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Estrada Friburgo-Niterói em situação calamitosa

sábado, 27 de novembro de 2021

Edição de 27 e 28 de novembro de 1971
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Edição de 27 e 28 de novembro de 1971
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

  • Estrada Friburgo-Niterói: Parece mentira, mas é a pura verdade. É deveras calamitosa a situação que se encontram vários trechos da serra que nos leva a Niterói. Custa-se a acreditar que algum órgão técnico, permita ou determine que se “mexa” em tantos lugares de uma via, estabelecendo, inclusive um “reinado” de lama e detritos… É preciso que os responsáveis se movimentem para sanar a triste condição de uma estrada, que em muitos trechos, no momento, somente tem vestígios de pavimentação, para, pelo menos, minorar a situação de quem precisa viajar… Dizem alguns que é culpa da chuva. A verdade é que em seis dias, passou a nossa reportagem quatro vezes pela estrada e não vimos nem sombra de máquinas ou trabalhadores. A acomodação é geral… 
  • Aprovado em primeira discussão projeto que autoriza alienação de ações da Petrobras: Com os recursos, implantar no município um grandioso e oportuno plano de ensino superior  e técnico-profissional. Nenhum vereador do MDB compareceu ao Legislativo, preferindo não assumir responsabilidades na decisão da matéria. A votação final será nominal, de modo que fique para a posteridade, os vereadores  que participaram da nobre iniciativa de transformar Friburgo em cidade universitária.
  • Rosalí e Rogério - Doutores em Medicina: Dois friburguenses formam-se este ano em Medicina. O acontecimento deve ser noticiado com intenso júbilo, tão novo ele é. A cidade se orgulha de ter filhos que enobreceram nos estudos e chegaram ao alto grau da ciência médica, honrando o nome dos pais e das famílias. Cresceram, estudando, amando a arte de curar os enfermos. Rogério, tal qual como a irmã, exemplar na faculdade de Ciências Médicas da Universidade da Guanabara; Rosali - foi destaque na Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense. 
  • Deputado do MDB exalta o governo de Padilha: O deputado Alberto Dauaire (MDB) destacou, na Assembléia Legislativa, a importância do programa do governador do Estado do Rio, Raymundo Padilha, para o desenvolvimento econômico de São João da Barra, município do extremo norte fluminense, que teve, este ano, o seu serviço de energia elétrica ampliado. 
  • Iniciado o 3º Campeonato Brasileiro de Tiro ao Alvo: Sob o patrocínio da Sociedade de Tiro ao Alvo “Sans Souci” e do Nova Friburgo Country Clube, foi iniciado o 3º Campeonato Brasileiro de Tiro ao Alvo Inter-Clubes, realizando-se as atividades esportivas no “Sans Souci” e as sociais no Country, com a participação dos melhores atiradores de 11 estados, inclusive do campeão panamericano Bertino Alves de Souza. 

Pílulas

  • Quem não quiser acreditar ou compreender que se amofine. Grandes e inesperadas composições políticas estão prestes a estourar… Nas altas esferas partidárias desenvolvem-se articulações capazes de modificar profundamente o até então previsto andamento da sucessão do prefeito Feliciano Costa. Os que viverem, verão… 
  • A Sociedade Musical Campesina inaugurou em sua sede, com missa solene e benção especial, uma linda imagem de Santa Cecília, a padroeira dos músicos. A iniciativa das mais louváveis foi teve a prestigiá-la uma verdadeira multidão de pessoas, recebendo a diretoria da querida e centenária banda, elogiosas referências, aliás, justificadamente. 

E MAIS: 

  • A caminhada do Esperança rumo a novos melhoramentos 
  • Nova Friburgo Country Clube é o campeão da 3ª Taça do Colonizador 
  • Presidente Médici promete ao governador Raymundo Padilha todo o apoio necessário para programa de obras no Estado do Rio  

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Guilherme Machado (19); Paulo Cesar Miranda (24); Adriana Ventura(27); Mariana Hottz (28); Débora Rangel Ventura e Mário Haiut (29); Vera Luterback, João Batista de Moraes, Johann Evangelista Mayer e José Namen (30); José Maria Coutinho e Johannes Weidauer (1º de dezembro); Jaqueline Freitas, Vanor Tassara, Elizabeth Jovita, Geny Bravo, Ronaldo Leal, Manoel Nunes, José Corrêa e João Nicolau (2); Benício Valadares, Humberto Pena e Dirceu Badini (3).
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Se a vida é passageira, dirija-a

sábado, 27 de novembro de 2021

O mundo está muito depressa. Quero mais tempo para viver. Eu não quero morrer. Não que eu tenha medo da morte. Mas é que tenho muito apreço pela vida. Maior encantamento ainda pelas suas intensidades.

A intensa Clarice Lispector nos ensina: “a vida serve é para se morrer dela”. Não interpreto como um pensamento meramente existencialista. Encaro como se ela estivesse profetizando que o destino é certo: morrer. E já que esse é o fim de todos nós, que se morra cada hora consciente disso, e ao saber, que se faça bom proveito dos minutos a nós concedidos.

O mundo está muito depressa. Quero mais tempo para viver. Eu não quero morrer. Não que eu tenha medo da morte. Mas é que tenho muito apreço pela vida. Maior encantamento ainda pelas suas intensidades.

A intensa Clarice Lispector nos ensina: “a vida serve é para se morrer dela”. Não interpreto como um pensamento meramente existencialista. Encaro como se ela estivesse profetizando que o destino é certo: morrer. E já que esse é o fim de todos nós, que se morra cada hora consciente disso, e ao saber, que se faça bom proveito dos minutos a nós concedidos.

Essa corrida maluca que tem sido os nossos cotidianos me assusta. Não sei se o mundo está acelerado, se a contemporaneidade está nos acelerando ou se somos nós mesmos que estamos velozes demais. No fim, somos o mundo e o contemporâneo – nós. Autoflagelo? Não nos culpemos arbitrariamente. Desaceleremos. Contemplemos.  

O que sei é que quero ficar mais tempo, mais do que for possível. Tenho sede de vida e não quero que a vida se esgote. Por isso, bebo a vida apreciando todos os seus sabores. Até os amargos ou salgados demais. Mas louvo os temperos, mesmo quando em excesso. Deixo me consumir para não ser consumido. Se a vida é passageira, eu a dirijo.

Assim, não espero o leito de morte para suprir minhas urgências. Tenho urgência de amor, de fascínio, de vida, de pessoas ao redor para brincar nesse parque de diversões que é o mundo. Compartilho. Cancelo os medos e embarco nas aventuras. Leio. Aprendo. Valorizo o que as ruas me ensinam, especialmente os saberes dos não acadêmicos. Canto. Rio. Deixo de contar o tempo para não padecer em agonia. 

Desejo e a experiência me conta que alguns desejos são traidores. Mas não me puno. Sou o responsável, o único responsável pelos meus rumos. Sonho. Choro. Clamo por paixões e apaixonado faço coleção de emoções. Ah, a emoção! Esse sentir tão extraordinário, quase mágico. Mas real. E o que é mistério, simplesmente classifico como metafísica ou sobrenatural. E fico maravilhosamente bem com isso. O arrepio é visita sempre bem-vinda.

Sabe, a vida é um convite permanente, mas que em algum instante é cassado de nós. Por sua imprevisibilidade, nos resta uma só previsão: é preciso viver agora enquanto esse agora perdurar. Por isso, só peço que perdure muito, para além da futura terra que serei. Mas, enquanto adio ser pó, não me peça apenas para sobreviver. Quero vida e vida em abundância. 

Não se pode se permitir nada menos do que a felicidade. Ciente, é claro, que tristezas virão e são essenciais para a percepção das felicidades. Mas se há uma razão para existir e persistir nesse mundo aceleradamente insano é ser feliz! Não espere um câncer ou a hipertensão para entender isso. Não espere a velhice para querer ser criança de novo! 

Parafraseando Clarice: vida é pouco. O que quero ainda não tem nome. Vou vivendo e ao viver encontro o que não se precisa nomear.      

 

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Fim da Nêga Fulô

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Fim da Nêga Fulô
A famosa e premiada cachaça friburguense Nega Fulô sairá do mercado. A decisão é da Diageo, multinacional inglesa que é dona de marcas como Johnnie Walker e Smirnoff. Proprietária da marca desde os anos 2000, a dona das famosas marcas de whisky Label teria tomado a decisão de acabar com a Nêga Fulô por considerar que os tempos atuais não permitem mais utilizar esse tipo de nome que poderia ter cunho pejorativo com a raça e com o gênero. Uma decisão em favor do politicamente correto.   

Fim da Nêga Fulô
A famosa e premiada cachaça friburguense Nega Fulô sairá do mercado. A decisão é da Diageo, multinacional inglesa que é dona de marcas como Johnnie Walker e Smirnoff. Proprietária da marca desde os anos 2000, a dona das famosas marcas de whisky Label teria tomado a decisão de acabar com a Nêga Fulô por considerar que os tempos atuais não permitem mais utilizar esse tipo de nome que poderia ter cunho pejorativo com a raça e com o gênero. Uma decisão em favor do politicamente correto.   

Produção friburguense
Mesmo passando a ser propriedade da Johnnie Walker, a iguaria continuou sendo produzida em Nova Friburgo. As últimas garrafas já saíram da fábrica, na Fazenda Soledade, para o mercado. A produção, portanto, está totalmente finalizada. Os fãs da marca terão agora a última chance de comprar a cachaça neste fim de ano. Pelo contrato, em nenhuma hipótese a marca e receita podem ser repassadas a outro ou mesmo readquirida pelos proprietários originais. Estes seguem no segmento com outra marca de cachaça já consagrada: Fazenda Soledade.

Outros tempos
A Nêga Fulô foi criada nos anos 70 e segundo seus criadores teve esse nome inspirado no poema de Jorge de Lima, provavelmente escrito nos anos 20 do século passado, intitulado “Essa Nega Fulô”. Na obra, o escritor se debruça sobre as condições existenciais dos escravos, que eram concebidos como objetos. Para isso, ele fala do cotidiano da escrava Negra Fulô, retratando seus trabalhos domésticos, que eram solicitados por sua sinhá. No entanto, ao ser açoitada, seu senhor se rende aos encantos da escrava e, por conseguinte, às belezas afro.

Por que não mudou o nome?
A decisão de descontinuar a marca não chega a ser surpreendente por conta dos tempos atuais, onde empresas, governos (não todos) e instituições têm se empenhado em combater todo tipo de racismo e machismo. Mesmo sendo lucrativa e um sucesso, o que surpreende é o simples fim do produto, já que um novo nome poderia ser atribuído à cachaça. Afinal, a mudança de nome seria até vista de forma positiva com as devidas publicidades ante ao mero sepultamento.

Fazenda Soledade
Fato é que, dona de algumas das maiores marcas de destilados do mundo, a multinacional inglesa preferiu simplesmente descontinuar, evitando críticas para outras de suas potentes marcas. O clima de tristeza vem sendo superado pelo líder da Fazenda Soledade, o empresário Vicente Ribeiro. O fim da Nêga Fulô, por óbvio, gerou desemprego. Mas ao mesmo tempo fortalecerá o empenho em outros produtos da fazenda friburguense. Além da cachaça, há planos para produção de rum e gim.

Escassez
Dependendo do tipo de madeira, já é difícil encontrar a cachaça friburguense. A corrida ao mercado por parte de colecionadores também afeta o preço, que pode ter alguma inflação. Certamente, a Nêga Fulô cumpriu com seu papel na valorização do produto nacional, abrindo o mercado de cachaça para um público que até então tratava a bebida como menor diante de outros destilados.

Destaque em saneamento
Nova Friburgo é o 3º melhor município do Brasil em água limpa e saneamento básico. É o que mostra o relatório com o ranking de municípios para 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU. O estudo foi elaborado pelo CPL (Centro de Liderança Pública) em conjunto com a Frente Nacional de Prefeitos, Gove, Bank Of America, entre outras instituições e cruza diversas informações para chegar aos denominadores dos municípios com mais de 80 mil habitantes.  

Melhor do Estado
Em água limpa e saneamento, Nova Friburgo tem nota 90,31 e fica atrás apenas de Santos-SP (1º) e Balneário Camboriú-SC (2º). Destaca-se que o 4º e 6º lugares, Niterói e Petrópolis, respectivamente, também têm como concessionária de águas e esgotos a mesma empresa que atua em Nova Friburgo. Entre os 17 objetivos da ONU, esse é o que Nova Friburgo vai melhor em termos de colocação.

Desigualdades sociais
O objetivo que Nova Friburgo vai pior é o da redução de desigualdades sociais, sendo um dos piores do Brasil. Fica à frente de apenas 48 municípios, com nota 28,60. Derrubam a nota final de Nova Friburgo ainda quatro outros objetos da ONU: Paz, Justiça e Instituições Eficazes (265º e nota 59,35); Fome Zero e Agricultura Sustentável (262º e nota 44,62); Trabalho decente e crescimento econômico (235º e nota 28,66) e Parcerias e Meios de Implementação de Políticas (221º e nota 62,33).

Ladeira abaixo
Percebe-se em uma análise, ainda que rasa, que os grandes desafios de Nova Friburgo estão na economia e na política: ineficiência e crescimento tímido. Um cenário impensável para um município que já foi exemplo de pujança econômica e respeito institucional e que vem empobrecendo e perdendo identidade a passos largos. Os números, por exemplo, do objetivo número oito da ONU, Indústria, Inovação e Infraestrutura corroboram para essa sensação: 178º lugar, com nota 55,65. Contra números não há argumentos e eles são essenciais para estabelecer metas e mudanças em confronto a ideologias.    

Melhores notas e posições

Ainda que sejam trágicos os dados de desigualdades sociais e agricultura sustentável que acopla também fome zero, Nova Friburgo vai bem na erradicação da pobreza, 36º lugar e nota 78,19. As melhores notas entre os 17 objetivos da ONU para o mundo estão em Vida na Água (97,47 e a 23ª posição) [por não ter mar, a nota pode ser elevada em comparação a municípios banhados por oceanos] e Consumo e Produção Responsáveis (39º e nota 90,90). As melhores posições, independente da nota mais baixa: Vida Terrestre 31º com 74,47 e Educação de Qualidade 34º do País e nota 63,04.

4º melhor do Estado
A média final de Nova Friburgo para as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foi de 67,85 e a 101ª posição entre os 411 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes. Niterói é a melhor do Estado com nota final 72,83 e a 29ª posição nacional, seguida de Petrópolis com nota final 70,16. A melhor do Brasil para os objetivos da ONU em 2021 é a cidade de São Caetano-SP com média final de 80,75.    

As notas de Nova Friburgo e o melhor entendimento de cada objetivo 

1. Erradicação da pobreza - acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
36º no Brasil. Nota 78,19

2.  Fome zero e agricultura sustentável - acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
262º no Brasil. Nota 44,62

3. Saúde e bem-estar - assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
112º no Brasil. Nota 77,07

4. Educação de qualidade - assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
34º no Brasil. Nota 63,04

5. Igualdade de gênero - alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
117º no Brasil. Nota 75,08

6. Água limpa e saneamento - garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.
3º no Brasil. Nota 90,31

7. Energia limpa e acessível - garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos. Esse índice não foi medido pela pesquisa por ausência de dados mais concretos

8. Trabalho de decente e crescimento econômico - promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
235º no Brasil. Nota 28,66

9. Inovação infraestrutura - construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
178º no Brasil. Nota 55,65

10. Redução das desigualdades - reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.
363º no Brasil. Nota 28,60

11. Cidades e comunidades sustentáveis - tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
116º no Brasil. Nota 78,67

12. Consumo e produção responsáveis - assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
39º no Brasil. Nota 90,90

13. Ação contra a mudança global do clima - tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
101º no Brasil. Nota 80,63

14. Vida na água - conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, rios e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
23º no Brasil. Nota 97,47

15. Vida terrestre - proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.
31º no Brasil. Nota 74,47

16. Paz, justiça e instituições eficazes - promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
265º no Brasil. Nota 59,39

17. Parcerias e meios de implementação - fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
221º no Brasil. Nota 62,33

Palavreando
“Não espero o leito de morte para suprir minhas urgências. Tenho urgência de amor, de fascínio, de vida, de pessoas ao redor para brincar nesse parque de diversões que é o mundo”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

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A Black Friday é hoje!

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Preparado para o maior incentivo ao consumo antes do Natal? A Black Friday chegou e sua saúde financeira corre riscos se você for uma pessoa consumista e com tendências a gastos supérfluos. Portanto, esteja atento aos riscos e oportunidades que vêm com as sazonalidades do comércio.

Preparado para o maior incentivo ao consumo antes do Natal? A Black Friday chegou e sua saúde financeira corre riscos se você for uma pessoa consumista e com tendências a gastos supérfluos. Portanto, esteja atento aos riscos e oportunidades que vêm com as sazonalidades do comércio.

Viver com menos roupa da moda, celular de alta tecnologia ou barzinho no fim de semana, pode acabar te trazendo outras possibilidades e você passará a viver com mais investimento em educação, viagens, saúde, bem-estar e o que mais você considere parte da sua essência. É claro que cada pessoa tem suas prioridades e isso é natural. O importante é entender a ideia de que menos pode ser mais.

É reflexo do consumismo, a crescente taxa de inadimplência entre as famílias brasileiras. Nossa moeda é frágil, o poder de compra é pequeno, vivemos numa economia ainda em processo de maturação e a desorganização financeira cobra o preço pela forte cultura de consumo. Percebe como a educação financeira não é fundamentada apenas em termos técnicos e complexos? É a rotina de todos que usam a moeda como ferramenta de trocas.

Agora, como uma forma de intrigá-lo e talvez até causar certa reflexão: você realmente precisa de tudo o que tem? Separei algumas dicas de como estabelecer o consumo saudável.

Compare e estude os preços: saiba o que precisa comprar e comece a ter seu planejamento bem definido; assim você terá tempo para pesquisar preços e, acredite, você vai se surpreender com a possibilidade de boas economias.

Compre o que for comprar: a sua convicção, como consumidor, é o que vai ditar a relação entre o vendedor e você. Caso não queira comprar algo fora do planejado, não compre. Cuidado com as técnicas de vendas.

Fique atento na internet: lojas virtuais devem receber cuidados especiais, atente-se sempre à veracidade e confiabilidade dos sites; as compras na internet envolvem uma série de riscos que podem ser evitados com conhecimento e um pouco de bom senso. Procure saber se a loja virtual é verídica; desconfie de preços extremamente fora dos valores de mercado; cuidado com a divulgação indevida de seus dados pessoais; e confira o valor do frete.

Antes de parcelar, faça as contas: parcelamentos parecem ser uma “mão na roda”, mas sem o devido planejamento e estudo do seu orçamento, podem ser a semente do caos nas suas finanças. Lembre-se, no próximo mês virão novas compras e você não merece viver para pagar boletos.

Por que comprar o que não é necessário? Pagar juros depois ou poupar antes? Vale a pena pesquisar preços? Só você tem o controle de como gastar seu dinheiro e alocar suas finanças pessoais. Portanto, reflita!

 

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Desapegar-se

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Desapegar-se. Verbo simples. Prática difícil. Nada simples, porém muitas vezes, necessária. É preciso ter o pulso firme e o coração leve para não nos prendermos demasiadamente a tudo e todos que têm valor para nós.

Ouvi dizer que o apego ofusca a luz, como se embaçasse a clareza que pudesse existir. Senti também. É verdade, o apego atrapalha, amarra, atravanca, pesa. Sentimento estranho e mal aplicado, por assim dizer.

Desapegar-se. Verbo simples. Prática difícil. Nada simples, porém muitas vezes, necessária. É preciso ter o pulso firme e o coração leve para não nos prendermos demasiadamente a tudo e todos que têm valor para nós.

Ouvi dizer que o apego ofusca a luz, como se embaçasse a clareza que pudesse existir. Senti também. É verdade, o apego atrapalha, amarra, atravanca, pesa. Sentimento estranho e mal aplicado, por assim dizer.

Apego é diferente de amor. Diferente de querer. Diferente de zelo. Apego é apego e ponto. Nós sabemos do que se trata e convivemos bastante com esse sentimento.

Há quem lute por uma vida mais livre de apegos, seja aos sentimentos, às pessoas, às coisas, à posição social, ao emprego, à matéria. Levante a mão quem se identifica com esse ato de verdadeira coragem que é buscar um caminho com mais desapego e leveza.

Sei o quão dolorida e difícil é uma existência pautada no apego arraigado à alma. Dóem os ombros só de pensar. Dói a nuca também. E a têmpora direita. Sei o quanto a leveza de desapegar-se aos poucos dos excessos que encobrem o dia a dia é libertadora. E faz bem à saúde, diga-se de passagem.

Atualmente muito tem se falado nas práticas minimalistas, em valorizar um estilo de vida com menos acúmulo, menos barulho, menos objetos e mais espaço para o ar circular. Menos coisas e mais verde, mais contato com a natureza. Tenho percebido como essa tribo está ganhando integrantes. A galera que está valorizando mais o ser do que o ter, mais o tempo do que uma conta bancária recheada às custas de dias e noites de incessante trabalho, andando em corda bamba contra o fluxo do materialismo. Dá gosto de ver. E me parece um processo de desapego também. Desapegar-se do velho mundo e buscar um novo, o seu próprio mundo, mais próximo da verdadeira essência.

Essa reviravolta no meio da vida, esse desapego de tantas coisas e muitas vezes do próprio ego é um processo dos mais bonitos que tenho presenciado. Mas ainda assim, talvez não dê tão certo se não for bem delineado, se não contar com pitadas de sabedoria e um tanto de planejamento. O desapego é bom, traz leveza, mas para muitos, é um treinamento novo, sem precedentes e difícil de lidar. Ainda assim, vale a pena sentir e conhecer melhor o verdadeiro significado do desapego.

Como bem disse a escritora Martha Medeiros: “longa vida aos que conseguem se desapegar do ego e ver a graça da coisa.”

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Saúde mental e oração

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Dr. Kenneth Pargament, professor emérito de Psicologia da Bowling Green State University, em Ohio, estuda como se usa a religião para lidar com traumas da vida e diz que a tendência é que o impulso religioso aumente em momentos de crise, exatamente o que ocorreu no auge da pandemia da Covid-19, quando pessoas no mundo todo procuraram fontes espirituais de apoio, consolo e proteção contra a angústia, o medo, a tristeza.

Dr. Kenneth Pargament, professor emérito de Psicologia da Bowling Green State University, em Ohio, estuda como se usa a religião para lidar com traumas da vida e diz que a tendência é que o impulso religioso aumente em momentos de crise, exatamente o que ocorreu no auge da pandemia da Covid-19, quando pessoas no mundo todo procuraram fontes espirituais de apoio, consolo e proteção contra a angústia, o medo, a tristeza.

Dr. David H. Rosmarin, professor de psicologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e diretor do Programa de Espiritualidade e Saúde Mental do McLean Hospital, em Belmont, Massachusetts comenta que os cientistas têm feito pouca pesquisa sobre benefícios da oração para a saúde humana, em grande parte por falta de financiamento na comunidade médica para pesquisa espiritual.

Dr. Rosmarin explica que é difícil estudar cientificamente a oração. E diz que a oração só é provável que tenha benefícios para a saúde mental para aqueles que estão abertos a ela. Existem características de como orar que fazem as orações benéficas para você lidar com seus medos, ansiedade, tristeza, que tem que ver com pensar no que você diz na oração, orar de forma espontânea, usando palavras simples como num diálogo, sendo sincero e honesto no que diz, tendo uma postura humilde, perseverando na oração, crendo que Deus escuta de verdade.

Dr. Rosmarin diz às pessoas curiosas sobre oração para imaginar uma conversa de coração para coração com alguém com quem não conversam há algum tempo e relata uma pesquisa feita sobre oração que mostrou que ela pode ter benefícios semelhantes à meditação porque pode acalmar seu sistema nervoso, conduzir à serenidade e esperança, e pode fazê-lo ficar com menos emoções desagradáveis.

Um estudo publicado em 2005 no Journal of Behavioral Medicine comparou formas seculares e espirituais de meditação e descobriu que a meditação espiritual era mais calmante. Na meditação secular, você se concentra em algo como em sua respiração ou uma palavra não espiritual, o “mantra”. Já na meditação espiritual, você se concentra em uma palavra ou texto espiritual, por exemplo, lê um texto bíblico sobre um evento como um milagre de Jesus, ou parte do Sermão da Montanha, e imagina a cena como se estivesse ali.

Neste estudo, dividiram pessoas em grupos, uns ensinados a meditar usando palavras de autoafirmação (“Eu sou amor”) e outros com palavras que descreviam um poder superior (“Deus é amor”). Meditaram 20 minutos por dia durante quatro semanas. Os cientistas descobriram que o grupo da meditação espiritual teve maiores diminuições na ansiedade e estresse, e humor mais positivo.

Alguns cientistas que estudam a oração creem que as pessoas que oram se beneficiam de um sentimento de apoio emocional. Amy Wachholtz, professora de Psicologia Clínica da Universidade do Colorado, em Denver, explica: “Imagine carregar uma mochila hora após hora. Vai começar a parecer muito pesada. Mas se você puder entregá-la a outra pessoa para segurar por um tempo, ela vai parecer mais leve quando você a pegar novamente. Isso é o que a oração pode fazer, ou seja, permite que você alivie seu fardo mentalmente por um tempo e descanse.”

Um estudo de 2004 coordenado pelo dr. Pargament, sobre métodos religiosos de enfrentamento no Journal of Health Psychology descobriu que as pessoas que se aproximam de Deus como colaborador em suas vidas tiveram melhores resultados de saúde mental e física, e as pessoas com raiva de Deus, que se sentem punidas ou abandonadas, ou que renunciam à sua responsabilidade e jogam para Deus o que elas deveriam fazer, tiveram piores resultados.

A oração também pode ajudar seu casamento, de acordo com estudos coordenados pelo dr. Frank Fincham, da Faculdade de Ciências Humanas da Florida State University, em Tallahassee. Eles descobriram que quando as pessoas oram pelo bem-estar de seu cônjuge, por sentirem emoções negativas no casamento, ambos - o que faz a oração e o que a recebe - relatam maior satisfação no relacionamento. "A oração dá aos casais a chance de se acalmar e reforça a ideia de que você está no mesmo time.”, diz Frank.

Fonte: https://www.psychologicalscience.org/news/the-science-of-prayer-2.html

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Empresas brasileiras necessitam de suporte

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Muitas pessoas veem um empreendedor bem sucedido e acreditam que o caminho do sucesso está em ser dono do próprio negócio. E se você acha que ser empresário é poder desfrutar de muito dinheiro e tempo de sobra, o cenário nacional mostra diferente.

Muitas pessoas veem um empreendedor bem sucedido e acreditam que o caminho do sucesso está em ser dono do próprio negócio. E se você acha que ser empresário é poder desfrutar de muito dinheiro e tempo de sobra, o cenário nacional mostra diferente.

Fato é que, empreender no Brasil proporciona um enfrentamento diário e interminável de problemas que aparecem por todos os lados. Quando as coisas aparentam andar bem, surge uma nova lei que modifica toda a regulação do seu negócio e torna-se preciso se readequar. Quando há uma fidelização do público cliente, ocorre o início de uma grande crise que tira toda sua renda e é preciso reinventar-se.

E por fim, grande parte dos rendimentos fica para terceiros. Tributos, encargos trabalhistas, custos de manutenção do espaço físico, contas a pagar, aluguel, condomínio, reinvestimento no negócio e dentre outros gastos, que oneram o pequeno empresário.

Altíssimos custos tributários

Um estudo econômico realizado pelo Sage, em 11 países, trouxe um resultado que pouco surpreende: quanto menor a empresa brasileira, mais imposto proporcional é pago por ela. De acordo com o relatório, microempresas, com até cinco funcionários, pagam cerca de 65% de seu faturamento em impostos. As pequenas (cinco a 19 funcionários) pagam 42%, e as médias (20 a 199), 30%. Isso se abordarmos somente a pessoa jurídica.

Contudo, devemos lembrar que o imposto de renda é cobrado de pessoas físicas. Assim o micro e pequeno empresário que já perde parte do rendimento da empresa, mais uma vez, sofre com a alta tributação.

Falta de competitividade no mercado nacional

Além do alto custo de impostos, as empresas brasileiras têm baixo grau de competitividade no mercado nacional e vê seus lugares sendo ocupados por empresas estrangeiras dentro do seu próprio país. Um grande exemplo é Nova Friburgo, que é a capital da moda íntima brasileira e responsável por 25% da produção de lingeries do país. Fato é que, devido aos baixos custos de produção, esse mercado vem sendo ameaçado pelas empresas internacionais, em especial, as chinesas, que trazem suas mercadorias através de grandes navios e num preço de difícil competitividade.

E no nosso dia-a-dia não é difícil vermos que grande parte dos serviços e produtos que consumimos são provenientes de outros países, como o computador, celular, assinaturas de serviços de streaming, aplicativos, redes sociais, dentre muitos outros. Fatos que são explicitados em uma pesquisa realizada pela revista Forbes, e que mostram que dentre as duas mil maiores empresas do mundo, somente 1% é brasileira.

Maicon Gonçalves, professor e sócio operador do Garupa, aplicativo brasileiro de serviços de transportes, explica que grande parte dos lucros recebidos pelas empresas estrangeiras não ficam no Brasil e não valorizam a nossa economia, enfraquecendo a competitividade das empresas nacionais.

“Além das dificuldades enfrentadas através dos longos processos burocráticos e a falta de uma legislação que favoreça ao mercado interno, entendo que um ponto relevante é a falta de conscientização dos brasileiros em consumir produtos nacionais. Hoje, uma corrida, no aplicativo que gerencio, no valor de R$ 10, cerca de R$ 0,50 vai para empresa com sede em Porto Alegre-RS, e o restante fica com o motorista. Todo dinheiro fica no Brasil e fortalecendo a economia local. Enquanto isso, em outras plataformas semelhantes, o lucro da corrida, algo entre 25% e 45%, vai diretamente para os EUA ou para a China.”

Dificuldades a serem superadas

Uma pesquisa realizada pela CNI aponta que, dentre os 15 países avaliados, com características socioeconômicas e políticas internacionais semelhantes, as empresas do nosso país ganham, apenas, da Argentina no quesito competitividade; a pesquisa coloca o Brasil na penúltima colocação do ranking.

Conquistar espaços no mercado, diante de tantas dificuldades é a principal dificuldade das micro e pequenas empresas. Para mudar esse cenário é necessário, e para ontem. Não somente a capacitação do empreendedor para gestão, mas políticas públicas que fomentem a inovação e o desenvolvimento do mercado brasileiro.

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Botafogo, o grande campeão da série B do Brasileirão

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Apesar de não gostar de falar em futebol na minha coluna, pois meu amigo Vinicius Gastin, que assina esta página esportiva todos os dias aqui em A VOZ DA SERRA, é muito mais competente do que eu, não poderia deixar de comentar o feito do Botafogo, ao conquistar o campeonato da série B do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. Muitos torcedores sejam do alvinegro da estrela solitária, sejam de outros times, acham que título da segunda divisão é irrelevante e não merece comemorações.

Apesar de não gostar de falar em futebol na minha coluna, pois meu amigo Vinicius Gastin, que assina esta página esportiva todos os dias aqui em A VOZ DA SERRA, é muito mais competente do que eu, não poderia deixar de comentar o feito do Botafogo, ao conquistar o campeonato da série B do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. Muitos torcedores sejam do alvinegro da estrela solitária, sejam de outros times, acham que título da segunda divisão é irrelevante e não merece comemorações.

No entanto, é a coroação de um trabalho árduo, com jogos em campos mal cuidados, sempre difíceis, em que a técnica muitas vezes é substituída pela raça e que o importante, na maioria das vezes, não é jogar bonito, mas vencer. Jogadores, comissão técnica e a torcida estão de parabéns e que essa conquista, na realidade um bicampeonato, pois o Fogão já fora campeão em 2015, marque a permanência, em definitivo, na série A e que seja um marco para novas conquistas.

Mas, a história desse penúltimo jogo, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, mostra as dificuldades que o Botafogo enfrenta fora de campo, por uma falta de coerência e de vontade da CBF para com o clube. Na segunda feira passada, o trio de arbitragens escolhido para apitar Brasil de Pelotas e Botafogo seria todo do Paraná. Ora, o Coritiba (Coxa) era o segundo colocado, a dois pontos do líder e, portanto, diretamente interessado no resultado desse jogo. (Uma explicação do porque a cidade se chama Curitiba e o clube Coritiba: é que um diretor do clube, muito pudico, cismou com a primeira sílaba do nome e mandou trocá-la). Se num pais sério isso seria uma aberração, imagina num país chamado Brasil, onde nem sempre dois mais dois são quatro.

A grita foi tanta, que escolheram um trio do Tocantins, na realidade trocaram meia dúzia por seis, pois a tradição desse estado com o futebol é nenhuma, principalmente, a experiência de um árbitro para conduzir um jogo de tamanha importância. O primeiro tempo terminou com a vantagem de 1 a 0 para o time da estrela solitária e como o Coxa empatava o seu jogo com o CSA, isso já era o bastante para o título. Aí, veio o lance, na área do Brasil, aos 12 minutos do segundo tempo, quando um defensor colocou a mão na bola, impedindo o seu curso normal. Pênalti claro, ignorado solenemente pelo juiz e sem nenhuma intervenção do Var (deveriam estar dormindo) e o prejuízo foi flagrante para o Fogão.

No lance seguinte, aos 14 minutos, num contra ataque rápido Barreto faz uma falta no atacante que, com toda certeza, empataria o jogo, pois só tinha o goleiro à sua frente. Falta com cartão amarelo; aí o Var acordou, chamou o juiz e mostrou que essa falta era para cartão vermelho, o que levou o plantel da estrela solitária a jogar os 31 minutos seguintes com um homem a menos. Felizmente, o time não sentiu muito porque ainda colocou uma bola na trave do adversário e teve um gol anulado por impedimento. No final, os cinco minutos de acréscimo viraram quase dez, mas mesmo que o Brasil empatasse o caneco ficaria com o Botafogo, pois o Coritiba perdia por uma a zero e dava adeus ao título de campeão.

Final de jogo, festa na arquibancada da fiel torcida alvinegra, festa dos jogadores em campo, festa em toda a torcida do Glorioso. Aliás, essa torcida é fantástica, sofre um bocado com diretorias incompetentes e inconsequentes, que contratam alguns jogadores sem critérios técnicos convincentes. No caso da atual é flagrante o amadorismo ou má intenção, pois Oyama, emprestado pelo Mirassol, de São Paulo, se destacou no meio do campo, mas veio por empréstimo, sem o preço do passe estipulado. Claro que se valorizou e o clube, provavelmente, não terá como adquiri-lo em definitivo.

Já o caso de Rafael Navarro, artilheiro do time, é mais emblemático. Desde julho, em função da lei Pelé, já teria condições de assinar um pré-contrato com outro time. A renovação deveria ter sido acertada antes. Agora ele saíra de graça, sem que nenhum tostão entre para os cofres do Botafogo.

Mesmo com toda essa incompetência, burrice, ou seja lá o que for, essa torcida não abandona jamais seu time de coração. Existe um movimento chamado Chapa Verde liderada por botafoguenses que desejam mudar essa situação, e que cresce dia a dia. Se você é botafoguense por convicção e coração procure se informar sobre a Chapa Verde, alie-se a ele, pois pode significar uma mudança sadia nos rumos do Botafogo de Futebol e Regatas.

Salve o Botafogo, bi campeão da série B do campeonato brasileiro.

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Nova Friburgo cai em competitividade

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Nova Friburgo cai em competitividade
Nova Friburgo caiu 34 posições, em relação a 2020, no ranking de competitividade dos municípios e ficou em 158º lugar entre os 411 municípios brasileiros analisados. É o primeiro indicador que analisa de forma abrangente e permite comparar a atual gestão municipal com a anterior. O estudo abrange apenas os municípios com mais de 80 mil habitantes e leva em consideração 65 indicadores, organizados em 13 pilares temáticos, entre os quais, saúde, educação, máquina pública, economia, inovação e meio-ambiente.      

Nova Friburgo cai em competitividade
Nova Friburgo caiu 34 posições, em relação a 2020, no ranking de competitividade dos municípios e ficou em 158º lugar entre os 411 municípios brasileiros analisados. É o primeiro indicador que analisa de forma abrangente e permite comparar a atual gestão municipal com a anterior. O estudo abrange apenas os municípios com mais de 80 mil habitantes e leva em consideração 65 indicadores, organizados em 13 pilares temáticos, entre os quais, saúde, educação, máquina pública, economia, inovação e meio-ambiente.      

Cresce apenas em dois setores
O melhor resultado do município foi em meio-ambiente (24º), indicador que passou a ser introduzido neste ano. Nova Friburgo subiu 13 posições em saneamento básico, alcançando a 79ª posição. Segundo o relatório, Nova Friburgo cresceu apenas em dois setores: capital humano (202º) e saneamento básico. Se manteve na posição apenas em segurança. Caiu em todos os demais, sendo a maior queda de score no funcionamento da máquina pública, onde Nova Friburgo despencou 111 posições.    

Máquina pública e saúde piores
Os piores resultados, sublinhados como desafios para Nova Friburgo, são: acesso à saúde (319º); funcionamento da máquina pública (317º) e sustentabilidade fiscal (242º). Apesar de ter melhorado em capital humano, o indicador ainda é considerado como ruim. Na área de saúde, Nova Friburgo perdeu 24 posições em acesso e 16 posições em qualidade.

Queda em educação
Ainda que tenha caído 47 posições, segue tendo na qualidade da educação um de seus melhores índices, em 102º lugar. Também em educação teve queda de 17 posições com relação ao acesso ao ensino, caindo de 86º para 103º.

Baile paulista
A média final de Nova Friburgo foi de 52.2. A melhor cidade do Brasil foi mais uma vez Barueri-SP com 68,26, seguida de São Caetano do Sul-SP com 66,46. O Estado de SãoPaulo tem a maioria dos municípios entre os 100 melhores. Entre os municípios fluminenses, Niterói é considerado o melhor do Estado, com score de 57.55. No entanto, é apenas o 28º do país. A capital, Rio de Janeiro subiu quatro posições em relação ao ano passado e aparece em 2º no estado e 45º no Brasil. Resende, Petrópolis e Volta Redonda vêm na sequência. Nova Friburgo está na frente dos demais municípios do Estado pesquisados.       

Metas da ONU e governança
Também foram analisados e elaborados os rankings da análise a partir dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e suas 169 metas (ONU, 2015) bem como o critério ESG (Environmental, Social and Governance) para valorização das boas práticas ambientais, sociais e econômicas. Entre os estados, o Rio de Janeiro é 11º nos ODS e 12º em ESG.

Niterói é o melhor
No ranking dos ODS da ONU, Nova Friburgo obteve nota 68,25, 101º lugar entre os 411 municípios com mais de 80 mil habitantes do Brasil. No Estado do Rio, Niterói foi o  melhor, com nota 72,83 e a 29ª posição nacional. Já no critério ESG, Nova Friburgo obteve nota 74,75 e a 88ª posição nacional. No Rio, mais uma vez, Niterói foi o melhor, com 77,86 e a 54ª posição nacional.

Pesos diferentes
A metodologia do ranking foi elaborada a partir de amplo estudo de benchmark internacional e de literatura acadêmica especializada sobre o assunto. A construção do ranking contou com duas etapas: tratamento de dados e ponderação de indicadores e pilares, com o objetivo de ser o mais justo possível. Pelo menos dez instituições de renome participam da elaboração coordenada pelo CPL (Centro de Liderança Pública), entre as quais a Frente Nacional de Prefeitos, Gove e Bank Of América. O relatório completo está disponível para gestores cadastrados.

Dose de reforço - Covid-19
Nova Friburgo ainda não confirmou os critérios de vacinação da terceira dose da Covid-19 recomendados pelo Ministério da Saúde. Em resumo, quem já estiver com cinco meses da segunda dose, pode se vacinar com a terceira dose. Quem tomou dose única, receberá uma segunda dose da Janssen. Por aqui, por enquanto, apenas idosos, profissionais de saúde e imunossuprimidos têm recebido o reforço. Como houve atraso no calendário, raros os que para além desse público têm cinco meses da segunda dose.

Municípios na frente
Alguns municípios já iniciaram a vacinação com metodologias diversas. Alguns tem colocado prioridades, outros com agendamento prévio e outros apenas com a apresentação temporal do esquema vacinal. A orientação é que quem tomou duas doses de AstraZeneca receberá uma terceira da Pfizer e vice-versa. Quem tomou Coronavac também receberá preferencialmente a Pfizer. Que tomou Janssen, deve receber uma segunda dose da Janssen e depois uma terceira da Pfizer. 

Tabagismo faz cair a proteção
Os estudos indicam que com o passar do tempo, há uma queda na proteção induzida pelas vacinas contra a Covid-19. No entanto, um novo estudo japonês trouxe alguns outros fatores que aceleram a queda da proteção: fumo; gênero e idade. Segundo o estudo, a proteção dos mais velhos cai mais rápido que a dos mais jovens; a proteção das mulheres caiu 6,5% mais rápido que a dos homens e o tabagismo é o mais correlacionado com títulos de anticorpos mais baixos.

Palavreando
“Olho no olho de suas mais altas montanhas. Será que elas atrapalham mesmo a ver o horizonte? As montanhas conversam comigo e me convencem que não. “Sou convite para que olhem para o alto e além”. Sim! As montanhas nos exigem olhar para as estrelas”.

Foto da galeria
Imperatriz de Olaria e Alunos do Samba estão no ritmo das escolhas de seus sambas para o próximo carnaval. Na azul e branco de Conselheiro, seis sambas concorrem. No último domingo, 21, as parcerias foram apresentadas e levantaram a quadra. A final será no dia 5. Na Imperatriz, a escolha está mais avançada. Após duas eliminatórias, três sambas seguem na concorrência: Ezequiel do Cavaco, Paulinho Guaraná e Marquinhos Mello. Na sexta-feira, 26, um será eliminado e dois seguem para a grande final. Lembrando que a Vilage já definiu seu samba e a Unidos da Saudade não terá concurso.
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Processo sinodal: resposta do povo de Deus

terça-feira, 23 de novembro de 2021

A Igreja é convocada em um sínodo. O caminho, intitulado “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, iniciou-se nos dias 9 e 10 de outubro de 2021, em Roma, e em 17 de outubro, em cada uma das dioceses do mundo inteiro. Com esta convocação, o Papa Francisco convida a Igreja a interrogar-se sobre um tema decisivo para a sua vida e a sua missão: “O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio?”

A Igreja é convocada em um sínodo. O caminho, intitulado “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, iniciou-se nos dias 9 e 10 de outubro de 2021, em Roma, e em 17 de outubro, em cada uma das dioceses do mundo inteiro. Com esta convocação, o Papa Francisco convida a Igreja a interrogar-se sobre um tema decisivo para a sua vida e a sua missão: “O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio?”

A interrogação fundamental que orienta esta consulta do povo de Deus é a seguinte: Anunciando o Evangelho, uma Igreja sinodal “caminha em conjunto”: como é que este “caminhar juntos” se realiza hoje na nossa Igreja particular? Que passos o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”?

Para dar uma resposta, somos convidados a: 1. Perguntar-nos que experiências da nossa Igreja particular essa interrogação fundamental nos traz à mente? 2. Reler estas experiências mais profundamente: que alegrias proporcionaram? Que dificuldades e obstáculos encontraram? Que feridas fizeram emergir? Que intuições suscitaram? 3. Colher os frutos para compartilhar: onde, nestas experiências, ressoa a voz do Espírito? O que ela nos pede? Quais são os pontos a confirmar, as perspectivas de mudança, os passos a dar? Onde alcançamos um consenso? Que caminhos se abrem para a nossa Igreja particular?

Dez núcleos temáticos a aprofundar

  1. Os companheiros de viagem - Na Igreja e na sociedade, estamos no mesmo caminho, lado a lado. Na nossa Igreja local, quem são aqueles que “caminham juntos” tanto no perímetro eclesial quanto fora do perímetro eclesial?
  2. Ouvir – A escuta é o primeiro passo, mas requer que a mente e o coração estejam abertos, sem preconceitos. Como são ouvidos os leigos, de modo particular os jovens, as mulheres, os consagrados e consagradas, as minorias, os excluídos?
  3. Tomar a palavra - Todos estão convidados a falar com coragem integrando liberdade, verdade e caridade. Como promovemos, no seio da comunidade e dos seus organismos, um estilo comunicativo livre e autêntico, sem ambiguidades e oportunismos?
  4. Celebrar - “Caminhar juntos” só é possível se nos basearmos na escuta comunitária da palavra e na celebração da Eucaristia. De que forma a oração e a celebração litúrgica inspiram e orientam o nosso “caminhar juntos” na participação ativa de todos os fiéis e no exercício da função de santificar?
  5. Corresponsáveis na missão - Na sinodalidade está o serviço da missão da Igreja, na qual todos os seus membros são chamados a participar. De que maneira cada um dos batizados é convocado para ser missionário no serviço à sociedade (na responsabilidade social e política, no ensino, na promoção da justiça social, na salvaguarda dos direitos humanos e no cuidado da casa comum, entre outros)?
  6. Dialogar na igreja e na sociedade - O diálogo é um caminho de perseverança, que inclui também silêncios e sofrimentos, mas é capaz de recolher a experiência das pessoas e dos povos. Quais são os lugares e as modalidades de diálogo no seio da nossa Igreja particular e como são enfrentadas as divergências de visão, os conflitos, as dificuldades?
  7. Com as outras confissões cristãs - O diálogo entre cristãos de diferentes confissões, unidos por um único batismo, ocupa um lugar particular no caminho sinodal. Que relacionamentos mantemos hoje com os irmãos e as irmãs das outras confissões cristãs?
  8. Autoridade e participação - Uma Igreja sinodal é uma Igreja participativa e corresponsável. Como se exerce a autoridade no seio da nossa Igreja particular e como se promovem os ministérios laicais e a assunção de responsabilidade por parte dos fiéis?
  9. Discernir e decidir - Num estilo sinodal, decide-se por discernimento, com base num consenso que dimana da obediência comum ao Espírito. Com que procedimentos e com que métodos discernimos em conjunto e tomamos decisões?
  10. Formar-se na sinodalidade - A espiritualidade do caminhar juntos é chamada a tornar-se princípio educativo para a formação da pessoa humana e do cristão, das famílias e das comunidades. Como formamos as pessoas, de maneira particular aquelas que desempenham funções de responsabilidade no seio da comunidade cristã, a fim de as tornar mais capazes de “caminhar juntas”, de se ouvir mutuamente e de dialogar?

Texto da Comissão para o Sínodo da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

 

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