Especial Sala de Aula I - Educação financeira e conceitos básicos

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 05 de junho de 2020

O tempo passa rápido e hoje atingimos a marca da 30ª edição desta coluna. Parece que começamos ontem; mas muito conhecimento já passou por aqui e com certeza ainda temos muito conteúdo para aprender. Logo nas primeiras semanas como colunista deste jornal, decidi criar um quadro curto, com conceitos de educação financeira indispensáveis ao conhecimento cidadão. Contudo, a partir de hoje, iniciamos mais um quadro dedicado a estes aprendizados; mas desta vez a proposta é seguir com a série Sala de Aula durante as quatro sextas-feiras de junho.

Ainda não há um calendário, mas serão abordados aqui desde conceitos básicos e iniciais, até as noções mais complexas de investimentos, mercado financeiro e produtos de crédito. Pois, então, começaremos com o princípio mais básico: você sabe, afinal, o que é e para que serve a educação financeira?

Antes de mais nada, é importante entendermos o contexto financeiro da população brasileira; afinal, mais de 40% da população adulta está inadimplente. Dívidas responsáveis – veremos isso ao longo deste quadro – são uma vantagem para o consumidor bem planejado, mas infelizmente não é sobre isso que estamos falando e esse cenário preocupante representa o reflexo da falta de conhecimento financeiro da nossa população. A propósito, nos relatórios de letramento financeiro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil briga pelas últimas colocações do ranking e sempre bastante abaixo da média geral das pesquisas; realidade preocupante, pois um cidadão sem tais conhecimentos torna-se refém de um sistema de crédito responsável por fabricar ainda mais desigualdade entre a população do Brasil.

Não obstante, para finalizarmos a resposta ao questionamento feito num dos últimos parágrafos, de acordo com a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) – inspirada pelo conceito definido pela OCDE em 2005 e adaptado à conjuntura brasileira –, educação financeira é “o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e dos produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação claras, adquiram os valores e as competências necessários para se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos neles envolvidos e, então, façam escolhas bem informados, saibam onde procurar ajuda, adotem outras ações que melhorem o seu bem-estar, contribuindo, assim, de modo consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro”.

Agora você já é capaz de compreender a tamanha importância da educação financeira para a conjuntura brasileira e está na hora de saber como lidar com o seu dinheiro. O primeiro passo para uma relação saudável é entender como seus recursos podem ser alocados (destinados): basicamente, tudo o que você adquirir com o seu dinheiro pode ser definido como ativo ou passivo financeiro.

  • Ativos: bens ou serviços que agregam rentabilidade. Adquirido um ativo, futuramente você terá ainda mais do que quando o comprou (investiu).
  • Passivos: bens ou serviços com carga de desvalorização e despesas com o passar do tempo.

Para exemplificarmos, carro e casa própria são passivos: a casa própria pode até valorizar com o decorrer do tempo, mas enquanto este passa as despesas não dão trégua; o carro, por outro lado, desvaloriza e gera despesas. Portanto, esteja sempre muito bem preparado antes de adquirir um passivo.

Os ativos, por sua vez, trazem rentabilidade real no futuro: de investimento em educação ao produto mais complexo do mercado financeiro, vemos exemplos de bens ou serviços que agregam rentabilidade ao recurso alocado.

Na próxima semana veremos mais alguns conceitos financeiros, além de outros pontos para desenvolver seu conhecimento; como mapeamento financeiro e orçamento doméstico. Por hora, estude.

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