril, em muitas comunidades católicas será realizada a Via Sacra. No distrito de Riograndina, a   Paróquia Nossa Senhora do Rosário organiza um evento especial, às 17h.

Conforme o padre Roberto José Pinto, o convite é aberto para todos que queiram se engajar naquele exercício de piedade, que consiste em relembrar o doloroso caminho que Jesus Cristo fez, da Santa Ceia até o Monte Calvário, encenado brilhantemente pela comunidade riograndinense.

Fora aquela imperdível encenação da Via Sacra no dia 7, o padre Roberto lembra que sua igreja e comunidade contam com vasta programação que começa no Domingo de Ramos, próximo dia 2, e prossegue diariamente com várias realizações religiosas e atrações sociais que se estenderão até o dia 9.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Quem tem medo da cruz? Meditação para a Quaresma e Semana Santa

segunda-feira, 27 de março de 2023

Aproxima-se a Semana Santa. Neste final de Quaresma, façamos uma profunda reflexão-preparação espiritual. Quem tem medo da cruz? Resposta: todos nós. Não fomos feitos para a cruz. Fomos gerados para a luz, para a vida. A cruz assombra, assusta, frustra, entristece. Faz fenecer todo sonho, o brilho dos olhos, a paz do coração. Faz perecer o voo, o projeto da ave, agora amarrada e sangrada. A cruz é terrível. É o nada travestido de dor, o vazio do abandono, o frio do desmonte existencial.

Aproxima-se a Semana Santa. Neste final de Quaresma, façamos uma profunda reflexão-preparação espiritual. Quem tem medo da cruz? Resposta: todos nós. Não fomos feitos para a cruz. Fomos gerados para a luz, para a vida. A cruz assombra, assusta, frustra, entristece. Faz fenecer todo sonho, o brilho dos olhos, a paz do coração. Faz perecer o voo, o projeto da ave, agora amarrada e sangrada. A cruz é terrível. É o nada travestido de dor, o vazio do abandono, o frio do desmonte existencial.

Quem tem medo da cruz? Todo ser sensato tem. Mas a pergunta é outra: quem ou o que venceria o Amor? O que ou quem derrotaria a Luz? E a Luz e o Amor têm nome - Jesus, o Homem-Deus Salvador. Não que a cruz não pese ou não doa. Mas, a presença do seu Amor é mais forte do que a morte! O que é a dor do parto em relação à infinita alegria do filho-fruto? O que é a dor do sofrimento terreno perante a alegria estrondeante da eternidade que já pulsa e vibra dentro de nós?

Cristo venceu a cruz, porque era todo Amor. Ele sabia que o Pai não o deixaria. Até por um momento de solidão estremeceu e oscilou na segurança. Mas seu espírito estava entregue. Ele era plena comunhão de Amor e de Luz com o seu Pai. E o Espírito estava com Ele. Ele atravessou o deserto da fome e da sede, do calor e do vento gélido. Ele perseverou fiel na dureza das tentações. Sempre nos nossos momentos de fraqueza aparecem as portas largas do fácil e do mal. É mais cômodo jogar a toalha. É mais prático também mais covarde abandonar o navio, a luta, a causa. Perder os princípios, compactuar com a mentira. Fazer o jogo, vender a alma, ganhar tesouros, curtir o egoísmo-prazer. Adorar o poder, garimpar o dinheiro. É o movimento-alucinação do mundo, do nosso mundo roleta russa. Salve-se quem puder!

Ao contrário, o Mestre sustentou a caridade com a fibra do despojamento e da humildade, com a força divina da constância. A estabilidade do Bem, sem máscara, sem terceiras intenções, sem hipocrisia, sem autopromoção. A generosidade sempre pronta daquele que tinha no cotidiano de cada dever-missão o tempero do sentido maior do coração: a felicidade do outro, o crescimento do irmão-amigo, a salvação da amiga-irmã.

A cruz só prevalece quando não temos a Luz e o sentido! Quando possuímos um porquê, então fazemos a oferenda, entregamos o sacrifício. Cada dor é doação, é oferta. É "por eles" que caminhamos. É "por eles" que sofremos. É "por eles" que não desistimos e enfrentamos tudo e não cedemos à infidelidade. É "por eles", gratuitamente, já nos dispensando do "obrigado" e da necessidade lógica da gratidão e do retorno. Como é o Amor de Cristo, puro e gratuito, só para que todos nós nos libertássemos. E isso já é uma imensa felicidade!

Se pudermos plantar a semente e fazer crescer alguém, isto já é um bálsamo de Deus que diz a nós ao ouvido e ao coração: "É por aí! Vai, continua, sê feliz!" Não importa o peso do madeiro, mesmo que diário. Transcenderemos o calvário, os chicotes, as cusparadas, as zombarias, a lança da traição, a sensação de abandono... Não fugiremos da missão, pois o nosso sangue é semente, nossa vida é geradora de tantas vidas e esperanças. Se a cada passo o Amor ilumina, a cruz que era nada, se torna instrumento-caminho do Tudo. O que era fim se transforma em meio. O que aniquilava, agora amadurece e reforça o valor da meta. O muro aparentemente intransponível é, na verdade, somente um obstáculo para o corredor que tem como ideal a coroa de louros da vitória. E assim nos libertamos e corremos no certame que nos é proposto rumo à realização eterna de Deus.

Não queremos ser escravos de ninguém, de nada, nem de nós mesmos. Foi para que fôssemos livres que Cristo nos redimiu, que Ele derramou total e resignadamente seu sangue, vendo em cada dor a nossa liberdade, em cada chicotada, o nosso riso, em cada bofetada, a nossa canção, na coroa de espinhos, a nossa glória. Persevera quem ama. De novo retorna a mente a pergunta: Quem tem medo da cruz? Todos nós temos medo da dor. Mas temos muito mais confiança no Amor que vence o tempo, a força, a mentira e a maldade, porque tem o Poder e a perenidade da Verdade - a única estrada que nos pode dar a vitória-felicidade-ressurreição!

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

As formigas e as flores do manjericão

segunda-feira, 27 de março de 2023

Noutro dia, de manhã, com resto de sono guardado no corpo, fui jogar o lixo na lixeira, que fica ao lado do canteiro onde estão plantados pés de manjericão. Ao me abaixar vi uma fileira de formigas carregando pequeninas flores brancas caídas no chão, algumas quase do tamanho dos insetos que as transportavam incansavelmente. Como estava relaxada e com a hora sem estar contada, fiquei as observando com admiração, pensando no trabalhador braçal, na minha família composta por pessoas que dedicaram anos e anos ao trabalho; minha avó foi enfermeira de posto de saúde e minha mãe bibliotecária.

Noutro dia, de manhã, com resto de sono guardado no corpo, fui jogar o lixo na lixeira, que fica ao lado do canteiro onde estão plantados pés de manjericão. Ao me abaixar vi uma fileira de formigas carregando pequeninas flores brancas caídas no chão, algumas quase do tamanho dos insetos que as transportavam incansavelmente. Como estava relaxada e com a hora sem estar contada, fiquei as observando com admiração, pensando no trabalhador braçal, na minha família composta por pessoas que dedicaram anos e anos ao trabalho; minha avó foi enfermeira de posto de saúde e minha mãe bibliotecária. Também pensei no meu trabalho, agora voluntário, na Academia Friburguense de Letras. E lá continuavam as formigas, numa marcha infinita e em pacífico silêncio, sob o sol que começava a esquentar. Resilientes e firmes, cumpriam suas obrigações.

Incrivelmente, à noite, uma cigarra adentrou minha sala. Agitada e só, ia se debatendo pelas paredes e cúpulas de abajur, fazendo barulheira. Cada vez mais desesperada, o inseto cantava alto. Fiquei agoniada tentando salvá-la, mas ela voava e cigarreava. Fechei as luzes e abri as janelas. Não a vi sair. No dia seguinte de manhã, fiz uma busca minuciosa pela casa e não a encontrei. “Ufa, ela deve ter reencontrado a liberdade”, suspirei aliviada. 

Fui caminhando dia afora refletindo sobre a fábula de Esopo, “A cigarra e a formiga”, adaptada para o francês por La Fontaine, as formigas carregando alimento em procissão divina e a cigarra atordoada fora do seu habitat e enfrentando paredes. Cheguei à conclusão que o mundo precisa de cigarras e formigas. As formigas são trabalhadoras, organizadas e trazem grandes benefícios para a natureza. As cigarras fazem parte da cadeia alimentar e são consideradas pragas para algumas culturas. Ah, as diferenças individuais e os valores presentes em cada pessoa... quem é semelhante a alguém?

Esopo foi genial ao contar que a cigarra foi acolhida pelas formigas para diverti-las através da dança ou cantoria. Imaginem se as formigas não abrissem a porta para a cigarra entrar e cantar durante o inverno, tempo em que elas deveriam ficar reclusas?

Nem lá com as formigas, nem cá com as cigarras. Não estamos inseridos num universo multifacetado de realidades distintas? O importante é que façamos a vida acontecer com criatividade. 

E o manjericão?

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

​Imposto sem multa só até segunda-feira

sábado, 25 de março de 2023

Edição de 24 e 25 de abril de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

 Manchetes

 Imposto sem multa - Últimos dias do prazo de entrega das declarações do Imposto de Renda, para quem ganhou mais de Cr$ 7.600. Multa, perda do direito de parcelamento e não recebimento dos cofres públicos serão castigos para quem apresentar o documento fora do prazo.

Edição de 24 e 25 de abril de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

 Manchetes

 Imposto sem multa - Últimos dias do prazo de entrega das declarações do Imposto de Renda, para quem ganhou mais de Cr$ 7.600. Multa, perda do direito de parcelamento e não recebimento dos cofres públicos serão castigos para quem apresentar o documento fora do prazo.

Tempo e dimensão - A partir do momento em que o dr. Feliciano Costa deixou a Prefeitura Municipal, o seu governo de dois anos, cresce em função do tempo e de dimensão. Inegavelmente foi o maior prefeito do Estado do Rio, que sem deixar de ser popular, afinou decisiva e naturalmente com os ideais da Revolução. Procedeu a um governo sério; áspero às vezes, mas sempre popular, eficiente e diligente. Para comprovar seu êxito administrativo, aí estão a moderníssima Faculdade de Odontologia, a Unidade Sanitária de Olaria, os novos ônibus da Viação Friburguense e o Mercado do Produtor.  

Câmara Municipal arruma a casa - Com sete diplomas de vereança embaixo do braço e provando ser um autêntico homem do povo, o vereador Alencar Pires Barroso, assumiu a presidência da Câmara de Vereadores e está justificando a escolha de seus pares. Tanto na condução dos trabalhos legislativos, onde faz sobressair sua inteligência arguta e instintiva, como no trato com as bancadas políticas que formam o Legislativo. Alencar está reformando inteiramente a Câmara Municipal, dotando suas velhas instalações de inovações que visam dar maior conforto e tranquilidade para os partidos e para os vereadores. Alencar quer fazer do Legislativo Municipal uma casa apresentável e que não envergonhe os friburguenses e aqueles que nos visitam. Por isso, espera o apoio do Executivo Municipal.

Juvenal é o novo imortal - Um dos nossos colaboradores mais ilustres, acaba de ingressar no reduzido e seleto clube dos imortais. Trata-se de Juvenal Marques, um nome que é uma legenda no jornalismo friburguense. Um dos fundadores deste semanário, fundador e diretor do respeitado Friburgo Jornal, poeta, escritor, intelectual, dinâmico e ativo Juvenal tudo somava para receber o titulo que lhe foi concedido, de membro do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes do Rio de Janeiro 

Gente & Coisas

 ●     Todo louvor para Italo Spinelli, até agora. Não se tem desgastado. Procura dar cumprimento integral a um mandato recebido do povo de Friburgo. Não bajula prefeito. Não se imiscue em brigas internas de apaniguados. Está sempre preocupado em resolver problemas de base,  no que concerne aos interesses do município. Enfim, está me saindo um Senhor Vice-Prefeito. 

●     O jornalista Sylvio Fonseca foi demais. Por tudo que fez em relação ao passamento do nosso amigo Américo Ventura Filho, ele está a merecer não só a gratidão de A Voz da Serra, como também a gratidão dos amigos e parentes do nosso pranteado ex-diretor.

●     Ninguém dá valor a Biblioteca Municipal. Talvez seja algo dos mais organizados em Nova Friburgo. É coisa para ninguém botar defeito nela, apesar do pouco apoio que está recebendo do Executivo. 

●    O turismo de Friburgo sofre uma série de males, todos eles ligados à ausência de infraestrutura turística. Mas, enquanto isso, seria bom que os restaurantes da cidade não cobrassem dos turistas preços escorchantes. 

●    É preciso que alguém, devidamente capacitado, possa falar - ou biografar? - esta figura de homem público que se chama Augusto Claudio Ferreira. Ele é juiz do Trabalho e, pelas nossas pesquisas, não têm sentenças reformadas em instâncias superiores. É um homem que vive todos os problemas de Friburgo. É provedor do Hospital Santo Antônio, do Rotary, do Lions. É um homem excepcional.  

E mais…

 Rotary: Nova direção

Tião: Uma tradição que se foi

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Lázaro Matheus Garcia (26); Wilson Campos e Yedda Pinheiro (27); Norma Tavares, Lygia Maria Carpenter Meyer e Mário Silva (29); Joaquim Pereira Bispo, Sergio Baptista Moreira e Telma Rocha (30).

(*) estagiária com supervisão de Henrique Amori

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Dias nublados

sábado, 25 de março de 2023

Deixa a vida surpreender, mesmo que tudo pareça ruim. Até pilha para funcionar precisa de positivo e negativo. Um dia a gente está por cima, outro por baixo e por mais que pareça clichê, essa é uma realidade das nossas travessias pela vida. 

Como dizem os adolescentes: “quem nunca chutou o balde para ir buscar depois”? Às vezes, é preciso chutar o balde mesmo, ainda que todas as previsões indiquem: “vai lá, meu filho, corre e traz o balde de volta”. Tudo a seu tempo. 

Deixa a vida surpreender, mesmo que tudo pareça ruim. Até pilha para funcionar precisa de positivo e negativo. Um dia a gente está por cima, outro por baixo e por mais que pareça clichê, essa é uma realidade das nossas travessias pela vida. 

Como dizem os adolescentes: “quem nunca chutou o balde para ir buscar depois”? Às vezes, é preciso chutar o balde mesmo, ainda que todas as previsões indiquem: “vai lá, meu filho, corre e traz o balde de volta”. Tudo a seu tempo. 

Dias nublados apenas escondem o sol. Ele está lá, acima das nuvens. Pode ser que não o vejamos, que não o sintamos. Mas ele segue lá, clareando o dia, permitindo a fotossíntese, regulando mares e alimentando a vida. Nuvens se dissipam pelo vento ou em chuva. Se ventar demais – voe. Se chover - lave a alma! Ou apenas observe o ciclo. O tempo vai abrir...      

Tem roupa para lavar e se pendurar meias é chato, mais chato ainda é ter que recolher cada peça do varal. Porém, nada supera a maldita tarefa de passar camisa de botão manga longa. Mas ainda sim é melhor ter roupa para lavar, estender, recolher e passar do que não ter o que vestir. Ah, se pudéssemos andar pelados…

Se joelho ralado dói, unha encravada dói mais ainda. É preciso valorizar ter pernas e mãos. Coração então: sofre. Mas ter coração é ter espaço para essas paixões avassaladoras e até esses vazios que pesam. Alma. Tenha alma! É preciso perceber que se tem. Agora. Eternidade é algo tão longínquo para sofrer por ela. 

As coisas vão se resolver. Sei que angústia fabrica ansiedade, mas ambas juntas não fazem bem. Disso, sei. Quem nunca experimentou, fuja agora dessa mesa de bar! 

- Mais ópio, por favor. 

Fuja desses dias! Não para se autoenganar. Para suavizar. Para se entender, sem a pretensão de encontrar respostas. Isso não é prova de concurso público de múltipla escolha. 

Eu gosto mesmo é de filosofia. Elizabeth sabe disso. Não sou trovador como ela, mas nós gostamos de poesia. Quando filosofia e poesia se misturam, compreendo que talvez sejam indissociáveis. 

Viver é bom, mas nem sempre a vida é bela. Aí, a gente fantasia mesmo, porque embrutecer é para essa gente de extrema direita e de extrema esquerda que não sabe sorrir, mas se autointitula dona da verdade. Tem muitas causas no mundo, muitas revoluções por fazer e se se perde a ternura, serão falsos esses discursos militantes que só alimentam egos pastorais. 

Entre qualidades e defeitos, perfeito é aquilo que não precisa mais se modificar. Cruzes. Melhor ser esse inacabado que ainda pode se acrescentar de vida, venha a música que vier a tocar. E dance com ela, mesmo que não saiba os passos. A gente se adapta. E foram as adaptações ao longo dos séculos que nos trouxeram até cá e nos levarão até lá, seja o que for lá, mesmo que apenas a sexta nota musical. 

Não viemos do caos, do Big Bang? Somos partículas das estrelas. Por mais que eu diga tudo isso para mim mesmo, sei que não é fácil ser leveza no caos. Mas na explosão de boletos, problemas, pés na bunda, trânsito e ressacas é que surgem planetas de gargalhadas, beijos, abraços, emoções, pessoas… Que se tornam tudo o que a gente precisa para suportar a si mesmo até se olhar no espelho e dizer: “como você é incrível”. 

Têm dias que nos sentimos um caco. Que certos sentimentos nublam as horas. Mas o sol segue lá. Assim como os que te acompanham e te aturam, lhe mostram que quando seus cacos se juntam, sua história se preserva linda e que precisa de mais linhas e desenhos, baldes para buscar, bateria para ligar, roda gigante para girar, amor para se dar e receber. 

Dias nublados não podem esconder os grandes sonhos que temos, tampouco tudo o que nos traz felicidade.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Oito reflexões antes do investimento

quinta-feira, 23 de março de 2023

O personagem principal do mercado financeiro é único e singular: o investidor. Dentro da cabeça de cada um, há valores e princípios individuais responsáveis por orientar as tomadas de decisão no dia a dia social e nas alocações financeiras. Aqui, vejo um excelente parâmetro para definir onde caberá direcionar seus esforços para colher bons frutos no futuro: remuneração financeira e desenvolvimento social. Para resumir em alguns tópicos a tomada de decisão, veja oito reflexões que todo investidor estuda ao decidir alocar seus recursos em algum novo investimento.

O personagem principal do mercado financeiro é único e singular: o investidor. Dentro da cabeça de cada um, há valores e princípios individuais responsáveis por orientar as tomadas de decisão no dia a dia social e nas alocações financeiras. Aqui, vejo um excelente parâmetro para definir onde caberá direcionar seus esforços para colher bons frutos no futuro: remuneração financeira e desenvolvimento social. Para resumir em alguns tópicos a tomada de decisão, veja oito reflexões que todo investidor estuda ao decidir alocar seus recursos em algum novo investimento.

Tese: o primeiro passo é compreender a solução vendida pelo projeto. “Que problema o meu dinheiro vai solucionar?”, pergunta-se um investidor consciente. A tese de investimentos é o que determina se a sua alocação de capital é capaz de propor alguma solução eficiente de um problema real.

Risco: pensei até em não elencar este tópico na lista, seriam apenas “sete reflexões do investidor” se todos fôssemos capazes de compreender que daqui para baixo tudo é análise de risco. Contudo, apenas acreditar na tese não é um risco para seus investimentos; afinal, você ainda não investiu.

Alavancagem: com o objetivo de potencializar rendimentos, investidores e empresas usam determinadas garantias para operar com volume financeiro acima do patrimônio real e, assim, alavancar resultados. Resultados! Lucros e prejuízos.

Liquidez: o período entre investimento e resgate do capital.

Cotação: preço de equilíbrio, em determinado instante, calculado via livre mercado a partir das relações de oferta e demanda. Em bolsa de valores, nada mais é que o preço de determinado ativo num exato instante.

Volatilidade: na bolsa de valores, volatilidade representa a variação das cotações de determinado ativo em um período estipulado, possibilitando parâmetros de estabilidade ou instabilidade do investimento.

Resultado: aqui, a rentabilidade do investimento em sua tese. Será que fez ou gastou dinheiro? Só o futuro pode responder.

Garantias: o futuro, portanto, pode ter determinadas garantias para evitar grandes surpresas em seu resultado. Alguns investimentos podem contar com garantias de taxas de rentabilidade, instituições garantidoras do capital do investidor e direitos de preferência no recebimento de dívidas, por exemplo, são algumas possibilidades.

Investidores têm características únicas e individuais. Pensa em construir patrimônio e participar do desenvolvimento social? Invista no que acredita e busque gerar resultados positivos.

Hoje não me parece o melhor momento para debatermos sobre princípios. Sabemos, é claro, que nem tudo são flores é há muito o que ser refletido sobre valores sociais, culturais, ambientais e humanitários dentro de toda a cadeia. Portanto, façamos a nossa parte.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Sem negociação

quinta-feira, 23 de março de 2023

Todo dia é preciso reiterarmos as premissas básicas do ser honesto. De ser honesto. E reconhecer aquele que consegue sê-lo, apesar dessa conspiração estranha que parece atrair para o lado oposto. É necessário e atemporal falar sobre honestidade. Os dicionários dão conta que a honestidade é substantivo feminino (começamos bem). É “qualidade daquele que é honesto”. Ser uma qualidade, é ótimo. Predicados positivos são de bom grado. Está ligada ao decoro, honradez e probidade. O próprio conceito poderia bastar. Já seria o bastante. Só que não é. Nunca será.

Todo dia é preciso reiterarmos as premissas básicas do ser honesto. De ser honesto. E reconhecer aquele que consegue sê-lo, apesar dessa conspiração estranha que parece atrair para o lado oposto. É necessário e atemporal falar sobre honestidade. Os dicionários dão conta que a honestidade é substantivo feminino (começamos bem). É “qualidade daquele que é honesto”. Ser uma qualidade, é ótimo. Predicados positivos são de bom grado. Está ligada ao decoro, honradez e probidade. O próprio conceito poderia bastar. Já seria o bastante. Só que não é. Nunca será.

Desde as pequenas práticas às grandiosas, o indivíduo honesto sente-se incomodado se deixar escapar, ainda que por pouco, o lado bom da força. Inadmite deixar evadir a blindagem da honra que o cerca e por vezes, o toma por completo. Ele vive e convive com a necessidade de empregar grande esforço para manter-se na posição esguia e admirável da honradez. E da sensatez. Orgulha-se de ser correto. Direciona energia para agir como deve ser, sem pisotear nas premissas básicas da boa convivência nem tampouco fingir que esqueceu que ser honesto é qualidade que demanda vigilância constante.

Não se pode pestanejar. Não dá para esmorecer. Fingir que o troco a mais veio certo no caixa do supermercado? Sem chance. “Colar” em uma prova para galgar a meta e atingir notas mais elevadas? Também não dá.  Extraviar pertences alheios? Enganar pessoas? Falsificar documentos? Inventar mentiras sobre terceiros procurando beneficiar-se disso? Apropriar-se de dinheiro alheio? Nem pensar. Não dá para negociar com o que é errado.

O valor da confiança é inestimável e a vida parece se encarregar de demonstrar isso sempre que possível. O chamado às vezes é demorado. Como não sentir incômodo ao presenciar tantas pessoas aparentemente “se dando bem” fazendo coisas socialmente tidas por erradas pelo critério da hombridade?  Esse é o exercício. Não sucumbir. Ser resistência. Dormir em paz, com a consciência leve como uma pluma. Andar de cabeça erguida. Contribuir com bons exemplos. Esperar a retribuição da lei do retorno, das forças do Universo, que hão de ser justas. Que são justas. Acreditemos.

Sempre é hora de optarmos por trilharmos bons caminhos. Passo a passo. A vida é esse emaranhado de escolhas contínuas. Que enxerguemos no que é certo um caminho a seguir. Uma boa opção. A única. Ainda que saibamos que até o conceito de certo e errado é relativo. De fato, tudo é tão relativo e questionável que poderíamos andar cambaleando sem saber qual rumo seguir. Essa coisa de escolher um lado é tão pueril e superficial. Mas ... para quem pressupõe a existência dessa enorme corda invisível que separa o moral do imoral, o ético do antiético, o probo do improbo, o que semeia a paz do que fomenta o conflito, o que preconiza boas práticas do que as repudia, o honesto do desonesto, penso que seja mais eficiente escolher para qual lado destinar e empregar a força que te move. A hora é agora. E sempre.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.