Em meio ao cenário de incertezas provocado pela pandemia da Covid-19, o universo esportivo se movimenta para a remarcação ou cancelamento dos eventos que, em situação de normalidade, estavam previstos para acontecerem nos próximos meses. Dentre as competições canceladas está o Troféu José Finkel, o campeonato brasileiro interclubes de natação de inverno. O Troféu Maria Lenk, disputado no verão, também foi cancelado. Em ambos, Nova Friburgo estaria representada por Jhennifer Alves.
A atleta do Pinheiros, de São Paulo, disputaria as provas para tentar avançar rumo ao índice olímpico, visando as edição de 2021 das Olimpíadas de Tóquio. Jhenny passa o período de pandemia em Nova Friburgo, e tem postado vídeos apurando a parte física em casa. As atividades nas piscinas de clubes esportivos permanecem proibidas, sem previsão oficial de retorno.
A decisão de cancelar o José Finkel foi tomada e anunciada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Além desta, todas as outras competições nacionais previstas até 31 de agosto não irão mais acontecer. Disputado desde 1972, o José Finkel estava marcado para o período de 11 a 15 de agosto no Itaguará Country Clube, em Guaratinguetá, interior paulista. A cidade voltaria a receber o evento após seis anos.
No ano passado, o torneio foi realizado no Clube Curitibano, no Paraná, e teve o Minas Tênis Clube como campeão. Jhennifer tem currículo vitorioso no evento, e em 2018, chegou a bater os recordes sul-americanos dos 50 e 100 metros peito.
“Ainda sem termos a certeza do controle do vírus e vendo os diferentes cenários nos estados brasileiros, não vemos condições de realizar competições nacionais em condições de igualdade para todos os participantes. Aguardaremos até que todos tenham suas piscinas à disposição e que as rotinas sejam retomadas, mesmo que no considerado novo normal”, diz a nota da CBDA.
Apesar de previsto para outubro, o Troféu Chico Piscina, também não será disputado em 2020, conforme nota assinada pelo presidente da CBDA, Luiz Fernando Coelho, e pelo diretor-executivo da entidade, Renato Cordani. O torneio é o principal da natação brasileira de base e ocorre anualmente em Mococa, no interior paulista.
Olimpíadas na mira
O chamado ciclo olímpico de Jhennifer Alves envolve diversas competições, algumas delas concluídas com êxito em 2019. A atleta treinava forte em busca de uma vaga no time brasileiro de natação, e mirava a prova dos 100 metros peito, onde ainda buscava o índice olímpico, de 1:07.07, segundo a Federação Internacional de Natação. A pandemia, entretanto, teve o adiamento das olimpíadas como uma das consequências quase imediatas. Em entrevista para A VOZ DA SERRA, a atleta comemorou a decisão e destacou que, com apenas uma semana sem treinamentos, todo o trabalho de três meses é desperdiçado.
“Para nós é um alívio sim, em meio a tudo o que estamos passando. Começar uma Olimpíada dentro da data prevista seria muito ruim. Eu, por exemplo, já estou há uma semana dentro de casa, e para nós, nadadores, é algo muito ruim. Perdemos, apenas nesse período, toda uma sequência de preparação de três meses. Teríamos que começar um novo trabalho”, disse Jhenny.
A preparação para tentar disputar as olimpíadas começou há alguns anos, e foi intensificada em 2019. A friburguense foi a quinta colocada no individual da prova dos 100 metros peito, ouro no 4 x 100 medley misto e bronze no 4 x 100 medley feminino dos Jogos Pan Americanos de Lima, no Peru.
Jhennifer Alves também passou um mês competindo na Europa, conquistando, por exemplo, um recorde sul-americano. A atleta terminou o Circuito Mare Nostrum como a terceira melhor nadadora de toda competição na soma de pontos, com duas medalhas de ouro e quatro de prata no total.
Deixe o seu comentário