Como lidar com isto na pandemia?
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
Na primeira parte deste tema publicada na última quinta-feira, 23, expliquei que quando uma pessoa sofre uma perda, ela entra no que chamamos de “luto psicológico”, que envolve normalmente tristeza, dúvidas, angústia, raiva, e que isto geralmente passa após algum período. Comentei que, conforme estudos da psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, as pessoas ao viverem o luto passam por cinco estágios, que são a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. E dei algumas características de cada uma destas fases.
O isolamento social produzido pela pandemia causa uma reação emocional em todos nós. Estamos numa perda. Vivemos temporariamente num luto pela perda do contato com pessoas queridas, pelo medo de contaminação e complicações que a doença Covid-19 pode produzir.
Luto psicológico é o estado emocional que vivemos diante de alguma perda. É normal. Seria anormal sentir alegria, bem estar, ausência de tristeza e de ansiedade vivendo em isolamento social e com dúvidas sobre ser infectado e poder morrer.
Na Bíblia existe o livro de Isaías que no capítulo 26 e versículo 3 diz: “Tu Deus conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Que é mente firme? É a que se mantém centrada num objetivo. Segundo este texto a concentração da mente em Deus, produz paz. Paz não necessariamente com ausência de momentos de angústia ou tristeza, inevitáveis nessa existência. Quando você desenvolve, com a ajuda de Deus, uma mente firme em Deus, você aprende a não ter medo do medo, nem medo da angústia, nem da tristeza que, vez ou outra, nos perturbam.
Muitas famílias estão num alto estresse por precisarem estar em casa o tempo todo em isolamento devido à pandemia do vírus corona. O que está ocorrendo? Perdeu-se o amor de uns pelos outros? Será que não mais existia amor e cada um empurrava o relacionamento com a barriga? E agora que marido e mulher têm de estar juntos o tempo todo surge a necessidade de ajustar os afetos do casal?
Estamos atualmente vivendo num mundo de muita incerteza com a situação de evolução rápida da Covid-19. Não sabendo o que ocorrerá adiante ou temendo se nós ou um dos membros de nossa família poderá adoecer, é cabível surgir ansiedade e medo.
Devemos agora adaptar nossas rotinas diárias para incluir distância social, trabalhar em casa e para muitos limitar o contato direto com aqueles que amamos. Em função deste momento de isolamento, queremos prover a você algumas dicas para ajudá-lo a lidar, prestando atenção particular à sua saúde emocional e bem estar.
É perfeitamente normal ter forte ansiedade diante de uma pandemia. Dúdivas, enfrentar o desconhecido, notícias falsas, tudo isso gera ansiedade mesmo. Esta ansiedade pode diminuir até certo ponto se tomarmos algumas atitudes protetivas quanto ao contágio. Precisamos levar a sério a questão do isolamento ou da distância social. Isto ajuda muito a quebrar o ciclo de contaminações. Agora é hora de preservar vidas e não de querer manter a empresa ou seu negócio funcionando se ela coloca em risco seus funcionários e você mesmo.
A banda Euterpe Friburguense que completou 157 anos de gloriosa existência no 26 de fevereiro e, empossou a nova diretoria no último dia 5, registrou recentemente uma grande baixa de seu quadro de músicos, porém em razão de um motivo nobre e bem alegre.
Existem diferentes formatos de família no sentido de como os membros dela funcionam entre si. Algumas famílias funcionam bem, sem agressividade e com boa afetividade entre seus membros. Outras funcionam muito mal, algumas resultando em divórcio, abusos variados, muita tensão, com bastante sofrimento para todos, adultos e crianças. Se cada membro adulto da família se interessar por aprender a lidar com suas emoções, a conhecer melhor a si mesmo, os problemas poderão ser menores dificilmente, ou mais facilmente compreendidos para serem resolvidos.