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Planejamento de dívidas

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Dívidas são como a gordura das suas finanças; em excesso são prejudiciais, mas é possível conviver com um pouco. O grande segredo da boa convivência com produtos de crédito é planejamento, e isso vai incluir seu contexto profissional, o conhecimento de contratos e sua realidade financeira. Vamos destrinchar aqui todos estes pontos para que você, leitor, se sinta na plena capacidade de identificar o momento de assumir uma dívida responsável e como isso vai impactar suas finanças e, acima de tudo, sua qualidade de vida.

Dívidas são como a gordura das suas finanças; em excesso são prejudiciais, mas é possível conviver com um pouco. O grande segredo da boa convivência com produtos de crédito é planejamento, e isso vai incluir seu contexto profissional, o conhecimento de contratos e sua realidade financeira. Vamos destrinchar aqui todos estes pontos para que você, leitor, se sinta na plena capacidade de identificar o momento de assumir uma dívida responsável e como isso vai impactar suas finanças e, acima de tudo, sua qualidade de vida.

Entretanto, há uma considerável diferença entre dívidas programadas e emergenciais. Contudo, ambas precisam ser planejadas para manter – ou tentar restaurar – a saúde das suas finanças. Dívidas emergenciais não dão abertura para um planejamento completo e costuma ser uma alternativa imediata; por isso, pesquise o mercado de crédito e assuma a responsabilidade da dívida mais barata para seu bolso. Procure identificar dois itens importantes nesta pesquisa: a simulação de parcelas e o CET (Custo Efetivo Total – valor percentual, de fato, arcado pelo cliente sobre o capital recorrido).

Dívidas programadas, por outro lado, podem – e precisam – ter um planejamento completo para evitar futuros problemas. Para facilitar a compreensão de todos, vou separar a explicação em tópicos e definir todos os pontos a serem analisados antes de assinar seu contrato com a instituição financeira.

  • Contexto profissional: assumir a responsabilidade de uma dívida requer essa análise para, especificamente, definir a segurança da sua fonte de renda. Considere os riscos de perder – ou ter reduzida – a sua receita e simule a sua realidade financeira diante disso; vai continuar podendo arcar com as prestações de uma possível dívida? Por outro lado, também identifique a possibilidade de ampliação de renda; analisaremos estes impactos a seguir.
  • Conhecimento de contratos I: não hesite em ler o contrato; se possível, leve-o para casa ou ao seu consultor financeiro de confiança. Para uma análise básica, porém eficaz (infelizmente não é possível nos estendermos tanto no assunto), identifique, além da taxa de juros, o CET do seu contrato. Esta é a principal taxa do seu contrato por englobar juros, taxas diversas, encargos, seguros e tributos; é o valor total da negociação.
  • Conhecimento de contratos II: dando continuidade à análise contratual, identifique as possibilidades de amortização (adiantamento de parcelas) e quitação de sua dívida. Procure esclarecer se há multa ou algo semelhante ao optar por estas formas de pagamento. Lembra da possibilidade de aumento na geração de receita? Este é um ponto que não pode passar despercebido.
  • Realidade financeira: só você sabe como andam as suas finanças. Numa análise racional e cautelosa, defina se assumir determinada dívida vai ser um ato vantajoso e promotor de qualidade de vida, ao invés de te trazer futuras preocupações e arrependimento.

Assumir dívidas é tarefa de grande responsabilidade; use-as a seu favor.

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Mudança

sexta-feira, 24 de abril de 2020

De repente tudo muda. Às vezes, por nosso querer. Outras, por obra do acaso – se é que ele existe. Só sei que há mudanças planejadas, projetadas na ponta do lápis, perseguidas com empenho e comemoradas. Há outras que nos surpreendem; e nem sempre a surpresa é boa. Só sei que mudar por vezes dói.

De repente tudo muda. Às vezes, por nosso querer. Outras, por obra do acaso – se é que ele existe. Só sei que há mudanças planejadas, projetadas na ponta do lápis, perseguidas com empenho e comemoradas. Há outras que nos surpreendem; e nem sempre a surpresa é boa. Só sei que mudar por vezes dói.

Nós somos seres naturalmente adaptáveis. A maquininha humana é eficaz a ponto de nos preparar para as intercorrências. Até certa medida. Por melhor que seja o funcionamento de nossas engrenagens, é bom ter em mente que a máquina não é infalível, nem dispensa cuidados. Dessa realidade não podemos nos dissociar completamente, pois não somos os super heróis que supomos ser.

Nossas fotos de hoje já não são retratos de quem fomos um dia. Já somos outros. Dia após dia, experiência após experiência, tornamo-nos um tanto diferente do que éramos. Eu não sou hoje a mesma de dez anos atrás. Ninguém pode ser. As coisas mudam, nós mudamos. Mas o grande barato dessa dinâmica me parece ser a conservação da essência. Acho incrível perceber que a forma da caixinha está diferente, mas o conteúdo, aquele mais importante que fica lá no fundinho do recipiente, permanece intacto.

Tudo pode mudar. Pensamentos evoluem (ou involuem), o corpo muda, os valores vão sendo polidos conforme a vivência, dons vão sendo descobertos, ao redor temos novas companhias, um trabalho novo, um lar diferente, perdemos, ganhamos, sofremos, nos alegramos, conhecemos novas culturas, novas dores, novos prazeres. Mas acho lindo quando essência, quem somos de verdade, aquela construção magnífica do nosso ser, apesar de todas as intercorrências, segue intacta.

Sinto-me mais à vontade para mudar tudo sabendo que posso conservar quem eu sou de verdade. Quando creio que os afetos, desafios, perdas, ganhos, vivências vão sendo na verdade incrementados, escolho mudar para melhor, apesar das circunstâncias, zelando pela chave de quem sou de verdade.

Mudar dói, crescer dói, o inesperado dói. Nem sempre, é claro. Vivemos mudanças diárias indolores. Mas algumas não têm como passarem despercebidas. Abalam nossas estruturas, nos apresentam um cenário novo, impõem dedos nas feridas, demandam mais esforço pessoal, mais contar com a sorte, mais integração com o indivíduo, mais malabarismo com o inesperado.

Quem conhecer a fórmula mágica para viver os processos profundos de transformação de forma milagrosamente indiferente, desperdiçará uma bela chance de ser a borboleta que vem da lagarta. De perceber a metamorfose. Saber lidar com a dor também é uma forma de crescer. Impregnar o processo de amor, é um alicerce nesse caminho. Mudar com dignidade é uma forma elegante de viver.

Há uma frase escrita por Érico Veríssimo que eu acho simples e fantástica que diz mais ou menos o seguinte: “ Quando os ventos da mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.” É sobre isso que estou falando. Quero ser ventania, não sopro; quero lidar com moinhos de vento, não com barreiras.

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Temperatura mais baixa do ano

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Temperatura mais baixa do ano
A previsão destacada por esta coluna há algumas semanas está se confirmando: 2020 será mais frio do que 2019, com as temperaturas baixas chegando antes também. É o fenômeno El Niña, segundo os meteorologistas. As temperaturas despencaram também em Nova Friburgo que registrou nesta semana a mais baixa temperatura do ano: 7,8 graus.

Temperatura mais baixa do ano
A previsão destacada por esta coluna há algumas semanas está se confirmando: 2020 será mais frio do que 2019, com as temperaturas baixas chegando antes também. É o fenômeno El Niña, segundo os meteorologistas. As temperaturas despencaram também em Nova Friburgo que registrou nesta semana a mais baixa temperatura do ano: 7,8 graus.

Vai esfriar mais
Coincidentemente, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a semana também teve o registro da segunda menor temperatura do ano: 8,1. A tendência é que as temperaturas continuem baixando. Há expectativa, inclusive, que neste sábado, 25, seja registrada a menor temperatura do ano, batendo as duas marcas anteriores, todas na mesma semana.

Outono/inverno
A previsão do tempo aponta que as temperaturas devem subir um pouco no domingo, 26, mas voltam a cair na segunda. Lembrando que ainda estamos no outono. O inverno, a estação mais fria do ano, só chega ao nosso hemisfério, oficialmente, no dia 20 de junho.

R$ 2,5 mil por apresentação
Não é só em Nova Friburgo que foram disponibilizados recursos do Fundo de Cultura. Por aqui, serão 90 contemplados com R$ 1 mil, cada. O Governo do Estado do Rio também está com edital para apresentações em plataformas digitais, com recursos do Fundo de Cultura. No entanto, as inscrições terminam amanhã, 25.

Últimas horas de inscrição
O Governo do Estado do Rio paga mais do que o dobro do que o município. São R$ 2,5 mil para até 1.500 apresentações, totalizando R$ 3,75 milhões, em recursos. As produções vão ser exibidas em plataformas digitais e divididas em: manifestações artísticas, criação de conteúdos digitais, oficinas culturais à distância e conteúdos audiovisuais. Basta acessar o site da Secretaria estadual de Cultura.

Exames de direção
Em meio à pandemia, chega a ser irrelevante a situação de quem estava para tirar a carteira de motorista. Mas, por óbvio, esses planos foram alterados. Atendendo apenas para serviços emergenciais, o Detran está alterando todas as datas dos exames práticos de direção.

Prazos estendidos
Para não atrapalhar ninguém, os prazos para realizar os procedimentos de primeira habilitação foram ampliados em seis meses. Todos os exames que estavam agendados estão sendo postergados para novas datas, nos mesmos locais e horários marcados anteriormente.

Habilitações vencidas
Outra informação que passa despercebida é que durante este período, os condutores que estiverem com carteiras vencidas desde 19 de fevereiro, estão autorizados a dirigir com a carteira de habilitação ou a Permissão Para Dirigir (PPD). Esses motoristas não serão penalizados durante fiscalizações.

Veículos novos
Os veículos adquiridos a partir de 19 de fevereiro também podem circular sem placa, por tempo indeterminado. Nesses casos, os proprietários devem portar a nota fiscal de compra do veículo e a identidade.

Identidade prejudicada
O Detran também suspendeu todos os prazos para recurso de multas, assim como os processos de questionamento e penalização de infratores. O órgão, que também faz os serviços de identidade, também suspendeu os procedimentos, exceto para casos emergenciais de profissionais de saúde e segurança, atendidos conforme necessidade.

Palavreando
“Só os nossos passos não são suficientes para deixar legados. É preciso mais! É preciso buscar a felicidade sem o compromisso tolo imposto pela modernidade de que temos que ser felizes o tempo todo. Precisamos sim, ser intensos e mergulhar em cada experiência - apaixonados”.

Foto da galeria
A saúde está na moda e a solidariedade também. Ação do Espaço Luísa Pimenta já entregou mais de 500 máscaras de proteção individual e troca de alimentos que serão doados a quem precisa. Feitas em estampas especiais, double face, com filtro entre os dois panos e laváveis, as máscaras são um sucesso. A arrecadação de alimentos também. Mais de 700 quilos já foram arrecadados. Ainda não há previsão de nova entrega de máscaras. Além da idealizadora, a estilista Luísa Pimenta, a ação foi aderida por amigos e familiares e até empresários que doaram equipamentos e insumos para aumentar a oferta.
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Saturação

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Para pensar:

"Nossos hábitos pressupõem uma maneira de as coisas acontecerem, uma vaga coerência do mundo.”

Adolfo Bioy Casares

Para refletir:

“Se estivermos vigilantes, não passará um só dia sem que aconteça um milagre em nossas vidas.”

Rudolf Steiner

Saturação

Em diversas regiões do Brasil chegou-se a um ponto no qual as informações mais importantes em relação à pandemia de Covid-19 dizem respeito ao grau de saturação das redes pública e privada de saúde.

Para pensar:

"Nossos hábitos pressupõem uma maneira de as coisas acontecerem, uma vaga coerência do mundo.”

Adolfo Bioy Casares

Para refletir:

“Se estivermos vigilantes, não passará um só dia sem que aconteça um milagre em nossas vidas.”

Rudolf Steiner

Saturação

Em diversas regiões do Brasil chegou-se a um ponto no qual as informações mais importantes em relação à pandemia de Covid-19 dizem respeito ao grau de saturação das redes pública e privada de saúde.

Em especial, o percentual de ocupação dos leitos de tratamento intensivo.

Convite

Assim, dando continuidade à parceria que estabelecemos em favor da transparência, a coluna convida a Secretaria Municipal de Saúde e os hospitais Serrano, São Lucas e Unimed a atualizarem esse quadro, para que possamos todos ter uma dimensão mais realista a respeito do tipo de postura que precisamos assumir.

Essas e outras informações de utilidade pública podem ser enviadas para o e-mail da coluna: massimo@avozdaserra.com.br .

Polo de moda

Desde o início do isolamento social a coluna tem defendido que a atividade econômica opere no máximo que lhe seja permitido, a partir dos limites estabelecidos pelos interesses da saúde pública.

Pois bem, no último dia 20, segunda-feira, o vereador Isaque Demani encaminhou ofício ao prefeito Renato Bravo solicitando algo que, se possível de ser aplicado na prática, segue nesta mesma linha de raciocínio.

Será possível?

Em essência, o parlamentar argumenta que os mesmos critérios de segurança estabelecidos para a produção de máscaras poderiam ser adotados para a produção habitual de peças nas confecções.

Mantidas as condições já existentes, é algo que parece razoável.

A se avaliar

A coluna evidentemente não tem condições de avaliar se seria possível conciliar as duas linhas de produção, atendendo à demanda por máscaras e também por peças de moda, sem alterar de maneira significativa o contingente em atividade, as horas trabalhadas e a rede de contatos.

Mas entende ser válido levantar a ideia a quem tem condições de fazer esse tipo de avaliação.

A propósito...

Estará aberta até a próxima segunda-feira, 27 a chamada pública 005/2020, para confecção de máscaras de barreira em tecido para distribuição gratuita à população de Nova Friburgo.

As inscrições foram abertas hoje, 24.

Mais informações a esse respeito podem ser obtidas através da página http://novafriburgo.rj.gov.br/licitacaoView/?id=85 e também em reportagem na página 3 desta edição.

Repúdio

Ninguém é obrigado a acompanhar ou seguir qualquer veículo de comunicação, em qualquer das mídias disponíveis.

Somos livres para trocar de canal, desligar a TV ou o rádio, não acessar a página, não comprar o jornal ou a revista.

Da mesma forma, contudo, é inadmissível que a opção pessoal por abraçar “verdades” convenientes, que nada mais é do que viver em negação, se manifeste através de ameaças e impedimentos ao fazer jornalístico.

Solidariedade

Nesse sentido a coluna se solidariza com a repórter Julia Corson e a InterTV pelos covardes ataques sofridos em razão do exercício da profissão.

O ataque à imprensa, sobretudo nas condições em que têm se dado, é, de fato, um ataque ao direito à informação, similar ao que se observa em relação à comunidade científica, aos órgãos de pesquisa e estatística, e qualquer instituição capaz de fornecer referências de realidade, limitando o alcance de narrativas propagandistas.

Não se pode, jamais, naturalizar ou aceitar esse tipo de comportamento.

A coluna espera que os responsáveis respondam por seus atos.

Cenas friburguenses

Temos todos exaltado, com muita justiça, a atuação corajosa dos profissionais de saúde neste momento de crise.

Mas é claro que eles não são os únicos que não pararam, ainda que certamente sejam aqueles que estão mais expostos a riscos.

Assim, em reconhecimento a todos os profissionais que têm tornado possível o distanciamento, a coluna publica esta bela imagem clicada pela generosa Regina Lo Bianco.

Se algum leitor souber informar o nome do varredor fotografado, a coluna agradece desde já.

Foto da galeria
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Esse desconforto que você está sentindo é luto (Parte 1)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O isolamento social produzido pela pandemia causa uma reação emocional em todos nós. Estamos numa perda. Vivemos temporariamente num luto pela perda do contato com pessoas queridas, pelo medo de contaminação e complicações que a doença Covid-19 pode produzir.

Luto psicológico é o estado emocional que vivemos diante de alguma perda. É normal. Seria anormal sentir alegria, bem estar, ausência de tristeza e de ansiedade vivendo em isolamento social e com dúvidas sobre ser infectado e poder morrer.

O isolamento social produzido pela pandemia causa uma reação emocional em todos nós. Estamos numa perda. Vivemos temporariamente num luto pela perda do contato com pessoas queridas, pelo medo de contaminação e complicações que a doença Covid-19 pode produzir.

Luto psicológico é o estado emocional que vivemos diante de alguma perda. É normal. Seria anormal sentir alegria, bem estar, ausência de tristeza e de ansiedade vivendo em isolamento social e com dúvidas sobre ser infectado e poder morrer.

A psiquiatra norte-americana já falecida, dra. Elisabeth Kübler-Ross estudou profundamente o que ocorre em nossas emoções quando vivemos uma perda, um luto psicológico. Ela descreveu cinco estágios ou fases que a pessoa passa quando está vivendo a perda. Pode ser pela morte de um ente querido, ou por receber um diagnóstico grave de doença, ou estar na fase terminal de um câncer, ou outra perda. Estes estágios são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Vamos analisar cada um.

A negação nos ajuda a sobreviver na perda. Você recebe uma notícia ruim, trágica, e o mundo de repente se torna sem sentido e esmagador. Parece que a vida perdeu o sentido. A negação é um estágio de choque. Podemos usar frases como: “Não é possível, isto não é verdade!”, “Estão me dando a notícia errada, não ocorreu isto!”. A negação é para alguns autores um amortecedor da dor. Ela nos auxilia a nos prepararmos para a realidade da perda. É um recurso que nossa mente lança mão para nos ajudar a aguentar o máximo que podemos. Na medida em que vamos tendo que parar com a negação, e ver a realidade, começamos a fazer perguntas. Por quê? Por que comigo? Quem é o culpado disso? Saindo da negação surgem algumas emoções que foram produzidas pela perda e que estavam sob a superfície.

Em seguida vem a raiva. Ela é necessária no processo de cura. Deixe a raiva sair, mesmo que ela parece sem fim. Senti-la é a forma dela ir embora. Há outras emoções por debaixo da raiva que precisam vir, por isso, sinta a raiva, porque quanto mais senti-la, mais ela será dissipada e mais você será curado. Diante de uma perda a raiva pode ser dirigida para o cônjuge (no caso de uma traição por exemplo), para o médico (no caso da morte de um parente), para Deus (no caso de um acidente grave), para si mesmo (“Por que não fiz isso ... ou aquilo ...?”). Abaixo da raiva está a dor, sua dor. No começo da perda quando se vive ainda a negação é como estar perdido num oceano, sem conexão com ninguém.

Quando surge a raiva e a negação vai indo embora, então você se torna raivoso em relação a alguém, a algo. Agora você passa a ter uma estrutura porque é um sentimento (raiva) em relação a alguém ou algo. Esta raiva é uma ponte sobre o mar aberto que conecta você a alguém de quem você sente raiva.

Agora surge a barganha. Se seu luto tem que ver com, por exemplo, o descobrimento de uma doença terminal numa pessoa querida sua, surgirá em sua mente um pensamento de que você dará tudo para que esta pessoa seja poupada da morte. Daí você barganha, negocia. Pode ser com Deus, dizendo: “Por favor Deus, nunca mais ficarei com raiva de meu marido se o Senhor o mantiver vivo!”. Ou prometendo: “Irei devotar o resto de minha vida para ajudar outras pessoas!”

No estágio de barganha vivido numa perda ou num luto psicológico desejamos que a vida retorne ao que ela era. Queremos voltar no tempo, e descobrir o tumor na fase inicial. Pensamos em dar três passos para trás e esperar dez segundos e, assim, evitar o acidente trágico. Geralmente a culpa surge junto da fase da barganha. E importante entender que nem sempre estes estágios seguem linearmente, um atrás do outro direitinho. Podemos sentir raiva, depois voltar um pouco na negação, depois ir para a depressão, retornar à barganha. É assim. Cada um vive a dor do luto como pode.

O penúltimo estágio diante do luto é o estado depressivo. O pesar nos atinge de forma pesada. Parece que não vai passar. Esta fase depressiva não é uma doença mental. Ela é apropriada diante da perda. É o momento quando a pessoa em luto se afasta, se isola, sente profunda tristeza. Pergunte a si mesmo se a situação que você está vivendo agora é de fato depressora. Sentir-se deprimido diante da morte de uma pessoa querida é uma reação normal de nossa mente. Seria preocupante não sentir tristeza num momento assim! Apesar de que algumas pessoas irão se sentir deprimidas mas só mais tarde, mesmo só alguns meses à frente. É o jeito delas de lidar com a dor.

Finalmente, surge a aceitação. Isto não significa que está tudo bem. Uma boa parte das pessoas não sentirá nunca mais que está tudo bem após a morte de uma pessoa amada. Este estágio de aceitação significa que você passa aceitar a realidade de que a perda levou para sempre a pessoa, no caso de um luto por morte, e que esta realidade é a que fica. Aprendemos a viver com isto. Tentamos viver num mundo onde nosso querido, querida está faltando. Precisamos de um reajuste, reorganizar papéis que vivemos. Ao encontrar a aceitação podemos ter mais dias bons do que maus.

Alguns sentem que após a aceitação, quando se sentem mais aliviados, e recomeçam a desfrutar a vida, é como se isso fosse errado, é como se estivessem traindo a pessoa amada que se foi. Mas pense: não é possível substituir o que perdemos, mas é possível fazer novas conexões, novos relacionamentos significantes, e novas interdependências. Deus lhe dá o direito de reconstruir sua vida e ser feliz. Na aceitação bem experimentada a pessoa passa a viver novamente.

David Kessler, palestrante, especialista no estudo do luto, trabalhou junto com a dra. Elisabeth Kübler-Ross sendo co-autor com ela do livro “Sobre o luto e o pesar: encontrando o significado do luto através de cinco estágios de perda”. Ele trabalhou por uma década num sistema hospitalar em Los Angeles, e com equipe de risco biológico, também junto de equipe da Cruz Vermelha. Lançou um novo livro “The Sixth Stage of Grief” (“O sexto estágio do pesar”).

Kessler descreveu um sexto estágio do luto que é o significado. Vamos ver sobre isto no artigo que será publicado aqui na próxima quinta-feira, 30, e entender como tudo isto tem que ver com nossa situação diante desta pandemia causada por imprudência humana.

Fonte: https://grief.com/the-five-stages-of-grief/

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Linhas de Tiro e Tiro de Guerra

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Qual é a relação entre uma e outra? Conhecemos muito pouco sobre as Linhas de Tiro em todo o país, mas sabe-se que elas deram origem aos Tiros de Guerra do Exército. As Linhas de Tiro surgem em Nova Friburgo em 15 de agosto de 1909. Naquele momento da história do Brasil, o Exército se destacava em relação a Marinha em nível de organização, moral e disciplina.

Qual é a relação entre uma e outra? Conhecemos muito pouco sobre as Linhas de Tiro em todo o país, mas sabe-se que elas deram origem aos Tiros de Guerra do Exército. As Linhas de Tiro surgem em Nova Friburgo em 15 de agosto de 1909. Naquele momento da história do Brasil, o Exército se destacava em relação a Marinha em nível de organização, moral e disciplina.

Nova Friburgo é um exemplo clássico do comportamento desvairado e depravado da marujada que vinha se convalescer da tuberculose, os denominados HT, ou seja, oriundos do Hospital de Tuberculose. As Linhas de Tiro se assemelham em muitos aspectos e características com a Guarda Nacional. Criada em 1831, a Guarda Nacional era uma força paramilitar idealizada no período regencial, formada pela elite local para ser empregada em caso de revoltas e insurreições. Mas qual era a finalidade das Linhas de Tiro? 

Fui encontrar um indício de sua filosofia em um artigo publicado no extinto “O Jornal”, de 20 de abril de 1928 e transcrito no livro “Amparo Redivivo”, de Heber Alves da Costa. Segundo a reportagem, as sociedades de tiro eram núcleos onde os rapazes poderiam se exercitar no manejo das armas e se preparar para formar a reserva do Exército. Surgiu durante o governo do Marechal Hermes da Fonseca. Era uma demonstração de civismo e entusiasmo para servir a pátria em momentos de tensão social. Era formada por candidatos a reservistas que se exercitavam em um centro de preparação militar.

Percebe-se que a extensão territorial do Brasil, onde era impossível haver unidades do Exército foi uma das justificativas para a sua criação nas cidades do interior. O distrito agrícola de Amparo possuía a Sociedade de Tiro e sua diretoria obteve da Inspetoria Regional de Tiros de Guerra a designação de instrutor militar. No entanto, por determinação do governo a unidade encerrou suas atividades em 1918, em todo o país.

As Linhas de Tiro parecem ter deixado um vazio que acabou redundando na criação dos Tiros de Guerra. Carlos Cortes, professor e proprietário do Colégio Modelo foi quem trouxe o Tiro de Guerra para Nova Friburgo, inaugurado em 13 de dezembro de 1927. Utilizava as instalações de seu estabelecimento de ensino, que na ocasião funcionava no antigo Hotel Leuenroth.

O Tiro de Guerra é uma instituição militar do Exército encarregada de formar atiradores e reservistas, conciliando treinamento, trabalho e estudo. Tudo indica que Cortes já imaginava a conveniência do Tiro de Guerra no caso de uma revolução e que acabou ocorrendo, conhecida na história como a Revolução de 1930. Ele se apropriara das armas daquela instituição militar. Já o governista Galdino do Valle Filho organizou a Legião Galdino do Valle, composta por voluntários dispostos a defender o governo de Washington Luís contra a ameaça revolucionária.

É possível que muitos membros da Sociedade de Tiro de Amparo tenham integrado essa legião, pois aquele distrito era reduto de Galdino do Valle Filho. O Tiro de Guerra ganha uma sede graças a subscrição empreendida pelo tenente Renato Arnaldo da Silveira Lopes e o jornalista Acácio Borges. Conseguiu a doação de um terreno bem como dinheiro para a edificação da sede, inaugurada em 3 de outubro de 1942.

Fiquei surpresa ao ter conhecimento da Associação dos Veteranos e Amigos do Tiro de Guerra 01-010, cuja sigla é AVA. Soube de sua existência quando realizavam uma campanha de coleta de alimentos para as famílias carentes, em razão da crise financeira provocada pela pandemia. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos, composta por ex-atiradores militares e civis.

A associação foi oficializada em 2019 pelo sargento Braulio Batista Gomes e os capitães José Geraldo Chrigatti e Geraldo Valim Pelúzio. Porém, já vinha sendo arquitetada desde o ano de 2001, com estudos e discussões sobre o seu estatuto. O seu principal objetivo é realizar a interação entre a sociedade civil e o Exército Brasileiro, através do Tiro de Guerra.

Pelo que compreendi participam de ações comunitárias sempre que são acionados pelo Exército. Uma das maiores aspirações da Associação dos Veteranos e Amigos do Tiro de Guerra é a sua sede própria. Um local para as reuniões é fundamental para que os associados possam montar estratégias e organizar suas atuações sempre que necessárias no município de Nova Friburgo.

A AVA tem página no Facebook e vende camisas da associação, por um preço módico, para auxiliar nas suas despesas. Mais informações com Flávio Sanches pelo telefone ou zap (21)985630394.    

  • Foto da galeria

    Turma do Tiro de Guerra, ano de 1948

  • Foto da galeria

    O objetivo da AVA é a interação entre a sociedade civil e o Exército

  • Foto da galeria

    Símbolo da Associação dos Veteranos e Amigos do Tiro de Guerra

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Máscaras obrigatórias

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Para pensar:

"A maioria das verdades fundamentais da vida parecem absurdas na primeira vez que as ouvimos.”

Elizabeth Goudge

Para refletir:

“O problema das pessoas que não têm defeitos é que, com certeza, têm virtudes terríveis.”

Elizabeth Taylor

Máscaras obrigatórias

Para pensar:

"A maioria das verdades fundamentais da vida parecem absurdas na primeira vez que as ouvimos.”

Elizabeth Goudge

Para refletir:

“O problema das pessoas que não têm defeitos é que, com certeza, têm virtudes terríveis.”

Elizabeth Taylor

Máscaras obrigatórias

A Prefeitura de Nova Friburgo publicou o decreto 545 no final da tarde de ontem, 22, tornando obrigatório o uso de máscaras por todas as pessoas nos ônibus urbanos e também em veículos privados de transportes de passageiros (táxis e aplicativos) e por todos os trabalhadores do serviço público e empresas privadas que desempenham suas atividades em ambientes compartilhados.

Também passa a ser obrigatório o uso desses acessórios, sejam eles artesanais ou não, em indústrias e estabelecimentos comerciais com autorização para funcionar.

Máscaras obrigatórias (2)

A determinação entrará em vigor na próxima segunda-feira, 27. Quem desrespeitar poderá ser punido com multa e outras sanções penais. No caso da indústria e do comércio, os estabelecimentos poderão ser fechados pela fiscalização municipal, caso haja flagrante de funcionários trabalhando sem a proteção facial.

Tudo é mais um esforço para conter o avanço da propagação do novo coronavírus.

A medida acontece depois que cidades vizinhas como Teresópolis e Petrópolis, além da capital, já terem decretado o uso obrigatório das máscaras.

No decreto, o prefeito Renato Bravo recomenda que os friburguenses só saiam de casa se for realmente necessário.

Insensatez

Num momento em que profissionais da Saúde estão fazendo por merecer todo o reconhecimento público, sempre acompanhado do devido engajamento em torno das orientações que nos cabem para que possamos ajudar a aliviar o sacrifício coletivo, o colunista começa a receber e acumular relatos, inclusive registrados aqui em Nova Friburgo, de profissionais que - vejam só! - têm sofrido preconceito, justamente pelo risco maior que têm assumido em favor da sociedade.

Surreal.

Gratidão

Pensando um pouco a respeito, essa situação parece uma analogia em relação ao dito popular “mirou no que viu, e acertou no que não viu”.

Porque enquanto estamos tão preocupados com uma doença física, diversas doenças de natureza moral ou comportamental parecem estar aflorando sem muita inibição.

Enfim, a coluna toca no assunto não apenas para destacar o absurdo da situação, mas também para reafirmar sua gratidão em relação a todos que estão se sacrificando em nome do bem comum, especialmente aqui, em nossa realidade local.

Razoabilidade

Também têm se multiplicado os relatos de contas e faturas recebidas com atraso em nossa cidade, bem após o vencimento.

Cá entre nós, não parece razoável que alguém pague multa e juros por algo além de seu controle, ainda que sempre haja caronistas nesse tipo de argumentação.

De qualquer modo, muitos leitores pedem que, dentro do possível, as cobranças sejam postadas com maior antecedência, considerando as dificuldades que os Correios estão enfrentando.

Golpe

Poucos dias atrás, uma conhecida do colunista, que havia se credenciado com sucesso para receber o auxílio governamental reservado a trabalhadores informais, recebeu um telefonema de alguém que ofertava o adiantamento dos valor correspondente a três meses do benefício (R$ 1.800) a título de empréstimo.

Calma que a melhor parte ainda não chegou: o pagamento seria dividido em 80 parcelas!

O valor de cada uma?

Acredite, R$ 200.

Covardia

Sim, a proposta era “emprestar” R$ 1.800 e em troca receber R$ 16 mil.

A coluna faz questão de registrar esse absurdo não apenas porque testemunhou a cena, mas também porque o golpe evidentemente se direciona a pessoas com déficit educacional, num grau de covardia difícil de acreditar.

Vazou?

E, sobretudo, o ocorrido parece importante na medida em que sugere que o cadastro de beneficiados pode ter sido vazado - o que configura uma suspeita muito séria -, ou então os golpistas estão apenas “jogando verde” junto ao público que consideram mais suscetível.

De um jeito ou de outro, a coluna agradece se os leitores ajudarem a espalhar a notícia, e pede que enviem mensagem caso tenham contato com situação semelhante.

É hoje!

Eis aí uma bela dica para curtir este feriado estadual de São Jorge.

Nesta quinta-feira, 23, a partir das 17h, a nova formação da Banda Zer0 fará uma apresentação ao vivo transmitida através da página de Guilherme Isnard no Instagram, e também do canal da banda no YouTube.

Também está sendo prometida a execução de uma nova canção, “Quando esse mal passar”, “em homenagem aos profissionais de saúde e a todos que os ajudam, permanecendo em casa e respeitando o isolamento social”.

Dicas

Aliás, num momento em que as transmissões caseiras ao vivo têm se popularizado tanto, vale a pena conferir, na página da empresa friburguense Wx3, um manual com diversas dicas e sugestões a esse respeito, elaborado justamente como forma de auxiliar produtores de conteúdo locais nesse período de quarentena.

Além de todas as necessidades práticas, que têm sido abordadas em correntes de solidariedade muito importantes, o compartilhamento gratuito de informações também tem sido uma marca positiva desses dias atípicos que vivemos.

Solidariedade

E já que falamos em solidariedade, a Cáritas de Nova Friburgo entra em contato para informar que, “em que pesem a precariedade de estrutura, tanto da parte de pessoal quanto material, conseguiu reunir voluntários que atenderão na Cáritas às segundas, quartas e sextas, das 13h às 17h, para receber donativos: alimentos, material de limpeza e higiene, máscaras etc”.

Divergências

O histórico de discordâncias envolvendo o deputado federal Luiz Lima e o Palácio Guanabara ganhou mais um episódio nesta terça-feira, 21, quando familiares do ex-nadador foram repreendidos por policiais militares em Copacabana, sob alegação de estarem desrespeitando o decreto estadual que proíbe acesso às praias do Rio de Janeiro.

O parlamentar, por sua vez, argumenta que sua filha é atleta do Fluminense (viva!), e com os clubes paralisados, tem realizado seus treinamentos no mar, respeitando os protocolos de segurança e isolamento.

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Coronabrás, a nova estatal brasileira

terça-feira, 21 de abril de 2020

Devo alertar aos leitores de que meus dados são colhidos via internet, pois estando confinado em casa, pela orientação da Prefeitura de Nova Friburgo e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, fica difícil obter as informações in loco, ou seja, na Secretaria de Saúde ou nos hospitais. Mas, como vou me basear nas situações de Friburgo e Cabo Frio, onde consigo informações com colegas médicos desses municípios, creio que não estarei tão defasado assim.

Devo alertar aos leitores de que meus dados são colhidos via internet, pois estando confinado em casa, pela orientação da Prefeitura de Nova Friburgo e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, fica difícil obter as informações in loco, ou seja, na Secretaria de Saúde ou nos hospitais. Mas, como vou me basear nas situações de Friburgo e Cabo Frio, onde consigo informações com colegas médicos desses municípios, creio que não estarei tão defasado assim. Daí poder afirmar, sem medo de errar, que nossas autoridades estão se locupletando do medo espalhado pelas redes de televisão, mal intencionadas, para aproveitar desse momento de pandemia e tragédia nacional.

A decretação de estado de emergência em saúde, sancionada pelas prefeituras de Nova Friburgo e Cabo Frio, levando-se em conta a estirpe de nossos políticos soa no mínimo como um alerta de que a gastança poderá ser desproporcional à realidade. Senão vejamos, de acordo com um colega médico, Friburgo tinha até o último domingo, 19, 30 casos diagnosticados positivos, com 44 suspeitos, quatro mortos sob investigação e um óbito confirmado. Havia, também, 32 pessoas em isolamento domiciliar e quatro internados.

Mas, o curioso é que não sabemos o número diário de infectados, pois se os resultados dos exames levam de 15 a 20 dias para chegarem, muitos desses 30 pacientes já se recuperaram e voltaram à vida normal. Além do mais, segundo o que apurei na internet, a “prefeitura parou de divulgar casos descartados”.

Os boletins oficiais da Prefeitura de Nova Friburgo são divulgados nas segundas, quartas e sextas-feiras. Até o boletim da última quarta-feira, 15, o Executivo municipal vinha informando a quantidade de testes para Covid-19 com resultados negativos para a doença. Naquele dia, 107 testes tinham dado negativo para a doença e foram descartados. Entretanto, na sexta-feira, 17, o boletim não trouxe essa informação”. A prefeitura alegou que os dados estariam criando parâmetros comparativos, o que seria negativo no momento em que é preciso o isolamento social.

É raro, mas quando saio de casa e passo pelo Hospital Raul Sertã, o movimento é normal, não se registrando movimentação anormal naquela unidade e colegas que lá trabalham, como plantonistas ou diaristas, não observam aumento do movimento de pessoas, o que seria de se esperar, num momento de pandemia.

Cabo Frio, que também decretou estado de emergência em saúde está até melhor do que nós, pois lá são nove casos confirmados, até o último domingo, 19, com 107 suspeitos, 44 descartados e um óbito. É importante frisar que esses dois municípios têm quase a mesma população, entre 190 e 200 mil habitantes, e que Cabo Frio nos ultrapassou, com uma estimativa atual de 226 mil moradores.

Portanto, o número de infectados é real, mas nada que justifique essas medidas extremas em que o Poder Executivo passa a ter o direito de gastar, sem necessidade de licitação. Aliás, quando essas são feitas, sempre paira dúvidas sobre a veracidade do resultado e se o custo da obra é aquele mesmo, sabemos que o superfaturamento sempre foi a tônica desses procedimentos.

Agora que a imprensa comprometida está fazendo a festa é uma triste constatação. Já repararam que os repórteres da Globo fazem questão de realçar o número de novos infectados e, principalmente, de mortos, mas nenhuma referência sobre o total de doentes recuperados? Na visão deles, ninguém fica curado. O jornal Le Monde publicou, no último sábado, 18, que durante dois dias seguidos, na França, o número de altas tinha sido maior que o de internações, mostrando que a doença estava entrando em sua curva de declínio. E aqui?

Fiquei surpreso com a declaração do presidente da Organização Mundial de Saúde (OMS) que, ao contrário do que sempre afirmava há até poucos dias, disse que países da África, Ásia e América Latina deveriam rever suas posições, pois muitos trabalhadores são autônomos e o isolamento horizontal comprometeria a renda mensal, trazendo fome para as famílias. Ou seja, virou aliado do presidente Bolsonaro, que sempre defendeu o isolamento vertical.

Mas, qualquer isolamento é inócuo diante da ignorância e irresponsabilidade do povo. Em Teresópolis, pasmem, tem gente alugando máscara a R$ 1, para quem precisa entrar em lojas em que ela seja exigida.

Vale apena reforçar que o presidente Jair Bolsonaro decretou estado de emergência em saúde, no Brasil, no dia 8 de fevereiro. O carnaval começou, oficialmente, em 21 de fevereiro, sem que os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro ou Bahia, em nenhum momento, cogitassem em suspender os festejos momescos, para não comprometer a arrecadação estadual. Fica mais fácil pendurar a conta da pandemia agora nas costas do Governo Federal.

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O tempo é de amar e de reconstruir valores!

terça-feira, 21 de abril de 2020

Sempre admirei as brincadeiras de uma criança e a sua facilidade em transformar o nada em alguma coisa. Ou a capacidade de brincar sozinha, assumindo a fantasia de ser vários personagens ao mesmo tempo. Minha neta, Júlia, 4 anos, adora brincar de “finge que eu era...”. É o mais lindo fingimento, que a gente vai perdendo quando deixa o mundo infantil, embora possamos “fingir” de outras formas. Essa boa reflexão o Caderno Z me trouxe no tema em homenagem ao Dia Nacional do Livro Infantil.

Sempre admirei as brincadeiras de uma criança e a sua facilidade em transformar o nada em alguma coisa. Ou a capacidade de brincar sozinha, assumindo a fantasia de ser vários personagens ao mesmo tempo. Minha neta, Júlia, 4 anos, adora brincar de “finge que eu era...”. É o mais lindo fingimento, que a gente vai perdendo quando deixa o mundo infantil, embora possamos “fingir” de outras formas. Essa boa reflexão o Caderno Z me trouxe no tema em homenagem ao Dia Nacional do Livro Infantil. Minha filha Fernanda, aos oito anos, fez um comentário, quando saímos da casa de uma família amiga; “Mãe, que casa esquisita, não vi um livro lá”. A leitura de uma criança começa mesmo antes de saber ler, porque ela lê com a sua imaginação. Ela lê o que vê, o que sente, o que imagina!

Aline de Moraes conta sua história de quando se curou de uma depressão na adolescência. Agora, na quarentena, para vencer “as perdas e sonhos”, resolveu criar o canal “@historiasmuitoaocontrario” para compartilhar histórias com seus seguidores e destaca: “Desde a caneta de pena, até a caneta digital dos tablets, tudo aquilo que é escrito com amor e gera empatia pode ser repertório da contação de histórias”. Aline é contadora de histórias e dará um curso de contação no Solar da Arte, após a crise do coronavírus.

Entre as dicas de clássicos da literatura brasileira está, com outros brilhantes, A Arca de Noé, de Vinicius de Moraes, uma belezura para encantar a criançada. Viva Monteiro Lobato nascido em 18 de abril de 1882! Viva toda gente que respeita o mundo infantil enquanto a criança brinca de fingir de ser! Wanderson Nogueira compõe os seus hiatos e se questiona se está no tempo certo. Vamos deixando o Caderno Z, voando como “folhas” da bela ilustração da página de seu “Palavreando”. Vamos saindo dos livros para o voo na liberdade da imaginação. A quarentena vai passar, gente. A nossa sensatez é o que deve permanecer, pois, o tempo é de reconstruir valores.

Vinicius Gastin continua sendo o arauto das notícias boas. Agora é a vez dos destaques nos torneios de dardos. Bruno Rangel, atual campeão carioca, mora em Nova Friburgo e tem premiações em vários torneios. O atleta tinha sonhos nas corridas de automobilismo, mas por conta de um acidente, aos 24 anos, precisou de três cirurgias para reconstituir a mão. O sonho ficou no sonho, mas, em compensação, o dardo já lhe proporcionou a realização de outros sonhos, certamente. Já o jovem João Victor, de 18 anos, começa a despontar na modalidade, fazendo bonito até na Inglaterra Parabéns!

Muito interessante a coluna “Há 50 Anos” com a “Festa do Quinhentão” do Consórcio Cruzeiro. Sem brincadeira, eu li todos os nomes dos consorciados e alguns só conheci, justamente, de nome. Mas, em compensação, achei o nome do meu primeiro patrão, dr. Paulo Alvarenga Moreira, dentista, e da querida Brigite Madeleine Schultz, pessoa amiga de longa data. Nota 10 para a reprodução da página.

A crise do coronavírus está aí. Todo engajamento é essencial para superar as dificuldades. Desde o cumprimento da quarentena e dos procedimentos, tudo requer firmeza e boa vontade. As confecções podem trabalhar produzindo equipamentos de proteção individual O Sesc dará abrigo em seu hotel aos médicos que vão atuar no atendimento aos pacientes infectados. Essa medida visa mantê-los afastados de seus familiares, evitando riscos. As imobiliárias negociam acordos para receber os aluguéis. Em se tratando de conter as perdas humanas, coisa alguma pode ser descartada.

Em Massimo, Chico Xavier é lembrado: “Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje... pois o importante é viver o hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha”. Assim, vamos cuidar do hoje, sem comparações com as crises passadas. Se puder ficar em casa, fique, na certeza de que está colaborando para conter o vírus. Se tiver que trabalhar fora, trabalhe com todos os cuidados, álcool gel e máscaras, se protegendo para proteger os outros. Dados estatísticos não confortam os corações das perdas. Pessoas não são dados. Pelo menos, são pessoas amadas por seus familiares e merecem respeito.

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Friburguense brilha longe

terça-feira, 21 de abril de 2020

Friburguense brilha longe

Poder ver que muitos profissionais de saúde não estão medindo esforços para ajudar as pessoas, frente a sofrida situação porque todos estão passando, é de fato muito gratificante e certamente ainda mais, quando se sabe que um dos exemplos disso, é um jovem friburguense e que se encontra bem distante daqui.

Friburguense brilha longe

Poder ver que muitos profissionais de saúde não estão medindo esforços para ajudar as pessoas, frente a sofrida situação porque todos estão passando, é de fato muito gratificante e certamente ainda mais, quando se sabe que um dos exemplos disso, é um jovem friburguense e que se encontra bem distante daqui.

A coluna se refere ao jovem friburguense, o cirurgião cardiovascular dr. Eduardo Campos Valentim (foto), que é filho da professora Imaculada e do ex-vereador Eduardo Valentim, que também já presidiu a Câmara Municipal de Nova Friburgo.

O dr. Eduardo, estabelecido em Campo Grande-MS, foi recentemente destaque de reportagem da afiliada da TV Record no Mato Grosso do Sul, pelo fato também dele ter contribuído para que depois de sete anos, a Santa Casa daquele Estado pudesse voltar a fazer cirurgias e transplantes cardíacos.

Vivas à Fernanda

Na próxima quinta-feira, 23, será o aniversário de uma pessoa muito especial na minha e na vida de muitos: Fernanda Spitz Dias, engenheira civil que atua no Inea (Instituto Estadual do Ambiente) no Rio, onde mora com o marido Diogo Storani.

Parabéns à querida Fernanda, com a continuidade de um mundo de felicidades que você bem merece.

Doce apoio!

Nestes tempos, por conta de toda a dura situação que atravessamos, a solidariedade está cada vez mais em alta, felizmente.

Na semana passada, um grupo que se auto intitulou “O povo do bem, unidos por um bem maior” e motivado por Graça Stael, a partir de contatos nas redes sociais, se mobilizou para proporcionar um carinho especial de reconhecimento, apoio e incentivo a dedicada equipe de profissionais do Hospital Raul Sertã. Conforme mostra a foto, a médica geriátra dra. Thais foi homenageada com um bolo e presentes. Parabéns a equipe integrada, além da Graça, por Sara Portela, o taxista Gustavo, Márcia Nunes, Janaína Santos, Sônia, Joilson, Kelle e Ana Maria Ferreira, entre outros, além de alguns empresários e comerciantes.

Sem festa e triste

O apaixonante bairro Olaria, o maior e mais pujante de Nova Friburgo e que tem sua especial comemoração nesta terça-feira, 21, data oficializada em decorrência da lei municipal 3.714 de 2008 de autoria do ex-vereador Jorge de Carvalho.

A lei foi baseada na data de fundação do Serrano Futebol Clube, em 1934. Infelizmente devido a pandemia do novo coronavírus, não haverá comemoração este ano, quando haveria a inauguração da “Estação Cidadania”, espaço de eventos e lazer na Via Expressa.

Outro motivo que não viabilizaria a festividade este ano é que no último sábado, 18, faleceu aos 85 anos de idade, Luiz de Souza Vieira, o “Luizão do Trombone”, músico que se destacou nas últimas seis décadas da banda Campesina Friburguense e um dos fundadores da escola de samba Imperatriz de Olaria.

Parabéns, Leandro!

Quem recebeu os parabéns dos pais Adinéia e Roosevelt Carvalho, assim como dos demais familiares e muitos amigos neste domingo, 19, por estar aniversariando, foi o amigo Leandro (foto), a quem também felicitamos pela mudança de idade.

Peladeiros distribuem cestas

No último sábado, 17, mesmo sem poder bater aquela bola que adoram, integrantes do Grupo de Futebol dos Anos 80 e 90 de Nova Friburgo marcaram um golaço e de placa, no campo da solidariedade.

Além dos diretores do grupo Arlei (Alexandre), Elbert, Robertinho, Pedrinho, Marcelo Verly, Célio, André, Calixto, André Galo, Adailson, Fábio, Paladino, Lindóia, Marcos Saippa, assim como Sabará, Jorgito, Jax, Alex, Barral, Pelé, Maduro, Marquinhos e vários outros que totalizam quase 100, fizeram ofertas em dinheiro para a aquisição de quase 60 cestas básicas distribuídas a diversas familiares carentes do centro, assim como também de alguns bairros de Nova Friburgo.

Depois de levarem as cestas para a quadra da escola de samba Unidos da Saudade, como mostra o registro fotográfico, os amigos do grupo de futebol realizaram a entreaga das cestas às famílias. Uma verdadeira jogada de mestre simbolizada pelo amor ao próximo.

  • Foto da galeria

    Friburguense brilha longe

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    Doce apoio!

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    Parabéns, Leandro!

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    Peladeiros distribuem cestas

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