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É preciso tratar a introversão?

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

O dr. Miller explicou aos pais que não encontrou nenhum problema no garoto. Os pais não ficaram satisfeitos. O menino tinha um irmão mais novo com 4 anos que batia no mais velho vez ou outra e ele não revidava. Os pais incentivavam o mais velho a lutar, revidar, para ver se ele se tornava “ativo”. Além disso eles também colocaram o garoto em esportes competitivos, o levavam a reuniões sociais familiares para ver se ele “desinibia”, mas nada disso interessava ao menino que preferia ficar em casa, estudar, ler, montar brinquedos.

Aqueles pais eram profissionais ativos, assertivos, sociáveis e competitivos. Chegaram a pensar se este filho mais velho teria depressão, o que foi descartado pelo dr. Miller. A verdade é que havia falta de harmonia entre o garoto e seus pais. O menino aceitava seus pais melhor do que eles o aceitavam. Ele simplesmente era um menino introvertido.

Introversão não é doença. É um perfil de comportamento normal. O introvertido gosta de ficar com ele mesmo, não gosta de muito barulho e agitação, prefere conversas mais profundas, não gosta de falar bobagens. O extrovertido é diferente, preferindo ter muita gente em volta, quer aparecer, detesta solidão, sente que precisa de visibilidade.

Aqueles pais ligados demais na vida social e empresarial, não entendiam este filho introvertido. O modelo de pessoa normal para eles era alguém muito social, muito assertivo, agressivo nos “negócios”.

Aliás, não é assim que a sociedade ocidental funciona? Quem são exaltados pela mídia não são as pessoas mais agressivas, mais do tipo “cheguei”, que falam muito, que são competitivas? Será que os introvertidos não servem para nada? O que dizer de Albert Einstein, Bill Gates, só para citar dois famosos introvertidos?

Introversão não é o mesmo que timidez. A timidez é algo sofrido para o tímido, mas a introversão não. Um introvertido não gosta da ideia de mudar para se tornar extrovertido. Ele está satisfeito com seu jeito de ser. Mas o tímido quer mudar, e isto é normal porque ele sofre com a timidez, que é um medo de ser rejeitado, medo de passar vergonha, algo que machuca a pessoa.

Aqueles pais precisariam entender seu filho introvertido e aceitar o jeito dele ser assim e valorizar o que ele gosta e pode fazer. Numa família, numa comunidade religiosa, numa empresa, num grupo social é importante ter pessoas introvertidas e extrovertidas. O introvertido pensa e dá ideias maravilhosas, enquanto que o extrovertido as executa. Precisamos de ambos! Ambos são normais. Não tem que tratar introversão. Ela é um traço normal da personalidade humana. 

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Os Puris, povo indígena de Nova Friburgo

quinta-feira, 11 de junho de 2020

No início do século 19, os indígenas Puri habitavam a Fazenda do Córrego d’Anta reservada como patrimônio pessoal de D. João VI, por ocasião da fundação do município de Nova Friburgo. O juiz Cansanção de Sinimbu informou na ocasião que o Aviso de 3 de dezembro de 1819, determinou removê-los para um aldeamento a fim de não incomodarem os imigrantes suíços que eram esperados na colônia. Na Fundação D. João VI há, inclusive, uma correspondência de 23 de novembro de 1824, com a referência de que os indígenas foram empregados para abrir picadas nas glebas doadas aos colonos suíços.

No início do século 19, os indígenas Puri habitavam a Fazenda do Córrego d’Anta reservada como patrimônio pessoal de D. João VI, por ocasião da fundação do município de Nova Friburgo. O juiz Cansanção de Sinimbu informou na ocasião que o Aviso de 3 de dezembro de 1819, determinou removê-los para um aldeamento a fim de não incomodarem os imigrantes suíços que eram esperados na colônia. Na Fundação D. João VI há, inclusive, uma correspondência de 23 de novembro de 1824, com a referência de que os indígenas foram empregados para abrir picadas nas glebas doadas aos colonos suíços.

O pesquisador Carlos Jayme Jaccoud fez um relato de que em Córrego d’Anta foi encontrado um machado de pedra polida na propriedade de sua família. No terceiro distrito de Nova Friburgo, em Salinas, localizei na propriedade de Almir Tardin um precioso acervo de artefatos indígenas encontrados na região. Os índios puri e coroado habitavam a região serrana e noroeste fluminense onde havia igualmente os koropós e Goytakas As duas etnias puri e coroado formaram um mesmo povo compartilhando a língua e a cultura.

O povo puri é originário dos quatro estados do Sudeste, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Ocuparam tradicionalmente toda a região banhada pela bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Os indígenas botocudos foram representados como os mais ferozes, antropófagos e rudes. O ataque a um quartel no Vale do Rio Doce motivou D. João VI, em 1808, a declarar guerra contra os botocudos.

A historiadora Txâma Xambé (txamapuri@hotmail.com) nos informa que a denominação botocudo era depreciativa e se aplicava majoritariamente aos borum, que viriam a se chamar posteriormente Krenak. Era comum chamar de botocudo ao indígena resistente ao aldeamento e à catequização, o que na prática incluía os puri, considerados pelo governo como selvagens. Os termos tapuia, botocudo e índio bravo se cruzam nos registros e no imaginário da época em oposição aos índios mansos, de catequização viabilizada pelo uso de línguas tupi, conhecidas pelos colonizadores.

Conforme os historiadores Tutushamum e Txâma Xambé, os puri sofreram um processo de genocídio e etnocídio ao longo dos séculos 18 e 19 com a expropriação de seus territórios, diáspora da população sobrevivente e negação de sua existência pelo Estado e pela história oficial. No entanto, a memória da identidade puri permanece viva nas regiões ocupadas tradicionalmente por esse povo. Atualmente, os povos indígenas tem obtido cada vez mais o reconhecimento de seu verdadeiro lugar na história, na cultura e na sociedade, desafiando a política assimilacionista que pretendia extingui-los.

Em 2011, o historiador Tutushamum (indiopuri@gmail.com) deu início a um projeto denominado de Movimento Txemím Puri, composto por puris dos quatro estados anteriormente mencionados. Realizam pesquisas sobre a história, a língua e a cultura de seu povo, promovem o ensino bem como o uso de sua língua e realizam o registro dos saberes de anciãs e anciãos das comunidades puri, preservando suas práticas culturais.

O movimento Txemím Puri igualmente apoia educadores interessados em incluir conteúdos de história e cultura puri em seu trabalho pedagógico. Possui as publicações “Vocabulário Bilíngue Kwaytikindo-Português” e “Povo Puri, História, Cultura e (R)Existência”, volume 1. É o primeiro livro sobre história, língua e cultura Puri produzido por puris, disponibilizado aos educadores. Participa do movimento o escritor e contador de histórias Dauá Puri (dauasilva.puri@gmail.com) que costuma realizar oficinas de contação de lendas e tradições puri.

Uma das preciosidades do movimento Txemím é o resgate de cânticos puri com a sua tradução e que passo a transcrever. O primeiro canto é o “Kanaremundê, Ho bugure”. Hô bugure ita naji. Gwaxantl’eh, gwaxantl’eh, gwaxantl’eh, gwaxantl’eh. Ah, ah kanjana, Maxe tx’mba. Oh, os inimigos foram vencidos. Pular, pular, pular, pular. Eu, eu, bebida. Comer, Beber. O segundo canto é “Kanaremundê Petara”. Petara, petara, poteh, miripon. Ximan xuteh, okora dieh. Lua, lua, luz da noite. Caminho bom, você no céu. O terceiro “Kanaremundê Tangwetá”. Hê hê, hê hê, hê hê hê, hê hê. Tangweta tangwa txo. Ñawera txori kemun. Hê hê, hê hê, hê hê hê, hê hê. Ey lakareh, omrin, apon. Ah sate prike txo.Hê hê, hê hê, hê hê hê, hê hê. A sombra observa o macaco. Ñawera caminha na floresta. Hê hê, hê hê, hê hê hê, hê hê. Meu braço, arco, flecha. Eu vejo irmãos, irmãs. Finalmente o canto “Kanaremundê Tenu-Ahi”. Tenu-ahi, opê potê, tenu-ahi, Tenu-ahi, axe maxe, tenu-ahi. Tenu-ahi, petara sayma, tenu-ahi. Tenu-ahi, ñaman ñamaytu, tenu-ahi. Tenu-ahi, txuri sayma, tenu-ahi. Tenu-ahi, sate makapon, tenu-ahi. Grato, luz do sol, grato. Grato, alimento da terra, grato. Grato, lua brilhante, grato. Grato, frescor da água, grato. Grato, estrela brilhante, grato. Grato, amor dos irmãos, grato.

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    À direita, o historiador Tutushamum criador do Movimento Txemím Puri

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    Os Puri, indígenas que habitavam Nova Friburgo

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    Txâma Xambé, historiadora do Movimento Txemím Puri

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Especial Sala de Aula II - Mapeamento financeiro e orçamento doméstico

quinta-feira, 11 de junho de 2020

No último dia 5 – talvez você tenha lido –, esta coluna completou a marca de 30 edições; ou seja 30 semanas consecutivas trabalhando para lhe manter informado e consciente financeiramente. E por este motivo, o mês de junho é dedicado ao aprendizado neste “Especial Sala de Aula”.

No último dia 5 – talvez você tenha lido –, esta coluna completou a marca de 30 edições; ou seja 30 semanas consecutivas trabalhando para lhe manter informado e consciente financeiramente. E por este motivo, o mês de junho é dedicado ao aprendizado neste “Especial Sala de Aula”.

Em “Especial Sala de Aula I” – tema da última coluna – destaquei alguns conhecimentos muito necessários para a boa relação com o dinheiro. Foram conceitos básicos de educação financeira para nivelarmos o amplo conhecimento entre os que acompanham esta coluna e, com isso, aprofundarmo-nos ao longo destas edições especiais. Então, sem mais delongas, vamos ao conteúdo pois ainda temos muito o que conversar.           Começaremos, hoje, com o mapeamento financeiro. Você sabe como fazê-lo e adaptá-lo ao seu contexto?

O primeiro passo é reconhecer a sua realidade: sua idade; idade prevista para sua aposentadoria; quanto tempo para se aposentar; renda pessoal média; despesa pessoal média; número de membros da família; membros com geração de receita; renda familiar média; nível de segurança das fontes de renda da família; despesa familiar média; valor total de investimentos; e, por fim, rentabilidade líquida dos investimentos. Coletar estes dados vai facilitar a compreensão do seu contexto familiar e será ponto de partida para estabelecer algumas métricas para indicadores financeiros.

Perceba que não estipulei prazo para as definições médias; mais adiante, entenderão que os ciclos de orçamento podem variar muito de acordo com a realidade de cada indivíduo. Outro ponto importante é a noção de família, pois desde um indivíduo único até uma família de muitas pessoas, o orçamento inclui toda realidade financeira (incluir seus pets como membros da família é importante e um ato responsável por assegurar a responsabilidade financeira sobre os animais).

Contudo, para obter todas estas informações com precisão é necessário um estudo aprofundado do seu orçamento doméstico. Então, se ainda não tem o seu; o faça.

Assim, chegamos no segundo passo: estabelecer um planejamento financeiro. Para ter sucesso no controle de seu orçamento, defina o tempo do período que determinará seu ciclo (é usual o ciclo mensal, mas o período pode ser reajustado de acordo com suas especificidades de caixa) e o dia de início de cada mês. Controlar o orçamento doméstico exige dedicação; portanto, crie o hábito de fazer o levantamento com determinada periodicidade. Ferramentas específicas podem te auxiliar.

Por fim, já no terceiro passo, inclua-se em algum perfil financeiro condizente com a sua realidade para definir quais serão os planos de ação para alcançar seus objetivos – sejam eles quais forem. Aqui vão os perfis: criticamente endividado; endividado; falso equilibrado (gasta o que ganha e nada poupa); poupador; investidor; liberdade financeira (quando a renda passiva de seus investimentos supre seu orçamento doméstico). Agora, em posse de tantos dados, é hora de interpretar toda a sua conjuntura com os indicadores financeiros (receitas; despesas; saldo; investimentos; caixa) obtidos no orçamento doméstico. Chegou a hora de começarmos a calcular sua capacidade – e necessidade – de poupar e investir. Na coluna da próxima sexta-feira, 19, daremos continuidade ao assunto.

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Responsabilidade coletiva

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Para pensar:
"Nenhuma herança é tão rica quanto a honestidade.”
William Shakespeare

Para refletir:
“Não existem as tonalidades cinzas no que se refere a honra e justiça, só existe o certo e o errado."
Código Samurai

Responsabilidade coletiva

Para pensar:
"Nenhuma herança é tão rica quanto a honestidade.”
William Shakespeare

Para refletir:
“Não existem as tonalidades cinzas no que se refere a honra e justiça, só existe o certo e o errado."
Código Samurai

Responsabilidade coletiva

Bom, os leitores habituais estão cansados de saber o quanto a causa animal é cara a este espaço, e sabem também o quanto este colunista acredita que o tratamento dispensado por determinada coletividade ao seu patrimônio natural reflete em grande medida seu grau de amadurecimento.

E sob este aspecto, infelizmente, nós estamos muito aquém de honrar o privilégio e a responsabilidade de vivermos em meio a um paraíso ecológico.

Miríade

Descarte irregular de lixo, desmatamentos e movimentos de terra não autorizados (ou autorizados por motivos errados), tratamento de esgoto insuficiente, baixa adesão a práticas empresariais de sustentabilidade e compensação ambiental, descuidos e abusos para com animais de grande porte, queimadas criminosas e falta de políticas públicas consistentes voltadas à proteção e ao bem-estar animal são apenas alguns entre muitos exemplos de nosso fracasso enquanto guardiões do que de mais precioso restou da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro.

Urgente

Poderíamos esmiuçar cada um destes temas, mas o drama enfrentado pelo grande contingente de cães e gatos que vivem sob a proteção da cuidadora Valéria Lima demanda apoio urgente, e também um inadiável convite à reflexão.

A rede friburguense de protetores e amigos dos animais encontra-se neste momento totalmente mobilizada em torno da difícil missão de promover a adoção responsável de aproximadamente 60 cães e 40 gatos - alguns já idosos ou doentes -, assumindo, mais uma vez, responsabilidades que deveriam ser compartilhadas por toda a sociedade em caráter institucional.

Como ajudar

A coluna evidentemente se une ao coro que clama por ajuda de qualquer natureza, divulgando que os contatos podem ser feitos diretamente com JanaÍna (22 99943-1912) ou Luane (22 99876-4656), ou através da conta no Instagram e da página no Facebook da campanha de adoção.

Registramos também que os gatos estão sendo doados pela Confraria Miados e Latidos.

Atacar a causa

No entanto, ainda que adotar de forma responsável ou ajudar a arcar com custos sejam posturas pessoais que fazem enorme diferença, a coluna entende ser necessário levar essa discussão um passo à frente, a fim de modificar a origem dessa omissão do poder público que tem demandado atenção integral por parte de um punhado de abnegados, sobrecarregando toda a rede de protetores voluntários, e cobrado doses inimagináveis de sofrimento evitável a um sem-número de filhotes de animais de rua que deveriam ser castrados e não o são.

Créditos

Nossa Câmara Municipal tem sido palco para algumas ações em favor dessa causa.

A coluna pode lembrar, por exemplo, que o ex-vereador Edson Flávio criou a Comissão Permanente de Proteção e Bem-Estar Animal, que os ex-vereadores Ceará e Luciana Silva tiveram atuação curta mas bastante engajada na causa, ou que o atual presidente da comissão, vereador Wellington Moreira, é autor da lei que extinguiu a tração animal nos centros urbanos de Nova Friburgo.

Legado

O maior legado legislativo, contudo, cabe ao ex-vereador Cláudio Damião, autor de diversas legislações e indicações a respeito do tema, tais como a lei municipal de bem-estar dos animais domésticos; os projetos de leis ordinárias para instituir o Serviço de Atendimento Emergencial de Socorro aos Animais e a implantação de cemitérios de animais; a indicação legislativa para a fundamental criação de um conselho municipal de proteção, defesa e bem-estar animal; e, acima de tudo, a lei municipal 4.099 de 19 de julho de 2012, que “eleva o controle populacional e de zoonoses dos animais que menciona à função de saúde pública”.

Histórico

A gestão do ex-prefeito Sérgio Xavier questionou a constitucionalidade desta legislação, alegando que gerava despesas ao governo.

O autor, por sua vez, argumenta que já existia rubrica prevendo tais investimentos no orçamento municipal.

O fato é que o governo Rogério Cabral levou adiante número ainda pequeno de castrações (geralmente eram cerca de 60 ao mês), e que a atual administração não deu continuidade a esse esforço.

Postura

A coluna entende que essa é uma situação absolutamente inaceitável, que não pode mais continuar a consumir integralmente a vida, a saúde e os recursos de pessoas que são verdadeiros anjos e suportam sozinhas um peso que precisa ser assumido urgentemente por toda a sociedade.

A coluna espera que o governo municipal apoie os envolvidos na campanha de adoção, ofereça suporte aos animais e tenha a decência de retomar as castrações o quanto antes.

Os leitores que apoiam a causa, sintam-se estimulados a deixar seus comentários. 

Surpresa?

Conforme a coluna havia registrado, a Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento da Câmara Municipal se disponibilizou para a realização de oitivas na tarde desta quarta-feira, 10, com o prefeito Renato Bravo; o secretário de Finanças, Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Gestão, Sérvio Túlio Santos do Lago; a Controladora Geral do Município, Elizabeth Righetti Morais e o procurador geral, Ulisses da Gama.

No entanto, vejam só, ninguém compareceu.

Difícil

A interpretação evidente é a de que o Palácio Barão de Nova Friburgo já não tem mais qualquer esperança de conseguir os 14 votos necessários para reverter o parecer do TCE-RJ, nem tampouco demonstra ter argumentos para isso, e aposta todas as suas fichas num esforço cada por alegar à Justiça que não teve direito a ampla defesa.

Uma alegação, por sinal, que fica bastante fragilizada a partir de episódios como este, quando um espaço para a apresentação de eventuais argumentos não foi aproveitado.

E depois?

Tudo indica que mesmo vereadores da base de governo devem votar contra a aprovação das contas, possivelmente já na semana que vem.

A verdadeira avaliação de suas posturas, contudo, deve ser feita a seguir, diante do que farão (ou não farão) a partir da eventual rejeição das contas.

Porque é evidente que a Câmara terá de se posicionar formalmente a esse respeito, sob pena de ser incoerente.

Presenças

Em tempo: compareceram presencialmente às oitivas os vereadores Professor Pierre, Alcir Fonseca e Marcinho Alves (respectivamente presidente e membros da Comissão de Finanças), Nami Nassif e Johnny Maycon.

Remotamente também participaram os vereadores Marcio Damazio, Zezinho do Caminhão e Christiano Huguenin.

Educação em debate

Está mais do que claro, a essa altura, que a Educação representa um dos setores mais duramente afetados pela pandemia de Covid-19.

Pois bem, a esse respeito a coluna registra que na próxima segunda-feira, 15, o secretário Municipal de Educação, Marcelo Verly, e o presidente do Conselho Municipal de Educação, Ricardo Lengruber, dialogarão com o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes a partir das 19h.

Temas

A reflexão “Educação na Pandemia: desafios e oportunidades”, será transmitida ao vivo pelo canal Educação & Cidadania, e deverá abordar temas como os desafios enfrentados pela rede estadual de ensino; estratégias adotadas; situação dos professores; números de alunos alcançados; legados das experiências na pandemia para depois; e dificuldades enfrentadas.

Vai ou fica?

Resta saber, apenas, por quanto tempo Pedro Fernandes continuará à frente da secretaria, uma vez que nesta quarta-feira, 10, a Alerj aprovou, com 69 dos 70 votos possíveis, o início do processo de impeachment do governador Wilson Witzel.

Se esses números significam alguma coisa - e certamente significam - as perspectivas de continuidade do atual governo estadual não são nada animadoras.

Aspas

“Recebo com espírito democrático e resiliência a notícia do início da tramitação do processo de impeachment pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados. Como bem ressaltaram o presidente da Alerj, André Ceciliano, e a maioria dos parlamentares, terei direito à ampla defesa e tenho certeza absoluta de que poderei demonstrar que nosso governo não teve tolerância com as irregularidades elencadas no processo que será julgado. Vou seguir nas minhas funções como governador e me preparar para a minha defesa. Tenho certeza que os parlamentares julgarão os fatos como eles verdadeiramente são”, declarou o governador.

Por aqui...

O processo mal começou, e já tem gente tentando tirar proveito da situação para as eleições municipais.

É só prestar atenção para ver...

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Mapeamento

quarta-feira, 10 de junho de 2020

 

Para pensar:

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.”

José Saramago

Para refletir:

“Não seja melhor que os outros, seja melhor para os outros."

Padre Léo

Mapeamento

Olha só que informação interessante.

 

Para pensar:

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.”

José Saramago

Para refletir:

“Não seja melhor que os outros, seja melhor para os outros."

Padre Léo

Mapeamento

Olha só que informação interessante.

O Conselho Municipal de Educação, a Secretaria Municipal de Educação, o Sepe, o Fórum Municipal de Educação, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a Supervisão Escolar uniram forças em favor de um grande levantamento de dados, através de formulários disponibilizados a unidades escolares, professores e famílias de alunos matriculados.

Coleta adiantada

O último dia para registro de respostas será nesta sexta-feira, 12.

Até o fechamento desta edição, todas as 120 unidades já haviam enviado suas respostas.

Entre os professores, 1.233 dos 1.272 que compõem o quadro docente (equivalentes a 97% do total) também já haviam respondido.

Entre os familiares, por fim, 10.468 famílias já haviam respondido, num universo de 17.028 matriculados.

Levando-se em conta que são esperados formulários independentes para cada aluno matriculado, 61% do levantamento já havia sido concluído.

Espaço aberto

A depuração dos dados coletados deve começar na próxima semana, e a coluna desde já se coloca à disposição para dar visibilidade ao quadro que vier a ser desenhado a partir das respostas reunidas, bem como às estratégias elaboradas a partir dessa base informativa.

Bom exemplo

Importante enfatizar a importância do caráter coletivo da iniciativa, no sentido de assegurar a continuidade das ações para além das trocas de comando na Secretaria, ou mesmo da eventual eleição de um novo grupo para comandar a prefeitura.

Se quisermos mudar de fato nossa sociedade, então precisamos disso: memória administrativa e planejamentos de médio e longo prazos.

A propósito...

O Legislativo friburguense aprovou nesta terça-feira, 9, em decisão única e por unanimidade, Projeto de Lei Ordinária protocolado há mais de um ano pelo vereador Johnny Maycon que dispõe sobre “o ‘Fundeb Transparente’ incluir no Portal da Transparência do Município de Nova Friburgo informações acerca da aplicação dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).”

Várias perspectivas positivas, portanto, para a Educação em nossa cidade.

É hoje!

A Câmara Municipal realiza hoje, 10, a partir das 14h, uma reunião voltada a ouvir o prefeito Renato Bravo (ou quem ele eventualmente designar), a Secretaria de Fazenda, o Controle Interno e a Procuradoria-Geral do Município a respeito das contas da prefeitura relativas ao exercício de 2018.

A coluna acredita que o encontro será transmitido via internet, mas essa informação não foi confirmada.

Curiosidades (1)

Ainda a esse respeito, o prefeito Renato Bravo, o procurador-geral Ulisses da Gama, e as secretarias de Educação, Saúde, e Ordem e Mobilidade Urbana tinham até segunda-feira, 8, para que pudessem entregar manifestação escrita a respeito dos remanejamentos orçamentários que executaram em 2018.

A manifestação chegou nesta terça-feira, 9, portanto com o prazo vencido, mas deve ser considerada mesmo assim.

Curiosidades (2)

Até onde a coluna conseguiu levantar, os argumentos apresentados foram muito mais voltados a questões formais do que ao mérito do que foi alegado por TCE-RJ e Ministério Público.

Também vale observar que após a insistência para que as secretarias pudessem se manifestar, nenhuma manifestação por parte delas foi recebida...

Macabro

No último fim de semana o filme brasileiro “Macabro”, inspirado na história real de Ibraim e Henrique de Oliveira, os “Irmãos Necrófilos”, que nos anos 90 foram acusados dos brutais assassinatos de oito mulheres, um homem e uma criança aqui em Nova Friburgo, ganhou o prêmio de Melhor Filme pelo júri popular no Brooklyn Film Festival, que esse ano aconteceu 100% on-line.

Dirigida por Marcos Prado (Estamira), a película foi rodada também por aqui.

Por falar nisso...

E já que falamos sobre coisas macabras, que tal o vereador que transformou o próprio mandato num grande cabide de empregos, e mais uma vez deu um jeito de encaixar a própria esposa, desta vez no contencioso cível da PGM?

E que tal a apuração que vem sendo tocada pelo vereador Wellington Moreira, que aponta para um fornecedor bastante conhecido (e controverso) para as cestas básicas distribuídas pelo Executivo Municipal?

Desafio

Dando continuidade às belas imagens clicadas por Regina Lo Bianco, que certamente servirão como registro histórico desses dias tão atípicos para gerações futuras, a coluna pergunta aos leitores: e aí, de quem é o rosto por trás da máscara?

Boa sorte a todos!

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Premiado

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Premiado

O filme brasileiro “Macabro", todo rodado em Nova Friburgo e baseado em reportagens de A VOZ DA SERRA ganhou o prêmio de melhor longa no Brooklin Film Festival Filme, nos Estados Unidos. Dirigido por Marco Prado, escrito por Lucas Paraízo e Rita Glória Curvo, tendo no elenco Renato Goés, Amanda Grimaldi, Guilherme Ferraz, entre outros.

Primeiro filme brasileiro

Premiado

O filme brasileiro “Macabro", todo rodado em Nova Friburgo e baseado em reportagens de A VOZ DA SERRA ganhou o prêmio de melhor longa no Brooklin Film Festival Filme, nos Estados Unidos. Dirigido por Marco Prado, escrito por Lucas Paraízo e Rita Glória Curvo, tendo no elenco Renato Goés, Amanda Grimaldi, Guilherme Ferraz, entre outros.

Primeiro filme brasileiro

A produção brasileira ganhou o prêmio de Melhor Filme pelo júri popular, que esse ano aconteceu 100% on-line. Com belíssima fotografia, é a primeira produção brasileira a vencer o festival norte-americano. “Macabro” já havia conquistado outro prêmio internacional: melhor filme na categoria “Dark Matters” no Festival de Austin, no Texas, também nos Estados Unidos.

Macabro

O filme teve estreia nacional durante a 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e foi exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio. No entanto, ainda não estreou no circuito comercial. Por conta da pandemia, a sua estreia nas salas de cinema continua sem data. Mesmo assim pode ser assistido gratuitamente, on-line, durante o referido festival dos EUA.   

Narrativa

Tive o privilégio de assistir ao filme no Festival de Cinema do Rio. Inspirado na história real dos irmãos necrófilos Ibraim e Henrique de Oliveira, mostra os brutais assassinatos de oito mulheres, um homem e uma criança, em Nova Friburgo. O filme é inspirado nos fatos reais, portanto tem toda a licença artística para acrescentar fatos e perspectivas sobre a era de crimes ocorridos na década de 1990, nos quais os irmãos eram acusados de exterminar barbaramente as vítimas e em seguida praticar a necrofilia, que é a violação sexual dos cadáveres.

Perspectiva

Assim, a perspectiva escolhida é a partir do olhar do sargento Téo (Renato Goés), um jovem policial que nasceu na região e passa por uma crise profissional e ética, quando é resignado para voltar à sua cidade natal na busca pelos suspeitos escondidos na região da Janela das Andorinhas, no distrito de Riograndina.

Crítica social

Na minha opinião, o filme tem uma crítica social forte ao conseguir abordar temas muito atuais como auto de resistência, ações policiais nas favelas, pedofilia na igreja e intolerância religiosa. Para os mais desavisados, nem tudo no longa aconteceu. Não é um documentário. Com a liberdade cinematográfica é muito mais do que um filme que retrata o fato em si, mas tudo que pode ter havido por detrás dele e se repete de maneira, macabra ou não, até hoje.

A Voz da Serra

O longa tem A VOZ DA SERRA como fio condutor dos acontecimentos, com páginas verídicas. O jornal é quase um personagem dentro do filme que abusa das belíssimas paisagens da região dos Três Picos, o que lhe confere uma fotografia poética, mesmo numa película de ação policial e suspense que flerta com o terror.   

Hospital de Campanha

A visita da comissão especial de fiscalização com os gastos da pandemia da Alerj considerou o Hospital de Campanha de Nova Friburgo como o mais avançado em termos estruturais, entre os que ainda estão para ser entregues. No entanto, constatou a total ausência de equipamentos que não permite o seu funcionamento.

Problemas

A falta de pias nos banheiros é também um dos problemas, além de goteiras que devem ser resolvidas com a climatização do espaço. As goteiras seriam fruto da alteração de clima externo. Com a climatização interna o problema seria resolvido.

Perguntas

Entre as questões que levantam dúvidas estão perguntas como: custos, o não aproveitamento do ginásio coberto, o porquê da utilização de uma organização social (que acabou sendo trocada, após inúmeros problemas por um órgão público, a Fundação Estadual de Saúde. Ou seja, por que desde o início não foi a entidade pública que tocou o serviço?     

Palavreando

“A ingenuidade protege as crianças. Garante-lhes a felicidade. Acho que até hoje a ingenuidade me protege. A ingenuidade me protege tanto que não me importo em parecer distraído. O que tem que ser tem força. A palavra das pessoas e o que diz o olhar de cada ser tem que valer alguma coisa. Se acreditar nas pessoas e em certos olhares é ingenuidade, acho que nunca deixei ou deixarei de ser ingênuo.”

Foto da galeria
​Parque dos Três Picos, Pedra da Caixa de Fósforo, na encantadora foto do talentoso Thiago Lontra. Tantos adjetivos para a paisagem, para o Parque e para o profissional. Nova Friburgo é mesmo lindíssima
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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

É uma loucura!

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Falar sozinho, de fato, ninguém fala

Falar sozinho, de fato, ninguém fala

A senhora que vai à minha frente conversa tão animadamente que retardo o passo para observá-la. Falta de educação minha, reconheço, mas como não dar especial atenção a quem anda assim, num bate-papo tão animado pelas calçadas? E lá estava ela, alternando vozes, contrapondo argumentos, pontuando com gestos expressivos seus pontos de vista. Conversa educada, nenhum exagero, nada de ofensas. Mas também, é forçoso reconhecer, sem conciliação entre os interlocutores. Às vezes ela passava a mão na testa, num movimento impaciente, mas logo se acalmava e voltava a desfilar raciocínios, exemplos, ponderações. Parecia uma velha mãe doutrinando o filho cabeça dura.

Até aí, tudo bem. Não há lei que impeça as pessoas de conversarem enquanto vão caminhando para casa, após um longo dia de trabalho. Em se tratando dessa senhora, todavia, o caso tinha a particularidade de que ela estava falando sozinha. Ou, melhor dizendo, falava com uma pessoa que somente ela via e ouvia, porque falar sozinho, de fato, ninguém fala. Fala-se, sim, com alguém invisível, mas presente, pois “só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos”.

Confesso que fiquei quase feliz ao vê-la dialogar com o vazio, na sua loucura contida, civilizada. Até me lembrei de alguns malucos que conheci nos longes da minha infância e acabei concluindo que já não se fazem mais loucos como os de antigamente. Quando eu era garoto, todo bairro que se prezasse tinha o seu destrambelhado particular, do qual cuidava com orgulho e carinho. Ah, os doidos de antigamente! Serviam para capinar o quintal, levar recados, até mesmo para tomar conta das crianças eles serviam. Não assim os de agora. Atualmente, quando um sujeito resolve desvairar, não faz por menos: pega um fuzil, vai para a lanchonete e mata 10, 20 pessoas. Ou então funda uma religião, explica para Deus como é que as coisas devem ser e, não obtendo a compreensão de Deus no céu ou dos homens na terra, põe fogo no templo com todos os fiéis dentro, e eles morrem felizes, gritando “Glória, glória, aleluia!” Os tantãs dos velhos tempos eram Napoleão, Maria Santíssima ou Getúlio Vargas e só ficavam chateados quando alguém não lhes reconhecia a verdadeira identidade e insistia em chamá-los de João, Madalena ou Teotônio.

Contaram-me que certa vez fizeram um exame nos motoristas de ônibus do Rio de Janeiro e concluíram que 60 ou 70% deles padeciam de algum distúrbio mental. O que me espantou foi saber que 30 ou 40% desses trabalhadores ainda conseguem manter alguma sanidade, mesmo dirigindo o dia inteiro, por anos a fio, no trânsito carioca. Quando Jânio renunciou, um deputado propôs que a lei passasse a exigir atestado de saúde mental dos futuros pleiteantes à Presidência da República. A ideia não deve ter prosperado porque nunca se chegaria à conclusão de quem seria bom da bola o bastante para avaliar os candidatos.

Basta ler “O Alienista”, de Machado de Assis. O Dr. Bacamarte, médico ilustre, chega a Itaguaí para dedicar-se ao estudo da loucura. Começa por prender um doido indiscutível e pouco a pouco vai avançando sobre os demais cidadãos, até meter no hospício desde a própria esposa até o prefeito. Quando finalmente o Dr. Bacamarte fica sozinho do lado de fora do manicômio, chega à brilhante conclusão de que, se tantos são os doidos, ser doido é o normal, e só quem tem a cabeça no lugar é que precisa ser metido em camisa de força e retirado do convívio social, a fim de que não mais perturbe, com sua lucidez descabida, a tranquila loucura geral. E, então, o grande cientista liberta todos os internos e prende-se a si mesmo, numa atitude de grande coerência científica.

“Eu não sou maluco, não!”, é a primeira coisa que todo maluco diz. Não sejamos, pois, tão pretensiosos. Sejamos, sim, benevolentes com os que, neste vasto hospício em que vivemos, ainda conseguem conservar alguma mansidão em sua loucura, pois de médico, poeta e, sobretudo de louco, todos nós temos um pouco.

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O servo inconstante

quarta-feira, 10 de junho de 2020

À frente do todos os presentes, o Mestre narrou com simplicidade:

— Certo homem encontrou a luz da revelação divina e desejou ardentemente habilitar-se para viver entre os anjos do céu.

Tanto suplicou essa bênção ao Pai que, através da inspiração, o Senhor o enviou ao aprimoramento necessário com vistas ao fim a que se propunha.

À frente do todos os presentes, o Mestre narrou com simplicidade:

— Certo homem encontrou a luz da revelação divina e desejou ardentemente habilitar-se para viver entre os anjos do céu.

Tanto suplicou essa bênção ao Pai que, através da inspiração, o Senhor o enviou ao aprimoramento necessário com vistas ao fim a que se propunha.

Por intermédio de vários amigos, orientados pelo poder divino, o candidato, que demonstrava acentuada tendência pela escultura, foi conduzido a colaborar com antigo mestre, em mármore valioso. No entanto, a breve tempo, demitiu-se, alegando a impossibilidade de submeter-se a um homem ríspido e intratável; transferiu-se, desse modo, para uma oficina consagrada à confecção de utilidades de madeira, sob as diretrizes de velho escultor. Abandonou-o também, sem delongas, asseverando que lhe não era possível suportá-lo.

Em seguida, empregou-se sob as determinações de conhecido operário especializado em construção de colunas em estilo grego. Não tardou, entretanto, a deixá-lo, declarando não lhe tolerar as exigências. Logo após, entregou-se ao trabalho, sob as ordens de experimentado escultor de ornamentações em arcos festivos, mas, finda uma semana, fugiu aos compromissos assumidos, afirmando haver encontrado um chefe por demais violento e irritadiço. Depois, colocou-se sob a orientação de um fabricante de arcas preciosas, de quem se afastou, em poucos dias, a pretexto de se tratar de criatura desalmada e cruel.

E, assim, de tarefa em tarefa, de oficina em oficina, o aspirante ao Céu dizia, invariavelmente, que lhe não era possível incorporar as próprias energias à experiência terrestre, por encontrar, em toda parte, o erro, a maldade e a perseguição nos que o dirigiam, até que a morte veio buscá-lo à presença dos anjos do Senhor.

 Com surpresa, porém, não os encontrou tão sorridentes quanto aguardava. Um deles avançou, triste, e indagou:

— Amigo, por que não te preparaste ante os imperativos do céu?

O interpelado que identificava a própria inferioridade, nas sombras em que se envolvia, clamou em pranto que só havia encontrado exigência e dureza nos condutores da luta humana.

O mensageiro, no entanto, observou, com amargura:

 — O Pai chamou-te a servir em teu próprio proveito e, não, a julgar. Cada homem dará conta de si mesmo a Deus. Ninguém escapará à Justiça Divina que se pronuncia no momento preciso. Como pudeste esquecer tão simples verdade, dentro da vida? O malho bate a bigorna, o ferreiro conduz o malho, o comerciante examina a obra do ferreiro, o povo dá opinião sobre o negociante, e o Senhor, no conjunto, analisa e julga a todos. Se fugiste a pequenos serviços do mundo, sob a alegação de que os outros eram incapazes e indignos da direção, como poderás entender o ministério celestial?

E o trabalhador inconstante passou às consequências de sua queda impensada.

Jesus fez uma pausa e concluiu:

— Quem estiver sob o domínio de pessoas enérgicas e endurecidas na disciplina, excelentes resultados conseguirá recolher se souber e puder aproveitar-lhes a aspereza, inspirando-se na madeira bruta ao contato da plaina benfeitora. Abençoada seja a mão que educa e corrige, mas bem-aventurado seja aquele que se deixa aperfeiçoar ao seu toque de renovação e aprimoramento, porque os mestres do mundo sempre reclamam a lição de outros mestres, mas a obra do bem, quando realizada para todos, permanece eternamente.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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Direito à informação

terça-feira, 09 de junho de 2020

Para pensar:

"A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade.”

Immanuel Kant

Para refletir:

“Os mal-entendidos são frequentemente reações de bobagem raivosa. Há pessoas que não se sentem inteligentes senão quando descobrem ‘contradições’ em um pensador."

Gilles Deleuze

Direito à informação

Para pensar:

"A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade.”

Immanuel Kant

Para refletir:

“Os mal-entendidos são frequentemente reações de bobagem raivosa. Há pessoas que não se sentem inteligentes senão quando descobrem ‘contradições’ em um pensador."

Gilles Deleuze

Direito à informação

A coluna busca, sempre que possível, focar em questões de âmbito municipal, se aventurando em esferas superiores somente quando algo nos diz respeito diretamente.

Algumas questões, todavia, demandam posicionamento, mesmo que no fim das contas nossa colaboração seja apenas uma gota no oceano.

Inadmissível

Na atual conjuntura é absolutamente inadmissível que seja levada adiante qualquer mudança na forma de coleta de dados sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 que não seja para ampliar as informações já existentes, e isso vale para qualquer esfera de governo.

Ainda que as justificativas para isso tivessem sido técnicas, alterar nesse momento os critérios de contagem terminaria por contaminar a base de informações sobre as quais decisões precisam ser tomadas, expondo todos nós a eventuais leituras distorcidas a respeito da evolução do número de contágios.

Contaminação

A coluna, portanto, não pode deixar de criticar veementemente que no último domingo, por exemplo, o Ministério da Saúde tenha divulgado um total de 1382 mortes no intervalo de 24 horas, e, pouco depois, tenha “atualizado” esses dados para 525 óbitos no mesmo período.

Tudo isso, depois de uma semana em que o Governo Federal determinou a alteração do horário de atualização dos dados, manifestando abertamente a intenção de dificultar a divulgação dessas informações pela televisão, e de também ter flertado com a possibilidade de não mais divulgar atualização alguma.

Bases reais

A crítica evidentemente se entende também ao município do Rio de Janeiro, que dias antes também havia anunciado mudanças nos critérios para a contagem de vítimas.

É fundamental, afinal de contas, que possamos monitorar constantemente em qual fase da curva nós estamos, a fim de que seja possível planejar medidas de enfrentamento e estabelecer estágios para a retomada das atividades econômicas.

Vias alternativas

É miopia demais, obtusidade demais, imaginar que tais atitudes estão prejudicando um veículo de comunicação específico, perdendo de vista o que de fato está ocorrendo e quem são os verdadeiros prejudicados.

O resultado, de forma inevitável, acaba sendo uma repetição de algo que esta coluna já vivenciou muitas vezes em nossa realidade municipal: aquela que deveria ser a fonte natural para este tipo de informação, acaba deixando de ser.

A partir de agora, diversos veículos se uniram a fim de levantar os dados em conjunto, junto a prefeituras e secretarias estaduais...

Sempre atual

Também neste domingo, 7, tivemos uma demonstração bastante evidente a respeito da fragilidade das informações sobre as quais temos construído nossas opiniões coletivas.

No início da tarde, alguns amigos portugueses começaram a postar uma foto dos personagens George e Lorraine McFly, da trilogia “De Volta para o Futuro”, afirmando que “esta foto foi encontrada nas bombas de gasolina da Galp na A29, diz no verso "Pai e mãe - 1955". Vamos ver se as redes sociais ajudam a devolver a foto à pessoa que a perdeu, certamente terá um elevado valor sentimental.”

Vai vendo...

Poucas horas mais tarde, diversas pessoas aqui no Brasil, e também em Nova Friburgo, estavam compartilhando a mesma foto, com a mesma história, porém adaptada a ambientes que nos são familiares.

Em geral, dizendo que a foto havia sido encontrada na rodoviária da cidade onde a mentira era espalhada.

Ora, notem que essa era uma informação muito fácil de ser apurada, e ainda assim viralizou por diversos países em questão de poucas horas…

Sintomático

Imaginem, portanto, a quantidade de mentiras que têm sido absorvidas sobre temas mais difíceis de serem confrontados, que atendam a expectativas pessoais ou venham embaladas em elogios sedutores, e tente avaliar o grau de manipulação que foi alcançado em nossa sociedade atual.

Sintoma maior disso é justamente observar que tantas vozes estejam se levantando contra fontes confiáveis de informações, como o Inpe, a Fiocruz, o IBGE, as universidades públicas, a comunidade científica internacional ou a liberdade de imprensa.

Ora, a quem isso tudo interessa?

Confirmou

Dias atrás o senador Romário confirmou em vídeo a informação antecipada três meses antes pela coluna a respeito da intenção do Podemos de lançar a pré-candidatura de Adriano Pequeno à Prefeitura de Nova Friburgo.

O partido também vem com nominata completa para disputar cadeiras na Câmara Municipal, apostando num perfil de pessoas sem histórico político anterior.

A coluna entende que, nesse momento, a intenção do grupo é lançar uma chapa “puro sangue”, com vice também filiado ao partido.

Protocolos

A Faol divulgou, na semana passada, o protocolo de convivência que desenvolveu a fim de aumentar a segurança de motoristas e passageiros em meio à pandemia de Covid-19.

As medidas incluem aferição de temperatura de cada motorista antes de cumprir a jornada de trabalho; reforço no sistema de higienização dos veículos, na garagem e na Estação Livre; aumento na frequência dos processos de limpeza e desinfecção do ar-condicionado; e obrigatoriedade do uso de máscara, tanto para passageiros quanto para motoristas.

A empresa também incentiva o pagamento via cartão, que as empresas tentem intercalar horários de entrada e saída, e que horários de pico sejam reservados a viagens a trabalho.

Hospital de Campanha

No último domingo,7, foi dado mais um passo para a tão esperada abertura do Hospital de Campanha de Nova Friburgo que ainda não tem uma data definida pelo Governo do Estado depois de já ter sido adiada cinco vezes.

A construtora friburguense Frienge que assumiu as obras estruturais da unidade no ginásio do Sesi, em Conselheiro, concluiu a empreitada. Foram 15 dias de trabalhio ininterrupto para concluir o prometido dentro do prazo.

Foram realizadas a concretagem de acessos de pessoas e ambulâncias, base para geradores, necrotério e escavações.

Agora falta o Estado cumprir a sua parte e dotar o hospital de leitos e equipamentos.   

Foto da galeria
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A VOZ DA SERRA é fiel ao seu teor de credibilidade!

terça-feira, 09 de junho de 2020

O Caderno Z do último fim de semana foi de uma complexidade incrível para reverenciar o Dia da Liberdade de Imprensa, celebrado no domingo, 7. E, já de início, quando pensamos em “imprensa livre” surge a luz de “que se caminha no sentido de fortalecimento da vida democrática, ao lado da pluralidade de pensamentos...”. Contudo, há que se ressaltar que “liberdade de expressão não pode ser confundida com leviandade de divulgação de boatos”. Nesse mister, na atual era das facilidades de comunicação, surgem as indesejáveis “fake news”.

O Caderno Z do último fim de semana foi de uma complexidade incrível para reverenciar o Dia da Liberdade de Imprensa, celebrado no domingo, 7. E, já de início, quando pensamos em “imprensa livre” surge a luz de “que se caminha no sentido de fortalecimento da vida democrática, ao lado da pluralidade de pensamentos...”. Contudo, há que se ressaltar que “liberdade de expressão não pode ser confundida com leviandade de divulgação de boatos”. Nesse mister, na atual era das facilidades de comunicação, surgem as indesejáveis “fake news”. Para controlar esse mal que assola a internet e as redes sociais, serão adotadas medidas de combate intenso, de acordo com projeto de lei a ser aprovado pelo Senado.

Em “Liberdade de imprensa – uma bandeira que deveria ser de todos”, Márcio Madeira traz reflexões para enfrentarmos os dilemas da comunicação irresponsável e destaca, entre outras ponderações: “Quem se esforça por calar um jornalista, quem se torna incapaz de conviver com narrativas diferentes daquelas desejadas, está em inegável luta para amordaçar a própria consciência.”. É nessa prisão que podemos estagnar até nossos anseios, se não abrirmos os olhos para o que é real, abandonando as distorções desenfreadas que nos tentam embutir.

Wanderson Nogueira, que é “filho das Diretas já”, lembra que “a liberdade está tão intrínseca ao jornalismo que quando falta, acaba por burlar a tentativa de verdade...”. Nossa voz de A VOZ DA SERRA é fiel ao verdadeiro, ao esclarecedor, ao respeito e em respeito ao seu teor de credibilidade.

Vinicius Gastin, em “Esportes”, marcou um gol espetacular, abrindo espaço para um tema super top, ou seja, nutrição. O dr. Felipe Monnerat é quem nos orienta, já que estamos todos com a “rotina alterada”. A começar pelas atividades físicas, é importante dar atenção para os exercícios e, nesta quarentena, quem tem limites de espaço pode até “dançar ou pular corda”. A alimentação saudável é um fator relevante para fortalecer o sistema imunológico dando preferência aos alimentos naturais. O doutor cita, entre outros, a taioba. Que delícia e minha safra está generosa.  Sobre a ingestão de álcool, nada de abusos, pois ninguém pense que a bebida esquenta o corpo. Todo cuidado é pouco.

A última quinta-feira, 4, foi o Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão, e Ana Borges conversou com a juíza Adriana Valentim, titular da Vara de Infância  e Juventude de Nova Friburgo. Em seus depoimentos, vê- se claramente o quanto as crianças ficam vulneráveis, dependendo do ambiente onde vivam. E ela ressalta: “A agressão deixa feridas que podem até cicatrizar, mas deixarão marcas para toda vida”. Só de pensar, dói a alma da gente.

“Há 50 anos” era dada a “largada” para a construção da Estação Rodoviária na “Rua Alberto Braune”. Outra pauta anunciava a obrigatoriedade da venda do leite em saquinhos de plástico. Isso foi uma grande novidade. No meu bairro, o leite vinha nos latões, por meio de uma carroça e era vendido pelo “leiteiro”, na quantidade desejada do freguês. E o leite dava uma nata de fazer manteiga e até biscoitinhos da vovó

Cinquenta anos depois, nós estamos na pandemia do coronavírus, cheios de incertezas. O Hospital de Campanha sem data para a conclusão. Os casos de contaminação pelo vírus aumentando a cada dia, as mortes, as dificuldades do isolamento social, a crise econômica, desempregos, a instabilidade emocional são algumas das consequências que nos afetam de uma forma ou de outra. Muitas adequações estão em andamento e a Acianf  “aposta no associativismo como forma de superação”.

O Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, não passou em brancas nuvens em Nova Friburgo. O Projeto Montanhe-se instalou um totem de conscientização ambiental no Mirante Suíço, no bairro Suíço, bem próximo ao centro da cidade de Nova Friburgo. O local ainda ganhou  um banco de madeira e ornamentos de plantas. Parabéns Christiane Mussi, idealizadora do projeto e a seu grupo de apoiadores. Iniciativas assim estimulam a prática do bem e a defesa do meio ambiente, onde o ser humano é uma parte fundamental da natureza. Uma semana de muita reflexão poderá ser um alento para todos nós.

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