A grama do vizinho é realmente mais verde que a nossa? Por que tanta gente acha que os sonhos realizados pelo outro são mais fáceis de serem alcançados? Que enquanto todos viajam para lugares paradisíacos, enquanto trabalhamos? Que na casa dos outros não tem bagunça, que o casal lindo que vemos pelas fotos das redes sociais não tem contas a pagar? De onde tiramos a ideia de que o melhor está lá e não aqui?
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
Rir. Sorrir. Gargalhar. Eis práticas deliciosas de viver. Rir é bom demais. Esboça alegria, faz bem para alma, libera o diafragma, alivia tensões. Sorrir, faz muito bem. A expressão da felicidade, simpatia, bem-estar, muitas vezes transborda o sorriso, vai além do que se pode supor. Gargalhar passa por aquele riso extravasado, que transborda, contagia.
Oi, tudo bem? Como você está? E sua mãe, o pessoal da sua casa, todos bem? O que você tem feito? Quase não te vejo, por que sumiu por tanto tempo? Nem me liga mais, hein! Tá trabalhando muito? Como vão os estudos? E as provas? Pretende fazer concurso? A cunhada da filha da minha vizinha estudou e passou em três meses. Sempre foi muito inteligente, sabe... E o namorado, vai casar? Ah, está solteira? Isso aí, vai curtir a vida. Saindo muito? Tem feito o quê? Tá pensando em filhos? Vai ter mais um? Tá morando aonde? Sozinha? Voltou para a casa dos pais.
Sentimento difícil de lidar é a tal da ingratidão dos outros. Eita coisa ruim. Tá bom que talvez seja um grande erro esperar demais (ou o mínimo) das pessoas, sobretudo daquelas a quem dispensamos as melhores intenções, por quem fazemos algo importante, a quem nos dedicamos. Perceber que ainda que nossas ações não tenham sido em vão, não tiveram para os seus destinatários o mesmo valor que para nós, é um descompasso desconfortável. Dói.
Quer uma aposta boa, desse tipo que não tem risco de errar? Nem parece aposta. Porque dá certo, sempre. Resolva investir em si mesmo. Pense sobre como iniciar. Trace o ponto de partida a começar por suas reflexões. Pense na estratégia. Tente entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Queira caminhos. Mergulhe no universo de saber mais sobre o que deveria saber. Atente-se em buscar o que quer fazer. Esbarre no desconhecimento sobre quem você é. E supere. Aprenda, sem subestimar a profundidade de seus anseios. Siga em frente.
A literatura, sem dúvida alguma é além de expressão artística e cultural, uma ferramenta de instrução educacional de valor inquestionável, um dos caminhos de evolução social cujos impactos podem ser profundos e transformadores.
Fomentar as atividades literárias, o incentivo à leitura e à escrita, o contato com esse vasto universo cultural são um empenho necessário cujas consequências comumente são positivas.
Quanta inspiração teve Milton Nascimento ao compor a letra da música Maria, Maria. “Mas é preciso ter manha/ é preciso ter graça/ é preciso ter sonho sempre/ quem traz na pele essa marca/ possui a estranha mania/ de ter fé na vida.” Quanta verdade ela expressa. A mim, toca profundamente. Maria sou eu, é ela, são todas as mulheres. A vida requer manha, gana, graça, força sem tamanho. Requer coragem para sonhar, persistência para buscar, sabedoria para equilibrar.
Começo a coluna desta semana com uma citação atribuída ao escritor colombiano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez: “O mais importante que aprendi a fazer depois dos 40 anos foi a dizer não quando é não.” Baita aprendizado. Dizer um “não” dói em muita gente Há quem sofra a ponto de não conseguir fazê-lo. Há quem diga “sim” para tudo e todos, se gastando por inteiro e fazendo pouco das migalhas de tempo e energia que sobram para si.
“Olha esse céu! Que coisa linda.” Ouço, paro e, por dois segundos e olho em direção às montanhas Catarinas. Friburguense conhece bem esse ângulo. Noto que havia me esquecido de olhar para lá. Não poderia descrever a vista naquele momento. Não saberia fazê-lo. Que descuido o meu. Logo eu que venho tentando centrar no momento presente. Concentrar. Degustar cada oportunidade de apreciar a natureza. Isso, a natureza. O céu e tudo o que tem nele. Eu deveria tê-lo admirado.
Todo santo dia nos deparamos com mesas redondas - reais e metafóricas-, cujas cadeiras confortáveis são ocupadas por centenas de milhares de pessoas propensas a julgar os outros. Vemos de tudo. Os assuntos são os mais variados possíveis. Alguns, de extrema relevância social, e outros, com sua importância pessoal. Há aqueles deveras desimportantes, irrelevantes e que tomam um tempo invejável em seus debates. Sua inutilidade pode ser tamanha que passamos a questionar sua real (in) significância.