Coqueluche: após morte de criança, ministra faz apelo para vacinação

Óbito de bebê de seis meses é o primeiro no país em três anos
terça-feira, 30 de julho de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou nesta segunda-feira, 29, a orientação para que grávidas e crianças sejam vacinadas contra a coqueluche. A orientação foi dada após a confirmação da morte de um bebê de seis meses, em Londrina, no Paraná, na última quinta-feira, 25. É o primeiro óbito causado pela coqueluche no Brasil em três anos.

Segundo a ministra, o caso “não liga um alerta”, mas reforça “uma vigilância permanente em relação a qualquer agravo de saúde”. Nísia Trindade lamentou a morte do bebê no Paraná. “É uma doença prevenível por vacina, por isso recomendamos fortemente a vacinação”, orientou. “Estaremos acompanhando e trabalhando para evitar novos casos”, completou a ministra, que participou, no Rio de Janeiro, de um encontro sobre o enfrentamento global de novas pandemias.

O Governo do Estado do Paraná também investiga se a morte de um bebê de três meses, no município de Irati, no sudeste do estado, pode ser atribuída à coqueluche. Até a primeira quinzena de junho, o estado tinha registrado 24 casos de coqueluche. Em todo o ano passado, foram 17. No Brasil, o último pico epidêmico aconteceu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. O país e o mundo enfrentam aumento de casos.

A doença da tosse comprida 

Também conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença infecciosa aguda respiratória altamente contagiosa. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Os principais sintomas são febre, mal-estar, coriza e tosse seca, às vezes, intensa.

“Na criança pequena com coqueluche é muito característico o surgimento de uma respiração semelhante a um guincho, uma falta de ar, um ruído respiratório”, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.

O especialista conta que a doença atinge a todos, mas preocupa mais quando acomete crianças pequenas. “A coqueluche tem a sua gravidade focada quase que exclusivamente nas crianças pequenas, no bebê no primeiro ano de vida. Justamente a idade em que ele ainda não completou o seu esquema vacinal.”

Segundo Kfouri, no Brasil e no mundo, a doença costuma ter ondas de picos de prevalência, que acontecem, geralmente, dentro de cinco a sete anos. Dessa vez, o período ficou mais espaçado por causa da pandemia de covid-19, quando o distanciamento social e medidas de proteção, como o uso de máscaras, contribuíram para que houvesse menos infecções.

Ele detalha que o surgimento de ondas acontece porque a infecção e a vacinação não causam uma imunidade duradoura, fazendo com que, de tempos em tempos, haja mais pessoas suscetíveis à infecção.

O infectologista acrescenta como motivos do aumento recente no número de casos a cobertura vacinal infantil não ideal e mutações na cepa da bactéria Bordetella pertussis, causadora da doença.

A importância de manter o esquema vacinal em dia 

As vacinas contra coqueluche integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Além de bebês, gestantes e puérperas (mulheres no período de seis a oito semanas após o parto) podem receber a vacina.

O esquema vacinal primário nos bebês é composto por três doses, aos dois, quatro e seis meses, com a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b.

As doses de reforço com a vacina DTP (contra difteria, tétano e coqueluche), conhecida como tríplice bacteriana, são aplicadas com 15 meses e quatro anos.

Renato Kfouri destaca que a vacinação da gestante e do bebê é a melhor forma de proteção. “Duas estratégias têm sido desenvolvidas para controlar coqueluche na criança pequena. Vacinar a gestante, porque ela transfere os anticorpos para o bebê e o protege, especialmente, no primeiro semestre de vida. E vacinar a criança aos dois, quatro e seis meses, sem atraso. A partir de seis meses de vida, o bebê fica protegido com a sua própria vacinação”, explica.

Vacinação em Nova Friburgo 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos seis meses, foram 46 adultos imunizados com a vacina dTpa; 21 crianças de até 1 ano com a vacina hexa (DTPa/HrpB/VIP/Hib); uma criança de quatro anos com a vacina DTPa; 184 crianças com menos de 1 ano com a vacina penta (DTP/HepB/Hib); 74 crianças de 1 ano com a vacina DTP e seis crianças com a vacina penta (DTP/HepB/Hib); 72 crianças de 4 anos com a vacina DTP e 4 crianças com a vacina penta (DTP/HepB/Hib).

A vacinação acontece nos postos de saúde Sílvio Henrique Braune, no Suspiro; Tunney Kassuga, no bairro Olaria; Ariosto Bento de Mello, no Cordoeira; José Copertino Nogueira, em São Geraldo, e Waldir Costa, no distrito de Conselheiro Paulino, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30.  

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