Não, não quero adotá-la. Se bem que, pensando bem...
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Robério Canto
Escrevivendo
No estilo “caminhando contra o vento”, o professor Robério Canto vai “vivendo e Escrevivendo” causos cotidianos, com uma generosa pitada de bom humor. Membro da Academia Friburguense de Letras, imortal desde criancinha.
Mas depois que a boa velhinha voou para o céu, o melhor é deixá-la descansar em paz
É ela que permite que dois conhecidos que se desconhecem troquem palavras cordiais ao se encontrarem por acaso
Se duvidar, cura também dor de cotovelo, corações partidos e versos de pé quebrado
Tem horas em que a gente, por mais boa vontade que tenha, se cansa dessa tal de espécie humana. Não raramente concluímos que, tirando nós mesmos, nossos parentes e alguns poucos amigos, a humanidade não passa de um punhado de pessoas imprestáveis, pra não dizer francamente desprezíveis. Verdade que a espécie humana está pouco se lixando para a nossa opinião, mas isso não nos impede da falar mal dela (como se dela não fizéssemos parte).
Talvez porque também a professora fosse adepta das santas soluções average
— Casar contigo? Tá doido!
— Ué, por que não? Tou me oferecendo de coração.
— E vai sustentar a gente como? E tem meus três meninos. Tu tem quantos?
— No papel é duas meninas.
— Mas fora do papel é uma fila que vai daqui à Bahia. É o que dizem...
— Exagero desse povo, num chega nem a Niterói.
— Quero não. A gente ia ter lua de mel com cinco testemunhas na cama.
— Cama é o que não me falta. Ontem mesmo peguei um sofá na beira do rio. Tirando a mola que espeta dum lado, dá pra dormir otimamente bem.
A mãe, que até então vinha se saindo bem, vacilou por alguns demoradíssimos segundos