O decreto municipal de 26 de fevereiro que alterou o funcionamento de vários setores em Nova Friburgo, flexibilizando as restrições até mesmo na vigência da bandeira vermelha, está provocando questionamentos entre os comerciantes de distritos turísticos de Lumiar e São Pedro da Serra. No artigo 2º, o decreto 910 permite a abertura de lojas apenas de segunda-feira a sábado nas bandeiras vermelha, laranja e amarela, com horários específicos de acordo com o estágio de restrições. Os comerciantes de São Pedro e Lumiar não entendem por que a prefeitura não autoriza em caráter excepcional, apenas para as localidades turísticas do município, a abertura também aos domingos, dias de maior movimento de visitantes.
Curiosamente, o mesmo decreto, em outros artigos, permite hospedagens em hotéis, pousadas e por aplicativos, exceto na bandeira roxa, assim como o funcionamento de bares, restaurantes e casas de festas, além de shows ao vivo, com devidas restrições de horário e de público, exigência de cuidados de prevenção contra o coronavírus e proibição de aglomerações.
“Na bandeira laranja, por exemplo, pode praticamente tudo, com restrições. Por que o comércio de artesanato e de roupas não pode abrir nos domingos em São Pedro da Serra e Lumiar? Afinal, nós vivemos do turismo”, disse a comerciante Magaly Monerat, em mensagem para o jornal. Outros comerciantes do distrito sugerem até mesmo uma troca, que seria para eles bem mais vantajosa: em vez da autorização para abrir as portas em dias de semana, permissão para funcionar nos fins de semana. “Isso faz muito mais sentido em um vilarejo que vive basicamente do turismo”, disse um dono de pousada.
Diante da incoerência do decreto em relação ao comércio nos distritos turísticos, alguns lojistas vêm desafiando a fiscalização e abrindo timidamente suas portas. A mesma situação se repete no polo comercial de moda íntima da Ponte da Saudade, onde várias lojas abriram as portas no último domingo, 7, ao lado de outras fechadas.
A VOZ DA SERRA tentou contato com a Prefeitura de Nova Friburgo para saber se o município admite rever o decreto, mas não obteve resposta. O Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindvest) também foi contatado para comentar a situação na Ponte da Saudade, mas não se pronunciou.
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