Sabe o que me preocupa?

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 29 de julho de 2022

INADIMPLÊNCIA! Sim, o endividamento das famílias brasileiras me traz muitas preocupações acerca do que o futuro reserva para a qualidade de vida da população. Apesar de ser uma tendência global, inclusive entre economias soberanas de países desenvolvidos, não há nada que se compare às retaliações aplicadas ao consumidor individual. Perder acesso a recursos básicos por não ter “nome limpo na praça” chega a ser brutal. Hoje, no Brasil, de acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio, em maio deste ano, o número de famílias endividadas representava mais de 77% dos lares do país. Neste mesmo estudo, os números apontavam, em média, 30% do orçamento já comprometido com o compromisso das dívidas.

Estes dados realmente me preocupam. E me preocupam de verdade; é uma sensação verídica. Afinal, se – praticamente – oito a cada dez lares lidam com suas dívidas como parte do orçamento (se é que estão, de fato, já enquadradas em suas devidas contas), é muito provável que você e sua família estejam passando pelo mesmo cenário de incertezas.

Mas não se envergonhe! Juntos vamos erguer a cabeça e assumir a responsabilidade de superar este desafio. Virar a página de um momento difícil. Agora, vamos estudar as possíveis estratégias de quitação de dívidas e estruturar o seu planejamento para conquistar este objetivo. Então é hora de botar a mão na massa: eu enumero as atividades a serem executadas e você se compromete em concluir o que precisa ser feito.

- Mapear dívidas: aqui, você precisa listar todas os seus compromissos de acordo com taxa de juros, Custo Efetivo Total (CET), parcelas pagas e parcelas em aberto. Ponha tudo num caderno ou alguma planilha.

- Classificação: comece a atribuir grau de prioridade para cada uma das dívidas e comece pelas mais caras. Por mais que valores financeiros altos chamem atenção, as dívidas mais caras são as que concentram o maior CET. Este, por sua vez, é representado por juros mais taxas e encargos. Portanto, quanto maior o CET mais cara a dívida e, consequentemente, a com maior urgência de quitação. A partir daqui você pode atribuir graus de prioridade a sua estratégia e torna mais palpável um futuro livre destes compromissos.

- Negociação: mostre resiliência, se apresente perante cada um dos seus credores e apresente o planejamento que acabou de construir. Falar que “vai pagar” é insuficiente para qualquer tipo de barganha; agora, com planejamento claro e prático, há espaço para novas negociações e você pode ter a chance de descontos de quitação ou, até mesmo, a possibilidade de renegociação de suas dívidas.

- Proatividade: se você não fizer, ninguém fará por você. Então, meus amigos, é hora de correr atrás do prejuízo. Seja proativo no planejamento e execução da atividade que pode virar o jogo do seu contexto financeiro.

 Assumir dívidas é difícil; assumir a inadimplência, ainda mais. Portanto, é hora de deixar a humildade aflorar. Manter a disposição de planejamentos bem executados e uma vida recheada de qualidade de vida. Em breve – não é promessa para a próxima semana – a gente se reencontra e conversa sobre o próximo (deveria ser o primeiro) passo: dívidas planejadas.

Por ora, fica aqui meu grande abraço!

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Gabriel Alves

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