Acredito que vou precisar escrever uma infinidade de textos para comentar as reflexões de Marcel Prout sobre as situações diárias, contidas no livro “Em busca do tempo perdido”. A cada página, tenho que refletir. Às vezes, fico cansada, reconheço. Mas a cada momento em que penso, revejo fatos da minha vida ou mesmo da existência de um modo geral e vou tirando conclusões, lendo e pesquisando outros autores, adentrando em conjecturas novas ou já conhecidas. Hoje, vou sobrevoar aspectos positivos do gostar, um tema que nos é fundamental.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
No início de julho Nova Friburgo recebeu o título de Suíça Brasileira!
Hoje vou escrever a coluna inspirada em nosso lugar, de riqueza natural e histórica, que traz admiração ao nosso olhar. As matas que cobrem as altas escarpas da Serra do Mar nos movem a recitar os versos de J. G. de Araújo Jorge, contidos na coletânea “Canto à Friburgo” [sic], lançada em 1961, que homenageiam a cidade com o louvor de um apaixonado.
Quem já experimentou a presença de um intruso, daquela pessoa que surge sem que seja esperada?
O intruso é alheio a alguém ou a uma situação. Um clandestino, talvez, que causa mal-estar ou desconforto por ocupar o lugar de “nada a ver”.
O narrador de “Em busca do tempo perdido”, de Marcel Proust, lembra sua infância quando uma visita chega na hora do jantar e modifica a rotina da casa. Nas mãos de um mestre que dedicou sua vida à literatura, a intrusão é minuciosamente descrita, e o leitor pode sentir o desconforto da criança diante daquele estranho.
O mensageiro exerce uma função nobre de levar algo de um lugar a outro, com a finalidade de transmitir recados, informações, quiçá segredos ou códigos. Cá entre nós, o mensageiro é transparente, sem forma nem tamanho posto que o importante é o conteúdo que transporta em seu interior ou em seus envelopes. Posso até me arriscar a dizer que ele é responsável pelo intercâmbio dos saberes que transformam o mundo.
Quem nunca se utilizou de um mensageiro? Ora pois, esse agente mediador possui antiguidade, surgiu nas primeiras comunidades humanas. Tornou-se profissional na antiga Pérsia.
A literatura tem pano de sobra, aliás sobra tecido para todas as mangas dos mais diferentes tipos e tamanhos. Nesses dias, ao me deparar com um manual extenso, refleti sobre as diferenças entre os manuais de instrução, que têm por finalidade ensinar ao usuário a operar um equipamento e a literatura, que é a arte de usar as palavras ao recriar a realidade através da visão do autor da obra na produção textual de prosa e poesia.
Ao acompanhar as notícias sobre as inundações do Rio Grande do Sul através das imagens, relatos e notícias, não parei de pensar em como a literatura infantil pode oferecer apoio às crianças que estão sofrendo as trágicas consequências.
Nova Friburgo, sim senhor!, é o Berço dos modernos Jogos Florais no Brasil, expressão literária que caminha mundo afora há centenas e centenas de anos. Inicialmente, cantigas poéticas surgiram pelos lugares da Itália e Península Ibérica quando os trovadores, poetas e menestréis, iam, errantes, em cortes, feudos e burgos declamando o amor, propagando ideias e satirizando os fatos da vida. Além de ser uma forma de memorizar mensagens e levar diversão, as trovas eram uma expressão literária relevante da época.
Nova Friburgo tem flores...
Céu azul, clima gostoso...
Tem cultura, seus valores
E um progresso virtuoso!
O amor de mãe para filhos — sequência eterna de uma geração a outra — alimenta amor através do tempo, fazendo com que esse afeto engrandeça o sentimento da humanidade. Segundo Cora Coralina, declara em seus versos: “a mulher tem o tom divino de ser mãe”.