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Consciência, comunhão e pastoral em favor da família

domingo, 04 de julho de 2021

Continuamos a nossa apresentação sintética sobre a exortação Amoris Laetitia, do Papa Francisco, sobre a alegria do amor na família, a dignidade e missão desta divina instituição do projeto de Deus. No quinto capítulo (163-198), o pontífice reflete sobre a fecundidade: “o amor conjugal ' não se esgota no interior do próprio casal (...). Os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe" (165).

Continuamos a nossa apresentação sintética sobre a exortação Amoris Laetitia, do Papa Francisco, sobre a alegria do amor na família, a dignidade e missão desta divina instituição do projeto de Deus. No quinto capítulo (163-198), o pontífice reflete sobre a fecundidade: “o amor conjugal ' não se esgota no interior do próprio casal (...). Os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe" (165). Aprofunda o sentido do amor dos pais e o lugar que os filhos ocupam na família. E constata: "desde o início, numerosas crianças são rejeitadas, abandonadas e subtraídas à sua infância e ao seu futuro. Alguns ousam dizer, como que para se justificar que foi um erro tê-las feito vir ao mundo. Isto é vergonhoso!".

E questiona: " Que aproveitam as solenes declarações dos direitos do homem e dos direitos da criança, se depois punimos as crianças pelos erros dos adultos?"  Ao contrário, o sucessor de Pedro afirma que "os pais ou os membros da família devem fazer todo o possível para aceitá-la (a criança) como dom de Deus e assumir a responsabilidade e carinho" (166). Também frisa a valorização e o amor aos idosos: "como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descarte, com a alegria transbordante de um novo abraço entre jovens e idosos" (191). Ainda ressalta a relação entre os irmãos: "...uma experiência forte, inestimável, insubstituível" (194). Destaca o valor da vida e da gravidez e agradece às mães: "Queridas mães, obrigado... por aquilo que sois na família e pelo que dais à Igreja e ao mundo". Incentiva a adoção e reafirma a valorização e o sentido cristão do corpo.

No sexto capítulo (199-258), reflete sobre as ações pastorais da Igreja em favor da família, destacando a preparação dos noivos, recordando a riqueza da atuação pastoral remota acentuada pela Familiaris Consortio, de São João Paulo II, a formação das crianças, adolescentes e jovens para o sentido profundo e responsável do matrimônio e da família, a preparação próxima, o cuidado para com a celebração, a assistência e apoio psicológico e espiritual dos casais mais experientes aos mais novos nos primeiros anos de vida matrimonial, com plantões e consultórios de acompanhamento da Pastoral Familiar;  o planejamento familiar, o suporte às crises da vida conjugal também por uma estrutura pastoral organizada, fazendo a mediação dos conflitos e sustentando a perseverança dos casais.

Conclui com as situações que chama de "complexas", como a homoafetividade, os casos de nulidade e a morte. Em todas estas situações deve haver um abraço acolhedor de misericórdia, compreendendo a pessoa humana e iluminando-a para um caminho de santificação, amparo e aperfeiçoamento espiritual a partir da proposta cristã. O que o Papa chama de progressividade pedagógica e pastoral.

No capítulo seguinte, reflete sobre a educação dos filhos, especialmente a moral, afetiva, sexual e religiosa. Relembra que os pais são os primeiros formadores na fé e na vida religiosa, sendo a família a Igreja doméstica e a primeira escola de virtudes humanas e cristãs. Alerta para o uso da internet, a educação para uma visão crítica e ética conforme os valores e os princípios do equilíbrio, na liberdade com a responsabilidade, exercendo também a correção no amor (259-290).

Trata ainda, no capítulo oitavo, sobre as situações chamadas de "irregularidades" no matrimônio (291-312) como o divórcio e o recasamento. Lembra que os casais em tal situação não estão excomungados da Igreja. Ao contrário, devem participar dela (243). Mostra que muitas realidades devem ser analisadas caso a caso, levando em consideração as injustiças, dores e sofrimentos das pessoas que vivenciam estas experiências, não se devendo tratar de forma generalizada todos os casos, evitando-se os julgamentos. Deve haver, sobretudo, a acolhida na misericórdia e o engajamento na vida e espiritualidade eclesial, com retiros, formações e atividades pastorais.

Reafirma ainda as normas da Igreja, sem absolutizá-las e conclui de forma iluminadora: "Compreendo aqueles que preferem uma pastoral mais rígida que não dê lugar a confusão alguma, mas creio sinceramente que Jesus Cristo quer uma Igreja atenta ao bem que o Espírito derrama no meio da fragilidade" (308).

Esta é a marca e a reafirmação profética do pastoreio do Papa Francisco: o encontro, como o impulso acolhedor de Cristo, da missão pastoral com o coração humano onde está e como está, com suas dores e sofrimentos, com suas deficiências e dificuldades, limitações e contradições, erros e pecados... para o resgate amoroso e salvação, no abraço misericordioso do Pai, na iluminação do Espírito Santo.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler e assessor eclesiástico diocesano da Pastoral Familiar. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Estrada Rio-Friburgo precisa de melhoria urgente

sábado, 03 de julho de 2021

Edição de 3 e 4 de julho de 1971
Pesquisa da estigiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

Edição de 3 e 4 de julho de 1971
Pesquisa da estigiária Paola Oliveira com supervisão de Henrique Amorim.

  • Manchetes:
  • Deputado Waldir Costa quer melhorias em estradas: O político fez apelo ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, a fim de que rodovias que levam os viajantes a Nova Friburgo sejam melhoradas. Quem viaja do Rio de Janeiro para Nova Friburgo anda em pistas boas até Parada Modelo, onde há o entroncamento seguindo uma estrada para Teresópolis e outra para Friburgo: o trecho entre Parada Modelo e Nova Friburgo tem tantos buracos e canteras, que mais parece um solo lunar. Infelizmente, aqueles que têm carro ficam receosos de transitar nessas estradas, não só pelos danos que podem causar em seus veículos como pelo risco pessoal que correm.
  • MDB: Neste 5 de julho de 1971, em sua sede de Niterói, o Diretório  Regional do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) se reúne para discutir assuntos importantes, inclusive pronunciamentos a respeito da Lei de Organização dos Partidos que tramita no Congresso Nacional. O presidente do emedebismo friburguense, que também integra o mencionado Diretório Regional, leva ao conclave tese de relevância inclusive sobre como poderão os diretórios municipais agir relativamente aos que, cinicamente, descaradamente traem os postulados partidários, cruzando os braços nos momentos mais críticos de uma eleição, seja “Bancando o Pilatos” seja de qualquer modo traindo os correligionários, seja fazendo “jogadas” as mais cretinas, as mais inverossímeis, em ações sub-reptícias com a constante ação. O industrial Álvaro de Almeida está inscrito para falar, desde a primeira hora da convocação, esperando-se que sua tese concorra sobre modo para estabilidade dos partidos.
  • Comunicado: Temos a convicção de que, desta vez, a Autarquia Municipal da Água, a Amae, não mais conseguirá tripudiar sobre os sagrados interesses da população friburguense, majorando a seu bel prazer as já extorsivas tarifas de consumo d’água – O uso do cachimbo faz a boca torta, já diziam nossos avós. – Não é a primeira vez que “ os estrangeiros da água “pintam e bordam a respeito de intempestivos, ilegais e não autorizados aumentos em taxações que somente poderiam consumar - se após aprovação do Legislativo e Executivo de nossa terra.

Pílulas:

  • A nossa campanha em torno do não fechamento das padarias às segundas-feiras, está amplamente vitoriosa. Estabelecimentos de panificação e comercialização do ramo amanheceram abertos na última segunda-feira, servindo normalmente ao povo. Em todo o “affaire” justo e que se elogie os proprietários e empregados de padarias por não terem tituberado em voltar atrás da exdrúxula decisão tão logo chamados à razão.
  • A Rua Alberto Braune, com sua nova e moderna iluminação ficou realmente bonita à noite merecendo parabéns pela iniciativa a administração do prefeito Feliciano Costa.
  • Nota triste da semana – A administração municipal assinou convênio com a Fundação Serviços de Saúde Pública – FSESP – para a elaboração do plano decenal de saneamento básico.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra aniversários de: Justino Flávio Folly e  Francisco Nunes Pinto (4); Liana Rosado Maia, Mário Sérgio e Mário Lyra de Souza Lemos (5); Aloysio de Moura, José Vieira e Rubem Máximo (6); Néa Schuabb e Danilo José Bizzotto (7); Professora Elizabeth Veroneze, Maríilia Azevedo Alves e Ivo Marretto (8); Julieta Bravo, Plínio e Cora Ventura Spinelli (9); Laerte (11).

Devido a capa da edição de 3 e 4 de julho de 1971, que consta em nosso arquivo, estar parcialmente deteriorada, excepcionalmente não a reproduzimos neste espaço.    

 

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Céus de inverno

sábado, 03 de julho de 2021

Essa é mais uma entra tantas declarações de amor. Já disse que te amei no bom dia, já falei que me fascinei por todas as suas luas, já revelei que me apaixono sempre que cruzo a última curva da serra, já garanti que não te abandonaria por absolutamente nada, pois nada é capaz de abalar o meu amor por você. 

E ainda que coloque tais memórias no tempo passado, sigo te amando no bom dia, me fascinando por seus luares, me apaixonando de novo e de novo a cada vez que passo pela última curva da serra que me transpõe ao paraíso, segue teimoso esse amor inabalável por você. 

Essa é mais uma entra tantas declarações de amor. Já disse que te amei no bom dia, já falei que me fascinei por todas as suas luas, já revelei que me apaixono sempre que cruzo a última curva da serra, já garanti que não te abandonaria por absolutamente nada, pois nada é capaz de abalar o meu amor por você. 

E ainda que coloque tais memórias no tempo passado, sigo te amando no bom dia, me fascinando por seus luares, me apaixonando de novo e de novo a cada vez que passo pela última curva da serra que me transpõe ao paraíso, segue teimoso esse amor inabalável por você. 

O tempo passado, é na verdade, uma tentativa de sublinhar que nosso amor não vem de hoje. Vem antes, bem antes das pedras do Caledônia se formarem e do Bengalas existir. Parece que já disse quase tudo sobre essa relação, mesmo quando afirmei que faltava algo por dizer. E faltava e continuará faltando mesmo depois de mais uma, duas, três, quantas forem necessárias, infinitas declarações de amor. 

Exagerado, né? 

Mas não é exagero o amor que sinto por você e todo amor que me causa os seus céus de inverno. Azuis, rosados, vermelhos. De arco íris e dos múltiplos tons celestes de cores que não sei o nome. Recortando flores de cerejeiras e rosas de diversas famílias. Destacando a silhueta de suas montanhas, as de maior estatura e as de menor estatura também. 

O espanto de seus nevoeiros em meios às folhagens recebendo as mais puras gotas de orvalho. As suas temperaturas baixas que caem ao fim de cada tarde com o sol que se põe na pressa de dar lugar às estrelas e aos planetas acima de nós.    

De todos os céus de inverno, o seu é o mais bonito. E, esse fascínio poético, em parte, é construção de versos que você mesmo escreve com as centelhas de seu cotidiano. Faíscas que se elevam nos passos de sua gente pelas suas ruas e avenidas, nos piqueniques de seus parques, ou no simples descanso dos seus filhos nos bancos de suas praças. 

E você sempre surpreende a cada anoitecer, e você sempre se supera a cada amanhecer. No inverno e nas outras estações. Porque, de todos os céus de todas as estações, o seu é o mais bonito.

Prazeroso é sentir o mundo girar e, de repente - mesmo na grita do tempo - paralisar a velocidade, se desobrigar a correr só para se perder na observação de seu céu sobre nós. Teto iluminado que rejuvenesce as almas atentas às suas belezas. 

Se uma lágrima de emoção inunda os olhos, a liberto. Pois, enquanto escrevo esse texto, o sorriso não me cai dos lábios por duas percepções nítidas: uma é que por mais que eu me declare, você e o mundo jamais vão compreender o tamanho do meu amor por você. A outra é que por você não envelhecer – afinal, seu próprio nome é Nova - eu também não envelheço e sigo entusiasmado como adolescente em sua primeira paixão.     

As duas percepções nítidas, somadas a tantas outras, me levam, no entanto, a uma irrevogável comprovação: de todos os céus, o seu - Nova Friburgo - é o mais bonito. 

 

Foto da galeria
(Foto: Alan Andrade/Arquivo AVS)
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11º em empregos em maio

sexta-feira, 02 de julho de 2021

11º em empregos em maio
Nova Friburgo saiu do Top 10 da geração de empregos mensal do Estado do Rio de Janeiro, conforme averiguado pela coluna, no mês de maio, com base nos dados que acabam de ser divulgados pelo painel do emprego do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), da Secretaria Nacional de Trabalho. O município registrou 1.325 desligamentos e 1.576 admissões, resultando em saldo positivo de 251 empregos, ficando na 11ª posição em comparação aos demais 91 municípios.

11º em empregos em maio
Nova Friburgo saiu do Top 10 da geração de empregos mensal do Estado do Rio de Janeiro, conforme averiguado pela coluna, no mês de maio, com base nos dados que acabam de ser divulgados pelo painel do emprego do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), da Secretaria Nacional de Trabalho. O município registrou 1.325 desligamentos e 1.576 admissões, resultando em saldo positivo de 251 empregos, ficando na 11ª posição em comparação aos demais 91 municípios.

Saldo positivo 12 meses
Nova Friburgo voltou a crescer na geração de empregos em maio, se comparado a abril (119). No entanto, foi o 2º pior resultado mensal do ano. O mês de maio apenas superou abril. O melhor saldo de 2021 foi em março, com 441 admissões. Nos últimos 12 meses, o melhor resultado foi o de outubro, com 683 novos postos de trabalho. O pior foi maio de 2020, ápice da pandemia e do lockdown, com perda de 638 empregos.

Serviços lidera
Em maio, destaque para o setor de serviços que correspondeu a 43% das vagas geradas, seguido pela indústria (36%). Foi a primeira vez no ano que a indústria foi superada por outro setor. Os meses de abril e maio mostram também uma estabilização das contratações na indústria, que demonstravam seguidas altas, puxando o bom desempenho local.

Saldo positivo em 2021
Em maio, 20 municípios do Estado tiveram desemprego, sendo quatro da Região Serrana e Centro-Norte: Cordeiro (- 8), Cachoeiras de Macacu (- 6), Petrópolis (- 5) e Trajano de Moraes (- 1). Em 2021 - destaca-se - Nova Friburgo não registrou saldos negativos, acumulando 1.498 novos postos de trabalho. Posição que o mantém entre os dez melhores do Estado (9º lugar), mas uma posição abaixo ao ranking anterior, como você confere aqui na coluna.

Ranking de maio
1º - Rio de Janeiro – 8.513
2º - Campos – 1.488
3º - São Francisco de Itabapoana – 1.009
4º - Maricá - 899
5º - Duque de Caxias - 679
6º - Macaé - 600
7º - Niterói - 430
8º - São João de Meriti - 320
9º - Volta Redonda - 311
10º - Angra dos Reis - 253

Nova Friburgo e Resende aparecem em 11º com 251 novos postos de trabalho 

Ranking de 2021
1º - Rio de Janeiro – 16.027
2º - Campos – 3.256
3º - Macaé – 2.645
4º - Duque de Caxias – 2.638
5º - Arraial do Cabo – 2.246
6º - Volta Redonda – 1.892
7º - Resende – 1.671
8º - Maricá – 1.629
9º - Nova Friburgo – 1.498
10º - Niterói – 1.326

Educação financeira
Secretarias municipais de Educação já podem aderir ao “Programa Aprender Valor”, que vai levar educação financeira para milhões de alunos e professores das escolas públicas brasileiras. A iniciativa é do Banco Central que, inclusive, já realizou um período de testes e formação de professores.

Questão cultural?
O objetivo é ensinar o aluno com atividades práticas a trabalhar o comportamento e a relação com o dinheiro por meio de conteúdos voltados para planejamento orçamentário, poupança e entendimento básico de produtos financeiros, como o crédito. O programa prevê que a educação financeira aconteça de uma forma natural no aprendizado do jovem por meio de disciplinas já trabalhadas no ensino fundamental.

Adesão local?
As inscrições irão até o final deste mês. Será que Nova Friburgo vai aderir? Esperamos que sim! O debate sobre educação financeira no ensino fundamental não é novo e se debruça, especialmente na fragilidade econômica do país colocada em pilares de uma economia de consumo. Só a educação pode ajudar a reverter o quadro cultural.  

Vacina no braço
Depois que a coluna revelou que há mais de 30 mil doses de vacina recebidas e não aplicadas, uma enxurrada de questionamentos e revelações por parte dos friburguenses. Já há até serviço de transporte para levar pessoas para se vacinarem no Rio. A capital já tem todo seu calendário de vacinação estipulado e frequentemente acelerado.

20 anos de diferença
Na capital, semana que vem já se vacinará pessoas com 37 anos. A diferença para Nova Friburgo, por faixa etária, já se aproxima de 20 anos. Quem não quiser ir ao Rio de Janeiro ou Niterói, cidades vizinhas, como Trajano de Moraes, já vacinam pessoas entre 40 e 44 anos.

Sem calendário
As doses guardadas, apenas dois dias de imunização do público por idade e a falta de um calendário a longo prazo são as principais revoltas. E quem não pode se deslocar para outro município, como faz? Espera! Mas já há um movimento forte nas redes sociais por no mínimo explicações. Além disso, basta dar um Google para verificar que não há vários municípios suspendendo vacinação por ausência de segunda dose, fatos ocorridos entre abril e maio. De lá pra cá, o Governo Federal tem conseguido manter as entregas previstas.          

Palavreando
“Prazeroso é sentir o mundo girar e, de repente - mesmo na grita do tempo - paralisar a velocidade, se desobrigar a correr só para se perder na observação de seu céu sobre nós. Teto iluminado que rejuvenesce as almas atentas às suas belezas”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do o Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.  

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Flores

sexta-feira, 02 de julho de 2021

Na dúvida, ofereça flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém. Existindo por aí, interagindo com as pessoas, olhando as multidões, percebendo o cotidiano, não podemos alcançar com nossos olhos o que está por trás dos olhos daquelas pessoas. O mundo delas. Seus problemas, seus sonhos, seus amores, suas dificuldades. É uma imensidão inalcançável.

Na dúvida, ofereça flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém. Existindo por aí, interagindo com as pessoas, olhando as multidões, percebendo o cotidiano, não podemos alcançar com nossos olhos o que está por trás dos olhos daquelas pessoas. O mundo delas. Seus problemas, seus sonhos, seus amores, suas dificuldades. É uma imensidão inalcançável.

Mas se tem algo que venho aprendendo, é que de uma maneira geral, as histórias por trás das faces não costumam ser fáceis. Tantas vezes vi belos sorrisos e com alguma conversa e um pouco de sensibilidade percebi o tamanho da dor que as pessoas escondiam por trás daquele generoso e gentil esforço em sorrir. Quantas vezes eu disfarcei momentos difíceis utilizando o subterfúgio mais prático do qual podemos lançar mão quando não desejamos despertar a preocupação do outro – o sorriso?

Felizmente a vida sempre me deu muito mais razões para sorrir do que para chorar. E pela abundância de oportunidades que recebi e recebo diariamente, tento optar por oferecer a melhor versão desse recurso maravilhoso que Deus nos deu no meio do rosto. E assim escolho disfarçar um dia difícil, o cansaço extremo, uma notícia inesperada. Não por não ser transparente, mas por acreditar que o esforço gera luz. Inclusive esse estímulo em tentar sorrir para a vida em qualquer circunstância.

É como um ciclo, o primeiro sorriso atrai o próximo, que puxa o seguinte, que recompensa com a retribuição de alguém, que muda a vibração de tudo e que quando percebemos, já nos tomamos pela energia do sorriso, de quem é grato pela vida e deseja apresentar para o mundo a melhor versão de seu estado de espírito.

E as flores? Então .... convido o leitor para uma experiência nada científica, porém que dá muito certo na prática. Já fiz o teste e é hors concours. É assim: quando alguém estiver triste, enfrentando uma doença, encarando uma fase de luto, passando por muitos problemas, vivenciando preocupações, sentindo-se carente, precisando de afeto e carinho (ou seja, quase todas as pessoas que conhecemos), ofereça uma flor para ela. Pode ser uma única flor. Não precisa ser o jardim inteiro: mas empreguem nela o sentimento do jardim inteiro, do jardim de amor, perdão, compaixão, beleza, união, superação, fraternidade e principalmente, de gratidão. Coloque ali o desejo de que a vida seja tão bela quanto a flor.  A alquimia é perfeita. A flor, obra-prima da arte divina, e o seu sentimento, sua intenção de levar felicidade a alguém.

O resultado dessa magia é uma flor de luz que pode transformar a vida de alguém, a começar pela sua, assim como muitas vezes transforma a minha. Por isso digo e repito, na dúvida, ofereça uma flor com o melhor dos sentimentos. Ela harmoniza lares, aquieta mentes, embeleza vidas, enriquece relações, alegra as pessoas. Tem um poder grandioso. A importância desse gesto pode ter um valor inestimável na vida de alguém, e render belos sorrisos. De dentro para fora. Da alma.

Meu admirado poeta Manoel de Barros certa vez escreveu sobre importâncias, belo texto cujo trecho desejo compartilhar aqui:  “Um fotógrafo-artista me disse outra vez: veja que pingo de sol no couro de um lagarto é para nós mais importante do que o sol inteiro no corpo do mar. Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem com barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Assim um passarinho que pousa nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que a Cordilheira dos Andes. Que um osso é mais importante para o cachorro do que uma pedra de diamante. E um dente de macaco da era terciária é mais importante para os arqueólogos do que a Torre Eifel. (Veja que só um dente de macaco!) Que uma boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que o Empire State Building.”

Assim, garanto, uma flor de luz pode mudar o mundo de alguém. Nem que seja por alguns instantes....

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Conversa sobre a realidade - Parte 1

sexta-feira, 02 de julho de 2021

Confesso que me faltou um pouco de criatividade ao definir o título da coluna desta semana. Ainda mais tratando-se de um texto comemorativo... podia ter sido melhor, mas até gostei da brincadeira! Afinal, ontem, 1º, o real completou seus 27 anos de idade. São quase três décadas de circulação da nossa moeda e é algo a ser comemorado, pois à época ninguém poderia imaginar tal realidade: os últimos 50 anos da nossa economia foram marcados por seis diferentes moedas em períodos distintos neste intervalo. É uma vitória da nossa história econômica recente, mas quais foram as mudanças observadas?

Confesso que me faltou um pouco de criatividade ao definir o título da coluna desta semana. Ainda mais tratando-se de um texto comemorativo... podia ter sido melhor, mas até gostei da brincadeira! Afinal, ontem, 1º, o real completou seus 27 anos de idade. São quase três décadas de circulação da nossa moeda e é algo a ser comemorado, pois à época ninguém poderia imaginar tal realidade: os últimos 50 anos da nossa economia foram marcados por seis diferentes moedas em períodos distintos neste intervalo. É uma vitória da nossa história econômica recente, mas quais foram as mudanças observadas? Amadurecemos economicamente? O que dizem os números?

Ah – peço licença para a linguagem cotidiana e para uma observação –, 27 anos de circulação do real me faz lembrar outro motivo de comemoração: hoje também faz dois anos que escrevo neste jornal. A convite de Adriana Ventura, diretora de A VOZ DA SERRA, escrevi um artigo sobre os 25 anos do real e em julho de 2019, no Caderno Z, meu texto foi publicado pela primeira vez por aqui. Enfim, sejamos gratos por nossas conquistas; me faz bem estar por aqui com vocês, leitores. Obrigado!

Bom, chegou a hora do nosso estudo? Pois vamos, então, aos nossos parâmetros adotados.

Poder de compra

Em 1994, 1 real era a medida equivalente a 1 dólar; isso promovia bastante estímulo para o consumo de bens e serviços estrangeiros, mas o estudo do poder de compra não para por aqui. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em julho de 1994, o preço da cesta básica no Estado do Rio de Janeiro custava R$ 66,22. Parece algo interessante para quem não entende as interferências da inflação, mas à época o salário mínimo nacional fora definido em R$ 64,79. Já imaginou (ou se lembra como era) ter um salário mínimo que não sustenta uma única cesta básica?

Primeira conclusão? Hoje, como consumidores, temos muito menos espaço no mercado internacional, mas no mercado interno nosso poder de compra é consideravelmente mais relevante: em maio de 2021, a cesta básica calculada pelo mesmo departamento custava R$ 622,76 e o salário mínimo nacional está fixado em R$1.100.

Juros e inflação

Aqui, não posso me dar ao luxo de desperdiçar espaço para explicar o que é e como a taxa básica de juros interfere na economia. Portanto, vamos direto aos números. Em julho de 1994, a taxa Selic anualizada estava em 131,03% a.a., valor que logo passara por grande reajuste e, em agosto do mesmo ano, caiu para 56,46% a.a.. A inflação ainda era bastante selvagem e nossos juros voláteis. O que vemos hoje com taxas de juros fixadas por um período razoável de tempo era inimaginável à época. Hoje, portanto, temos uma Selic fixada em 4,25% a.a. e uma taxa anualizada, em junho de 2021, de 3,76% a.a..

Sem entrar no mérito do debate sobre as políticas monetárias que chegaram a levar a Selic anualizada para o patamar de 1,90% a.a. em setembro de 2020, hoje vivemos numa economia de inflação (apesar dos contragolpes de acontecimentos de extrema relevância que elevaram essa medida) mais sob controle. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é a medida oficial de inflação no Brasil, e durante o primeiro mês da circulação do real no dia a dia da população brasileira o índice foi calculado em 6,84%, fechando os primeiros 12 meses do real em exatos 29%. Hoje, portanto, vimos a inflação do mês de maio chegar a 0,83% e os últimos 12 meses somarem 7,78%.

Continua na próxima semana...

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Poliamor: opção de vida ou desvio?

quinta-feira, 01 de julho de 2021

"Tudo o que aprendi se resume nisto: Deus nos fez simples e direitos, mas nós complicamos tudo” - (Eclesiastes 7:29). Poliamor é uma teoria psicológica que envolve sexo e ligada a sentimentos entre muitas pessoas ao mesmo tempo. É oposto à monogamia, padrão de relacionamento entre um homem e uma mulher, na visão judaico-cristã. É uma opção ou forma de viver relacionamentos oferecendo aos que o adotam experiências de envolverem-se em relações íntimas que podem ser de longo prazo com várias pessoas ao mesmo tempo, de sexos diferentes.

"Tudo o que aprendi se resume nisto: Deus nos fez simples e direitos, mas nós complicamos tudo” - (Eclesiastes 7:29). Poliamor é uma teoria psicológica que envolve sexo e ligada a sentimentos entre muitas pessoas ao mesmo tempo. É oposto à monogamia, padrão de relacionamento entre um homem e uma mulher, na visão judaico-cristã. É uma opção ou forma de viver relacionamentos oferecendo aos que o adotam experiências de envolverem-se em relações íntimas que podem ser de longo prazo com várias pessoas ao mesmo tempo, de sexos diferentes.

As modalidades no poliamor incluem: 1- Primário-plus: um casal, homem e mulher, casados ou coabitantes, decide procurar individualmente outras relações com outras pessoas de qualquer sexo, passando a se relacionar entre si, ou o marido ou a esposa mantém um relacionamento extraconjugal, individual, com aprovação do casal. Outro formato é a 2 - Tríade, que significa três pessoas que se comprometem a manter um relacionamento estável, ou um casal que já vivem juntos aceitam uma terceira pessoa no seu relacionamento.

Outro tipo é o 3 – Individual, com vários primários: uma pessoa sem vínculos sérios com outros, passa a ter um relacionamento forte com parceiros que já eram íntimos. Depois vem o 4 - Casamento de grupo ou polifamília: vários indivíduos fazem um acordo de exclusividade sexual no grupo, podendo ter parceiros fora do grupo desde que seja aceito por todos. Outro formato é 5 - Redes Íntimas: “amigos" eróticos que podem praticar de qualquer tipo de relacionamento íntimo. Em seguida ainda vem o 6 - Polinamoro, que é quando se assume compromissos de namoro com vários parceiros com relacionamento íntimo livre de compromisso entre eles.

O movimento poliamor defende o sentimento de felicidade que a pessoa experimenta ao ver que seu companheiro(a) ama ou é amado(a) por outra pessoa. Defensores do poliamor dizem que a monogamia não é natural ou normal entre humanos e que há evidências biológicas e antropológicas disso, o que é um absurdo sem comprovação científica. Qual é a base teórica que defensores do poliamor usam para determinar que monogamia é anormal e poligamia é normal? Só pode ser o sentimento desvirtuado de gente movida pela emoção e por uma mentalidade pervertida. O fato de que sempre existiu pessoas adúlteras, polígamas, mesmo na cultura judaico-cristã, não faz desta prática uma normalidade. Seria o mesmo que dizer que já que sempre existiram ladrões, então furtar é normal e natural.

As relações de poliamor parecem ser relacionamentos descompromissados com o amor maduro, e se tornam relações movidas pelo sentimento, enquanto que o amor maduro e saudável envolve o sentimento, mas é mais que isto, inclui o uso da razão, da ética, do respeito. Ao amor maduro não é uma emoção, não é o sexo, não é o apego excessivo, não é a paixão. O sentimento flutua, mas o amor verdadeiro não.

Adeptos do poliamor pregam a liberdade. Mas a liberdade genuína não é fazer o que seus sentimentos pedem, porque podemos ter sentimento doentios, egocêntricos, narcisistas, de domínio e perversidade. Liberdade tem que ver com verdade, ética, viver dentro da lei justa. Uma criança criada por pais amorosos para com ela, não pode ter liberdade de fazer o que quer dentro de casa seguindo os sentimentos dela, porque isto faria do lar uma anarquia, já que qualquer criança experimenta sentimentos de egoísmo, de pirraça, por ainda não estar amadurecida. A lei que rege relacionamentos maduros não pode ser o desejo, a emoção, o sentimento, todos isolados.

Não é verdade que a monogamia é uma ditadura, pelo contrário, é neste tipo de relacionamento, entre um homem e uma mulher comprometidos com o amor maduro, que a felicidade conjugal pode surgir. É verdade, como escreveu o psicanalista Erich Fromm, que o amor maduro é por todas as pessoas, mas isto é totalmente diferente da ideologia do poliamor, porque no amor maduro por todos a ênfase é no tratar bem as pessoas, sem intimidade afetiva, a não ser em sua família e sem sexo, a não ser entre os cônjuges. Jesus, ao ordenar amar o próximo como a nós mesmos, não estava falando de amor erótico, sexual, e muito menos de poliamor.

 Pela limitação de espaço nessa coluna, trarei em outro artigo informações sobre os perigos e enganos do poliamor. Esta ideologia serve para destruir famílias e fazem parte de uma agenda de grupos políticos e filosóficos na guerra entre o bem e o mal.

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30% de vacinas não aplicadas

quarta-feira, 30 de junho de 2021

30% de vacinas não aplicadas
Nova Friburgo aplicou 30% menos doses de vacinas do que recebeu. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualizados nesta terça-feira, 29, Nova Friburgo já recebeu 129.902 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 10.632 da Pfizer; 54.940 da Coronavac/Butantan; 62.760 doses da Astrazeneca/Fiocruz e 1.570 da Janssen, esta última aplicada em dose única. No entanto, dados da prefeitura friburguense, divulgados na última segunda-feira, 28, indicam a aplicação de 91.752 doses, sendo 68.783 de primeira dose e 22.969 de segunda dose.

30% de vacinas não aplicadas
Nova Friburgo aplicou 30% menos doses de vacinas do que recebeu. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualizados nesta terça-feira, 29, Nova Friburgo já recebeu 129.902 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 10.632 da Pfizer; 54.940 da Coronavac/Butantan; 62.760 doses da Astrazeneca/Fiocruz e 1.570 da Janssen, esta última aplicada em dose única. No entanto, dados da prefeitura friburguense, divulgados na última segunda-feira, 28, indicam a aplicação de 91.752 doses, sendo 68.783 de primeira dose e 22.969 de segunda dose.

Estocando vacina?
Curiosamente as 38.150 doses recebidas e não aplicadas, subtraindo a desatualização de um a dois dias e a logística da semana, equivale ao número próximo de pessoas que só tomaram a primeira dose, portanto, estão no aguardo da segunda. A pergunta que fica é se o município - contrariando a determinação do Ministério da Saúde de não estocar vacina para garantir a segunda dose – assim está procedendo, incorrendo inclusive no risco de perda de vacinas por conta do prazo de validade. A pressa pela vacinação tem sido prioridade em outras cidades.        

16% piores
Essas doses recebidas e não aplicadas talvez expliquem os dados da Confederação Nacional de Municípios que colocam Nova Friburgo entre os 16% mais atrasados quanto a aplicação da vacina contra a Covid-19, considerando-se a faixa etária. Nova Friburgo só começou a vacinar a faixa etária de 55 e 56 anos nesta semana.

Mais de dez anos na frente
Para efeito comparativo, a capital fluminense vacina atualmente uma faixa etária dez anos a menos (43 a 47) e segue antecipando o calendário de vacinação que já mostra a aplicação para todas as faixas etárias, enquanto em Nova Friburgo a divulgação ocorre somente poucos dias antes.

84% à frente
A maioria dos municípios segue à frente, 40%, segundo a mesma pesquisa, já estavam vacinando na semana passada a faixa entre 50 e 55 anos. 28% estavam vacinando a faixa etária entre 45 e 49 anos. 13% vacinam a faixa etária de 40 a 44. Pelo menos 3% já se mostram ainda mais avançados e já imunizam entre pessoas entre 18 e 35 anos. Ou seja, Nova Friburgo está atrás de 84% dos municípios do país.

Suposições
Entre as causas desse “atraso” por idade, pode ser o fato de a vacinação para o público em geral por idade ocorrer apenas em dois dias da semana (segundas e terças), a pouca transparência com relação à xepa, ou seja, as vacinas que sobram ou na hipótese já mencionada de estocar vacina para garantir a segunda dose.   

Tapetão
O jogo de hoje, 30, do Friburguense é no tapetão. O TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) julga hoje, 30, 16h, ação do Americano contra o Friburguense por suposta escalação irregular de um jogador. A decisão afeta a configuração das semifinais do 1º turno do estadual. O Friburguense pode perder de seis a 12 pontos. De classificado a devedor de pontos e luta contra o rebaixamento. O Americano acabaria herdando a vaga.

Friburguense X Americano
Confirmando-se o que se jogou em campo, o Friburguense vai às semifinais contra o Audax, fora de casa, com o adversário tendo a vantagem do empate. Caso o tapetão seja mais importante que a bola, o Americano é quem avança nas mesmas condições. O Friburguense tem provas concretas de que o jogador não foi escalado de forma irregular e que o erro foi do sistema interno da Federação, uma vez que o atleta João Manoel foi liberado para jogo e depois seu nome simplesmente desapareceu.

Dois pesos, duas medidas?
Caso semelhante ocorreu em passado recente com o Vasco, em que o mesmo procurador do caso do Frizão, André Valentin, nem levou a julgamento a questão. A posição diferente do procurador agora para caso absolutamente igual, gera preocupações. O fato é que, independente do resultado do julgamento, pró Americano ou pró Friburguense, a partida das semifinais prevista para o próximo sábado, 3 de julho, dificilmente ocorrerá, isso porque qualquer uma das duas partes já sinaliza que vai recorrer à instância superior. A conferir.      

Festival Gastronômico de Inverno
Começa amanhã, 1ºde julho, a quarta edição do Festival Gastronômico de Nova Friburgo. O evento que reúne dezenas de restaurantes, bares, pousadas e hotéis tem como tema principal esse ano, o inverno. Durante todo o mês de julho, os envolvidos criam pratos especiais e oferecem ao público experiências diferenciadas.

Delivery
Organizado pelo Polo Gastronômico da cidade, dentro do contexto da pandemia, o delivery será uma das formas de se apreciar as delícias oferecidas. Nesse ano, outro destaque é a participação do polo cervejeiro local. São quase 40 marcas reconhecidas, em pleno funcionamento e devidamente registradas junto ao Ministério da Agricultura.

Palavreando
“Nada, absolutamente nada é capaz de diminuir o amor e o orgulho que tenho de Nova Friburgo. É amor ingênuo, quase infantil. É encantamento permanente. Ser friburguense é a melhor e maior de todas as minhas vaidades”.

 

Foto da galeria
Teve repercussão nacional o fechamento da edição da última segunda-feira, 28, do RJTV - 1ª edição, da InterTV. Por ocasião do Dia do Orgulho LGBTQIA+, ao vivo, de Nova Friburgo, o repórter Ádison Ramos não conteve a emoção ao ser surpreendido pelo marido, Hugo D'Aumon. Ambos deram depoimentos importantes sobre respeito e diversidade. O histórico fechamento do telejornal recebeu compartilhamentos de celebridades como Xuxa e Hugo Gloss e viraram notícia nos principais sites do Brasil.
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A lição de Dorian Gray

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Os dias vão-se embora, sem nos pedir desculpas por tamanha indelicadeza

Os dias vão-se embora, sem nos pedir desculpas por tamanha indelicadeza

Infelizmente, não sou dessas pessoas que nunca envelhecem. Pois é o que acontece com certa senhora que conheci tempos atrás, sendo ela então uma trintona e eu um molecote de quinze. Estivemos afastados por mais de uma década e, quando nos reencontramos, eu quase dobrara a idade e ela não passara dos 35, conforme honestamente me confessou, com aquele ar heroico de quem resolve assumir de vez toda a verdade. Outra vem diminuindo os anos com tal velocidade que ela e o filho mais velho já estão quase empatados. Não há o que estranhar nesses fenômenos, pois os cientistas afirmam que espaço e tempo não passam de ilusões criadas pela pequenez da inteligência humana. Tudo é relativo, como diria Einstein.

Portanto, não estará faltando com a verdade quem, tendo 60 anos, sinta-se com 40 e assim os declare. Eu não ouso duvidar de ninguém, mas às vezes sou mal interpretado. Outro dia vi uma aluninha da alfabetização contemplando uma placa fixada na parede do colégio. Perguntei-lhe se ela estava lendo as palavras ali escritas e obtive como resposta um sonoro “rua Monsenhor Miranda”. Talvez achando que eu estivesse cometendo o pecado de duvidar de sua sabedoria, a pequena leitora declarou com ar triunfante: “Eu já leio até de pensamento”. Quer dizer: ela não precisava ficar pronunciando as palavras para que até mesmo um burrão como eu entendesse que ela só podia estar lendo.

No livro O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, o personagem, à custa de muita safadeza, consegue não envelhecer. Em compensação, mantém escondido um retrato em que vão se acumulando todas as marcas do tempo e das torpezas cometidas pelo seu dono. Não parece boa maneira de permanecer jovem. É só ler o livro para ver que Dorian Gray, que pretendia enganar o tempo, não se deu bem com o truque. Sim, bom seria manter o corpo forte e liso, sem que, no entanto, a alma enrugasse. Mas a lição que o romance nos dá é que isso não é possível. Para não envelhecer, só mesmo morrendo jovem, mas essa solução não agrada a ninguém. Certamente não agradaria àquele ancião que, ao atingir um século de existência, ouviu de um repórter a pergunta sobre como era completar 100 anos. O velho simplesmente respondeu que a outra opção era pior.

Enfim, os dias vão-se embora, sem nos pedir desculpas por tamanha indelicadeza. Tomás Antônio Gonzaga, poeta do Arcadismo brasileiro, dá uma bela cantada na sua idealizada Marília, convidando-a a fazer “de feno um brando leito” e aproveitar “do prazer de sãos amores” porque “sobre nossas cabeças/sem que o possam deter, o tempo escorre;/ e para nós o tempo, que se passa,/ também, Marília, morre”.

É um bom conselho. Talvez melhor ainda seja o que se pode depreender desse pensamento do próprio Wilde: “Ser bom é estar em harmonia consigo mesmo. E não ser é ver-se forçado a estar em harmonia com os outros”. Sim, eis o problema de quem não aceita envelhecer: atormentar-se diante do espelho, vivendo mal consigo mesmo, na vã esperança de parecer bem para os outros.

Para encerrar, outra sentença de Oscar Wilde. Não sei se essa é um bom conselho (no seu tempo ele não era considerado o tipo de quem se podia esperar bons conselhos). Ei-la: “Para recuperarmos a juventude só precisamos repetir as nossas loucuras”.

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Bem-vindo A VOZ DA SERRA ao Espaço Arp! “Por onde for quero ser seu par”!

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Com o tema “O fogo sagrado de São João”, o Caderno Z do último fim de semana abriu um arraial de emoções em suas páginas e não há dúvidas de que a fogueira da saudade se acendeu no coração de muita gente. Ana Borges foi a cicerone que nos explica as origens das festas dos santos do mês de junho – João, Antônio e Pedro. Interessante saber que “a origem das festas juninas é pagã” e não cristã.  Na Idade Média festejava-se, no Hemisfério Norte, a chegada do verão, em homenagem aos deuses da natureza e da fertilidade.

Com o tema “O fogo sagrado de São João”, o Caderno Z do último fim de semana abriu um arraial de emoções em suas páginas e não há dúvidas de que a fogueira da saudade se acendeu no coração de muita gente. Ana Borges foi a cicerone que nos explica as origens das festas dos santos do mês de junho – João, Antônio e Pedro. Interessante saber que “a origem das festas juninas é pagã” e não cristã.  Na Idade Média festejava-se, no Hemisfério Norte, a chegada do verão, em homenagem aos deuses da natureza e da fertilidade.

Não há tradição festiva que não tenha suas guloseimas típicas e o frio de junho pede quentão, vinho quente, bolo de fubá, pé de moleque, canjica, batata doce assada, cachorro-quente, chocolate e muito mais. Contudo, se a festa pagã passou a ser religiosa, nos tempos atuais, passou a ser também uma mistura de sertanejo com forro e funk com as inovações eletrônicas. A internet abriu um leque de modalidades artísticas e a pandemia deu espaço para o sucesso de apresentações virtuais. E, tudo junto e misturado, bem se vê que há público para todos os ritmos.

O Caderno Z ainda nos trouxe uma excelente narrativa sobre a biográfica de Luís Câmara Cascudo, um grande pesquisador da cultura popular brasileira. Também pudera! Seu primeiro banho ao nascer, em Natal, no Rio Grande do Norte, foi com “água morna temperada com vinho do Porto e um patacão de prata do Império...”, isso para nunca lhe faltar dinheiro.   

A folclorista Laura Della Mônica destaca que “respeitar as festas e orações dedicadas a cada um dos três santos de junho, segundo a tradição, é dever de todos nós, pelo menos culturalmente”. Em se tratando de oração, Wanderson Nogueira escreveu uma prece a São João para que abençoe a nossa cidade: “João, que o anjo que anunciou seu nascimento, anuncie nosso renascimento para uma cidade mais justa, mais solidária, mais humana...”.

Tomara que as orações a São João alcancem os céus do interior humano e possamos realmente edificar uma cidade cada vez melhor para todos.

Adriana Oliveira nos trouxe um panorama da situação caótica em termos de aumento da criminalidade. Em Nova Friburgo, os crimes de estelionato “crescem 87% em relação ao ano passado. Em âmbito estadual, a violência tem índices de aumento em relação ao ano passado. E a gente achando que a pandemia faria o mundo melhor!

Mas não dá para generalizar. Há muita gente fazendo o bem. A exemplo, a princesinha Beatriz Hess de Mello completa 10 aninhos nesta quarta, 30. Ela não terá festa presencial, mas quer festejar a data com uma campanha de doações em dinheiro para ajudar a Confraria dos Miados e Latidos. Que amor! Outro realce do bem é o projeto “Temos Fome”, que neste mês beneficiou 55 famílias dos bairros Granja Spinelli e Rui Sanglard. Há registros de que nossa cidade tenha “mais de sete mil famílias em situação de extrema pobreza”. A pandemia tem contribuído para as mais variadas perdas, porém, as mais drásticas e irreparáveis são, sem dúvida, as perdas humanas. Em nossa cidade agora são mais de 670 mortes. E a vida, para muitos, parece seguir na mais perfeita “harmonia”. Infelizmente, muita “cara de paisagem” nas ruas.

O friburguense Bruno Schelb também está fazendo a diferença com sua caminhada, a pé, até Brasília, em protesto contra as mais de 500 mil mortes decorrentes do coronavírus em nosso país. Bruno espera concluir o percurso em agosto. Seu objetivo é conscientizar as pessoas sobre o valor da vida, incentivando os cuidados na pandemia e a importância de se tomar a vacina. Que bacana! Se a gente puder imitar a sua atitude, até mesmo caminhando aqui na cidade, o gesto estará de bom tamanho.   

A grande novidade, que muito nos orgulha, é a nova sede de A VOZ DA SERRA no Espaço Arp. O novo endereço é um presente para todos nós, pois o local é “coisa de primeiro mundo” e a presença do jornal por lá também soma valor ao espaço. Parabéns para a nossa Voz por mais esta conquista, pelo ideal empreendedor que não se deixa vencer pelos desafios, fazendo deles uma ponte para o seu crescimento!

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