Enchentes em Nova Friburgo são tão antigas quanto a fundação da cidade. Logo que os primeiros imigrantes suíços se estabeleceram, enfrentaram, em janeiro de 1820, uma enchente que desestruturou o núcleo colonial.
A historiadora Janaína Botelho lembra, por exemplo, que o cemitério ficava onde hoje é o prédio da Maçonaria, próximo à Rua Sete de Setembro. Foi removido para uma parte mais alta da vila - hoje onde se localiza o São João Batista - justamente porque corpos eram arrastados pelas águas, durante as enchentes.
O Rio Bengalas não tinha o curso retilíneo que tem hoje, e a Praça Getúlio Vargas era entrecortada por inúmeros córregos. As enchentes provocavam extensas formações de pântanos, e acreditava-se que a água estagnada era responsável pelas doenças da época.
Ainda assim, apesar de tantos danos materiais através dos séculos, a vila se desenvolveu no entorno do Bengalas, onde foi estabelecido o comércio, as melhores residências, as praças, lembra Janaína.
Os historiadores João Raimundo de Araújo e Agnes Weidlich contam que houve enchentes lendárias nos anos de 1938, 1945, 1978, 1979, 1996 e 2007. Sem falar na mãe de todas as tragédias, em janeiro de 2011, prestes a completar dez anos.
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