No último domingo, 11, comemoramos o Dia dos Pais, data sensível para pais e filhos posto que a experiência afetiva é única. O mês de agosto é um tempo propício para cuidar dessa relação, tendo em vista a avaliação sobre a troca de afetos, reflexões a respeito das decisões que foram tomadas ou não e apaziguamentos. É um tempo de buscar encontros e superações, de resgatar momentos desejados, mas nunca vividos.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
A literatura mergulha na vida, e a vida abraça a literatura. É como se houvesse um bom intercâmbio entre uma instância abstrata que reflete a vida como um espelho e a realidade concreta da existência, enquanto palco de encenações e inspirações para um escritor atento e um vivente maduro.
O modo como construímos a vida é decorrente das decisões que tomamos. Decidimos desde o momento em que acordamos e colocamos os pés no chão, se o direito ou o esquerdo, até deitarmos a cabeça no travesseiro à noite. Não damos um passo sem decidir, dado que somos seres de juízo com autoridade sobre nós mesmos. Essa é uma consciência que vamos construindo ao longo da vida, desde quando aprendemos a expressar o sim e o não. Simples assim? De certo que não.
Acredito que vou precisar escrever uma infinidade de textos para comentar as reflexões de Marcel Prout sobre as situações diárias, contidas no livro “Em busca do tempo perdido”. A cada página, tenho que refletir. Às vezes, fico cansada, reconheço. Mas a cada momento em que penso, revejo fatos da minha vida ou mesmo da existência de um modo geral e vou tirando conclusões, lendo e pesquisando outros autores, adentrando em conjecturas novas ou já conhecidas. Hoje, vou sobrevoar aspectos positivos do gostar, um tema que nos é fundamental.
No início de julho Nova Friburgo recebeu o título de Suíça Brasileira!
Hoje vou escrever a coluna inspirada em nosso lugar, de riqueza natural e histórica, que traz admiração ao nosso olhar. As matas que cobrem as altas escarpas da Serra do Mar nos movem a recitar os versos de J. G. de Araújo Jorge, contidos na coletânea “Canto à Friburgo” [sic], lançada em 1961, que homenageiam a cidade com o louvor de um apaixonado.
Quem já experimentou a presença de um intruso, daquela pessoa que surge sem que seja esperada?
O intruso é alheio a alguém ou a uma situação. Um clandestino, talvez, que causa mal-estar ou desconforto por ocupar o lugar de “nada a ver”.
O narrador de “Em busca do tempo perdido”, de Marcel Proust, lembra sua infância quando uma visita chega na hora do jantar e modifica a rotina da casa. Nas mãos de um mestre que dedicou sua vida à literatura, a intrusão é minuciosamente descrita, e o leitor pode sentir o desconforto da criança diante daquele estranho.
O mensageiro exerce uma função nobre de levar algo de um lugar a outro, com a finalidade de transmitir recados, informações, quiçá segredos ou códigos. Cá entre nós, o mensageiro é transparente, sem forma nem tamanho posto que o importante é o conteúdo que transporta em seu interior ou em seus envelopes. Posso até me arriscar a dizer que ele é responsável pelo intercâmbio dos saberes que transformam o mundo.
Quem nunca se utilizou de um mensageiro? Ora pois, esse agente mediador possui antiguidade, surgiu nas primeiras comunidades humanas. Tornou-se profissional na antiga Pérsia.
A literatura tem pano de sobra, aliás sobra tecido para todas as mangas dos mais diferentes tipos e tamanhos. Nesses dias, ao me deparar com um manual extenso, refleti sobre as diferenças entre os manuais de instrução, que têm por finalidade ensinar ao usuário a operar um equipamento e a literatura, que é a arte de usar as palavras ao recriar a realidade através da visão do autor da obra na produção textual de prosa e poesia.
Ao acompanhar as notícias sobre as inundações do Rio Grande do Sul através das imagens, relatos e notícias, não parei de pensar em como a literatura infantil pode oferecer apoio às crianças que estão sofrendo as trágicas consequências.