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Santíssima Trindade
A Voz da Diocese
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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.
Depois de celebrar as solenidades da Páscoa e Pentecostes, a Igreja Católica festejou no último domingo, 12, a Solenidade da Santíssima Trindade, o grande mistério da fé cristã. O Deus que é Uno e Trino, é glorificado por suas maravilhas em favor da humanidade.
Longe de poder compreender este grande mistério de amor, o crente percebe-se envolvido e inserido nos laços que unem a indivisível tríade: Pai, Filho e Espírito Santo. Todo aquele que professa a fé no Deus uno e trino reconhece que tudo provém do Pai, passa pelo Filho e se completa no Espírito Santo.
Há de se esclarecer que não se trata de três deuses, mas um único Deus em três pessoas. Ao longo dos séculos o dogma trinitário foi se moldando no aprofundamento do conhecimento da Sagrada Escritura, na riqueza da Sagrada Tradição e na fidelidade do Sagrado Magistério.
Os esforços em purificar a fé das impurezas e imperfeições foram enormes. Muitos homens e mulheres escreveram os seus nomes na história da fé percorrendo os sinais revelados por Deus. A fé batismal teve suas raízes na experiência pascal das comunidades primitivas na pessoa de Jesus de Nazaré, que unido ao Pai e ao Espírito Santo, falava em nome de seu Pai, fez a sua vontade e morreu para a salvação da humanidade.
Não nos interessa aqui fazer um tratado teológico sobre o Mistério Trinitário, mas, na contemplação, buscar traduzir em atos o que professamos com as palavras. “O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina” (Catecismo da Igreja Católica, 234).
Pelo Batismo, o cristão é inserido na comunhão divina de amor e nos tornamos responsáveis pela unidade de todo gênero humano, promovendo a reconciliação de todos os corações em Cristo, base da civilização do amor que todos queremos.
A perfeita união vivida no Deus uno e trino é fonte de inspiração da comunhão entre as pessoas. Toda forma de divisão e intolerância fere em sua essência a humanidade criada para o amor. A Palavra de Deus exorta: “Procurai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12,14) e “mantendo um bom entendimento uns com os outros” (Rm 12, 16). Quando não enxergamos o próximo como templo onde Deus habita, mas a partir de nossos próprios interesses, ferimos esta paz.
É sempre difícil conviver com as diferenças e, no entanto, este é nosso ambiente natural. Portanto, a paz com os vizinhos, com os amigos e, sobretudo, na família não é puramente resultado dos elementos convergentes de nossos ideais e comportamentos, mas do mútuo entendimento, da tolerância e do amor recíproco.
A paz só será uma realidade possível pela unidade. São Paulo nos ensina que, para sermos com Cristo um só corpo, é preciso jogar fora o velho fermento da maldade e da iniquidade, vivendo como pães ázimos da pureza e da verdade (cf. I Cor 5, 7-8).
Deste modo, compreendemos que a verdadeira paz tem sua raiz na comunhão da Trindade Divina. E que só é verdadeiramente pacífico quem se deixa vencer pela Verdade e vive a comunhão com Deus e com os irmãos na prática da justiça e da caridade.
Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação.
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