Botafogo, o grande campeão da série B do Brasileirão

Max Wolosker

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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Apesar de não gostar de falar em futebol na minha coluna, pois meu amigo Vinicius Gastin, que assina esta página esportiva todos os dias aqui em A VOZ DA SERRA, é muito mais competente do que eu, não poderia deixar de comentar o feito do Botafogo, ao conquistar o campeonato da série B do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. Muitos torcedores sejam do alvinegro da estrela solitária, sejam de outros times, acham que título da segunda divisão é irrelevante e não merece comemorações.

No entanto, é a coroação de um trabalho árduo, com jogos em campos mal cuidados, sempre difíceis, em que a técnica muitas vezes é substituída pela raça e que o importante, na maioria das vezes, não é jogar bonito, mas vencer. Jogadores, comissão técnica e a torcida estão de parabéns e que essa conquista, na realidade um bicampeonato, pois o Fogão já fora campeão em 2015, marque a permanência, em definitivo, na série A e que seja um marco para novas conquistas.

Mas, a história desse penúltimo jogo, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, mostra as dificuldades que o Botafogo enfrenta fora de campo, por uma falta de coerência e de vontade da CBF para com o clube. Na segunda feira passada, o trio de arbitragens escolhido para apitar Brasil de Pelotas e Botafogo seria todo do Paraná. Ora, o Coritiba (Coxa) era o segundo colocado, a dois pontos do líder e, portanto, diretamente interessado no resultado desse jogo. (Uma explicação do porque a cidade se chama Curitiba e o clube Coritiba: é que um diretor do clube, muito pudico, cismou com a primeira sílaba do nome e mandou trocá-la). Se num pais sério isso seria uma aberração, imagina num país chamado Brasil, onde nem sempre dois mais dois são quatro.

A grita foi tanta, que escolheram um trio do Tocantins, na realidade trocaram meia dúzia por seis, pois a tradição desse estado com o futebol é nenhuma, principalmente, a experiência de um árbitro para conduzir um jogo de tamanha importância. O primeiro tempo terminou com a vantagem de 1 a 0 para o time da estrela solitária e como o Coxa empatava o seu jogo com o CSA, isso já era o bastante para o título. Aí, veio o lance, na área do Brasil, aos 12 minutos do segundo tempo, quando um defensor colocou a mão na bola, impedindo o seu curso normal. Pênalti claro, ignorado solenemente pelo juiz e sem nenhuma intervenção do Var (deveriam estar dormindo) e o prejuízo foi flagrante para o Fogão.

No lance seguinte, aos 14 minutos, num contra ataque rápido Barreto faz uma falta no atacante que, com toda certeza, empataria o jogo, pois só tinha o goleiro à sua frente. Falta com cartão amarelo; aí o Var acordou, chamou o juiz e mostrou que essa falta era para cartão vermelho, o que levou o plantel da estrela solitária a jogar os 31 minutos seguintes com um homem a menos. Felizmente, o time não sentiu muito porque ainda colocou uma bola na trave do adversário e teve um gol anulado por impedimento. No final, os cinco minutos de acréscimo viraram quase dez, mas mesmo que o Brasil empatasse o caneco ficaria com o Botafogo, pois o Coritiba perdia por uma a zero e dava adeus ao título de campeão.

Final de jogo, festa na arquibancada da fiel torcida alvinegra, festa dos jogadores em campo, festa em toda a torcida do Glorioso. Aliás, essa torcida é fantástica, sofre um bocado com diretorias incompetentes e inconsequentes, que contratam alguns jogadores sem critérios técnicos convincentes. No caso da atual é flagrante o amadorismo ou má intenção, pois Oyama, emprestado pelo Mirassol, de São Paulo, se destacou no meio do campo, mas veio por empréstimo, sem o preço do passe estipulado. Claro que se valorizou e o clube, provavelmente, não terá como adquiri-lo em definitivo.

Já o caso de Rafael Navarro, artilheiro do time, é mais emblemático. Desde julho, em função da lei Pelé, já teria condições de assinar um pré-contrato com outro time. A renovação deveria ter sido acertada antes. Agora ele saíra de graça, sem que nenhum tostão entre para os cofres do Botafogo.

Mesmo com toda essa incompetência, burrice, ou seja lá o que for, essa torcida não abandona jamais seu time de coração. Existe um movimento chamado Chapa Verde liderada por botafoguenses que desejam mudar essa situação, e que cresce dia a dia. Se você é botafoguense por convicção e coração procure se informar sobre a Chapa Verde, alie-se a ele, pois pode significar uma mudança sadia nos rumos do Botafogo de Futebol e Regatas.

Salve o Botafogo, bi campeão da série B do campeonato brasileiro.

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