Quaresma: Tempo de conversão

A Voz da Diocese

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

terça-feira, 02 de março de 2021

Vivendo a cada ano o tempo da Quaresma, naquela experiência de 40 dias de preparação para a Páscoa-Ressurreição do Senhor, lembramo-nos dos 40 anos das lutas do deserto do povo de Israel rumo à terra prometida e do outro deserto das tentações de Jesus, quando jejuou e venceu todo mal. No primeiro, o povo escolhido buscava a sua libertação plena, tendo que confiar totalmente no Deus que abrira o mar e que o curava e alimentava a cada passo. 

Confiar e caminhar: era o desafio da fé. Não se deixar convencer pelo mais fácil - o desânimo, o desespero, a escolha de outros deuses, ídolos que desviam o fiel de sua entrega, com promessas imediatistas e artificiais de saciedade e prosperidade. Continuar na obediência ao Senhor, arrepender-se das vacilações e pecados, das más escolhas. Retomar a direção da verdadeira terra abençoada - a vontade divina. Aprender a abandonar-se em Deus, sem questionar a infinita sabedoria salvadora. O deserto é sempre uma escola, onde temos a oportunidade de amadurecer a nossa fé, na provação, na perseverança, nas perdas, nas quedas e reerguimentos, entregando-nos à misericórdia do amoroso pastor. Por isso, as palavras fortes deste tempo são: conversão, arrependimento, penitência, purificação, perdão, renovação.

No segundo deserto, Jesus nos ensina a fortaleza, a concentração, a resistência frente às tentações da nossa natureza humana: "...transforma esta pedra em pão!"  (buscar a saciedade e o prazer fora da missão do reino de Deus, priorizando o material); "... atira-te daqui para baixo!" (deixar tudo para a providência divina, agindo com irresponsabilidade ou se omitindo, abandonando a luta e o esforço pelo bem e pela vida); "Tudo isto te darei, se prostrando, me adorares!" (querer o poder, traindo a verdade, deixando-se dominar pela ambição, soberba, vaidade, egoísmo, afastando-se da Igreja serva na humildade e na caridade, a exemplo de Cristo.

Aproveitemos este período propício à nossa renovação espiritual, para, com a graça e a força do mestre, vencermos todas as sombras e fraquezas do nosso coração e nos fortalecermos com a luz da verdade de Deus, vencedores na cruz do Senhor. Façamos a nossa peregrinação quaresmal, como Igreja discípula-missionária, em estado permanente de missão, numa conversão pastoral, lavando nossos pecados na doação de amor, como Cristo, pela Páscoa-libertação de muitos irmãos. 

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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