Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Tipificação: feminicídio
Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.
Tipificação: feminicídio
O crime que chocou a cidade no último fim de semana com a morte de duas mulheres, sendo uma grávida, tem forte tendência a ser instaurado como feminicídio. Colhidos depoimentos, flagrante e no avanço da investigação, essa tipificação está ficando cada vez mais evidente. Independente daquilo que for caracterizado pela investigação policial, referendado ou não pelo Ministério Público e Judiciário, órgãos que acompanham essa temática defendem que os assassinatos ocorridos se caracterizem como feminicídio.
Aumento exponencial
A tragédia reacendeu o debate para os números alarmantes de feminicídio em Nova Friburgo durante a pandemia. Estudo sobre o índice de feminicídio no município em relação ao estado do Rio realizado pelo Tecle Mulher – Assessoria e Pesquisa no Âmbito dos Direitos da Mulher apontam aumento desproporcional de violência doméstica na pandemia.
Acima da média estadual e nacional
Nova Friburgo está acima da média estadual e nacional. Levando-se em conta a média populacional e o número de casos, durante a pandemia até abril deste ano, o município teve 1,05 feminicídios em relação a 100 mil habitantes, enquanto o estado do Rio teve 0,43 e o Brasil 0,64.
Triste posição
Se considerar os assassinatos do último fim de semana o número salta para 2,9 o que provavelmente coloca Nova Friburgo como o pior município do estado do Rio, quiçá do Brasil. Segundo o relatório do Tecle Mulher, esse aumento das mortes de mulheres com o viés no gênero, não se dá apenas pelas questões da convivência diária com seus agressores, mas principalmente, pela desistência das mulheres em procurarem ajuda quando o ciclo da violência em suas relações domésticas já vem avançando de forma grave.
Para além dos dados oficiais
A pesquisa “Visível e Invisível – A vitimização das Mulheres no Brasil” do Fórum Brasileiro de Segurança Pública informa que, a cada oito minutos, oito mulheres sofreram violência física em tempo de pandemia e, após a agressão, 45% das mulheres não fizeram nada; 22% procuraram ajuda da família; 13% procuraram ajuda de amigos; 12% denunciaram em uma delegacia da mulher; 8% procuraram a igreja; 7,5% procuraram uma delegacia comum; 7% chamaram a PM; 2% ligaram para a Central de Atendimento à mulher 180.
Alerta
As demais, 33% informaram pesquisa que resolveram a questão sozinhas; 15% não quiseram envolver a polícia e 17% não acham importante denunciar. Lembrando que o feminicídio é o assassinato de mulheres pela condição de ser mulher. O termo se refere a crime de ódio contra mulheres, estipulado pela impunidade e indiferença da sociedade e do estado.
Cadastro de vacinas
Não é de ontem que a coluna vem alertando para o atraso no cadastro das vacinas aplicadas em Nova Friburgo e seus consequentes problemas. Independente da celeuma do disse me disse, vamos ao que interessa de forma objetiva. A força-tarefa iniciada após o ultimato que a prefeitura diz ser uma orientação do estado, já deu resultados.
Avanço, mas ainda longe
Só no último fim de semana foram cadastradas milhares de doses aplicadas. O município que estava patinando, até o fechamento da coluna tinha cadastrado 74.533 primeiras doses, 27.209 segundas doses e 2.770 doses únicas. A prefeitura diz ter aplicado 120.983 primeiras doses, 48.103 segundas doses e 4.246 doses únicas. Se antes do ultimato ou da orientação, 48% das vacinas aplicadas estavam registradas, agora são 60%. Ou seja, 40% seguem sem estar registradas no sistema.
Mistério da Janssen
Um mistério segue sem resposta: o município dizia ter aplicado 4.239 doses únicas (Janssen). No último informe aumentou para 4.246, mesmo sem ter recebido novas doses. Nova Friburgo recebeu 4.360 imunizantes desse tipo. A prefeitura que divulgava ter aplicado 4.239 doses, agora aumentou para 4.246. É preciso informar: onde estão as outras 114 doses recebidas? Se na dose única, cuja validade expirou, é possível averiguar o quantitativo não aplicado, uma pergunta precisa ter a devida transparência: quantas doses o município tem perdido?
Objetivo cumprido
O Friburguense começou a segundona com um objetivo claro, diante das imensas dificuldades financeiras: não ser rebaixado. E, esse objetivo foi cumprido de maneira muito célere. Afinal, já no 1º turno tinha conseguido os pontos suficientes para não cair para a terceirona. Destino esse que ficou para o Duque de Caxias, em uma briga que durou até a rodada final com o Angra dos Reis.
5º ou 6º melhor
O Friburguense termina a competição com a 5ª colocação, caso o Gonçalense não seja o campeão do 2º turno. Caso isso ocorra, o Frizão termina a competição no meio da tabela, ou seja, na 6ª posição. Fato importante e não negado é que o Friburguense foi muito atrapalhado pela Federação e pelo Americano. O imbróglio jurídico da retirada de pontos por uma suposta escalação irregular que foi derrotada no STJD, abalou a equipe nas duas partidas em que não havia ainda desfecho.
Extracampo abalou
Pode parecer desculpa, mas cinco pontos cruciais foram perdidos aí. Dois no 2º turno que tiraram a vaga nas semifinais e a irreconhecível atuação diante do Artsul no fechamento do 1º turno, em que o time precisava apenas de um empate para ter o direito de empatar nas semifinais que só foram disputadas no último fim de semana com a eliminação tricolor, na derrota por 3 a 0 para o Audax.
Ano que vem
História encerrada na segundona desse ano. Volta à elite agora só em 2023, com a disputa pela vaga ocorrendo em 2022. No ano que vem, há uma tendência de que, ao invés de apenas um time subir como nesse ano, subam dois clubes. Há previsão no plano de ação do regulamento para tal. Resta saber se a Federação vai cumprir.
Mão na taça
O Audax está muito próximo de subir para a primeirona. E têm muitas chances. Vivendo grande momento, o time de São João de Meriti pode ser campeão direto, sem necessidade de final. Como melhor pontuador na soma dos dois turnos, sobe direto caso seja campeão do 1º e do 2º turno. Caso vença um turno e perca o outro, faz a final. Caso o Artsul conquiste os dois turnos, o Audax ainda sim estará na final.
Três possíveis estreantes
Dos quatro times que seguem na disputa, apenas o Audax já esteve na elite. Artsul, Gonçalense e Maricá jamais disputaram a primeira divisão carioca e seriam, portanto, estreantes. Artsul e Audax decidem nesta quarta-feira, 18, às 15h, o campeão do 1º turno. A partir do próximo sábado, 21, começa a disputa pelo título do 2º turno com as semifinais em partidas únicas. Audax e Artsul tornam a se encontrar, com o Audax jogando pelo empate. Decidem o outro finalista Gonçalense e Maricá, com o primeiro jogando pelo empate.
Copa Rio
A temporada 2021, no entanto, ainda não terminou para o Friburguense. O time ainda pode sonhar com uma vaga no Brasileiro da Série D ou na Copa do Brasil. O Frizão que só estreia na 2ª fase da competição, enfrentará o América. O primeiro confronto será fora de casa, na quarta-feira que vem, dia 25. O jogo de volta será em Nova Friburgo, no dia 1º de setembro, às 15h. Caso se classifique, o Friburguense terá pela frente o vencedor de Boavista e Americano nas quartas de final.
Palavreando
“Vinho de safra boa também vinagra. A paixão não pode morrer... Paixão só deve ter fim se consumar a promessa de ser amor”.
Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.
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