Volta e meia vem a vida e nos apresenta uma situação difícil de ser resolvida. Não estou falando nem das tragédias, das doenças e dessas situações tristes às quais estamos todos sujeitos pelo mero fato de existirmos. Refiro-me, aqui, às situações embaraçosas, de soluções esquisitas, que geram em nós dissabores e angústias. Falo desses episódios que a “a vida apresenta”, que parecem armadilhas, que a gente não provoca, mas que se submete a elas. Sabem do que estou falando?
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
Desapegar-se. Verbo simples. Prática difícil. Nada simples, porém muitas vezes, necessária. É preciso ter o pulso firme e coração leve para não nos prendermos demasiadamente a tudo e todos que têm valor para nós.
Ouvi dizer que o apego ofusca a luz, como se embaçasse a clareza que pudesse existir. Senti também. É verdade, o apego atrapalha, amarra, atravanca, pesa. Sentimento estranho e mal aplicado, por assim dizer.
Há dias em que a força nos foge. Sentimo-nos, como diz o dito, “o saco vazio que não para em pé”, mesmo tendo nos alimentado. É incrível como nos dias de exaustão os pensamentos escondidos aparecem. Lembramo-nos de cuidar da saúde, valorizamos, mais do que nunca, uma boa noite de sono, repensamos a qualidade de nossas atividades e pensamos em como damos conta.
Faz tempo. Nem lembro quando resolvi que escreveria um livro. Mas a decisão foi tomada e estava tão certa quanto 2 + 2 = 4. Era para ser. Nasci com essa marca: a menina que um dia escreveria um livro. Enquanto isso, foram milhares e porque não dizer, milhões de palavras escritas. Perdi as contas do emaranhado que tentei decompor escrevendo; das cores muito além das sete do arco-íris que confabulei em palavras; das vezes em que meu grande interlocutor era eu mesma e o papel, o meu melhor amigo.
Para quem acredita que a sinceridade de um elogio pode ser transformadora, eis uma realidade empírica: quando a intenção que encobre um ato ou palavra é sinceramente positiva, ela é ainda mais renovadora. O elogio pode ser significativamente mais profundo do que a simplicidade da forma, quando impregnado desse sentimento.
Tudo novo. De novo. É chegado o momento do retorno, do início do ciclo novo nas escolas, universidades e cursos. Fevereiro de todo ano tem disso. Várias pessoas mudam os cortes de cabelos. Sorrisos revigorados. Encontros não programados. Alunos desfilam uma ou outra roupa nova. Cadernos recém-saídos das estantes das papelarias ganham espaço. Pastas organizadas nos computadores. Energia renovada. Não é assim?
Lapidar pedra bruta é uma arte. Tanto a bruta quando a lapidada possuem sua beleza e são únicas, especiais. Assim como nós. Contudo, as pedras de verdade para conquistarem a forma desejada, sofrem muitas vezes a interferência do homem, sem a qual, permaneceriam como são simplesmente ou se contentariam com as mudanças contínuas provocadas pelo tempo e os elementos da natureza. Não poderia dizer qual a mais bela, posto que cada uma tem sua beleza, seu sentido e a partir do momento que vira fonte de energia para alguém, ganha, de alguma maneira, uma missão nova.
Em uma frase reputada a Albert Einstein, ele disse: "Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se revela."
Três vezes gratidão, simbolizando uma sequência sem fim da palavra e do sentimento. Se há algo que realmente nos conecta com toda força do bem que transcende é a capacidade de sermos gratos. Por óbvio, se tudo vai muito bem, obrigada, é mais fácil emanar tal sentimento. Contudo, penso que o maior exercício é sentimo-nos agradecidos diante das adversidades, de modo que quando conseguimos nos conectar com sentimento nos momentos difíceis, nas aflições e incertezas, estamos verdadeiramente manifestando a nobreza que dele advém.
Ele resolveu investir em si mesmo. Pensou sobre como começar. Resolveu, então, traçar o ponto de partida a começar por suas reflexões. Quis pensar na estratégia. Tentou entender-se. Inevitável. Autoconhecer-se antes de tudo. Como se diz, para quem sequer sabe aonde chegar, qualquer lugar pode ser o destino. Ele queria caminhos. Mergulhou, então, no universo quase desconhecido de saber mais sobre o que deveria saber. Atentou-se em buscar o que queria fazer. Esbarrou no desconhecimento sobre quem ele era. Enganou-se por subestimar a profundidade de seus anseios