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No belo cenário

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Com cerca de 1.500 pessoas, XTERRA Brasil movimenta cidade de Paraty 

Com cerca de 1.500 pessoas, XTERRA Brasil movimenta cidade de Paraty 

No último final de semana, a cidade de Paraty, município localizado no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, recebeu a quinta etapa do XTERRA Brasil, maior festival off-road do mundo. A etapa reuniu cerca de 1.500 participantes no local que faz parte das cidades criativas da Unesco. A cidade ganhou o título de patrimônio mundial por suas belezas naturais, composta de praias, Mata Atlântica, relevo montanhoso, totalizando 85% de área preservada. O Centro Histórico de Paraty recebeu o XTERRA Village, em arena especial montada para os atletas retirarem seus kits e para os parceiros do evento expor suas marcas.

Em temperatura ambiente, a Praia do Pontal contou com as provas de Triathlon Swim, Triathon Bike, Triathlon Run 5k, E-Bike e Trail Run 5, 10 e 21k. Nas disputas da prova de Triathlon, o percurso de Paraty contou com as vitórias de velhos conhecidos. Na categoria masculina, com o tempo de 1h25m04s, o atleta Kaydson Rabello foi o campeão.

"Foi fantástico, com percurso excelente, muito do que a gente adora, muito trail. A sensação é mais que legal. Ao passar pela linha de chegada, eu comecei meu primeiro XTERRA em Paraty, então foi uma sensação diferente", comemorou o atleta.

Na categoria feminina, a vencedora foi Shubi Guimarães, atleta reconhecida no mundo dos esportes radicais. Com o tempo de 1h50m54s, a competidora falou sobre a voltar ao XTERRA, evento de qual participa desde seu início no Brasil.

A disputa do Trail Run 21k foi marcada por fortes emoções, com uma disputa emocionante e grandes competidores. Na categoria masculina, o grande vencedor foi o atleta Vander Barbosa, com o tempo de 1h36m38s. Natural de Paraty, Vander comemorou o feito e elogiou a organização da prova.

"O XTERRA sempre surpreende com as provas, cada vez muito melhor organizado. Desta vez, o trajeto de Paraty está de parabéns, é um percurso excelente para correr. Conto com o evento aqui na cidade no próximo ano. O XTERRA é uma das melhores provas de Trail no Brasil, já é a terceira prova que faço e pretendo fazer a quarta em Búzios. Quero ver o próximo concorrente quebrar o meu tempo", falou em tom de brincadeira.

No Trail 5k, Enzo Braz foi o grande vencedor com o tempo de 00h19m12s. Participando de sua quarta edição do XTERRA, o atleta exaltou a cidade e comemorou o feito: "É a terceira que participo do XTERRA, fiz uma vez na Ilha Grande e outras duas em Paraty. A experiência de competir 5k nessa cidade paradisíaca é incrível, o lugar é histórico. Estou muito feliz de estar aqui e ser o primeiro lugar", comemorou o atleta.

Entre as mulheres, com o tempo de 00h22m48s, a competidora Graciane Amorim garantiu a vitória e comentou sobre o apoio que recebeu de seu staff. “Minha primeira corrida do XTERRA com esse percurso maravilhoso, foi uma experiência sensacional. Gostaria de agradecer todo apoio que recebi do meu treinador e do meu esposo. Espero competir novamente aqui em Paraty", falou a vencedora.

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    A competição movimentou a cidade de Paraty no último final de semana (Foto: Rodrigo Barreto/X3M)

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    O evento reuniu dezenas de competidores no município turístico (Foto: Rodrigo Barreto/X3M)

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    O presidente Lula teve encontro nesta segunda-feira (26), no Palácio do Planalto, com cerca de 35 atletas brasilei-ros, de diferentes modalidades esportivas, que participa-ram dos Jogos Olímpicos de Paris. Entre os atletas, esta-vam presentes a campeã olímpica Bia Souza, ouro no ju-dô, e outros medalhistas, como Caio Bonfim (prata na competição de marcha atlética do atletismo), Edival "Neti-nho" (bronze no taekwondo), Yasmin Ribeiro (prata no fu-tebol feminino), Augusto Aiko "Japinha" (bronze no skate park masculino) e Julia Soares (bronze por equipes na gi-nástica). Na França, o Brasil conquistou 20 medalhas em 11 modalidades, com três ouros, sete pratas e dez bron-zes, terminando a participação na 20ª posição no quadro geral de medalhas dos Jogos de 2024. Em discurso, Lula exaltou a participação da delegação brasileira, cuja grande maioria recebe apoio do governo federal por meio do pro-grama Bolsa Atleta, criado em 2010 e que recentemente foi reajustado em 10,86%. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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GTRS promove rodada de conversa com candidatos à prefeitura

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

O Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos de Nova Friburgo (GTRS) organizou uma roda de conversa com os candidatos à Prefeitura de Nova Friburgo na terça-feira, 27. O evento teve como objetivo dialogar e promover reflexões sobre temas cruciais para a cidade, com foco na gestão de resíduos sólidos.

O Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos de Nova Friburgo (GTRS) organizou uma roda de conversa com os candidatos à Prefeitura de Nova Friburgo na terça-feira, 27. O evento teve como objetivo dialogar e promover reflexões sobre temas cruciais para a cidade, com foco na gestão de resíduos sólidos.

Com o convite estendido a todos os candidatos, a reunião ocorreu no Espaço SustentArp. Estiveram presentes quatro dos cinco candidatos à prefeitura sendo estes Wanderson Nogueira (PDT), Zé Alexandre (PT), Sérgio Louback (Republicanos) e o candidato a vice prefeito, Leonardo Castro (Novo). Por e-mail foram encaminhadas algumas perguntas prévias aos candidatos. O foco dos debates foi na elaboração de soluções para os resíduos sólidos de nossa cidade, em especial sobre o Plano Municipal de Saneamento Básico (PLAMSAB) e a proposta de lei do Plano Municipal.    

Cada candidato teve 15 minutos iniciais de fala. Nesse tempo, os membros do GTRS fizeram perguntas e algumas considerações sobre a temática. Os candidatos apresentaram suas propostas e houve uma segunda rodada para todos os candidatos novamente colocarem eventuais questões que não foram apresentadas.

 

O grupo

Fundado em 2019, o GTRS é uma organização sem fins lucrativos, criada com o objetivo de discutir a política de resíduos sólidos em Nova Friburgo. Composta por voluntários, trabalha em prol de uma sociedade sustentável por meio de debates focados na elaboração de políticas públicas para o gerenciamento de resíduos sólidos municipais.

Coordenados pelos professores Anderson Namen e Ana Moreira (Uerj/IPRJ), conta com 18 membros permanentes. A diversidade de conhecimentos é uma característica central do grupo, que reúne participantes de instituições de ensino e pesquisa (Uerj, UVA e Embrapa), empresas e representantes da sociedade civil e de organizações (AMA Lumiar e Instituto Socioambiental Compor).

 

Um problema maior que Nova Friburgo

Muitos acreditam que discutir o descarte adequado de resíduos sólidos em nosso município é apenas uma questão ambiental. Mas essa visão é limitada. Na verdade, a maneira como lidamos com o lixo é também um grande problema social, trazendo inúmeros prejuízos que muitas vezes passam despercebidos.

Você já parou para refletir sobre a quantidade de lixo que descarta diariamente? Estima-se que cada brasileiro produza, em média, 379,2 quilos de lixo por ano. Isso significa que cada habitante de qualquer município do país joga fora mais de um quilo de resíduos por dia, segundo o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil de 2020.

Se isso já é alarmante, pense agora que o Brasil abriga cerca de 210 milhões de pessoas. Todos os dias, somos responsáveis por descartar quantidades crescentes de resíduos. Afinal, estamos realmente dando o destino correto a todo esse lixo que produzimos?

Infelizmente, os resíduos sólidos não desaparecem com um simples estalar de dedos. Quando colocamos o saco de lixo para fora de casa, o trajeto até o descarte adequado é longo. E, por mais que o caminhão de coleta passe ou as ruas sejam varridas, os resíduos ainda continuam ao nosso redor.

A maior parte dos resíduos gerados pela população brasileira não passa por nenhum tipo de coleta. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento, mais de 1.000 municípios do país não oferecem coleta de lixo domiciliar para toda a população urbana.

A realidade brasileira é que a maior parte dos municípios não tem a menor preocupação por um descarte adequado de todo esses resíduos produzidos. Mais de 40% dos resíduos sólidos urbanos, são despejados nos mais de três milhões de lixões espalhados por todo país, o que leva a contaminação do solo e da água por centenas de anos.

 

Nós pagamos essa conta

Anderson Amendoeira Namen, doutor pela Coope/Uerj, membro do GTRS e professor da Uerj e UVA explica que a falta de políticas públicas que estejam relacionadas à gestão de resíduos acaba encarecendo os custos advindos ao município e, claro, aos cidadãos: “Políticas que pensem na questão da coleta seletiva, na valorização e no envolvimento de associações de catadores, na transformação de resíduos em produto de valor agregado, podem trazer, além de redução de despesas relacionadas à gestão dos aterros sanitários, trabalho e renda para parte da população. Não podemos esquecer das oportunidades que o poder público tem de obter recursos a partir de uma melhor gestão dos resíduos, exemplo concreto são os recursos relacionados ao ICMS Verde”, observa.

E se você acha que pagamos apenas pela coleta do lixo, está muito enganado. Nós, contribuintes, pagamos caro pela coleta do lixo, pelo transporte até o lixão ou aterro sanitário, e pelo espaço onde o lixo foi ou está sendo descartado – mesmo por aqueles espaços que não tem mais a capacidade de receber mais resíduos.

A metodologia antiga de descarte de lixo – através dos contratos padrões na gestão de lixo, levando os resíduos ao aterro sanitário – trazem prejuízos irreparáveis não somente ao meio ambiente e a nossa saúde, mas também, ao nosso bolso, enquanto contribuintes, dando um triste (e porco) fim a tudo que descartamos.

Com métodos obsoletos de descarte, há criação de vários riscos ambientais que vão desde a contaminação dos lençóis freáticos até o risco de explosões por conta dos gases emitidos pelo lixo. No fim das contas, todo material continua acumulado no local durante décadas, até que o aterro esteja no limite. Em um ciclo, novos aterros são abertos. Os antigos ainda continuam poluindo tudo o que podem. E nós, continuamos a pagar por todos eles.

 

Inovação que transforma lixo em luxo

Soluções diversas já são usadas em todo o planeta. Em Oslo, capital da Noruega, cerca de metade da cidade é aquecida pela queima de lixo, de onde também grande parte da sua energia elétrica é produzida. E sabe qual a problemática norueguesa? Eles não têm mais lixo para queimar e hoje, chegam até a ter que importar lixo da Inglaterra e da Irlanda.

Já pensou se deixássemos de gastar dinheiro com o nosso lixo e transformarmos ele em uma excelente fonte de renda para a cidade, por meio da geração de energia, criação de vagas de empregos, venda de matéria prima e até mesmo, combustíveis para veículos? Parece uma ótima ideia, não? E é!

Esperamos que um dia, a problemática do lixo friburguense seja como a norueguesa e a nossa maior preocupação seja em como comprar os resíduos alheios das cidades vizinhas para produzirmos energia e gerar renda para todos - e não em como faremos para abrirmos novos aterros sanitários, em um ciclo vicioso e sem fim.

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Nova Friburgo participa

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Estadual de Futmesa por equipes define quartas de final no Dadinho

A sétima e última rodada da primeira fase do Estadual de Equipes foi repleta de grandes jogos rivalidade e muitos dadinhos na rede. Com participação do Nova Friburgo F.C., foram definidos os confrontos das quartas de final nas séries Ouro, Prata e Bronze/Extra. Os sete duelos ratificaram o bom rendimento de América e Fluminense, únicos clubes ainda invictos e com 100% de aproveitamento na competição.

Estadual de Futmesa por equipes define quartas de final no Dadinho

A sétima e última rodada da primeira fase do Estadual de Equipes foi repleta de grandes jogos rivalidade e muitos dadinhos na rede. Com participação do Nova Friburgo F.C., foram definidos os confrontos das quartas de final nas séries Ouro, Prata e Bronze/Extra. Os sete duelos ratificaram o bom rendimento de América e Fluminense, únicos clubes ainda invictos e com 100% de aproveitamento na competição.

No Grupo A, o “fator casa” foi novamente determinante na busca pelas vitórias, com América 18 x 12 Vasco da Gama, Botafogo 14 x 8 Humaitá, São Cristóvão 15 x 9 Light e, exceção à regra dos mandantes, Grajaú Tênis Clube 10 x 20 River. No Grupo B, a questão entre mandantes e visitantes foi mais equilibrada. Os resultados foram Flamengo 7 x 18 Fluminense, Liga Fonte 17 x 9 Lafume, Nova Friburgo 11 x 15 Duque de Caxias e Piedade 0 x 32 Olaria, no único WO da rodada.

Com isso, o América terminou a primeira fase em primeiro lugar no Grupo A, com 21 pontos ganhos. O Vasco da Gama, com 18 pontos ganhos, ficou em segundo lugar, seguido por River, terceiro colocado, com 15; Botafogo, em quarto, com 14; Grajaú Tênis Clube na quinta colocação, com nove pontos; São Cristóvão em sexto lugar, com quatro; Humaitá, em sétimo, e Light, em oitavo, cada um com três pontos ganhos.

O Grupo B foi fechado com a seguinte classificação: Fluminense em primeiro lugar, com 21 pontos ganhos; Flamengo em segundo, com 18; Liga Fonte na terceira colocação, com 15, Duque de Caxias, em quarto, com 12; Lafume, na quinta posição, com sete; Olaria em sexto lugar, com seis; Nova Friburgo em sétimo lugar, com quatro; e Piedade, que abandonou o Estadual de Equipes e perdeu todos os seus jogos por WO, com zero ponto, na lanterna.

 

Jogo do Nova Friburgo

Em um duelo equilibrado, o Duque de Caxias subiu a serra, levou a melhor sobre o Nova Friburgo e se garantiu nas quartas de final da série Ouro/Prata. A equipe da Baixada Fluminense abriu boa vantagem no turno, com duas vitórias (ambas por 3 x 1) logo nas duas primeiras rodadas.

O Nova Friburgo foi superior na terceira (2 x 1), mas os visitantes voltaram a triunfar na quarta parcial (1 x 0), abrindo 8 x 4 no geral. O returno foi mais parelho, com duas vitórias para cada agremiação, só que o Duque de Caxias assegurou os três pontos na penúltima parcial (3 x 1). Na última, o alvirrubro venceu (3 x 1) e fez jus à boa atuação nas mesas e ao que foi visto ao longo do jogo.

O Nova Friburgo autou com Kojala (quatro jogos), Tiago Spliter (quatro pontos em oito jogos), Cersar (um ponto em seis jogos), Anderson (dois pontos em oito jogos) e Wesley (quatro pontos em seis jogos).

Com o encerramento da primeira fase e a definição da ordem dos classificados, os confrontos das quartas de final da série Ouro/Prata ficaram da seguinte forma: América x Duque de Caxias, Flamengo x River, Vasco da Gama x Liga Fonte e Fluminense x Botafogo. Já os duelos das quartas de final da série bronze/extra terão Olaria x Humaitá, São Cristóvão x Nova Friburgo e Lafume x Light. O Grajaú Tênis Clube, que enfrentaria o excluído Piedade, já garantiu sua classificação antecipada às semifinais da série bronze.

Nas quartas de final, os mandantes têm a vantagem de jogar pelo empate e os duelos envolvendo todas as séries estão marcados para o dia 8 de setembro. Os vencedores da ouro/prata vão disputar a semifinal da ouro, em 10 de novembro. Os perdedores, no mesmo dia, vão jogar a semifinal da prata. O mesmo vale para a bronze/extra: os vencedores se classificam para a semifinal da bronze e os perdedores irão à semifinal da extra, também em 10 de novembro. As finais de todas as categorias serão no dia 1º de dezembro.

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    Nova Friburgo não conseguiu passar pelo Duque de Caxias em rodada do Estadual (Foto: Divulgação)

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    América é uma das equipes que se destacam na categoria (Foto: Divulgação)

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Por que a depressão aumenta no mundo?

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que em 2030 a depressão deverá se tornar a doença número 1 no mundo. O mundo está entristecendo. Os medicamentos antidepressivos não estão resolvendo tudo e não é de se esperar que eles façam isso porque as causas desse entristecer mundial se deve a muitos fatores, alguns complexos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que em 2030 a depressão deverá se tornar a doença número 1 no mundo. O mundo está entristecendo. Os medicamentos antidepressivos não estão resolvendo tudo e não é de se esperar que eles façam isso porque as causas desse entristecer mundial se deve a muitos fatores, alguns complexos.

Causas do avanço da depressão no mundo incluem: erros alimentares com consumo excessivo de gordura de origem animal, álcool, alimentos super processados, que prejudicam o cérebro; desnutrição; sedentarismo (falta de atividades físicas aeróbicas); deficiência de exposição à luz solar; privação do sono; isolamento social; conflitos na família de origem e na atual; violência social; corrupção em todos os níveis dos poderes sociais e políticos; pressão de ideologias que destroem o conceito saudável de família e de gênero, ideologias essas sem base científica, mas que afetam a estabilidade emocional especialmente das crianças; ganância material; competição cruel no mercado de trabalho apoiada por sociedades secretas; uso de outras drogas que afetam negativamente o cérebro sem ser bebidas alcoólicas, conflitos conjugais difíceis; vida nas grandes cidades poluídas em vários sentidos, falta de espiritualidade com apego ao materialismo, perdas difíceis como o divórcio, mortes precoces por violência e acidentes fatais muitos dos quais por imprudência e consumo alcoólico, entre outros.

Nos Estados Unidos, segundo a pesquisa Gallup, a depressão aumentou de 10,8% em 2015 para 17,8% em 2023. Uma em cada três mulheres (36,7%) relataram terem sido diagnosticadas com depressão em algum ponto de suas vidas, comparado com 20,4% entre os homens. Entre pessoas de 18 a 29 anos de idade 34,3% e entre 30 a 44 anos de idade 34,9% relataram ter tido depressão em algum momento.

No mundo todo quatro em cada dez adultos sofrem de depressão. Antes da covid-19 a depressão havia aumentado levemente, mas com a pandemia disparou o número de pessoas deprimidas. A causa foi isolamento social, solidão, medo da infecção, tensão pela possibilidade de perda do emprego, exaustão física especialmente nos que atuavam na frente da batalha, internação ou morte de familiar pela covid-19, aumento do abuso de substâncias como bebidas alcoólicas e outras drogas.

Se olharmos as principais causas da depressão como as citadas acima, podemos pensar nos passos que podem ser dados para reduzir ou eliminar as fontes que a produzem. Mas quem quer fazer isso? Querer tratar depressão só com medicação e manter as outras causas familiares e sociais doentias sem solução, não resolve.

Atitudes que favorecem o tratamento e prevenção da depressão incluem os adultos de uma família, pai e mãe, cuidarem de si sua saúde e a de seus filhos com prioridade. Isto envolve a vida emocional dessa família, a espiritualidade de todos, cuidados físicos com boa alimentação e prática de atividades físicas, eliminação do álcool e tabagismo, lutando contra a fissura pelo ganho material.

Cultivar a afetividade na família, com manifestações de carinho, atenção entre o casal e com os filhos, combinados com disciplina não rígida, mas firme, para com as crianças, e desenvolvimento de uma espiritualidade saudável, não fanática, são a base para fortalecer o emocional dos pais e dos filhos para prevenir entrar num estado depressivo no presente e no futuro.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Turma de medicina da UFF 1974 comemora bodas de ouro

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Entre a última quinta-feira, 22, e o domingo, 25, pelo menos 25 colegas e suas respectivas famílias, totalizando 69 adultos e 12 crianças, participaram das comemorações dos 50 anos da formatura, da turma de 1974, da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). O local escolhido foi o Hotel Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, em função de oferecer pensão completa, ser um local muito agradável e com acomodações confortáveis e espaçosas. De fácil acesso, também, porque já nos reunimos ali em duas outras ocasiões e já o conhecíamos.

Entre a última quinta-feira, 22, e o domingo, 25, pelo menos 25 colegas e suas respectivas famílias, totalizando 69 adultos e 12 crianças, participaram das comemorações dos 50 anos da formatura, da turma de 1974, da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF). O local escolhido foi o Hotel Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, em função de oferecer pensão completa, ser um local muito agradável e com acomodações confortáveis e espaçosas. De fácil acesso, também, porque já nos reunimos ali em duas outras ocasiões e já o conhecíamos.

Nossa turma era composta por 120 alunos, cujo sonho maior era de se tornarem médicos e poderem exercer uma das mais nobres profissões. E todos se lembraram dos sacrifícios que jovens, como nós éramos, tivemos de enfrentar não só pela dificuldade em ingressar numa faculdade de medicina, tendo antes de passar por um vestibular dos mais concorridos; além disso estávamos dentro de um regime de exceção. Era a época da revolução de 1964, onde manifestações estudantis eram proibidas. E o que é pior, sabíamos que tínhamos agentes do DOPS (Departamento da Ordem Política e Social) infiltrados nas diversas faculdades brasileiras, o que tornava as manifestações estudantis muito arriscadas. Felizmente, ao que eu saiba, nenhum colega teve problemas nesse período conturbado da nossa história.

Foram quatro dias de confraternização, em que todos se viam desde o café da manhã até depois do jantar.  Essa é a grande vantagem de se escolher um hotel com pensão completa. Vários grupos se encontravam e se desfaziam para relembrar os tempos da faculdade, das brincadeiras inerentes a essa fase da vida e dos apelidos de muitos de nós.

Era uma época que a frescura não imperava entre os considerados politicamente corretos e o bullying não fazia parte do nosso dia a dia. Tivemos colegas conhecidos como “coisa rara, já morreu, piranha, dentifrício, dr. marcus welb, vírgula, perninha, rolha de poço, topogiggio, formigão, ursinho, sargento tainha” e muitos outros dos quais não me lembro mais. Ninguém se incomodava com isso, muito pelo contrário, terminaram a faculdade e se destacaram na profissão.

Na noite de sexta feira, 23, tivemos uma apresentação do conjunto Rodrigo Ravell, de Indaiatuba-SP, por indicação do nosso colega Rogério. O conjunto é sensacional, com um acordeão e dois violões, especializado em música, pois seu repertório vai do forró ao clássico. E o que é mais interessante, seu vocalista é capaz de imitar a voz de Pavarotti, de Tim Maia e outros, o que tornou a apresentação mais interessante ainda. A noite era aberta aos que gostam de dançar, mas em função da idade as sinovites, tendinites, dores lombares, próteses de joelho e quadril, impediram que muitos se aventurassem na pista de dança. Mas valeu pela presença de todos e pelo gabarito do conjunto.

Como não podia deixar de ser, numa turma em que o mais novo tem 73 anos, muitos colegas, mais precisamente 25, faleceram ao longo desses anos. Foram homenageados com um minuto de silêncio antes do Rodrigo Ravell iniciar sua apresentação e pelas lembranças de seus momentos durante o tempo da faculdade e ao longo da vida, até sua partida.

Para o futuro decidiu-se encurtar o intervalo entre um encontro e outro, que era de cinco anos e agora será de dois anos. Isso se explica porque à medida que o tempo passa a probabilidade de perda de colegas se torna maior e começam a surgir as dificuldades de locomoção em função da idade. Mas, o mais importante, pelo menos para mim, é que ao longo de nossos encontros aquela camaradagem da juventude se transformou numa amizade mais forte e as pessoas sentem necessidade desse convívio mesmo que por poucos dias.

Aos colegas que não puderam comparecer, foram muitos pelos mais variados motivos, pedimos que se inscrevam ou continuem a acompanhar o zap UFF 50 anos, não ´só porque a presença de vocês é importante, mas para se manterem informados, e mesmo, para discutirem e darem opiniões sobre o local do nosso próximo encontro. Quanto mais colegas puderem comparecer mais unido será o nosso grupo.

Muito grato e contente por pertencer à turma que se formou em junho de 1974, que completou seu jubileu de ouro com muitos colegas ainda trabalhando e pondo em prática tudo aquilo que aprenderam na faculdade, honrando uma profissão tão nobre e importante para a humanidade. Claro está que não fosse a evolução e o progresso da medicina, turmas tão numerosas como a nossa não conseguiriam chegar até aqui. Isso é uma prova viva da evolução da arte de curar, através dos anos.

Deixo aqui meu muito obrigado por pertencer a uma turma tão fantástica.

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Juntos na torcida

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Jogos Paralímpicos de Paris terão início nesta quarta-feira

Jogos Paralímpicos de Paris terão início nesta quarta-feira

        Chegou o momento de o Brasil torcer pelos atletas paralímpicos em Paris. E o país tem grande potencial para conquistar seu melhor resultado na história dos jogos. Com início nesta quarta-feira, 28, a competição promete momentos marcantes e tem tudo para superar a sétima posição geral no quadro de medalhas, alcançada duas vezes pela delegação brasileira. Para isso, atletas de alto desempenho de diversas modalidades que se destacam no cenário paralímpico são grandes esperanças de pódio para o país.
        Há anos consolidado entre os dez melhores países do mundo, o Brasil é reconhecido como uma potência paralímpica, impulsionado por diversos fatores, como um caminho de oportunidades para pessoas com deficiência encontrarem inclusão social e autonomia financeira; e o investimento cada vez maior do governo e de empresas privadas, permitindo melhores condições de treinamento, de sustento e consequentemente de vida.

        Dentre os atletas com potencial de medalha, está Gabriel Araújo, mais conhecido como Gabrielzinho, nadador (classe S2) mais promissor do país. Com apenas 22 anos, é uma das grandes esperanças de medalha do país nos jogos de Paris. Gabriel conquistou duas medalhas de ouro e uma prata na última edição dos jogos, em Tóquio, além de colecionar diversas conquistas em campeonatos mundiais e jogos ParaPan-Americanos, com destaque para os cinco ouros conquistados. Ele irá disputar as provas de 100m costas, 200m livre e os 50m costas. O atleta tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. Em 2023 foi eleito o melhor atleta paralímpico do ano. 

        Alana Maldonado é judoca com deficiência visual (classe J2 - baixa visão). Conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio, foi prata no Rio em 2016, é bicampeã mundial de judô (2018 e 2022) e uma grande esperança de medalha em Paris. Foi a primeira mulher brasileira do judô a conquistar uma medalha paralímpica. Alana enfrentou uma doença aos 14 anos que tirou grande parte de sua visão.

        Wilians Silva de Araújo é judoca (classe J1) multicampeão, tendo conquistado uma medalha de prata nos jogos Rio 2016. É o atual líder do ranking de sua categoria e também coleciona conquistas internacionais de expressão, sendo as mais recentes a prata na categoria acima de 90 quilos nos Jogos Parapan-Americanos em 2023, ouro nos Jogos Mundiais da IBSA 2023 e ouro no Mundial de Baku 2022, representando uma grande chance de medalha para o país em Paris. O peso-pesado perdeu a visão aos 10 anos em um acidente.

        Wallace Antônio é atleta de arremesso de peso (classe F55) e atual medalhista de ouro de sua modalidade nos Jogos de Tóquio. Foi medalhista de ouro no arremesso de peso e bronze no lançamento de dardo nos Jogos Parapan-Americanos em 2023; bronze no arremesso de peso no Mundial Paris 2023; ouro no arremesso de peso e prata no lançamento de dardo nos Jogos Parapan-Americanos de 2019. Wallace ficou paraplégico em 2007, após sofrer um acidente de trabalho. 

        Brenda Freitas é uma judoca (classe J1) carioca que ficou cega após ir ao primeiro show da banda RBD no Brasil, em 2006, em decorrência de uma infecção nos olhos chamada herpes ocular com gatilho emocional. É atual campeã ParaPan-Americana e chega com chances de medalhas nos jogos de Paris.

        Julyana da Silva é atleta de lançamento de disco (classe F57 - para atletas cadeirantes) e foi medalha de bronze nos Jogos de Tóquio. Ela também conquistou a medalha de bronze no lançamento de disco e no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos de 2023 e espera repetir o pódio da última edição, superando sua marca e representando uma grande chance de medalha em Paris. Julyana é amputada de perna esquerda, na altura do joelho, devido a uma má-formação congênita.

        Diana Barcelos é atleta de remo (classe PR3), amputada da perna direita após sofrer um acidente em 2004. Dentre suas principais conquistas, destaca-se o bicampeonato mundial no Mix2x PR3 (2017 e 2018), além do segundo lugar no qualificatório para os Jogos de Tóquio em Gavirate 2021 no quatro com misto PR3. Diana ficou entre as dez melhores nos jogos de Tóquio e espera conquistar uma medalha nesta edição. 

Foto da galeria
Alguns dos representantes do time brasileiro nos jogos paralímpicos de Paris (Foto: Divulgação)
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O escritor e a suspensão da descrença

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Sim, senhor!, os escritores são aventureiros nos bosques feitos de ideias e palavras. Alice caiu num buraco, chegou ao fantástico País das Maravilhas e fez com que emergisse de Lewis Carroll a mais pura criatividade. Quem lê e aprecia a obra literária de qualidade tem a sensação de viver a realidade ficcional de forma parecida, não vou dizer semelhante, da que vive na realidade concreta na qual está inserido.

Sim, senhor!, os escritores são aventureiros nos bosques feitos de ideias e palavras. Alice caiu num buraco, chegou ao fantástico País das Maravilhas e fez com que emergisse de Lewis Carroll a mais pura criatividade. Quem lê e aprecia a obra literária de qualidade tem a sensação de viver a realidade ficcional de forma parecida, não vou dizer semelhante, da que vive na realidade concreta na qual está inserido. E aí está o grande desafio enfrentado pelo escritor: construir um texto ficcional de modo que o leitor não se sinta ultrajado de pensar que a leitura não ultrapassa os meandros da imaginação.

A literatura tem a expertise que deve ser considerada quando alguém decide se tornar escritor de ficção. Escrever não é magia. É trabalho sobre trabalho. É um processo de criatividade sério e responsável. Assim do nada, repentinamente, as ideias vão chegando, embaralhadas, tomando corpo no texto através de trilhas criativas, enfrentando o mais terrível inimigo invisível, que está esplendidamente deitado na página em branco, escondido nos espaços entre as palavras e linhas. Aquela pessoa que se quer fazer escritor, depois de avançar em bosques tortuosos, beber águas frescas e sofrer ataques de pouquidade imaginativa, consegue vislumbrar a arte literária, a beleza das palavras e a profundidade das ideias, enquanto expressão do seu pensamento imaginativo. Criar uma obra literária consistente, capaz de ser lida em qualquer tempo e lugar.

Escrever é imaginar com inteligência, é transpor para o papel e revisar, revisar e revisar. É cuidar da beleza das frases, da construção de um texto instigante e inédito. É pensar no leitor, naquele ser que vai perceber o escritor através dos personagens, penetrar nos âmbitos de sua alma como um convidado especial. É uma pessoa responsável pelas ideias que vai plantar no leitor, aquele que, num ato solitário, abandona os afazeres quotidianos, toma seu texto para se entreter. Para simplesmente ler e degustar uma realidade feita de palavras, pontos e vírgulas, totalmente irreal e abstrata.

A suspensão de descrença, de descrédito ou incredulidade refere-se à vontade do leitor ou espectador de aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas ou impossíveis. É a suspensão do julgamento em troca da premissa de entretenimento. Ao entrar nos bosques da ficção, o escritor precisa ter a ciência de que vai escrever uma fantasia verossímil. E o heterônimo de Fernando Pessoa, Bernardo Soares, pode ter lançado os princípios da ficção quando escreveu no “Livro do desassossego” “Nunca sabemos quando somos sinceros. Talvez nunca o sejamos hoje, amanhã podemos sê-lo por coisa contrária.” Eis, então, o terrível desafio que o escritor enfrenta, ser fiel à mais verdadeira mentira, fazendo o outro acreditar que o texto retrata o acontecer e que os personagens são reais. Precisa fazê-lo bem: com capacidade de comunicação e sutileza, com serenidade e coerência, sabendo ser sedutor para entreter e manter o leitor ali, mergulhado no texto que ele construiu.

Para finalizar, deixo o poema “Autopsicografia”, de Fernando Pessoa, que expressa o que eu quis dizer em todas as linhas desta crônica.

O poeta é um fingidor

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

 

E os que leem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que ele não tem.

 

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.    

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Comunicar uma igreja em permanente saída

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Uma palavra constante do nosso querido Papa Francisco é esta: devemos ser uma Igreja viva, missionária, solidária, com a alegria do Evangelho a buscar as ovelhas, as pessoas mais afastadas e perdidas nas periferias do mundo e da existência. Uma Igreja em estado permanente de saída. Ele mesmo expressou estas ideias, ainda como cardeal, na redação do riquíssimo documento de Aparecida na Conferência Episcopal Latino Americana e do Caribe. Lá é aprofundada a natureza do cristão como discípulo missionário frente aos inúmeros desafios e contradições da sociedade hodierna.

Uma palavra constante do nosso querido Papa Francisco é esta: devemos ser uma Igreja viva, missionária, solidária, com a alegria do Evangelho a buscar as ovelhas, as pessoas mais afastadas e perdidas nas periferias do mundo e da existência. Uma Igreja em estado permanente de saída. Ele mesmo expressou estas ideias, ainda como cardeal, na redação do riquíssimo documento de Aparecida na Conferência Episcopal Latino Americana e do Caribe. Lá é aprofundada a natureza do cristão como discípulo missionário frente aos inúmeros desafios e contradições da sociedade hodierna.

Na exortação apostólica Evangelii Gaudiam (A Alegria do Evangelho), ele pauta as linhas fundamentais para este anúncio da Boa Nova, do próprio Cristo, continuando a ênfase na dimensão missionária de todos os batizados. Os Bispos do Brasil (CNBB) captam e sintetizam estes elementos num renovador texto pastoral, o documento 100: "Comunidade de comunidades - uma nova paróquia", para vivência e trabalho missionário nas células comunitárias, dentro da realidade brasileira.

Resgatando para nossas paróquias o Concílio Vaticano II e toda a sua riqueza, deveríamos reler a Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a missão da Igreja no mundo e também o decreto Ad Gentes, no seu conceito geral de missão, aliando ao contexto próprio do apostolado dos leigos apresentado num outro texto magisterial - Apostolicam Actuositatem.

Veríamos que a Igreja deve salgar e iluminar todas as áreas e âmbitos da humanidade e do tecido social com os princípios e verdades do Amor de Cristo: a cultura, a economia, a política, as artes, o trabalho, o turismo, o lazer e esporte, etc... Ou seja, deve ir ao encontro, se aproximar, falar a mesma linguagem dos homens, se inculturar, ser solidária, se doar para a promoção da pessoa humana, na sua libertação-salvação integral, resgatando a sua dignidade de filha de Deus, transformando a realidade em Reino do Senhor. Isto, tendo como modelo o próprio Verbo que se encarnou, tornando-se um de nós, no envio missionário da comunhão trinitária, entrando em nossa cultura e linguagem para nos revelar os caminhos da felicidade do plano divino.

Jesus Cristo que saiu ao encontro dos mais necessitados, perdidos, pobres e marginalizados, a serviço de todos, para que compreendessem o sentido mais profundo de suas existências no verdadeiro Amor. Fundou a Igreja e enviou os apóstolos e discípulos com este mesmo despojamento e doação missionários, " sem alforje, nem ouro, nem prata", dando a vida pelos irmãos. A Igreja é essencialmente comunhão e missão na caridade fraterna e solidária de Cristo. A respeito deste tema há a rica e bela encíclica de São João Paulo II - Redemptoris Missio (A Missão do Redentor).

Lendo o documento de Aparecida, vemos que ninguém é verdadeiro missionário, sem antes ser verdadeiro discípulo de Cristo. Por isso, a missão parte de uma experiência decisiva pessoal com Jesus, de atração, vinculação, intimidade e seguimento. Deve haver uma conversão, uma formação e um engajamento na comunidade.

As estruturas da paróquia devem também ter uma conversão pastoral, deixando de lado uma pastoral da conservação, superando elementos ultrapassados e se tornando missionárias. Deve ser a Igreja uma comunhão de amor que cresce pela atração, tendo como fonte e cume a Eucaristia, sensível e aberta aos pobres, advogada da justiça, profética, a serviço do Reino da Vida, na leitura orante da Bíblia, na espiritualidade de unidade e participação, formando comunidades eclesiais missionárias, como casa da iniciação cristã, integrando os movimentos e novas expressões comunitárias, com coração aberto ao ecumenismo e diálogo inter-religioso, promovendo a globalização da solidariedade, doando-se aos "rostos sofredores que doem em nós ".

O missionário deve ter ímpeto e audácia, ousadia e confiança; fervor espiritual, imaginação e criatividade. Deve ser decidido, determinado, entusiasmado, na evangelização pessoa a pessoa, casa a casa, comunidade a comunidade. Enfim, a espiritualidade missionária é doar-se aos irmãos, esvaziando-se de tudo, anunciando, com alegria, o Evangelho da Vida! O que deve permear toda a nossa ação pastoral. Vamos ler estes documentos e, aos poucos, aprofundar a nossa reflexão e trabalho missionário! (Fonte: Vatican News

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler e assessor eclesiástico Diocesano da Pastoral Familiar

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A VOZ DA SERRA é uma história promovendo e preservando a nossa história

terça-feira, 27 de agosto de 2024

         O Caderno Z me lembrou uma crônica publicada em meu primeiro livro:- “Será que estamos aproveitando a vida ou a vida está se aproveitando de nós?”. A razão desse questionamento foi justamente repensar a correria dos dias, a intensidade dos afazeres e a falta de um elemento primordial – a contemplação. O “Z” abre o tema com uma afirmativa: “A vida perde o sentido quando o ser humano expulsa os elementos contemplativos de sua rotina”. Assim sendo, a pergunta vem da diretora global de marketing da S.I.N. Implant System Thaisa Passos: “Você já se sentiu culpado por não fazer nada?”.

         O Caderno Z me lembrou uma crônica publicada em meu primeiro livro:- “Será que estamos aproveitando a vida ou a vida está se aproveitando de nós?”. A razão desse questionamento foi justamente repensar a correria dos dias, a intensidade dos afazeres e a falta de um elemento primordial – a contemplação. O “Z” abre o tema com uma afirmativa: “A vida perde o sentido quando o ser humano expulsa os elementos contemplativos de sua rotina”. Assim sendo, a pergunta vem da diretora global de marketing da S.I.N. Implant System Thaisa Passos: “Você já se sentiu culpado por não fazer nada?”. E ela acrescenta que “o tempo ocioso dá à mente a liberdade de vagar, fazer conexões inesperadas e tropeçar em ideias que você nunca teria descoberto de outras formas”. Parece que temos o vício de sempre fazer alguma coisa e o nada nos assusta. Uma vez falei: hoje não vou fazer coisa alguma; vou me deitar no sofá e nada mais. Sabem o que eu fiz? Repousei? – Não! Reformei o sofá! Aproveitei uma cortina de estampado suave, em bom estado, e não deixou de ser uma boa ideia. A tendência do nada é sempre dar origem a algo construtivo.  

         Para a saúde mental, o Caderno Z destaca a importância das férias como um regenerador, “não apenas um merecido repouso, mas contribuindo para o bem-estar psicológico e físico”. “Essa pausa temporária das demandas profissionais estimula a reflexão e a autodescoberta permitindo que o trabalhador retorne ao trabalho com uma perspectiva renovada e mais equilibrada”. Voltando ao texto de Thaisa, “os principais momentos de desfoque da mente ocorrem durante tarefas costumeiras que não demandam concentração total, como tomar banho, lavar  louça, arrumar a casa...”. Esses momentos são preciosos. A exemplo, eu passei a me harmonizar com os serviços domésticos, quando percebi que eles me  davam a oportunidade de pensar, e muitas das minhas produções literárias foram geradas durante as tarefas do lar.

         O ócio já foi visto como algo ruim, pois “cabeça vazia” era oficina dos maus pensamentos. Talvez os antigos dissessem isso, porque o trabalho, à época, devia ser mais produção e menos divagação. No livro “O Ócio Criativo”, de 1995, Domenico de Mase trouxe uma nova forma de organização de vida com o equilíbrio dos elementos: trabalho, estudo e lazer. Essa trilogia, embora defendida, ainda é sonho para muita gente. Até porque, em vias normais, conciliar os três elementos é um malabarismo para uma pequena parcela de equilibristas. Ouvia dizer, em minha infância: “enquanto descansa, carrega pedra”. Depois cresci e mudei minha visão para “enquanto descanso, carrego pedras preciosas nos meus pensamentos, porque pensar bem é a responsabilidade do ócio”. Até o nosso sono pode ser mais útil ainda se o devotarmos em função do bem-estar universal e essa prática é um simples procedimento de disposição mental.

         O Caderno Z nos deu um banho de renovação comportamental e se passarmos a nos presentear com momentos de meditação e a chance de, entre um e outro trabalho, uma pausa para contemplação, certamente, estaremos mais afinados com a harmonia de viver. Tudo em prol da saúde, pois, não sem razão, o Rotary Internacional lançou a campanha “Hepatite Zero”, a maior ação de testagem e detecção dessas doenças no mundo. A ação em Nova Friburgo já promoveu testes rápidos e gratuitos no Espaço Arp e o Rotary estende a ação para serviços de profilaxia e orientação em parceria com os governos locais e demais órgãos de assistência social. Outra ação importante é o projeto “De Olho no Futuro”, do Rotary Nova Friburgo, que desde 2003, promove a campanha com a Secretaria Municipal de Educação no sentido de garantir óculos necessários para alunos da rede municipal sem custos para as famílias.

         “A população brasileira começará a diminuir em 2042” – esse dado impactante vem do IBGE, segundo recentes projeções divulgadas. De acordo com o pesquisador, Marcio Minamiguchi, a queda de população tem relação com a redução da taxa de fecundidade da mulher brasileira. A charge de Silvério imprime a insatisfação da “dona cegonha”, de trouxa vazia, fazendo papel de trouxa. Tudo é reação em cadeia. Mas, e o Centro de Turismo? Que ofício dar a ele? – o de sempre: ser o Centro de Turismo, o carismático “CT” das juventudes. O centro das informações, dos folhetos divulgando as atrações, onde sempre havia alguém com simpatia e educação apuradas para receber os visitantes... De arquitetura romântica, das vidraças exibindo o lago no murmurejar das águas... Das bandeiras tremulando sob o céu azul. O centro das convenções a céu aberto, da Catedral, das festas de São João, dos eventos carnavalescos... Precisamos de segurança para assegurar que essa história persista! Segurança Presente, sim! Porém, tem que existir outro espaço capaz de acolher o projeto que, certamente, trará benefícios e mais turistas para o nosso histórico Centro de Turismo.  

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Apoio da galera

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Mesmo eliminado, Frizão tem os melhores públicos da Copa Rio

        É consenso, desde os tempos de primeira divisão, que o estádio Eduardo Guinle deveria lotar mais nos jogos do Friburguense. Não por falta de interesse ou de sentimento pelo clube, e os números mostram isso. Todos os clubes de menor investimento – mesmo aqueles de cidades com mais habitantes que Nova Friburgo – encontram dificuldades para atrair torcedores, e dentro deste contexto, o Frizão ainda sobressai de maneira positiva.

Mesmo eliminado, Frizão tem os melhores públicos da Copa Rio

        É consenso, desde os tempos de primeira divisão, que o estádio Eduardo Guinle deveria lotar mais nos jogos do Friburguense. Não por falta de interesse ou de sentimento pelo clube, e os números mostram isso. Todos os clubes de menor investimento – mesmo aqueles de cidades com mais habitantes que Nova Friburgo – encontram dificuldades para atrair torcedores, e dentro deste contexto, o Frizão ainda sobressai de maneira positiva.

        Durante a disputa da primeira fase da Copa Rio deste ano, por exemplo, a casa do Tricolor da Serra foi a que recebeu o maior público. A informação foi divulgada primeiramente pelo perfil Central do Frizão, no instagram, e confirmada pela reportagem de A VOZ DA SERRA. Diante do América, o Eduardo Guinle recebeu 395 torcedores, sendo 339 deles pagantes. O Maricá teve o segundo melhor público, no jogo contra o Duque de Caxias: 321 – o detalhe é que a equipe vive grande momento, sendo finalista da Série A2 do futebol do Rio. O outro finalista da segundona, o Olaria, levou 293 fã à Rua Bariri contra o Duque, tendo assim o terceiro melhor público.

        No jogo de volta, no Giulite Coutinho, o América levou 119 torcedores na vitória contra o Friburguense. Times com torcidas historicamente grandes, como Serrano e Americano, tiveram públicos baixos nesta fase da Copa Rio – 119 e 29, respectivamente.

        O apoio da torcida tricolor poderá ser um diferencial para o Frizão na busca pelo principal objetivo da temporada: o retorno à segunda divisão do futebol do Rio de Janeiro. A equipe comandada por Gerson Andreotti estreia exatamente no Eduardo Guinle, contra o Pérolas Negras, no dia 21 de setembro (sábado). Serão quatro partidas em Nova Friburgo e outras quatro atuando como visitante, com direito a uma rodada de folga.

        Na edição deste ano, apenas nove clubes vão disputar o campeonato - Barra da Tijuca, Goytacaz e Macaé desistiram de participar. Artsul, Belford Roxo, Nova Cidade, Paduano, Pérolas Negras, São Cristóvão, São Gonçalo e Serrano serão os adversários na briga pelo acesso. O formato será o mesmo das outras competições de divisões da Ferj, com todos os clubes se enfrentando em turno único (Taça Corcovado). As quatro melhores equipes se classificam para as semifinais, em jogos de ida e volta. Os dois que avançarem se enfrentam na decisão, também em jogos de ida e volta. Os dois times finalistas conquistam o acesso para a Série A2, em 2025, com o último colocado da Taça Corcovado sendo rebaixado para a Série B2.

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    Presença e apoio da torcida do Friburguense podem ser diferenciais na briga pelo acesso à Série A2

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    Após participação na Copa Rio, Tricolor treina forte para a estreia na B1, em setembro (Foto: Wandré Silva/AFC)

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