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A VOZ DA SERRA é o nosso guia diário, confiável e prazeroso

segunda-feira, 06 de maio de 2024

            É comum alguns temas do Caderno Z me levarem até a minha casa de infância. Lembro-me de quando meu pai comprou uma vitrola, a primeira recomendação foi: “criança não pode mexer!”. Era tentador ver aqueles discos de vinil, empilhados, caindo, um por um, sobre um prato giratório, onde se deitava uma agulha levada por um braço de matéria plástica. A tentação de mexer nunca era maior do que a nossa obediência, afinal, não era coisa de criança. Que atrativo a mais teria, a não ser o de ouvir a música? Nada!

            É comum alguns temas do Caderno Z me levarem até a minha casa de infância. Lembro-me de quando meu pai comprou uma vitrola, a primeira recomendação foi: “criança não pode mexer!”. Era tentador ver aqueles discos de vinil, empilhados, caindo, um por um, sobre um prato giratório, onde se deitava uma agulha levada por um braço de matéria plástica. A tentação de mexer nunca era maior do que a nossa obediência, afinal, não era coisa de criança. Que atrativo a mais teria, a não ser o de ouvir a música? Nada!

            Da vitrola de papai ao que se tem hoje em tecnologias o salto foi enorme. Minha filha, em 2015, enquanto amamentava a sua bebê, mexia no celular e eu dizia: não vai demorar e ela vai querer mexer também. E assim são as crianças de hoje, já nascem inseridas nos avanços tecnológicos e, pelo exemplo, o atrativo é bom, porque os papais e as mamães não ficam mais sem esses recursos. A tentativa de diminuir o uso das telas  por crianças parece ser um caminho sem volta, caso não seja possível que os pais façam o mesmo. Antigamente, plataforma era o local onde se embarcava de algum lugar para outro. Hoje é a mesma coisa, mais ampliada ainda, porque a pessoa embarca, vai a qualquer parte do mundo, conhece coisas, faz negócios, compra, vende, interage, faz tudo, sem, sequer, sair de casa. E como abrir mão de tamanho conforto e praticidade?

            No texto “Bem-Estar digital”,  de Rafael Terra, especialista em tendências digitais, o autor debate o tema propondo uma “dieta digital saudável”, que aponta para o nosso senso crítico na seleção de “uma paisagem online repleta de verdades e conteúdos enriquecedores”.  Com essa medida criteriosa, “podemos proteger nossa saúde mental e promover o nosso crescimento pessoal”. Terra ainda realça que devemos indagar se temos necessidade de aceitar tudo o que nos é proposto, se seremos melhores ou se o conteúdo irá refletir nossos valores. Mas, como vovó dizia: cada cabeça uma sentença.

            Wanderson Nogueira ajuda e inspira: “Em tempos de inteligência artificial, não é artificial o que nos trouxe até aqui, mas um acúmulo coletivo do que esta geração e nossos antepassados produziram. O que se anuncia sobre grande parte das futuras profissões ainda não existirem e que muitas das atuais deixarão de existir, que o humano seja o protagonista. Para ter mais tempo livre para cuidar dos seus e de si mesmo.” 

            Saímos do “Z” sob o alerta do Cão Sentado na charge de Silvério que anuncia o “Maio Amarelo”, o mês da prevenção quanto aos perigos do trânsito. Ninguém se empolgue, pois ruas e avenidas não são pistas de corrida. E a cidade está em festa com os 200 anos da imigração alemã. Na última sexta-feira, 3, no Espaço Arp, o hasteamento das bandeiras foi seguido pela cerimônia que zerou o cronômetro da contagem regressiva. Muitos eventos programados, entre eles, a exposição “A Pequena Alemanha” que pode ser visitada na sede da Fundação D. João VI, na Praça Getúlio Vargas até 4 de agosto. Em “Há 50 Anos”, a coluna destacava a manchete: “Nova Friburgo em festa: 150 anos da imigração alemã”.  O tempo fez aumentar as comemorações e o encantamento.

            Em “Sociais”, três ilustres aniversariando. Nesta segunda, 6, Maria Nilce Coutinho, sempre gentil e querida por todos. Na quarta-feira, 8, o doutor Carlos Pecci, médico atencioso, referência na medicina friburguense. Ainda no dia 8, Monara Emerick colhe mais uma primavera ao lado dos queridos pais, Jorginho e Margot e o irmão Saulo. Parabéns! Maio é festivo e esta semana o comércio vira a própria festa com o Dia das Mães. Mesmo que a presença seja o presente, um presente é duas vezes felicidade!

            Presente mesmo ganhou a mãe que foi socorrida por policiais do 11° BPM que atuavam próximos ao distrito de Euclidelândia, em Cantagalo. Desesperada com o engasgo de seu bebê, de apenas 19 dias, a mãe acionou os policiais do patrulhamento que, prontamente, agiram. No trajeto até o hospital de Cantagalo, os oficiais efetuaram os primeiros socorros no interior da viatura, conseguindo eliminar o engasgo. Que bênção! - Protegendo sem cessar, honrando a sua missão, é a Polícia Militar,  mão amiga em nossa mão!

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O perigo da dengue

segunda-feira, 06 de maio de 2024

“Numa época em que presenciamos o avanço da epidemia de dengue, inclusive com o registro de morte em nossa cidade, todo o cuidado ainda é pouco para evitar a proliferação do mosquito transmissor dessa terrível doença, o Aedes aegypti. No bairro Braunes, há um grande terreno com frente para a Rua Visconde de Itaboraí que encontra-se com o mato alto, o que favorece criadouros do mosquito.

“Numa época em que presenciamos o avanço da epidemia de dengue, inclusive com o registro de morte em nossa cidade, todo o cuidado ainda é pouco para evitar a proliferação do mosquito transmissor dessa terrível doença, o Aedes aegypti. No bairro Braunes, há um grande terreno com frente para a Rua Visconde de Itaboraí que encontra-se com o mato alto, o que favorece criadouros do mosquito. Embora a limpeza de terrenos seja de responsabilidade dos proprietários, falta na cidade uma campanha de esclarecimento e conscientização para que os espaços sejam mantidos limpos e sem focos para a proliferação do Aedes por toda a população. Alguma ação precisa ser feita com urgência.”

Francisco      

 

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Parabéns, Casa de Salusse!

segunda-feira, 06 de maio de 2024

Quando a Academia Friburguense de Letras comemorou 71 anos de existência, eu apresentei este discurso a todos os presentes na comemoração do seu aniversário. Hoje, senti vontade de trazê-lo a esta coluna, como uma forma de beijar a sua linda história.

 

“Na sexta-feira, dia 22 de junho de 2018, você faz 71 anos, e queremos lhe abraçar, por tanto nos acolher e fazer por nós. A cada dia, seus ares nos impulsionam a fazer mais, a aproximar pessoas que gostam de guardar palavras e de realizar a cultura literária nesta nossa cidade.

Parabéns, Casa de Salusse!

Quando a Academia Friburguense de Letras comemorou 71 anos de existência, eu apresentei este discurso a todos os presentes na comemoração do seu aniversário. Hoje, senti vontade de trazê-lo a esta coluna, como uma forma de beijar a sua linda história.

 

“Na sexta-feira, dia 22 de junho de 2018, você faz 71 anos, e queremos lhe abraçar, por tanto nos acolher e fazer por nós. A cada dia, seus ares nos impulsionam a fazer mais, a aproximar pessoas que gostam de guardar palavras e de realizar a cultura literária nesta nossa cidade.

Parabéns, Casa de Salusse!

Você nos coloca diante de mais de um ano ativo com tarefas importantes a realizar, como o Congresso Nacional das Academias de Letras, o 5º. Concurso Literário Nacional Júlio Salusse, a posse de novos jovens acadêmicos para o Anexo Jovem e a de acadêmicos veteranos, os cursos e as palestras. Além de todas os afazeres que uma Academia de Letras movimentada tem.

Parabéns, Casa de Salusse!

Temos que abraçar nossos antecessores porque, hoje, tudo o que há e o que acontece entre suas paredes é fruto do trabalho e dos esforços daqueles se dedicaram à causa literária em Nova Friburgo e que construíram uma Casa para guardar os escritores e os amantes das letras da região.

Parabéns, Casa de Salusse!

Por estar viva em 25.915 dias. Suas portas e janelas hoje estão mais abertas do que nunca, pronta a acolher seus acadêmicos, seus amigos, o Clube de Leitura, o Coral, os professores e os estudiosos das letras, da teologia, da história, da psicologia, da filosofia e das artes, além dos acadêmicos de outras cidades do Brasil. Daqui, emana o pensar e o debate sobre questões relevantes à existência humana, a alegria do conviver, o compartilhamento de ideias e decisões.

Parabéns, Casa de Salusse!

Por não guardar preconceitos e ideias fechadas, aqui, há liberdade de pensamento, de expressão e de respeito às diferenças. Quem entra pela sua porta e sobe suas escadas vê o sorriso de pessoas que estão dispostas a interagir com amigos, humanamente semelhantes.

Parabéns, Casa de Salusse!

Tenho orgulho em participar desta Academia serena e sincera. Aqui, buscamos a paz em todos os momentos, mesmo nos de discórdia, o que é natural num ambiente democrático. Somos um grupo integrado, eclético e objetivo. Buscamos a praticidade e a agilidade. Já fizemos grandes conquistas nesse sentido e pretendemos melhorar cada vez mais.

Parabéns, Casa de Salusse!

Nós amamos você.   

 

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Nova Friburgo em festa: 150 anos da imigração alemã

sábado, 04 de maio de 2024

Edição de 4 e 5 de maio de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Nova Friburgo em Festa: 150 anos da imigração alemã - Sesquicentenário tem comemoração com programa extenso. Presença confirmada do Dr. Hortz Roeding, embaixador da República Federal da Alemanha. Solenidades iniciaram-se neste 3 de maio de 1974.

 

Edição de 4 e 5 de maio de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Nova Friburgo em Festa: 150 anos da imigração alemã - Sesquicentenário tem comemoração com programa extenso. Presença confirmada do Dr. Hortz Roeding, embaixador da República Federal da Alemanha. Solenidades iniciaram-se neste 3 de maio de 1974.

 

Friburguenses brilham: administração de empresas - No recém encerrado Curso de Administração de Empresas, promovido em Friburgo pela Faculdade Candido Mendes, dois friburguenses brilharam, conseguindo o 1º e 2º lugar no referido curso. Em 1º lugar, destacou-se o engenheiro Manoel Henriques Vilarinho, profissional de grande reputação em Friburgo e um dos expoentes de sua classe. Em 2º lugar, colocou-se o dr. Luiz Mastrângelo Netto, brilhante advogado de nossa comarca, membro de tradicional família friburguense, eficiente e respeitado consultor jurídico do Poder Legislativo Municipal. 

 

E as crianças? Elas não merecem? - Aquele modesto parque infantil localizado em nossa principal praça é, apesar de tudo, a delícia de muitas crianças friburguenses, tão esquecidas pela atual e pelas anteriores administrações. Entretanto, se para as crianças é uma delícia, ele se constitui numa forte dor de cabeça para pais e mães que para ali levam seus filhos. É que se instala uma tremenda choradeira das crianças, quando o parque é fechado, isto porque o mesmo é fechado impreterivelmente às 11 horas, isto é, no melhor dos folguedos infantis.

 

20 anos de luta e progresso - Uma pequena indústria era fundada em Friburgo no dia 6 de maio do longínquo ano de 1954. Instalava-se modestamente na Rua Prudente de Morais, num pequeno galpão, amparada num modesto capital de Cr$ 300. O homem de grandes visões e descortínios que fundava aquela pequena indústria se chamava Hans Wiedemann. A pequena indústria se propunha a fabricar platinados (para automóveis)  numa época em que a indústria automobilística ainda caminhava “de fraldas”.

 

Circulo Italiano completou 60 - Com um almoço na churrascaria Chico Rey, a colônia italiana comemorou no último dia 1º - Dia do Trabalho - o 60º aniversário de fundação do Circolo Italiani Uniti, órgão de congregação dos italianos de Nova Friburgo. Presidido atualmente pelo Dr. Giuseppe Mauro - friburguense, diretor do Instituto Vital Brasil, hoje um nome de expressão da ciência nacional - o Circolo Italiani Uniti, foi fundado em 1914, unindo em seus quadros duas correntes, até então irreconciliáveis, da colônia italiana na época.

 

Espaguete tem festival - Se a colônia italiana de Friburgo estiver com saudade de um legítimo “spaghetti”, acompanhado da “pasta asciutta” e outros molhos bem caprichados, então, é pegar um carro e rumar para Resende, onde se comemora o 1º centenário do Início da Colonização Italiana na cidade e os italianos de Resende - muito apropriadamente - resolveram promover um Festival de Espaguete, dentro das comemorações.

 

Comando da Vilage decide: enredo de 1975 será “Noite de Festa Branca” - “Os negros aprisionados na Africa e conduzidos ao Brasil como escravos, embora milhares deles fossem senhores, príncipes, reis, nobres guerreiros, sacerdotes e feiticeiros em suas terras de origem, trouxeram consigo suas crenças, seus costumes, suas liturgias e suas cerimônias religiosas”... Este é o início da exposição do tema escolhido pela escola de samba da Vilage, que,  já começa a ser trabalhado para apresentação no próximo carnaval. 

 

Kennel: Viralatas agora tem vez - Os cães sem “pedigrée”, os conhecidos e populares viralatas, agora terão sua vez num concurso a ser promovido pelo Kennel Clube de Nova Friburgo e que ocorrerá às 10 horas no campo do Friburgo F.C., numa promoção inédita em Friburgo, sendo o primeiro concurso da modalidade. 

 

Sociais


A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Marlene Schulupp (5); Maria Nilce Ventura Coutinho, Gilberto Vassalo Azevedo e Alice Cúrio (6); Maria da Glória Ventura e Heber Alves da Costa (7); Romeu Marra da Silva, Libaneza Namem, Carlos Alberto Pecci e Sergio Martins (8); Dalva Ventura Freitas, Carlos Jay e Jaccoud, Alberto Pecci e Rosa Ferez Namen (11).

Foto da galeria
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Tricolor em ação

sábado, 04 de maio de 2024

Frizão investe em obras no Eduardo Guinle e define planejamento no futebol

         Além das divisões de base, conforme A VOZ DA SERRA mostrou nesta semana, o Friburguense também cuida do seu estádio e já projeta as competições profissionais que irá disputar em 2024. A direção de futebol do clube se movimenta nas mais variadas frentes, realizando um trabalho, muitas vezes, invisível aos olhos do torcedor que não acompanha tão de perto. Porém, as ações de execução e de planejamento não param, mesmo com o hiato entre os campeonatos oficiais.

Frizão investe em obras no Eduardo Guinle e define planejamento no futebol

         Além das divisões de base, conforme A VOZ DA SERRA mostrou nesta semana, o Friburguense também cuida do seu estádio e já projeta as competições profissionais que irá disputar em 2024. A direção de futebol do clube se movimenta nas mais variadas frentes, realizando um trabalho, muitas vezes, invisível aos olhos do torcedor que não acompanha tão de perto. Porém, as ações de execução e de planejamento não param, mesmo com o hiato entre os campeonatos oficiais.

        O Eduardo Guinle, por exemplo, está recebendo uma série de obras. Nas arquibancadas, o trabalho de limpeza das cadeiras e das partes de concreto está sendo realizado nos últimos dias, e logo após, a pintura será retocada. Já neste primeiro momento é possível perceber a diferença, dando um aspecto diferenciado à casa do Tricolor da Serra.

        Contudo, algumas das principais intervenções estão sendo realizadas na infraestrutura do histórico estádio. Os vestiários das equipes visitantes foram praticamente refeitos, e após as obras, já receberam nova pintura. Restam alguns ajustes para finalizar o trabalho, o que deve acontecer num prazo de até dois meses. Outro setor que recebe atenção especial é o refeitório, onde as obras estão remodelando o local por completo. Além da ampliação, o acabamento também é feito de forma detalhada. A área de concentração dos jogadores também está recebendo obras diversas nos últimos dias.

        No entorno do gramado, é possível observar diversas placas de empresas de Nova Friburgo. Através do projeto que pretende incrementar as categorias de base e já pensando em disputar o acesso na Série B1 profissional, o Friburguense recebeu o abraço de vários empresários do município, numa demonstração de união em prol do futebol tricolor. O fato, inclusive, é uma das consequências positivas da realização da Brasil Soccer Cup – que terá nova edição, desta vez na categoria Sub-16, tendo novamente a cidade como uma das sedes.

 

Futebol profissional

        Em paralelo a todo esse trabalho, o Friburguense também já tem planejado o retorno do elenco profissional. A formação do plantel, na verdade, começa com o retorno do time sub-20, que treina para as competições – realizadas a partir do mês de maio - e também é comandado por Gerson Andreotti. A ideia é aproveitar boa parte desses garotos para compor a equipe, e ir ao mercado para buscar alguns jogadores mais experientes.

        O time profissional deve se reunir, de fato, na primeira quinzena do mês de junho. Com os garotos já em ritmo de competição, os reforços irão agregar e ampliar as opções para Andreotti, que terá como primeiro desafio a disputa da Copa Rio, no mês de julho. A Série B1, principal objetivo do Tricolor na temporada, começa apenas em setembro. O elenco deve sofrer algumas baixas importantes em relação a 2023, à exemplo dos garotos Barrozo e Ryan, que se destacaram e já defendem outros clubes. Por outro lado, outros jogadores irão permanecer, e além das contratações, outras joias do clube deverão ganhar espaço.

 

Jogo da base adiado

        Conforme A VOZ DA SERRA mostrou na terça-feira, o Friburguense está disputando a Copa Rio Sub-16. Após a derrota para o Vasco na estreia, por 4 a 1, fora de casa, o Tricolor receberia o Fluminense neste sábado, 4. No entanto, a pedido do time carioca, que está envolvido em outras competições, o jogo foi adiado para a próxima quinta-feira, 9, às 15h, no Eduardo Guinle.

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    Vestiários dos times visitantes foram praticamente refeitos pelo Friburguense (Foto: Divulgação)

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    Série de obras no estádio dá uma nova cara ao Eduardo Guinle (Foto: Divulgação)

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    Refeitório é ampliado e ganha estrutura mais moderna para receber os jogadores e funcionários (Foto: Divulgação)

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    Placas demonstram o abraço da cidade ao projeto do Friburguense em 2024 (Foto: Divulgação)

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O trabalhador

sábado, 04 de maio de 2024

Não é de poesia o chão de fábrica. Dê valor ao trabalho árduo de quem deixa os seus e acorda cedo para prover os que ama. Não romantize o sol que queima os ombros do homem do campo que madruga para dar o que comer a quem nunca comeu poeira de roça. Arar a terra, molhar a horta, fazer brotar o alimento. Fazer as linhas virarem tecido, fazer o pano se tornar vestimenta. Transformar o trigo em pão. Dar forma ao aço que torna as moradas seguras.  

Não é de poesia o chão de fábrica. Dê valor ao trabalho árduo de quem deixa os seus e acorda cedo para prover os que ama. Não romantize o sol que queima os ombros do homem do campo que madruga para dar o que comer a quem nunca comeu poeira de roça. Arar a terra, molhar a horta, fazer brotar o alimento. Fazer as linhas virarem tecido, fazer o pano se tornar vestimenta. Transformar o trigo em pão. Dar forma ao aço que torna as moradas seguras.  

É árdua a jornada do trabalhador. É operária a cidade de confecções e fábricas metalúrgicas. Nem todos são donos, ainda que sócios minoritários de planos e sonhos. O que nos motiva é o que sempre nos moverá. Muitas vezes, até mover moinhos.

Na esperança de voltar para casa, o trabalhador sai cedo à labuta, sem a expectativa de enriquecer, mas na determinação de, ao retornar, levar o pão para casa. Cuidado de mãe e pai no esforço diário de, além de suprir aos filhos o sustento, lhes oferecer — ainda que tomados pelo cansaço — o carinho. 

O amor mora no esforço, que não é gratuito, tampouco produto da magia. O perfume do amor é muito deste suor dedicado que não aparece nos álbuns dos retratos que marcam a linha do tempo da vida. Mas é o que, nitidamente — nem sempre valorizado — permite esses destaques: festa da alfabetização, formatura, ver os filhos formados na universidade, casados, testemunhar a família crescer… De repente, apesar de tudo, ser feliz! 

No campo, no comércio, no canteiro de obras, na confecção, na fábrica, na sala de aula, nas redações dos jornais, os trabalhadores fazem a cidade acontecer. Por seus braços e mentes escrevem a história coletiva do que os livros podem chamar de povo ou nossa gente. Cada nome, cada identidade, cada pessoa, eu e você, somos esse tal de povo, essa tal de nossa gente. 

É o humilde passo de cada um que verdadeiramente faz o caminho de todos. Lugar só faz sentido com essa soma que permite a todos chamar o mesmo canto de nosso: nosso lugar, nossa cidade. Não tem dono, um único dono, para decepção de um e outro que esqueceu que o baronato acabou junto com a escravidão. 

Ensinar, aprender, produzir. Verbos transitivos, às vezes direto, por vezes relativo. Nascemos para nos relacionarmos, criarmos, cocriar. Somos por natureza inventivos e é da nossa natureza interferir no que alguns simplificam ao chamar apenas de destino. Quisera o trabalho de cada um ser simples. Pois nem sempre é fascinante, ainda que digno. Quisera o trabalho de todos ser devidamente valorizado e que o lucro fosse compartilhado de forma justa, tanto quanto reconhecido.    

Em tempos de inteligência artificial, não é artificial o que nos trouxe até aqui, mas um acúmulo coletivo do que esta geração e nossos antepassados produziram. O que se anuncia sobre grande parte das futuras profissões ainda não existirem e que muitas das atuais deixarão de existir, que o humano seja o protagonista. Para ter mais tempo livre para cuidar dos seus e de si mesmo. 

Que o trabalhador não seja um mero detalhe, pois sem ele não há quem possa consumir o que é produzido. Mas acima disso e para além do capital, que o prazer de viver mais e mais intensamente seja a consequência de todo trabalho empenhado ao longo da história por todos, mas que desta vez seja para todos. Pode parecer um ingênuo sonho de trabalhador, mas enquanto trabalha, por que não ter devaneios de igualdade?

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Os riscos da informalidade no mercado financeiro

quinta-feira, 02 de maio de 2024

            Você tem algum parente que investe em ações? Um amigo negociando ativos através da bolsa de valores? Fique muito atento. Inclusive, vou além: muito cuidado!

            É comum – principalmente em momentos de euforia com mercados em alta – se deparar em situações em que um grupo de pessoas começa a falar sobre investimentos muito específicos. Repare, o assunto poucas vezes caminha para uma discussão conceitual sobre economia e mercados (ainda que, também, de forma amadora), mas quase certamente finda em alguma recomendação de compra ou venda.

            Você tem algum parente que investe em ações? Um amigo negociando ativos através da bolsa de valores? Fique muito atento. Inclusive, vou além: muito cuidado!

            É comum – principalmente em momentos de euforia com mercados em alta – se deparar em situações em que um grupo de pessoas começa a falar sobre investimentos muito específicos. Repare, o assunto poucas vezes caminha para uma discussão conceitual sobre economia e mercados (ainda que, também, de forma amadora), mas quase certamente finda em alguma recomendação de compra ou venda.

            Você precisa comprar as ações da Magalu, a empresa está crescendo muito – disse o primo de alguém, sem nenhuma especialização ou certificação na área de finanças, mas a certeza de que seus poucos meses como investidor são parâmetro de realidade. Preciso relembrar a queda de 94% desde o topo histórico?

            Repare, falar sobre finanças, economias e mercados é importante. Eu, a propósito, busco despertar e fomentar esse interesse através do meu trabalho. O problema é que a informalidade esconde perigos, pois ninguém vai assumir as devidas responsabilidades de uma recomendação inadequada. No mercado financeiro, existem diversos profissionais capacitados e certificados capazes de te auxiliar nas melhores tomadas de decisão para seus investimentos.

            Mas onde encontrá-los? Corretoras de valores e bancos de investimentos concentram todos esses profissionais e os disponibilizam a seus clientes a fim de proporcionar boas experiências de investimentos. É dentro dessas instituições que você encontra analistas, responsáveis por avaliar e indicar oportunidades de compras e vendas de ativos; gestores, capacitados para fazer a gestão terceirizada de capital através de fundos de investimentos; e especialistas, profissionais prontos para receber a demanda de seus clientes e orientá-los, dentro de objetivos específicos, com planejamento e seleção de produtos de investimentos.

            Percebe como o que pode parecer simples é complexo o suficiente para não se limitar a uma mesa de bar ou encontro de família? Então vamos à dinâmica do amadorismo nos mercados de bolsa para entender os riscos que a informalidade promove.

            Nas últimas semanas, por exemplo, pudemos observar as maiores cotações históricas do bitcoin; dias de grande euforia nos mercados. Em épocas de alta, a confiança é grande ao ponto de ignorar os riscos envolvidos. Pessoas inteligentes compraram o ativo pela única explicação do Fomo (sigla usual no cotidiano financeiro para “medo de ficar de fora”, em inglês), promovendo demanda às negociações.

            O que vai acontecer? Investidores sem auxílio profissional comprando ativos – porque “todo mundo está ganhando dinheiro” – depois de grandes altas e correndo sérios riscos de estarem posicionados assim que o mercado voltar a corrigir tamanha euforia. É aqui, onde amadores realizam seus prejuízos em meio a novas incertezas e o ciclo se inicia mais uma vez.

            Pense. Pare para refletir sobre quantas vezes você já se deparou com situações como essa e faça um balanço de como foram as suas tomadas de decisão. Fuja sempre da euforia e aproveite as incertezas. Se possível, sempre com bons profissionais ao lado.

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Para sempre

quinta-feira, 02 de maio de 2024

Aniversário do extinto Friburgo F.C. teve homenagens à equipe feminina

Dentro da rica história do futebol amador de Nova Friburgo, elas possuem um capítulo à parte. De vitórias, glórias e tanto momentos eternizados dentro e fora de campo. Em forma de reconhecimento, o último domingo, 28, reservou um espaço especial para homenageá-las, durante as comemorações pelos 110 anos do extinto Friburgo Futebol Clube. A atividade foi realizada no último fim de semana na sede social do rubro-verde, na Rua Prefeito José Eugênio Muller, no Centro.

Aniversário do extinto Friburgo F.C. teve homenagens à equipe feminina

Dentro da rica história do futebol amador de Nova Friburgo, elas possuem um capítulo à parte. De vitórias, glórias e tanto momentos eternizados dentro e fora de campo. Em forma de reconhecimento, o último domingo, 28, reservou um espaço especial para homenageá-las, durante as comemorações pelos 110 anos do extinto Friburgo Futebol Clube. A atividade foi realizada no último fim de semana na sede social do rubro-verde, na Rua Prefeito José Eugênio Muller, no Centro.

As ex-atletas, que representaram as cores do clube nas diversas competições também foram condecoradas. Liliana Sarquis, Ayla Fernandes, Marilza Martins, Onilde Pinheiro, Marise Tostes, Eliete De Vico, Ana Cátia Manhães, Renata Fernandes, Regina Reis, Rosângela Oliveira, Lucilene Neves, Dayane Silveira, Michele Conceição, Rosiane Azevedo, Gisélia Eller, Márcia Ferreira, Reuben Carvalho e Clóvis José de Souza (comissão técnica) receberam certificados e os aplausos dos participantes do evento.

“Durante muitos anos fizemos parte da equipe do  futebol feminino. Hoje estamos recebendo essa homenagem ao time que jogou aquela época. Foram momentos maravilhosos e marcantes”, salientou a ex- atleta, Marilza Martins.

Na ocasião, o Nova Friburgo Futebol Clube também prestou homenagens especiais aos ex-atletas Carlos Arnaldo Bravo Berbert (Juca), Clóvis da Costa Freitas (Catita), Gualter Moraes (Titiu), Manoel Pinto de Faria, José Palmeira dos Santos (Cigano), Elmo Lincoln Salgueiro de Moura  e Paulo Alcides Lincoln Salgueiro (Cacá), que tiveram participação expressiva no fortalecimento da história do futebol antigo da cidade. Além disso, foi oferecido reconhecimento ao José Antônio Marques Braga Sertã (in memoriam) – representado por Lúcia Helena Sertã (viúva) – pelos relevantes serviços prestados para o desenvolvimento da cidade.

“É uma data significativa para todos nós, que temos uma história brilhante. Nossa homenagem a todos os abnegados que criaram o Friburgo Futebol Clube. Gostaria também de lembrar do saudoso Odgir Rapizo que muito contribuiu com a história do clube”, destacou o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Arnaldo Bravo Berbert, o Juca.

A mesa do evento foi composta por Luiz Fernando Bachini (presidente do Conselho Diretor); Carlos Arnaldo Bravo Berbert (presidente do Conselho Deliberativo); Ivan Gambini (segundo tesoureiro); Suenni Fernandes (vice-presidente administrativa), Eduardo Valentim (secretário do Conselho Deliberativo), Vera Cintra (representante do Esporte) e Licínio José da Silva (benemérito).

“Nosso desejo é continuar realizando essas festividades. Essas confraternizações fazem parte do nosso estatuto. Nosso objetivo é preservar e manter essa história de glórias e vitórias para o fortalecimento do Nova Friburgo Futebol Clube”, finalizou o presidente Luiz Fernando Bachini.

O evento ainda contou com a presença de representantes dos conselhos Deliberativo e Diretor, além de convidados. A Câmara Municipal de Nova Friburgo, através do vereador Isaque Demani, entregou uma Moção de Congratulações pelos 110 anos de fundação da extinta agremiação rubro.

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    Futebol feminino teve reconhecimento especial durante as comemorações pelos 110 anos do NFFC (Foto: Divulgação)

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    Mesa do evento foi composta pelos dirigentes atuais do Nova Friburgo (Foto: Divulgação)

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    Ex-atletas, familiares, dirigentes e convidados prestigiaram o evento do último domingo (Foto: Divulgação)

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    Figura histórica do clube, Juca foi um dos homenageados durante a solenidade (Foto: Divulgação)

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Desligando para ajudar

quinta-feira, 02 de maio de 2024

Você vive com uma pessoa folgada ou com um dependente de álcool, outras drogas, alguém que tem sido um peso em sua vida e você deseja alívio? Vamos rever um conceito que já escrevi aqui e que pode ser praticado e, assim, surgir em você descanso quanto ao convívio com este indivíduo que estressa.

Você vive com uma pessoa folgada ou com um dependente de álcool, outras drogas, alguém que tem sido um peso em sua vida e você deseja alívio? Vamos rever um conceito que já escrevi aqui e que pode ser praticado e, assim, surgir em você descanso quanto ao convívio com este indivíduo que estressa.

O conceito chama-se “desligamento afetivo com amor”, que significa, por exemplo, permitir que as pessoas aprendam com os erros delas, em vez de estar sempre corrigindo, salvando, superprotegendo, cobrindo dívidas delas ou dando explicações para os outros sobre erros de conduta delas. Não é deixar de amar a pessoa ou maltratá-la. Significa parar com a obsessão de “consertar” a vida dela, evitar dar conselhos não solicitados e interromper as tentativas de resgatá-la das consequências das escolhas dela.

Por exemplo, se seu parente com problemas com bebidas alcoólicas tem dívidas no bar onde vive bebendo, em vez de você pagar a conta, deixe que ele assuma isso. Abrindo mão de controlar o comportamento dos outros, você se torna mais sereno, menos ansioso e reativo, porque aceita como as coisas são em vez de tentar forçar para que elas se tornem como você quer.

Observe e veja se seu envolvimento com uma pessoa problemática ou sua ligação errada com problemas dos outros está causando um impacto negativo em sua saúde física e emocional. Está com alteração no apetite, dormindo mal, sente dores de cabeça ou no estômago, vive tenso, irritável, se deprime, e tem percebido que isso tem que ver com a maneira como você se relaciona com esta pessoa? Se sim, então é hora de começar a praticar o desligamento afetivo com amor pois será bom para sua saúde e bom para esta pessoa aprender a assumir as consequências do que ela faz.

Você pode ficar preocupado ao ver que a outra pessoa está se destruindo por péssima alimentação, por abuso do álcool, consumo de drogas ilícitas ou por outro tipo de problema comportamental, mas pense que você não causou isso (o problema dela), não pode curar isso e não pode controlar isso. Viver estressado tentando mudar a outra pessoa não ajuda em nada, nem você e nem ela.

O desligamento afetivo com amor ajuda você a cuidar melhor de sua saúde, de seu equilíbrio emocional. Também contribui para você entender que só consegue mudar a si mesmo, não os outros, e isso alivia bastante, embora você possa perguntar se fazer este desligamento não será egoísmo. Não é egoísmo porque este desapego não é feito para punir o outro, mas tem como finalidade proteger a si mesmo de estresses evitáveis. E também serve para libertar o outro das suas tentativas de querer controlá-lo, permitindo que ele viva a vida que deseja, resolva os problemas dele e aprenda com os erros que ele comete.

Sempre que você quer controlar uma pessoa, isso produz raiva nela e em você. Produz raiva em você porque ela pode continuar fazendo o que deseja em vez do que o que você queria. E raiva no outro porque você fica impedindo de ele ser ele mesmo e ter a liberdade de ação. Adultos não querem ser tratados como crianças. Claro, o indivíduo acomodado e folgado, vai gostar de você sempre arrumar o quarto para ele, lavar a louça que ele sujou, ou pagar a conta que ele não pagou. Mas atitudes como estas só favorecem a dependência do outro para com você, com o tempo produz estresse em sua vida, e alimenta a imaturidade dele.

Se você se mantiver superprotegendo o outro e querendo mudá-lo, isso prejudicará seu relacionamento, sua saúde, e além de produzir ressentimento e culpa, acaba causando frustração porque o outro não vai mudar quando você quiser, por mais que você se esforce e o trate bem. Ele só mudará quando ele quiser e fizer algo nesse sentido. Viva e deixe viver.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Contando os anos

quinta-feira, 02 de maio de 2024

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas… percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. (...)”

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas… percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. (...)”

Assim começa o texto “O tempo e as jabuticabas”, de Rubem Alves, que tanto admiro e que deixo aqui como sugestão de leitura. É impressionante como os textos dele falam por mim. Não que eu imagine que já vivi metade da vida, porque minha mente tem por subterfúgio imaginar a vida eterna e se esquivar de pensar na efemeridade da existência. Contudo, também já não tolero gabolices e sinto que em meu tempo já não cabem desperdícios vaidosos e vãos.

Evito me colocar em uma contagem regressiva, mas a verdade é que o tempo não volta e o relógio só anda para frente. O que fazer diante dessa realidade senão aproveitar todo tempo do mundo que nos resta?  Uma fórmula infalível ao priorizarmos o que fazer diante da infindável lista de tarefas é pensar se nossa próxima ação vai ser positivamente útil para alguém ou para a humanidade ou se ela traz felicidade. Usar esse critério pode auxiliar em algum direcionamento, embora não resolva nossas questões desde as mais simples às mais profundas.

O tempo está passando e queremos tudo da vida. Desejamos a boa sorte, o sucesso em todos os aspectos, o amor profundo, a Prosperidade com P maiúsculo, a saúde plena, a realização profissional, o casamento feliz, a família perfeita, a viagem ao redor do mundo, a fonte da juventude. Conforme a vida vai passando vamos constatando que não dá tempo de ser tudo o que sonhamos (muito não por nossa escolha), que os dias terminam sem que executemos todos os nossos afazeres, que a lista de pendências é uma espiral crescente infinita. Alguns de nós, sabiamente, se dão conta de que querendo ou não, escolhas sobre prioridades são feitas todos os dias, só que elas podem ser conscientes.

E assim, é possível bancar a opção de saber dizer “não” para muitas situações e “sim” para outras tantas, de sustentar um modo de vida em que o tempo seja prioridade e que tê-lo livre ou destinado para o que nos seja crucial é um luxo merecido que todos podemos ter. Viver a vida é fundamental, viver mesmo, não apenas existir. Na minha concepção, há uma correlação entre o viver de verdade e o ser de verdade, na essência de tudo.

E “o tempo e as jabuticabas” conclui por mim:  (...) Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As “pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena.”

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