A Prefeitura de Nova Friburgo, através da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, emitiu um comunicado nesta quinta-feira, 23, em que confirma os primeiros dois casos de sarampo no município nesta temporada d esurto ativo da doença no Brasil. Ainda de acordo com o informe, há outros dez pacientes com suspeita da doença aguardando resultados de exames laboratoriais e investigações epidemiológicas.
De acordo com a subsecretária de vigilância em saúde, Fabíola Braz, os sintomas do sarampo são semelhantes aos de uma gripe ou resfriado, por isso, muitas vezes a doença demora a ser confirmada, já que as manchas vermelhas, características da infecção viral, não se manifestam logo no início.
“Ela se manifesta inicialmente como um resfriado, uma gripe. Começa a chamar atenção porque ela aparece com uma febre muita alta, seguida de coriza, conjuntivite, que começa a irritar os olhos e depois aparecem as manchinhas vermelhas pela pele, começando pelo rosto, espalhando pelo tórax, pelas costas e aí vai pelo corpo todo”, esclareceu Fabíola.
O Governo Municipal reforça que iniciou em janeiro deste ano uma intensificação da vacinação contra o sarampo na cidade, que se estenderá até o próximo dia 13 de março.
Vacinação
A Secretaria Municipal de Saúde oferece a vacina contra o sarampo (e as demais do calendário vacinal de rotina) na policlínica Doutor Sylvio Henrique Braune, no Suspiro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h; no Posto de Saúde Tunney Kassuga, em Olaria, de segunda a sexta-feira das 8h às 16h; e na Unidade Básica de Saúde José Copertino Nogueira, no bairro São Geraldo, as terças e quintas-feiras, das 8h às 16h.
É importante destacar que as pessoas devem levar a caderneta de vacinação ou os registros de vacinas, juntamente com o cartão do SUS, para serem avaliadas. Para evitar filas, a Secretaria de Saúde solicita a quem não tiver o cartão do SUS, que se dirija à unidade de saúde mais próxima de sua casa com identidade, CPF e comprovante de residência, para a confecção do cartão.
Baixa procura no Dia D
No último Dia D de vacinação contra o sarampo, em 30 de novembro passado, a procura foi baixa nos postos de Nova Friburgo. Conforme A VOZ DA SERRA noticiou naquele dia, até as 12h15, apenas três pessoas haviam procurado o Posto de Saúde Silvio Henrique Braune, no Suspiro, normalmente um dos mais movimentados da cidade, para se imunizar. Nesta segunda etapa da campanha nacional, o público-alvo são jovens de 20 a 29 anos.
Os postos de saúde e unidades do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) espalhados pelas zonas urbana e rural oferecem doses gratuitas da vacina.
“As pessoas não sabem a gravidade dessa doença. Ninguém está preocupado com a saúde. Dependendo da gravidade do caso a pessoa pode até morrer. Eu acho que apenas 30% dos friburguenses tem imunidade boa, o resto está tudo capenga’”, disse um homem que estava pelos arredores do posto do Suspiro.
A doença
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus, e que pode evoluir para complicações e levar à morte. O sarampo é transmitido através do contato com gotículas do nariz, da boca ou da garganta da pessoa infectada, quando ela tosse, espirra e respira. Das pessoas sem imunidade que compartilham espaços com pessoas contaminadas, 90% contraem a doença.
A doença pode ser evitada com a vacina tríplice viral, que protege também contra a rubéola e a caxumba. Ela é aplicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Até os 29 anos, a recomendação é tomar duas doses do imunizante. Entre 30 e 59 anos, a pessoa deve ser vacinada uma vez. Para quem não sabe se já tomou o número adequado de doses, a orientação é se imunizar.
Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiram mostrar que o vírus do sarampo pode apagar, em média, 20% da memória imunológica do nosso organismo. Isso significa que pessoas que contraíram o vírus do sarampo têm risco aumentado de terem outras doenças infecciosas, inclusive doenças que o organismo já havia criado defesas. É como se o vírus do sarampo fosse a chave para liberar a entrada para novas doenças.
Vacinar contra o sarampo é importante para evitar complicações como cegueira e infecções generalizadas que podem levar a óbito. Por isso, o governo federal em parceria com os estados e municípios estão unindo esforços para vacinar 39,9 milhões de brasileiros, 20% da população, que hoje estão suscetíveis ao vírus do sarampo, de acordo com o Ministério da Saúde. A faixa etária de 20 a 29 anos concentra a maior parte desses brasileiros (35%).
É necessário que cada pessoa receba ao longo da vida duas doses da vacina. Quem não tem o cartão precisa comparecer aos postos de saúde ou ESFs para atualizá-lo. Segundo o último boletim epidemiológico sobre o sarampo, a faixa etária alvo desta segunda fase da campanha é a que mais acumula número de casos confirmados da doença.
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