A Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus Influenza, causador da gripe, foi antecipada este ano, de abril para o próximo dia 23, e, segundo o Ministério da Saúde, os idosos e os trabalhadores de saúde, que atuam na linha de frente do atendimento à população serão priorizados na primeira fase da campanha. A decisão é mais uma medida de proteção a esses públicos, em especial aos idosos, já que a vacina é uma proteção as doenças respiratórias mais comuns, que dependendo da gravidade pode levar a morte.
Outra preocupação é evitar que as pessoas acima de 60 anos, público mais vulnerável ao coronavírus, precise fazer deslocamentos no período esperado de provável circulação do vírus, no país. A priorização dos idosos nessa primeira etapa, mesmo diante da não eficácia da vacina de Influenza contra o coronavírus, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para a Covid 19. Além disso, o ministério considera estudos e dados que apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos.
Do ponto de vista epidemiológico, as crianças são consideradas multiplicadoras de vírus respiratórios e, por isso, o Programa Nacional de Imunização (PNI) distanciou um público do outro. Serão duas semanas de intervalo entre uma fase e outra. Na segunda fase da campanha, que começa dia 16 de abril, entram os professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos doentes crônicos.
A partir de 9 de maio, Dia D de vacinação contra a gripe, serão imunizadas as crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), pessoas com mais de 55 anos, gestantes, mães no pós-parto (até 45 dias após o parto), população indígena e portadores de condições especiais. A campanha seguirá até o dia 23 de maio.
Produção antecipada
Para a campanha nacional, o Instituto Butantan está produzindo 75 milhões de doses que previne contra os três tipos de vírus de Influenza que mais circularam no ano anterior. A antecipação da campanha este ano foi possível por meio de esforço conjunto do Ministério da Saúde, do Instituto Butantan, produtor da vacina, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diante da situação de Emergência Internacional de Saúde Pública pelo coronavírus.
Ao anunciar as medidas, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, aproveitou para destacar que “as influenzas A e B são mais comuns que o coronavírus e a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe diminui a situação endêmica dos vírus respiratórios no país, por isso é tão importante que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha procurem uma unidade de saúde”, concluiu.
Casos no Brasil
O Ministério da Saúde mantém a vigilância da Influenza no Brasil por meio da vigilância sentinela de Síndrome Gripal (SG) e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes hospitalizados. São 114 unidades distribuídas em todas as regiões do país e tem como objetivo principal identificar os vírus respiratórios circulantes, permitir o monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados e óbitos. Os dados colhidos orientam a tomada de decisão em situações que requeiram novos posicionamentos do Ministério da Saúde e secretarias de Saúde estaduais e municipais.
Este ano, até 29 de fevereiro, foram registrados 90 casos de influenza A (H1N1) e seis mortes no Brasil. São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1, com 28 notificações. Em seguida, Bahia, com 14 casos, e Paraná, 12 casos e cinco mortes. O sexto óbito foi registrado no Maranhão, que registrou um caso. No mesmo período, em 2019, foram registrados 146 casos de influenza A (H1N1) e 24 mortes no país.
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