Como atiram mal policiais e bandidos americanos!
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Robério Canto
Escrevivendo
No estilo “caminhando contra o vento”, o professor Robério Canto vai “vivendo e Escrevivendo” causos cotidianos, com uma generosa pitada de bom humor. Membro da Academia Friburguense de Letras, imortal desde criancinha.
É ela que permite que dois conhecidos que se desconhecem troquem palavras cordiais ao se encontrarem por acaso
Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado
Tem horas em que a gente, por mais boa vontade que tenha, se cansa dessa tal de espécie humana. Não raramente concluímos que, tirando nós mesmos, nossos parentes e alguns poucos amigos, a humanidade não passa de um punhado de pessoas imprestáveis, pra não dizer francamente desprezíveis. Verdade que a espécie humana está pouco se lixando para a nossa opinião, mas isso não nos impede da falar mal dela (como se dela não fizéssemos parte).
Talvez porque também a professora fosse adepta das santas soluções average
— Casar contigo? Tá doido!
— Ué, por que não? Tou me oferecendo de coração.
— E vai sustentar a gente como? E tem meus três meninos. Tu tem quantos?
— No papel é duas meninas.
— Mas fora do papel é uma fila que vai daqui à Bahia. É o que dizem...
— Exagero desse povo, num chega nem a Niterói.
— Quero não. A gente ia ter lua de mel com cinco testemunhas na cama.
— Cama é o que não me falta. Ontem mesmo peguei um sofá na beira do rio. Tirando a mola que espeta dum lado, dá pra dormir otimamente bem.
A mãe, que até então vinha se saindo bem, vacilou por alguns demoradíssimos segundos
D. Marta ficou nervosa à toa e mandou parar, como se ele tivesse culpa do tamanho do Brasil
— Começando lá bem de trás: como foi sua infância?
— Sou bem nascido, Menino, fui, como os demais, feliz.
— O que você faz para retornar a essa infância feliz?
— Enquanto anoitece, vou lendo sossegado e só as cartas que meu avô escrevia a minha avó.
— Do que mais você se lembra dos lugares de seus tempos de menino?
— Da velha chácara triste: Não existe mais a casa... Mas o menino ainda existe
— Como o poeta Manuel Bandeira define o homem Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho?
Essa mixórdia de lives, news e fakenews com que somos bombardeados diariamente
Estes tempos de pandemia são como uma árvore gigantesca em que o próprio exagero do seu tamanho às vezes nos impede de reparar nos muitos galhos que se prendem ao tronco. E, no entanto, esses galhos, se empilhados, formam outro mal, senão igual, ao menos parecido com o próprio mal de onde brotam.
Os primeiros portugueses sentiam enjoo com o cheiro de limpeza dos nativos
— É o banho! Não tem outra! Você já viu alguém ficar doente de sujeira? Nunca, né? Agora, o sujeito toma banho, pega um vento pelas costas, cai logo de cama. Sujeira nunca matou ninguém, mas limpeza demais é prejuízo certo pra saúde. Muita gente já morreu por causa dessa mania de tomar banho todo dia.