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Investimento

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

COB vai distribuir R$ 265 milhões para confederações em primeiro ano do novo ciclo olímpico

Um incentivo importante que pode refletir no desempenho dos brasileiros nas próximas Olimpíadas, em Los Angeles. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou que vai destinar o montante de R$ 265 milhões para investimento em projetos das Confederações Brasileiras Olímpicas em 2025. A quantia indica um recorde desde a criação da Lei das Loterias (antiga lei Agnelo/Piva), em 2001, e um aumento de 17,8% em referência ao ano passado.

COB vai distribuir R$ 265 milhões para confederações em primeiro ano do novo ciclo olímpico

Um incentivo importante que pode refletir no desempenho dos brasileiros nas próximas Olimpíadas, em Los Angeles. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou que vai destinar o montante de R$ 265 milhões para investimento em projetos das Confederações Brasileiras Olímpicas em 2025. A quantia indica um recorde desde a criação da Lei das Loterias (antiga lei Agnelo/Piva), em 2001, e um aumento de 17,8% em referência ao ano passado.

A proposta de distribuição de recursos e o orçamento final para o primeiro ano do ciclo olímpico ainda passará por aprovação do Conselho de Administração de Assembleia do COB. A definição está prevista para dezembro deste ano. São considerados 13 critérios, sendo 11 de caráter esportivo e dois relacionados à gestão. A Lei 13.756/18 destina ao COB cerca de 1,7% do resultado da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e da loteria federal.

"Graças à política de austeridade da entidade e aos recursos assegurados por meio da Lei das Loterias, o COB vem investindo no esporte olímpico de forma contínua e crescente. Nunca o Comitê Olímpico do Brasil investiu tanto em esportes como agora. Desde 2017, o recurso para as modalidades aumentou todos os anos", disse o presidente do COB, Paulo Wanderley.

Em relação às cinco novas modalidades do Programa Olímpico, a entidade adotará o mesmo critério de ciclos anteriores, com as confederações recebendo no primeiro ano os valores do piso da distribuição, sendo metade do piso descentralizado e a outra metade aplicada pelo COB prioritariamente na modalidade, conforme planejamento e potencial de classificação para Los Angeles 2028.

Dessa forma, dos R$ 265 milhões que serão repassados diretamente às Confederações, cerca de R$ 17,9 milhões deverão ser encaminhados especialmente para projetos de preparação de atletas e equipes de Beisebol/Softbol, Críquete, Flag Football, Lacrosse e Squash.

Diante dessa política de investimentos, a estimativa é que mais de 85% da verba das loterias seja alocada diretamente em ações esportivas. A liberação de recursos para novos projetos está sempre condicionada à prestação e também à aprovação das contas dos projetos que já foram desenvolvidos. Ainda este ano, a entidade anunciará a estimativa de arrecadação total da Lei das Loterias, que inclui além dos recursos ordinários, o orçamento para projetos extraordinários para a preparação das modalidades esportivas.

Além dos valores das loterias assegurados por lei, o esporte olímpico tem garantido para o novo ciclo olímpico um aporte da Caixa e das Loterias Caixa de R$ 160 milhões, no maior patrocínio da história do COB.

Foto da galeria
Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico do Bra-sil, celebra o aumento dos repasses (Foto: Divulgação COB)
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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é festivo, abrangente e responsável

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

         O Caderno Z é um diário das datas importantes do nosso calendário. A exemplo, em 20 de outubro festeja-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying e a edição deste terceiro fim de semana do mês 10, nos trouxe matérias que deixam o nosso discernimento estarrecido. Se eu fosse cantar uma canção, certamente, seria “João e Maria”, de Chico Buarque: “no tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido...”.

         O Caderno Z é um diário das datas importantes do nosso calendário. A exemplo, em 20 de outubro festeja-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying e a edição deste terceiro fim de semana do mês 10, nos trouxe matérias que deixam o nosso discernimento estarrecido. Se eu fosse cantar uma canção, certamente, seria “João e Maria”, de Chico Buarque: “no tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido...”.

         Desconheço tamanha maldade nos meus tempos de criança. Ou será que não tínhamos informação suficiente sobre esses episódios grotescos? O fato é que os tempos mudaram e tornou-se uma prática de proporções tão intensas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.811/2024, que inclui os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal e transforma crimes previstos no Estatuto da Criança do Adolescente.

         A psicopedagoga Sônia das Graças Frossard trabalha há 28 anos na rede municipal de Nova Friburgo e destaca: “Dentro de nossa rotina de trabalho, projetos e planejamentos são realizadas conversas, palestras, exibição de vídeos que abordem o tema e envolvam toda a comunidade escolar, pois acreditamos na parceria Família x Escola”. Mais do que um festejo, a data é motivo de relevância no sentido de conscientizar sobre os malefícios dos ataques de tentativas de inferiorizar alguém. Essa prática pode causar impactos na autoestima das crianças e jovens, muitas vezes, vulneráveis aos conceitos alheios. Assim, passa a ser fundamental combater esse tipo de comportamento contrário a tudo o que se quer de bom para os ambientes escolares e demais espaços de socialização dos seres humanos. A Associação Brasileira de Psiquiatria lançou em 2022 a campanha “Delete essa ideia”, justamente, com esse objetivo. Parabéns, Caderno Z, por nos trazer temas que nos dão até a chance para sermos pessoas melhores e conscientes, não só dos nossos direitos, mas, especialmente, dos nossos deveres de cidadania.

         Atitude cidadã é o que se vê sempre na charge de Silvério. É o modo de se saber tudo, mesmo antes de se ler a matéria. A exemplo, só de observar os Três Picos em agonia, chorosos perante uma serra, os cortes ferem a nossa sensibilidade com os ataques clandestinos no entorno do conjunto montanhoso do precioso Parque Estadual dos Três Picos. Em denúncia anônima, agentes da 5ª Unidade de Polícia Ambiental flagraram a derrubada de árvores nativas da Mata Atlântica em uma área de 500 metros, aproximadamente, e ainda constataram uma construção de alvenaria no local.

         Outra data importante – 19 de outubro, Dia do Cinema Brasileiro, uma efeméride que festeja a arte cinematográfica do nosso país. A matéria de Liz Tamane trouxe um panorama do surgimento da primeira filmagem realizada no Brasil em 1896, com destaque, inclusive, de algumas dicas de filmes “imperdíveis” da cinematografia nacional. E agora me lembrei do Cinema Eldorado, dos anos dourados em Nova Friburgo, que formava um trio com o Cine São José e o Marabá, todos no centro da cidade. O Eldorado, cor-de-rosa, de uma arquitetura ímpar, o Marabá, com sua imponente fachada e o São José, mais moderninho, no térreo do Edifício São José, cuja galeria era ponto de encontro dos cinéfilos. Bem se vê que a sétima arte envolve passado, presente e futuro!

         E falando em arte, Liz Tamane também fez uma especial matéria sobre “a poesia na era digital”. O tema me lembrou meus pais que recortavam sonetos publicados em jornais para trocarem seus afetos. E foi num desses, do poeta Guilherme de Almeida, que o namoro deles se tornou em noivado e, depois, em casamento na década de 50. A era digital veio facilitar a produção poética e abriu espaço para o que, bem antes, seria da “elite literária”. É certo, como diz Tamane, que há quem critique o surgimento de uma poesia mais superficial, de frases curtas e de efeito, que buscam obter o máximo de curtidas nas plataformas onde são postadas. Contudo, mesmo na superficialidade, muita coisa pode ser absorvida, apreciada e compartilhada, pois, como disse Mário Quintana, “fora da poesia não há salvação”. Parabéns, Liz Tamane, pela brilhante matéria! 

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O Botafogo conseguirá ganhar os dois títulos que disputa?

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Como torcedor fanático que sou, acredito que é possível levantar as taças do campeonato brasileiro e da Libertadores da América, versão 2024.

Como torcedor fanático que sou, acredito que é possível levantar as taças do campeonato brasileiro e da Libertadores da América, versão 2024.

        São duas competições difíceis, principalmente o brasileirão, mas em relação ao ano passado a distância entre o primeiro colocado, no caso o Fogão e o segundo, no caso o Palmeiras, é de apenas um ponto. Acontece que os dois ainda se enfrentam na antepenúltima rodada e tem-se pela frente mais oito rodadas. Ao contrário do ano passado em que o Botafogo chegou a colocar quatorze pontos na frente do segundo colocado, esse ano a diferença está mais apertada e o time alvinegro adora colocar sua torcida em permanente angústia, mesmo tendo time que sobra no campeonato. Aliás, hoje, Botafogo e Palmeiras são indiscutivelmente os melhores times do Brasil.

        Quanto à Libertadores da América não acredito que o Penharol tenha condições de eliminar o Fogão, apesar de que em futebol tudo seja possível, mas classificando-se para uma eventual final, estamos arriscados a ter de enfrentar o Racing, em Buenos Aires e aí, vira uma caixinha de surpresas. Time por time sou mais o do Botafogo, mas a pressão da torcida no estádio de Avellaneda é muito grande e haja concentração e coração. Se for o Atlético Mineiro o classificado, a outra semifinal é entre o Atlético e o Racing, o fator torcida deixa de existir, pois serão dois times brasileiros jogando em solo argentino, local da partida escolhido pela Conmebol (entidade máxima do futebol sul-americano). Nesse caso, o fator campo não existiria já que seria o chamado campo neutro. A rivalidade entre atlético e Botafogo existe, mas não creio no mesmo nível de Argentina e Brasil.

        Nessa quarta-feira, às 21h30, no estádio Nilton Santos no Rio, com todos os ingressos já vendidos, ou seja, com casa cheia, o Fogão inicia sua caminhada em direção a um título inédito, ou seja, campeão das américas. Tem de vencer e com um placar elástico, mesmo sabendo que o Penharol vai jogar fechado e fazendo cera, pois sua intenção, certamente, será levar a decisão para Montevidéu, onde o apoio de sua torcida será muito importante. Para eles, um empate no Rio seria a
glória.

        O que me preocupa é a dificuldade que o time da estrela solitária tem para furar bloqueios, haja visto o último jogo contra o Criciúma, de Santa Catarina. Com um Maracanã lotado, conseguiu furar a retranca do adversário aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, mas sofreu o empate, numa desatenção, aos quatro minutos da prorrogação. Deixou escapar três valiosos pontos o que fez o Palmeiras ficar a apenas um ponto da liderança.

        De qualquer maneira o torcedor alvinegro tem motivos para acreditar em títulos e sonhar alto, afinal o time atual é muito superior ao do ano passado e, o mais importante, tem reservas, em todas as posições. Reservas que seriam titulares em qualquer time grande da principal divisão do campeonato brasileiro, o que é importante num calendário desumano como o nosso, que obriga os times a jogarem, praticamente, a cada três dias. A sorte de nossos jogadores, menos aqueles que são convocados para as respectivas seleções, é que a Fifa dá dez dias de interrupção no calendário nacional; como são pelo menos três, isso alivia um pouco o desgaste.

        O desejo da imensa torcida alvinegra é que o time esteja inspirado na quarta feira, que possa ganhar bem do seu adversário, deixando encaminhada a classificação para a grande final. Serão dois jogos, com intervalo de uma semana entre um e outro e, assim esperamos que nossos jogadores ponham o coração na ponta das chuteiras. Estaremos em orações para todos os santos para que tenhamos um final feliz. Amém.

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Quero me encontrar com Deus!

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Eita, que livro instigante!  Ao ler os contos de Eliane França, reunidos no livro “Sobre o dorso das fêmeas”, Editora Penalux, 2021, fiquei tocada. Parece que uma bandeja de perguntas passou pela minha frente, oferecendo não sei lá quantas questões, me fazendo pensar tanto que embalaram meu sono e me trouxeram sonhos agitados.

Eita, que livro instigante!  Ao ler os contos de Eliane França, reunidos no livro “Sobre o dorso das fêmeas”, Editora Penalux, 2021, fiquei tocada. Parece que uma bandeja de perguntas passou pela minha frente, oferecendo não sei lá quantas questões, me fazendo pensar tanto que embalaram meu sono e me trouxeram sonhos agitados.

Num dos contos, a “Experiência”, a personagem, viúva e idosa, sentada numa cadeira, esperando os filhos para um almoço, vê Deus. As frases vão tecendo o momento, misturando o contato do Divino com a expectativa da chegada da família, o seu momento existencial, o cheiro da comida. Suas desesperanças e solidão, os filhos, a nora pérfida, a roupa apertada pelos quilos a mais. Tudo se junta, porém nada se compara com a grandeza de ver Deus.

Com maestria, Eliane França, pergunta à personagem, de certo para nós, os leitores: Como Ele é. Sem interrogação, exclamação ou outra pontuação, ela termina o texto, deixando-nos de boca aberta, com a questão caindo pelos lábios.

Lido no Clube de Leitura Vivências, em grupo, organizado por Márcia Lobosco, o livro causou reboliços; ficou todo mundo intrigado. Quando o encontro acabou, a pergunta cresceu em mim. Quando era criança, via Deus nos quadros e nas imagens das igrejas, uma figura grande e forte, que até me causava medo e inquietude. Curiosa, fui criando diferentes imagens em função do que me diziam e daquilo que via. Tinha a certeza, apenas, que Ele era uma entidade a quem tínhamos de respeitar e conversar nas orações antes de dormir. Até que, certa vez, escrevendo esta coluna, tive a convicção de que se olhasse para a natureza encontraria Deus. Suspirei fundo, aliviada.

Ao ler Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, tive a noção de que a religião é uma forma de compreendermos a vida em sua plenitude e finitude porque temos um grande enigma que nos ronda com justeza absoluta: vamos morrer! Terminar, acabar, desaparecer. Esse fato me encrenca, me assola e desassossega. Gostaria de ser eterna. Mas sou humana. Vou findar.

Sem cuidados ou pudor, o texto apresenta a desafiadora pergunta na última frase do conto. A autora é daquelas que olha para o leitor e determina: você decide o que vai acontecer. Como a literatura nos oferece sabedoria e nos salva em cada texto, conceder ao leitor tal direito é um modo de nos amadurecer para a vida, posto que temos que decidir de instante a instante.

Como é Deus. A pergunta persiste mesmo sem sinal de interrogação. Gosto de rezar o Pai Nosso, de olhar para o céu e ver a força do universo, de me deitar e me entregar ao sono. De olhar para minha filha. E escutar a voz da minha mãe. De ver a natureza. De ter amigos. De escutar o latido dos meus cachorros. De dar milho aos passarinhos.  De saber que todos estão vivos. Será Deus isso tudo?

Meus pensamentos encontram afinidade com o poema de Leandro Gomes de Barros (1865-1918), poeta de literatura de cordel brasileiro, considerado por Carlos Drummond de Andrade o “Rei da Poesia do Sertão”.

Se eu conversasse com Deus

Iria lhe perguntar

Por que é que sofremos tanto

Quando viemos para cá?

Que dívida é essa

Que a gente tem que morrer para pagar?

 

Perguntaria também

Como é que Ele é feito

Que não dorme, que não come

E assim vive satisfeito

Por que foi que Ele não fez

A gente do mesmo jeito?

 

Por que existem uns felizes

E outros que sofrem tanto?

Nascemos do mesmo jeito,

Moramos no mesmo canto.

Quem foi temperar o choro

E acabou salgando o pranto?

 

Agora, mais do que nunca, quero me encontrar com Deus.

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CNBB 72 anos: evangelizar sempre

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Os 72 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, celebrados no ultimo dia 14 de outubro, foram marcados por uma missa, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquatro, e concelebrada pelos bispos auxiliares de Brasília, dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, dom Antônio Aparecido de Marcos Filho e dom Denilson Geraldo. Também concelebraram os padres assessores das Comissões da Conferência, do ordinariado militar e da nunciatura. Os frades do Santuário São Francisco de Assis animaram os cantos da celebração.

Os 72 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, celebrados no ultimo dia 14 de outubro, foram marcados por uma missa, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquatro, e concelebrada pelos bispos auxiliares de Brasília, dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, dom Antônio Aparecido de Marcos Filho e dom Denilson Geraldo. Também concelebraram os padres assessores das Comissões da Conferência, do ordinariado militar e da nunciatura. Os frades do Santuário São Francisco de Assis animaram os cantos da celebração.

Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, em razão de saúde não pode celebrar como estava previsto, mas trechos de sua homilia, escrita especialmente para a celebração, foram lidos pelo secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoespers. A homilia destacou inicialmente a alegria de ter o que agradecer – os 72 anos da CNBB – em torno da mesa da Eucaristia. “Tudo aqui tem a ver com a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”, refletiu.

Apóstolos Suos

A homilia destacou um trecho do que diz a Carta Apostólica de São João Paulo II, de maio de 1998, sobre o sentido de uma conferência episcopal: “Instituição permanente, como agrupamento dos Bispos de uma nação ou determinado território, que exercem em conjunto certas funções pastorais a favor dos fieis do seu território, a fim de promoverem o maior bem que a Igreja oferece aos homens, sobretudo por formas e métodos de apostolado convenientemente ajustados às circunstâncias do tempo e do lugar, nos termos do direito”.

Dom Ricardo destacou que tal compreensão se verifica na história da CNBB. “Hoje estamos aqui na sede da CNBB para agradecer os 72 anos de história desta que é uma das mais antigas e maiores conferências de bispos do mundo. O sonho de comunhão, participação e missão tem uma longa trajetória da Igreja no Brasil. Foi antes mesmo do Concílio Vaticano II, com o empenho de dom Helder Câmara, que foi criada com sede no Rio de Janeiro, então capital federal, a CNBB em 14 de outubro de 1952”, ressaltou.

De acordo com o texto da homilia, desde então a evangelização proposta pela Igreja Católica no Brasil tornou-se cada vez mais um projeto eclesial articulado, organizado, planejado e avaliado com o zelo apostólico das centenas de bispos que serviram e servem ao povo brasileiro.

Igreja sinodal

“Evitando qualquer sombra de orgulho, não é exagero afirmar que a Igreja no Brasil antecipou nas estruturas de sua Conferência Episcopal alguns dos principais traços de uma Igreja sinodal. Os encontros, as assembleias, os estudos, as análises, as conversações, os debates… sempre estiveram presentes como passos em busca de uma palavra sólida que animassem as comunidades, seus membros e servidores”, destacou um trecho.

Na homilia também foi destacado a história de planejamento da ação evangelizadora que remonta ao Plano de Emergência, ou o primeiro Plano de Pastoral da Igreja do Brasil, elaborado no início dos anos 1960 em resposta ao pedido do Papa São João XXIII. “Desde então, os bispos brasileiros nunca deixaram de se encontrar e, entre suas atividades, de propor de tempos em tempos, novas e atualizadas diretrizes evangelizadoras”.

Em outro trecho, foi ressaltado que o mandato de evangelizar permanece sempre como a palavra de ordem da CNBB, como está descrito em seu objetivo geral. Dom Ricardo reforçou na homilia que a CNBB é um organismo composto por bispos, mas que sempre pode contar com inúmeros colaboradores: homens e mulheres, padres e religiosas, leigos e leigas, que na comunhão da mesma fé se somaram aos bispos para ver a Igreja do Brasil realizar sua missão de evangelizar.

Ao final da celebração, o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquatro, destacou o fato de dom Jaime ter assumido a presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho, o Celam, o que representa a importância da Igreja no Brasil para a América Latina e também para a Igreja de Roma, com sua recente nomeação como cardeal.

“Devemos todos trabalhar juntos para que a Igreja, corpo de Cristo, se fortaleça cada vez mais também com a doação da Igreja no Brasil”, disse.

Fonte: CNBB

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Taça pra história

sábado, 19 de outubro de 2024

Friburgo Sporting conquista o título da Copa Noroeste no Sub-15

Friburgo Sporting conquista o título da Copa Noroeste no Sub-15

        Um troféu para se orgulhar e marcar a história do clube e do futebol de base de Nova Friburgo. Em uma partida emocionante, o Friburgo Sporting se sagrou campeão da Copa Noroeste Sub-15, ao vencer o Boa Vista de Miracema por 2 a 0. Os gols da vitória foram marcados por Juan Pablo, que terminou a competição como artilheiro, com 12 gols marcados. Com a vitória, o clube friburguense tornou-se o primeiro time do município a conquistar o título na categoria, marcando seu nome de forma definitiva na competição.
        “A conquista é resultado de muito trabalho, dedicação e talento dos jovens atletas, que demonstraram grande garra e habilidade em campo, superando adversários fortes ao longo de toda a competição. Esse feito inédito destaca o crescimento do futebol de base na cidade e serve como inspiração para futuras gerações”, destacam os dirigentes.
        O título do Friburgo Sporting não se deve apenas ao talento dos jogadores, mas também ao trabalho realizado pela comissão técnica, comandada pelo técnico Fabiano Marques. Sob seu comando, a equipe somou seis vitórias e dois empates, demonstrando um futebol ofensivo e eficiente, com 32 gols marcados e apenas quatro sofridos. O título representa um marco histórico para o clube e para o futebol de base de Nova Friburgo.
        Além do título de artilheiro, Juan Pablo também foi eleito o craque da competição, com 12 gols na Copa Noroeste. Outro destaque do Friburgo Sporting foi o goleiro Lucas Couto, que recebeu o prêmio de melhor goleiro do campeonato. 

 

Brilho no tatame

Jovem Laiza Silva se destaca em etapas do Circuito Hajime de Judô

Uma pequena notável, que vai ganhando espaço de destaque quando veste o kimono e entra no tatame. A atleta Laiza larentes Silva, de Nova Friburgo, participou recentemente de quatro etapas do Circuito Hajime de Judô, realizado no Rio de Janeiro, e teve um desempenho notável. Nas duas primeiras etapas, competindo na categoria de 57 kg, a jovem judoca conquistou medalhas de ouro, prata e bronze com atuações que renderam inúmeros elogios.

Na terceira etapa, também na categoria de 57 kg, Laiza decidiu experimentar uma nova estratégia e, embora não tenha conseguido o ouro, trouxe para casa a medalha de bronze. Para a última etapa, ela optou por descer de categoria, competindo no 52 kg, um desafio que envolveu um rigoroso processo de perda de peso.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Laiza competiu com bravura. Embora não tenha conquistado o ouro nesta etapa final, ela voltou para casa com a medalha de prata, premiando o seu esforço e dedicação.

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    Momento de celebração da taça: título entra para a história do futebol de base friburguense (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Friburgo Sporting confirma a sua curva de crescimento no cenário do desporto municipal (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    A jovem Laiza se destaca e desponta como promessa do judô de Nova Friburgo (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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    Com pódios em sequência, a judoca coleciona medalhas no Circuito Hajime (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)

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Inferno do Som

sábado, 19 de outubro de 2024

Edição de 19 e 20 de outubro de 1974

Pesquisado por Laís Lima (*) 

Manchetes 

Inferno do Som - Em Nova Friburgo, a não ser que sejam tomadas  enérgicas e urgentes providências, muito em breve poderá ser transformada num hospício. Cresce, dia a dia, o número de neuróticos, porque as autoridades municipais não se movimentam para deter o processo crescente de poluição sonora que vem infernizando o aparelho auditivo dos friburguenses e, em consequência, causando-lhe distúrbios psíquicos.

Edição de 19 e 20 de outubro de 1974

Pesquisado por Laís Lima (*) 

Manchetes 

Inferno do Som - Em Nova Friburgo, a não ser que sejam tomadas  enérgicas e urgentes providências, muito em breve poderá ser transformada num hospício. Cresce, dia a dia, o número de neuróticos, porque as autoridades municipais não se movimentam para deter o processo crescente de poluição sonora que vem infernizando o aparelho auditivo dos friburguenses e, em consequência, causando-lhe distúrbios psíquicos.

Assistência técnica - Esteve em Nova Friburgo um técnico do Ministério da Fazenda, buscando dinamizar os programas de assistência técnica do município, com vistas a um inter-relacionamento entre o município e a Subsecretaria de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda. O II Plano de Desenvolvimento Nacional determina a reformulação da aplicação dos fundos de participação com vistas ao melhor aproveitamento dessas receitas.

Avenida Roberto Silveira: atropelamento e colisão - A Avenida Roberto Silveira voltou a registrar esta semana mais um atropelamento e uma colisão envolvendo três veículos. Hernandes Monteiro, 27 anos, foi colhido por uma caminhonete do DER, chapa 01-93, dirigida por Américo João. Hernandes foi levado para o Hospital Santo Antônio com fratura de crânio.

Seminário do Lions foi um sucesso - Obteve o maior sucesso o Seminário Leonístico da Região C que abrange os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Guanabara e Espírito Santo, realizado em Nova Friburgo. O seminário, promovido sob os auspícios do Lions Clube de Nova Friburgo, presidido pelo advogado Olavo Leite, teve por objetivo o desenvolvimento de temas leonísticos e contou com a presença de destacadas figuras do Lions Clube do Brasil.

Amigos choram Bebete - Natural de tradicional família de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e radicada em Friburgo desde 1950, faleceu no último domingo, aos 48 anos de idade, a sra. Maria Izabel Massot Castilho, conhecida carinhosamente como Bebete Castilho.

José Sally receberá homenagem na SEF - A diretoria da Sociedade Esportiva Friburguense deverá anunciar, em breve, as solenidades da ligação do transformador, conseguido pelo Darme, através da interferência pessoal do deputado federal José Sally, que receberá, na ocasião, homenagens do clube.

 

Sociais 

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Vitorino Moreira da Costa e Paulo Cezar Vassallo (21); Oberthal Guimarães Freitas e Maria Malheiros (22); João Agrello, Solange Maria Soares da Cunha Gonçalves (23); Mariléa Costa, Diva Thurler Mazzavila Teixeira e Orcalina Moura Leite (24); Trajano de Almeida (25); Abílio de Souza Gomes (26); Leôncio Amado Machado, Maria de Lourdes Coelho Azevedo, Ruth Braga de Mello e a florista Fernandes Cima (27).

(*) estagiária sob supervisão de Henrique Amorim 

 

Foto da galeria
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Oportunidade

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Ministério do Esporte lança 1ª edição do Concurso do Minuto para o Esporte

        O Ministério do Esporte (MEsp) tem como responsabilidade promover o desenvolvimento do esporte no país, incentivando a participação da população e contribuindo para a formação de uma cultura esportiva sólida, com a competência legal de formular e implementar políticas públicas relacionadas ao esporte. Nesse contexto, o órgão promove a 1ª edição do Concurso do Minuto para o Esporte (CME).

Ministério do Esporte lança 1ª edição do Concurso do Minuto para o Esporte

        O Ministério do Esporte (MEsp) tem como responsabilidade promover o desenvolvimento do esporte no país, incentivando a participação da população e contribuindo para a formação de uma cultura esportiva sólida, com a competência legal de formular e implementar políticas públicas relacionadas ao esporte. Nesse contexto, o órgão promove a 1ª edição do Concurso do Minuto para o Esporte (CME).

A meta é promover o esporte de forma inovadora, envolvendo a sociedade de maneira ativa e criativa, além de colocar em prática a promoção da participação social, de forma a alcançar os seguintes objetivos: fomento ao diálogo e participação pública, com a criação de um canal de comunicação direto entre o ministério e a sociedade, permitindo a interação e o compartilhamento de ideias; e ampliação da conscientização sobre o esporte, com a oferta de oportunidade de transmitir mensagens educativas e de conscientização sobre a importância do esporte na saúde, na integração social e no desenvolvimento pessoal.

O cenário atual revela uma crescente busca por atividades que incentivem a interação e a participação social, tendo em vista que o Ministério do Esporte é uma pasta recente, mas de grande apelo popular. O Concurso se alinha a essa necessidade, trazendo a oportunidade de engajamento, identificação e conscientização junto à população e de promoção do esporte de maneira moderna e acessível.

"O Concurso é uma iniciativa que busca aproximar o Ministério do Esporte do cidadão, promovendo não apenas seu engajamento ao evento em si, mas, em especial, uma oportunidade para reflexão e conscientização das pessoas sobre a relevância e o impacto do esporte em suas vidas. Assim, o CME é também um importante meio para que o MEsp possa ter um retorno legítimo e autêntico de anseios, expectativas e compreensão da sociedade sobre o esporte e, possivelmente, sobre as políticas públicas relacionadas", afirma o ouvidor do Ministério, Aureliano Vogado.

CATEGORIAS

As categorias abrangem três dimensões com potencial de suscitar a sensibilização, a conscientização e a reflexão na sociedade sobre os temas envolvidos. Espera-se que os participantes possam se autoidentificar com os temas ou apontar situações em seus ambientes e assim trazer exemplos, por meio dos vídeos, que possam servir de motivação para mudanças para um indivíduo, para uma entidade, para a sociedade de forma geral.

A primeira categoria é Esporte e Saúde - Temática “Como o Esporte mudou a minha vida”. Ela trata da importância da saúde física e mental dos atletas e praticantes de atividades físicas. Os vídeos podem abordar tópicos como treinamento adequado, prevenção de lesões, nutrição, bem-estar emocional e outros aspectos que influenciam a saúde das pessoas por meio do esporte. Aqui cabem, também, vídeos que tratam de superação.

Já a categoria Esporte e Sociedade - Temática “O Impacto do Futebol Feminino no Brasil” permite que os participantes explorem uma variedade de tópicos que envolvem o esporte em relação à sociedade. Isso pode incluir a questão da igualdade de gênero, o papel do esporte no empoderamento das mulheres, o impacto social do esporte, a inclusão de pessoas com deficiência e outros temas relevantes.

Por fim, a categoria Esporte e Integridade - Temática “Jogo Limpo” categoria destaca a importância dos valores éticos no esporte em geral. Os vídeos relacionados aqui podem abordar temas como fair play, combate ao doping, respeito aos árbitros, jogadores, torcidas, conduta dos torcedores, não-manipulação de resultados, crimes do esporte e crimes no esporte, além de iniciativas que promovam a integridade e a honestidade no esporte, entre outros.

PRODUÇÕES DIVERSIFICADAS

A expectativa do órgão nessa primeira edição é um bom engajamento e participação da sociedade em geral, bem como coletar informações, impressões, entendimentos desses atores em relação às temáticas do concurso. Isso pode trazer insumos para melhoria das políticas capitaneadas pelo Ministério e da comunicação/interação do MEsp com a sociedade. O formulário para inscrição estará disponível no dia 28 de outubro.

A exemplo de outros certames de vídeos, produções de todos os gêneros serão aceitas: ficção, clipe, publicidade, animação, (auto) biografia, documentário etc., desde que respeitadas as condições do regulamento e que seja abordado um dos temas. Os vídeos devem ter classificação livre, e não podem apresentar conteúdo que comprometa a imagem e dignidade de menores de idade, conforme as diretrizes da Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Os vídeos produzidos deverão ser obrigatoriamente inéditos e originais. Conforme descrito no edital, todos os vídeos inscritos deverão obedecer a diretrizes referentes a uso de imagem, direitos autorais, não apresentação de materiais obscenos, difamatórios, de cunho eleitoral, sexual, religioso ou político, ameaçadores, sexistas, racistas ou etnicamente ofensivos, ou que violem as leis vigentes no país. Dúvidas podem ser encaminhadas pelo e-mail ouvidoriamesp@esporte.gov.br ou pelo Disque Esporte (0800 942 9100).

Foto da galeria
Concurso do Minuto para o Esporte prevê participações em três categorias (Foto: Divulgação Vinícius Gastin)
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Cultura do Cancelamento

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Nos últimos anos, a expressão "cultura do cancelamento" tornou-se cada vez mais presente em nossas conversas, especialmente nas redes sociais. Inicialmente vista como uma forma de responsabilizar indivíduos por comportamentos considerados inaceitáveis, a prática levanta questões profundas sobre ética, justiça e liberdade de expressão. Afinal, podemos “cancelar” alguém? A cultura do cancelamento se manifesta quando uma pessoa, normalmente uma figura pública, é alvo de críticas e boicotes, muitas vezes em resposta a declarações ou ações consideradas ofensivas.

Nos últimos anos, a expressão "cultura do cancelamento" tornou-se cada vez mais presente em nossas conversas, especialmente nas redes sociais. Inicialmente vista como uma forma de responsabilizar indivíduos por comportamentos considerados inaceitáveis, a prática levanta questões profundas sobre ética, justiça e liberdade de expressão. Afinal, podemos “cancelar” alguém? A cultura do cancelamento se manifesta quando uma pessoa, normalmente uma figura pública, é alvo de críticas e boicotes, muitas vezes em resposta a declarações ou ações consideradas ofensivas. As redes sociais, com sua velocidade e alcance, amplificam esse fenômeno, permitindo que a indignação se espalhe como fogo em palha seca. Em um ambiente onde a opinião pública pode ser rapidamente formada e compartilhada, é fácil esquecer que por trás de cada tweet ou post existem seres humanos, com histórias e contextos únicos. O argumento a favor do cancelamento geralmente se baseia na ideia de que ele atua como um mecanismo de justiça social. Quando figuras públicas fazem comentários racistas, sexistas ou homofóbicos, muitos veem o cancelamento como uma forma de responsabilizá-las e promover mudanças. No entanto, essa abordagem simplista ignora a complexidade das situações e as consequências que podem advir de um julgamento apressado. Cancelamentos, muitas vezes, resultam em perdas significativas: empregos, oportunidades, relacionamento e, em casos extremos, a saúde mental dos indivíduos. Pessoas que se veem “canceladas” podem enfrentar campanhas de ódio, ameaças e até mesmo o isolamento social. É fundamental ponderar: a prática do cancelamento realmente promove algum grau de justiça ou apenas perpetua um ciclo de violência virtual? Além disso, a cultura do cancelamento tende a ser seletiva. O que é considerado ofensivo varia de pessoa para pessoa e de contexto para contexto. Um comentário que pode parecer inofensivo para alguns pode ser devastador para outros. Essa subjetividade gera um campo fértil para a hipocrisia, onde muitos que se sentem no direito de cancelar outros podem ter suas próprias falhas ignoradas. Afinal, quem define o que deve ser cancelado e quem merece uma segunda chance? É preciso também considerar o papel da educação. Em vez de simplesmente cancelar, seguir uma onda irresponsável e corrida promovida nas redes, por que não promover diálogos construtivos? As reflexões e as trocas de ideias podem ser ferramentas poderosas para transformar comportamentos e ampliar a compreensão. Corroborar com práticas de “cancelamento” de alguém pode proporcionar uma sensação imediata e estranha de satisfação, ou mesmo uma noção de que é o certo a ser feito, mas o verdadeiro progresso social geralmente se dá através do entendimento e da empatia. Além disso, é essencial refletir sobre como essa dinâmica afeta nossa sociedade como um todo. Em um ambiente onde o medo de ser cancelado predomina, a autocensura pode se tornar um reflexo da cultura do medo. As pessoas podem hesitar em compartilhar opiniões ou se expor a discussões, temendo represálias. Isso não apenas limita a liberdade de expressão, mas também empobrece o debate público. No fim das contas, a cultura do cancelamento nos desafia a encontrar um equilíbrio entre responsabilização e compaixão. Precisamos de um espaço onde possamos discutir nossas diferenças de forma saudável, sem o temor constante de um julgamento sumário. Ao invés de simplesmente cancelar, que possamos nos engajar em diálogos que promovam a compreensão, a cura e, talvez, a mudança. A responsabilidade de moldar essa conversa recai sobre todos nós. Que possamos buscar um caminho que valorize a aprendizagem e o crescimento, em vez da condenação e do silenciamento. Afinal, todos nós estamos em constante evolução e, em última análise, todos merecemos a chance de aprender com nossos erros.

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Eu também tenho isso

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Assim como não conseguimos enxergar certas partes de nosso próprio corpo sem o auxílio de um espelho, da mesma forma não temos uma visão de algumas características de nosso eu, de nossa maneira de ser como pessoa, sem procurar obter melhor discernimento pessoal ou aprimorar o autoconhecimento.

Assim como não conseguimos enxergar certas partes de nosso próprio corpo sem o auxílio de um espelho, da mesma forma não temos uma visão de algumas características de nosso eu, de nossa maneira de ser como pessoa, sem procurar obter melhor discernimento pessoal ou aprimorar o autoconhecimento.

Isso é importante porque muito do que acontece em nossos relacionamentos na família, com amigos, no trabalho, depende de termos ou não uma visão consciente de como funcionamos nesses relacionamentos. Você pode com frequência provocar ou facilitar a presença de tensão, tristeza, aversão, isolamento, irritabilidade com certas pessoas justamente porque não percebendo características desagradáveis em seu próprio comportamento, age de forma a provocar estes problemas em seus relacionamentos.

Se você quer obter compreensão de si mesmo, o primeiro passo é admitir que precisa melhorar sua autopercepção para ter consciência de que forma você funciona que favorece o surgimento de brigas, discussões e afastamento das pessoas. Pode até estar acontecendo um paradoxo em sua vida hoje, que é você querer estar próxima de indivíduos importantes em sua vida, e se queixar de que eles se afastam de você, sendo que isso pode estar acontecendo por causa de condutas suas que são desagradáveis nesses relacionamentos. Falta, então, discernimento do que você faz ou diz que produzem afastamento das pessoas.

O ponto que quero enfatizar é que mais frequentemente do que gostaríamos, possuímos características ruins parecidas em algum nível com as que pessoas que criticamos em nosso coração, também possuem. Isso é comum acontecer em relacionamentos conjugais, entre pais e filhos, mães e filhos, filhos e seus pais.

Pode ser que o filho com quem você tem mais dificuldade de relacionamento é aquele que tem algumas características de comportamento parecidas com as suas. Você, então, vê no filho ou na filha, no esposo ou na esposa, no pai e na mãe, um comportamento que desagrada e não vê em si mesmo. Isso é um problema porque se você não enxerga que tem este ou aquele jeito de ser que seu parente tem e que você o critica por isso, fica injusto criticá-lo, cria estresse e perturba a harmonia familiar.

Por outro lado, quando começamos a perceber que também temos algumas características ansiosas, depressivas, nervosas, controladoras, mentirosas, agressivas, impacientes ou outra qualquer que a outra pessoa com quem nos relacionamos de perto tem, podemos cobrar menos, pegar leve, perdoar mais, e agir com mais compaixão com ela e com a gente mesmo. E, claro, lutar conscientemente e de forma intencional para vencermos aquele defeito de caráter que agora começa a ficar mais claro para nós mesmos e que só víamos no outro.

Como consequência desse processo de amadurecimento por decisão consciente individual de pensar e refletir sobre como funcionamos, vai ficando mais claro para nós que também temos o que criticávamos na outra pessoa como se só ela tivesse aquela característica comportamental ruim.

Certa vez Jesus Cristo deu uma explicação sobre isso quando falou que podemos ver e criticar a existência de um cisco no olho de outra pessoa e não enxergar o palito no nosso olho (ver Mateus 7:1-5).

A qualidade de vida em nossos relacionamentos pode melhorar bastante na medida em que conseguimos aumentar o discernimento de nós mesmos, de nosso comportamento e abandonamos os erros de nossa conduta que vão ficando conscientes para nós, substituindo-as por atitudes e jeito de falar que promovem a aproximação agradável das pessoas em nosso convívio com elas. Comece com você.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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