Blogs

Será mágica?

sábado, 28 de janeiro de 2023

Pode ser que não seja nada, pode ser que seja tudo. Mas entre o tudo e o nada existe o que não se sabe profundo. Ao infinito só o finito para ser nada. Tudo o que existe, o profundo. Será? 

Entre alegrias e alergias basta mudar a posição do “r” para alterar a risada, no entanto, apenas alguns segundos bastam para alterar o destino. O tempo, nenhuma letra pode mudar. Será?

Pode ser que não seja nada, pode ser que seja tudo. Mas entre o tudo e o nada existe o que não se sabe profundo. Ao infinito só o finito para ser nada. Tudo o que existe, o profundo. Será? 

Entre alegrias e alergias basta mudar a posição do “r” para alterar a risada, no entanto, apenas alguns segundos bastam para alterar o destino. O tempo, nenhuma letra pode mudar. Será?

Pode ser o sonho a amordaça da realidade, pode ser o contrário ou ambos se fazem de reféns. A ilusão é ótica, mas seu dissabor é a faca que se tirada do peito faz sangrar. Melhor deixar, ali, estanque. Será?

Entre o céu e o inferno – nós. Entre a piedade e a soberba – o sol. Para quem não é planeta, o contentamento em ser satélite, mas o desejo em ser constelação do signo de maio. Será?

Vaguear pelo mar de gente pode ser mais divino do que navegar pelo oceano de orações que ensurdecem Deus nas noites de expectativa por dias menos cretinos. A ira, produto da paciência não explodida, será tempestade cada vez mais devastadora na soma do que acumula. Será?

Entre poesias e más notícias dos jornais, as palavras desvendam ou buscam desvendar olhares e crimes ou crimes desses olhares. Assim se fazem as histórias. Nem sempre em métricas harmoniosas ou rimas. Tanto quanto enigmáticas ao concerto de notas que não se repetem se não desenhadas em partituras. Será?

Será mágica tudo isso ou nada disso? Será supérfluo o interesse em se dar e querer receber em troca apenas de um pouco de atenção? Basta de varrer para debaixo do tapete os traumas que impedem a mágica acontecer. Quanto mais varremos, maior fica o terremoto que virá. Mais cedo ou mais tarde, virá! 

Portanto, por agora, não há o que temer! Que o amor surja como o coelho da cartola do mágico. E não é preciso saber do truque e se há truque, pois se é fantasia é magia e se não é fantástico também pode ser mágica.

Brincar de ser feliz é mais interessante que os modismos dos coaches: empatia, resiliência, tolerância, versatilidade, antifragilidade... Sorrir e abraçar são mais eficazes para a prosperidade. Gestos. Gestos substituem mil palavras bonitas, talvez todas as palavras. Gesto é mágica que acontece sem varinha de condão. 

Vive a música a tocar.  Tem silêncio entre uma nota e outra. Percebe? É tão ligeiro, é tão sutil esse intervalo que faz dar falta, quase saudade, da canção. Como pode alguém juntar palavras a versos e versos a sons para fazer canção? Será mágica? 

A poesia, a invenção, a iguaria, a equação, a flor, a intuição, a dor, a pretensão, a bailarina, a joia fina, o encontro... Todos os encontros. Será mágica? Esse profundo que reside no tudo e no nada, mas que se faz mesmo entre um e outro. 

É mágica! Esses devaneios, essas utopias, esses passos, essa crônica, a realidade, o que se vê, o que se sente, esse papel na parte tingida e na parte que não tem tinta, todo o jornal. Todo eu, todo você, todos eles, todos nós... 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

99,15% de prejuízo nas Lojas Americanas

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

O impacto foi grande. De um escândalo que começou com R$ 20 bilhões, vimos ao longo desta semana o pedido da 4ª maior recuperação judicial do Brasil chegando a R$ 43 bi. O problema vem de financiamentos a fornecedores e se estende a toda a cadeia de distribuição de títulos e valores mobiliários do mercado financeiro do Brasil. Ao todo, a lista de credores das Lojas Americanas chega a quase oito mil nomes.

O impacto foi grande. De um escândalo que começou com R$ 20 bilhões, vimos ao longo desta semana o pedido da 4ª maior recuperação judicial do Brasil chegando a R$ 43 bi. O problema vem de financiamentos a fornecedores e se estende a toda a cadeia de distribuição de títulos e valores mobiliários do mercado financeiro do Brasil. Ao todo, a lista de credores das Lojas Americanas chega a quase oito mil nomes. Com o “tombo” da companhia, 1.057 fundos de investimentos foram afetados e mais de 130 mil CPFs estavam listados como pequenos acionistas da AMER3 (ticker da empresa na Bolsa de Valores).

Analisando impactos antes de entrarmos no mérito de uma carteira de investimentos bem distribuída, é momento de fazermos as contas com os preços das ações e o que aconteceu com quem tinha suas ações. No dia seguinte à divulgação de inconsistências nos balanços financeiros das Lojas Americanas, o papel derreteu na abertura do pregão – e não saiu do leilão durante todo o dia, nada de operações normais. Em 11 de janeiro de 2023, as ações fecharam as negociações custando R$ 11,71; quando abriram no dia seguinte, portanto, custavam muito menos e fecharam o dia a R$ 2,60 (77,8% de queda).

Contudo, é claro, mais algum tempo se passou e a informação que o mercado tinha naquele momento deixou de ser verdade e os valores em dívidas dobraram. Resultado? Mais quedas! Nesta quinta-feira, 26, enquanto escrevo esta coluna, as ações de AMER3 estavam cotadas em R$ 1,03 e traz o resultado de -91,2% no período entre os últimos dias 11 e 26. Semanas de terror para quem tinha parte de seus investimentos na companhia, mas ainda tem como piorar.

Já reparou que daqueles 130 mil CPFs de acionistas se comportam em grupo? Quanto maior a euforia, maior a vontade de participar dos investimentos – é a lógica irracional do investidor despreparado. Em agosto de 2020, quando a ação chegava a sua máxima histórica, o papel custava R$ 121 e alguém o comprou nesse patamar de preços. Sabe o que aconteceu com um investimento de R$ 100mil em AMER3 que manteve sua posição desde aquela data e vendeu no dia de hoje? Se tornou R$ 851,24 – um total de 99,15% de prejuízo.

Outra possibilidade de investimentos em Lojas Americanas é se tornar credor – sim, emprestar dinheiro em troca de juros. Aqui entram as debêntures da companhia e, diferente dos mercados de ações, há algumas garantias específicas de pagamento ao credor (investidor). Aqui, não vou me estender muito, mas essas garantias são a possibilidade de reaver capital diante de processo judicial. Ao contrário do investimento em ações, o investidor de debêntures ainda tem maior expectativa de redução de danos. Mas vamos nos atentar ao mínimo. Afinal, o óbvio também precisa ser dito.

Diversificação é a chave dos seus investimentos e o maior erro cometido pelo investidor é concentrar grande parte do patrimônio em um único emissor. Num ditado antigo, a mensagem já era clara: “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Investimentos fundamentados, mitigam riscos a partir deste princípio. Como exemplo, o fundo de investimentos que eu mesmo utilizo para manter minhas reservas possuía, em seu portifólio, 0,26% do patrimônio líquido em debêntures das Lojas Americanas. Vai impactar sua performance, é claro, mas não vai quebrar.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Pedra bruta

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Lapidar pedra bruta é uma arte. Tanto a bruta quando a lapidada possuem sua beleza e são únicas, especiais. Assim como nós. Contudo, as pedras de verdade para conquistarem a forma desejada, sofrem muitas vezes a interferência do homem, sem a qual, permaneceriam como são simplesmente ou se contentariam com as mudanças contínuas provocadas pelo tempo e os elementos da natureza. Não poderia dizer qual a mais bela, posto que cada uma tem sua beleza, seu sentido e a partir do momento que vira fonte de energia para alguém, ganha, de alguma maneira, uma missão nova.

Lapidar pedra bruta é uma arte. Tanto a bruta quando a lapidada possuem sua beleza e são únicas, especiais. Assim como nós. Contudo, as pedras de verdade para conquistarem a forma desejada, sofrem muitas vezes a interferência do homem, sem a qual, permaneceriam como são simplesmente ou se contentariam com as mudanças contínuas provocadas pelo tempo e os elementos da natureza. Não poderia dizer qual a mais bela, posto que cada uma tem sua beleza, seu sentido e a partir do momento que vira fonte de energia para alguém, ganha, de alguma maneira, uma missão nova.

Conosco, as mudanças acontecem também. Nascemos feito pedra bruta e temos uma existência para lapidarmos seu brilho ou o deteriorarmos. O lapidar requer o estopim do livre arbítrio. A vontade. O querer. E isso tem uma força muito grande. De dentro para fora. Processo individual. Ninguém é obrigado a querer mudar sua versão original - mas será que de fato temos essa escolha? A lapidação seria uma forma de evolução? Involução?

Essas provocações, por mais inúteis que possam parecer, podem cumprir sua missão, seja no campo filosófico, social, mental ou qualquer outro. A mim, remonta à resiliência. Quanto mais atenta eu fico, mais admiro os seres resilientes. Essa capacidade de adaptação, superação, contentamento conquistam uma profunda admiração.

A habilidade que uma pessoa tem de adaptar-se às mudanças, conseguir retornar ao estado natural, contentar-se com a necessidade de evolução me impressionam. Creio que a resiliência seria a força de sustentação dessa transformação lapidar do ser humano. Somada a tantos outros fatores, é claro. Mas de uma forma ou de outra, ando percebendo que as pessoas que dominam essa capacidade agregam invariavelmente tantas outras habilidades que deveriam florescer coletivamente.

Ganhei um cristal. Disseram-me: “é a pedra do amor e da paz, que possibilita a cura interior, a purificação do corpo e do lar.” Que super presente. Que intenção maravilhosa. Quem dera a cada lembrança que damos e recebemos impregnássemos com uma energia dessas. Eu acredito, de verdade. E por isso presenteio com flores. Flores de luz!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Inteligência artificial: oportunidade ou risco?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

A inteligência artificial (IA) está rapidamente se tornando uma força dominante no mercado de trabalho. Muitas empresas estão adotando essas tecnologias para automatizar tarefas repetitivas e aumentar a eficiência, enquanto outras estão criando novos empregos para lidar com as demandas dessa tecnologia.

A inteligência artificial (IA) está rapidamente se tornando uma força dominante no mercado de trabalho. Muitas empresas estão adotando essas tecnologias para automatizar tarefas repetitivas e aumentar a eficiência, enquanto outras estão criando novos empregos para lidar com as demandas dessa tecnologia.

Um exemplo de como essa tecnologia está afetando o mercado de trabalho é a atividade de um colunista de jornal. Com a popularidade dos algoritmos de IA, muitos jornais e sites estão usando essas ferramentas para escrever artigos e notícias. Isso significa que alguns colunistas podem ser substituídos por esses computadores, mas também significa que outros podem ser contratados para trabalhar com essas tecnologias e garantir que elas estejam produzindo conteúdo de qualidade.

No geral, é importante notar que a IA está trazendo mudanças significativas para o mercado de trabalho e que essas mudanças podem ser tanto positivas quanto negativas. Enquanto algumas pessoas podem perder seus empregos devido à automação, outras poderão encontrar novas oportunidades em novas áreas que surgirão.

Bom, a verdade é que a coluna até aqui foi escrita pelo ChatGPT, a inteligência artificial do momento cujos criadores receberão um investimento – quase uma bagatela - de R$ 50 bilhões para aprimoramento da ferramenta.

Basicamente, instalei o aplicativo no meu telefone e escrevi a seguinte  solicitação: “Escreva um texto sobre o avanço da Inteligência Artificial no mercado de trabalho. Dê como exemplo o trabalho de um colunista de jornal”. Ficou pronto em poucos segundos.

Alguns dos leitores mais assíduos – e irônicos - certamente começaram a ler o texto e juraram ser o meu melhor começo de coluna nesse um ano e meio de jornal. A mesma tecnologia que fascina as pessoas, também espanta, causando incerteza a muitos profissionais colocados no mercado de trabalho.

Acredite ou não, a mesma ferramenta, que por enquanto está na fase de testes, foi aprovada em uma prova de MBA da prestigiada Wharton Business School, vinculada à Universidade da Pensilvânia dos Estados Unidos. O aplicativo foi capaz de se corrigir em uma questão após receber uma dica da pessoa que aplicava a prova.

No entanto, a tecnologia também provou que seu uso pode nem sempre ser para os melhores e justos fins. Em uma habilitação para o exercício da profissão de médico e de advogado, nos EUA, a tecnologia foi capaz de ser aprovada nos exames.

A verdade é que Inteligência Artificial parecia algo muito distante e alheio às nossas vidas, especialmente nessas proporções. Envelhecemos assistindo diversas produções cinematográficas hollywoodianas em que robôs inteligentíssimos substituíam os seres humanos em suas atividades mais habituais do dia-a-dia – e até subjulgavam a raça humana no planeta.

A verdade é que ainda não fomos subjulgados pelas máquinas – por enquanto... -, mas cada vez de forma impactante e presente, estão tomando conta das atividades mais cotidianas de nossa vida e certamente, muitas profissões sofrerão com essas inovações, gerando desemprego.

Computadores e robôs estão aprendendo a tomar decisões. E a palavra “decisão” é bem forte para algo que não tem uma consciência e ou mesmo um raciocínio. As máquinas de IA são autodidatas e estão apreendendo sem que necessariamente alguém precise ‘ensinar’. Seja na elaboração de textos complexos, criação de imagens do zero, invenção de logomarcas e até cronogramas de rotinas para as nossas vidas. Tudo isso de forma automatizada, como todo conhecimento que já existe na internet.

E eu me pergunto: “O que será do trabalho dos designers se com dois cliques, uma máquina cria uma imagem para mim de forma gratuita? Ou mesmo, de um advogado, que tem sua parte da renda com consulta aos clientes? Ao que parece, nem mesmo os colunistas estão à salvos da IA’s.

O ano de 2023, sem a menor dúvida, será um grande marco para o avanço da revolução da tecnologia mundial com a sofisticação dos aplicativos e a popularização de suas funções. No entanto, se a IA não for desenvolvida de modo ‘responsável’, teremos bilhões em lucro para poucas empresas pelo mundo e milhões de desempregados, buscando se readequar ao novo normal.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Como evitar abuso de tranquilizantes?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

As pessoas estão ficando muito medicalizadas, vivendo sob a influência de remédios sintéticos. A prescrição de ansiolíticos no mundo, por exemplo, que são medicamentos para diminuir a ansiedade excessiva, é assustador. O que pode ajudar para evitar o abuso destes medicamentos nas pessoas com ansiedade alta?

As pessoas estão ficando muito medicalizadas, vivendo sob a influência de remédios sintéticos. A prescrição de ansiolíticos no mundo, por exemplo, que são medicamentos para diminuir a ansiedade excessiva, é assustador. O que pode ajudar para evitar o abuso destes medicamentos nas pessoas com ansiedade alta?

Primeiro é importante aceitar que pode existir algo na sua vida que produz a ansiedade excessiva e entender que aceitar não é concordar, mas admitir a realidade. Ansiedade excessiva pode ser a “luz vermelha” indicando que pode existir alguma situação em sua maneira de funcionar como pessoa que necessita mudança, ajuste, reparação. Também pode ser que você seja uma pessoa com um perfil ansioso em sua estrutura de personalidade.

Em segundo lugar, é importante olhar para fora de si mesmo em vez de se concentrar na sensação de ansiedade que você experimenta. Procure pensar que você não é a ansiedade, mas ela é algo em sua mente. Você consegue pensar nela, consegue usar o lado saudável da mente para aprender a lidar com ela.

Também pense que todas as pessoas possuem ansiedade, portanto, o alvo não é eliminá-la, mas ver como ela pode diminuir, caso esteja exagerada. Se existe, por exemplo, uma tensão em algum relacionamento, o que você pode fazer para resolver isso?

A ansiedade exagerada pode ser explícita, ou seja, surgir como inquietude, sensação de vazio, aperto no peito, ou pode surgir através de outro transtorno, como a fobia (medo exagerado), transtorno obsessivo-compulsivo (pensamentos obsessivos que levam a atos compulsivos os quais atrapalham o bom funcionamento da pessoa), crises de pânico, etc.

Outra coisa que ajuda é em vez de ficar parado e assustado com a ansiedade ou angústia exagerada, tome uma atitude, que pode ser diminuir o ritmo do trabalho, não se desesperar, realizar suas tarefas mais devagar, dentro do possível, sem se cobrar para ter que ter o mesmo desempenho que tinha antes do sofrimento ansioso.

A respiração pode ajudar. Pessoas muito ansiosas podem respirar mal. Por isso, ao longo do dia, algumas vezes, respire profunda e lentamente cinco ou seis vezes em seguida, puxando o ar pelo nariz e soltando-o pela boca bem devagar.

Verifique como está sua dieta. Bebidas com cafeína, por exemplo, podem piorar a ansiedade. Portanto, elimine-os ou reduza ao máximo o seu consumo. Também contribui para o alívio da ansiedade excessiva a prática de atividade física especialmente ao ar livre, como caminhadas de preferência em meio à natureza.

Finalmente, examine seus pensamentos. Uma pessoa com ansiedade excessiva geralmente exagera as coisas e tende a se concentrar em problemas que não ocorreram e que provavelmente poderão nunca acontecer. Então, não antecipe fatos trágicos que possivelmente não acontecerão. Verifique se seus pensamentos mais frequentes e que aumentam a ansiedade tem uma base real. São razoáveis? São baseados numa verdade ou numa suposição? Tem provas concretas de que eles são verdadeiros? Ou são produzidos apenas por uma mente ansiosa que imagina coisas?

Procure o desenvolvimento de sua vida espiritual. Estudos científicos mostram que a oração, a meditação, ajudar os outros gratuitamente, auxiliam a pessoa para ela se tornar mais serena.

Atitudes assim, praticadas com perseverança, paciência, humildade, e determinação, ajudarão a diminuir a ansiedade e, talvez, a pessoa não necessitará do uso de medicação sintética, ou se necessitar, poderá usar menos tempo e possivelmente sem necessitar doses altas.

_______

Dr. Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com.br

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Apesar de ser uma intervenção estadual, o prefeito dá seu apoio às obras de drenagem

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Tenho de tirar o chapéu para o prefeito Johnny Maycon. Afinal é muito raro ver um prefeito que dá sustentação, a obras embaixo da terra, como a que está acontecendo na Avenida Alberto Braune. Muitos pensam que elas estão sendo executadas pela prefeitura e não bancadas pelo governo estadual. Na maioria das vezes, os gestores públicos preferem investir em obras que podem ser facilmente vistas pela população, admiradas e sob o solo, acabam não sendo vistas, mesmo que elas sejam necessárias, como é o caso da drenagem das águas pluviais no centro da cidade e adjacências.

Tenho de tirar o chapéu para o prefeito Johnny Maycon. Afinal é muito raro ver um prefeito que dá sustentação, a obras embaixo da terra, como a que está acontecendo na Avenida Alberto Braune. Muitos pensam que elas estão sendo executadas pela prefeitura e não bancadas pelo governo estadual. Na maioria das vezes, os gestores públicos preferem investir em obras que podem ser facilmente vistas pela população, admiradas e sob o solo, acabam não sendo vistas, mesmo que elas sejam necessárias, como é o caso da drenagem das águas pluviais no centro da cidade e adjacências. Aproveitaram, também, para fazer obras no Cônego e Olaria onde havia problemas com as chuvas muito fortes como as de verão.

Só mesmo um prefeito mais jovem e com vontade de mostrar serviço seria capaz de apoiar um mutirão mais do que necessário, mas desde há muito engavetado. Os transtornos ao trânsito de Friburgo são enormes, principalmente, numa cidade onde as alternativas são escassas. Agora mesmo, com a interrupção do início da Avenida Alberto Braune, aumentou o gargalo do Paissandu, pois todo o trânsito da principal via da cidade, em direção à Rua Moisés Amélio, tem de ser feito pela Avenida Galdino do Valle ou pelo Alto das Braunes, num percurso mais longo e que também desagua no Praça Marcílio Dias, centro nevrálgico de Friburgo.

Conversei com um dos encarregados da obra e ele me adiantou que os trabalhos param no carnaval, dando a entender que a Alberto Braune estaria concluída nesse período. Após as festividades de Momo elas continuariam pela Rua Monte Líbano. Aliás, nem posso imaginar como vai ficar o trânsito na Rua Augusto Spinelli, única a dar sentido ao bairro Braunes, partindo-se do centro da cidade. A outra alternativa seria pela rua ao lado do cemitério São João Batista, uma subida íngreme e estreita.

É inegável que o novo calçamento da nossa avenida mais famosa está muito bonito, mas é preciso que se pense num modo de estender esse visual por toda a via. Do início da Rua Augusto Cardoso em direção à prefeitura, permanecem, pelo menos por enquanto, os velhos bloquetes octogonais que são da época da última modernização da avenida, quando Heródoto Bento de Mello era o prefeito. Pelo que pude entender da explicação da pessoa com quem conversei, não está previsto mexer nas galerias subterrâneas a partir da Augusto Cardoso, apesar de em dias de temporais, acumular muita água em torno do supermercado Extra. Já houve épocas de a água invadir a frente do estabelecimento e as pessoas ficarem ilhadas lá dentro.

Se o constante alagamento, que é comum com as chuvas pesadas que têm castigado nossa cidade, prejudicando em muito o comércio local, muitas vezes com prejuízos materiais, forem interrompidos com as obras atuais, todo sacrifício não terá sido em vão. Mas, tem que ser um político ousado para persistir numa obra que bagunçou todo o trânsito da cidade. Nos meus 45 anos de morador de Friburgo, não me lembro de outro político que tenha tido a coragem para permitir que cavassem buracos, por tempo tão prolongado.

Será que um dia, com o problema das águas pluviais resolvido, teremos um prefeito com coragem e dinâmica para desatar o nó do Paissandu? À medida que Friburgo cresce esse tópico terá de ser abordado mais cedo do que pensamos. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é o mensageiro das boas novas!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Tem alguém pensando que o mês de janeiro poderia ser o mês de todas as cores? O mês colorido, do calor, das praias, das cachoeiras? Nada disso! O “Janeiro Branco” é dedicado às questões relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. Mas, qual a razão para esses cuidados se o ano está apenas começando e os indivíduos estão cheios de esperanças? Justamente porque as pessoas estão repletas de expectativas, essas “amiguinhas” andam na carona da ansiedade, que traz, em seu rastro, o medo e a preocupação.

Tem alguém pensando que o mês de janeiro poderia ser o mês de todas as cores? O mês colorido, do calor, das praias, das cachoeiras? Nada disso! O “Janeiro Branco” é dedicado às questões relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. Mas, qual a razão para esses cuidados se o ano está apenas começando e os indivíduos estão cheios de esperanças? Justamente porque as pessoas estão repletas de expectativas, essas “amiguinhas” andam na carona da ansiedade, que traz, em seu rastro, o medo e a preocupação. Nossa ideia, na passagem do ano, é sempre sermos melhores, o que pode nos acarretar mais cobranças, mais metas, mais trabalhos e, às vezes, mais frustrações.

O Caderno Z do último fim de semana tratou do assunto e faz, em suas páginas, uma enorme bula de informações. A síndrome de burnout, (do inglês) “queimar até o fim”, é a crise do esgotamento profissional, “um estado de exaustão intenso e prolongado da pessoa em relação ao seu trabalho”. Ana Borges conversou com o psiquiatra e psicanalista, doutor Carlos Pires Leal, que dissertou sobre as crises que podem gerar quadros de estresse crônico, desde as ambientais e climáticas, até em termos de Brasil e ressalta: “Vamos queimar até o fim as nossas riquezas? Um grande burnout brasileiro?!”.

Em âmbito individual, a queima de recursos se dá “não apenas pelo ritmo de trabalho, mas pelas condições nas quais é realizado, entre elas a pouca valorização do trabalhador, baixa remuneração, risco de demissão e perspectiva de desemprego”. Doutor Leal, que é leal ao exercício de sua função, ainda orienta que há pessoas que se dirigem aos hospitais, procurando “no corpo o que está em outro lugar e não imaginam que encontrar alguém que os escute pode pacificar as incômodas tormentas internas que indicam que sua sensibilidade sobreviveu e clama para encontrar novos sentidos...”.

Wanderson Nogueira manda um recado “Vai, planeta!.... – Dizem que você surgiu do caos. Somos filhos do caos. Mas nos impeça de confundir o caos que te criou e nos criou para o caos que destrói memórias, identidade, vida, felicidade... Mas nenhuma ilusão é passe livre para a agressão, ódio, eliminação do outro...”. 

É importante lembrar, neste Janeiro Branco, que a Organização Mundial de Saúde divulgou em junho de 2022, sua maior revisão mundial sobre a saúde mental. O trabalho tem “a ambição de apoiar o mundo na transformação da saúde mental”. Tudo pela garantia dos diretos humanos. Na coluna “Sociais”, muitos ilustres. A começar pelo aniversário de Dalton Carestiato, no domingo,  22, ocasião de festa na família. Nesta terça, 24, abracem a Vanderléia, nossa vereadora e o querido Gilberto Sanglard, o Betinho, de Amparo, por seus 90 anos. Na quarta, 25, é o dia de dar parabéns para o estimado Flávio Stern, da Acianf, leitor assíduo do nosso jornal. Radiante também está o doutor Gustavo Ventura, orgulhoso pela conquista da filha, doutora Renata, classificada em primeiro lugar para especialização no Instituto Dante Pazzanezi de Cardiologia, em São Paulo. Que beleza!

A concessionária Águas de Nova Friburgo completando 14 anos de serviços em nossa cidade, com trabalho responsável e eficiente. Em “Há 50 anos”, era inaugurado o Mercadão do Produtor, na Vila Amélia. A charge de Silvério lembra que janeiro é também o mês do IPVA. Mesmo com ruas esburacadas, o imposto transita bem!

Em homenagem ao Dia Mundial da Religião, celebrado em 21 de janeiro, Christiane Coelho, no Especial para A VOZ DA SERRA, nos trouxe uma belíssima reportagem com representantes religiosos de nossa cidade, sobre os conflitos atuais que afetam a humanidade. Padre Roberto José, da Paróquia N. S. do Rosário, em Riograndina, nos lembra: “...Cristo veio nos reunir, então daqui surge o valor fundamental que é a fraternidade. No Evangelho de São João, Jesus diz: ‘Eis que vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.’. Então nós já vemos o elemento da fraternidade...”. São depoimentos que valem lições de vida, que emitem mensagens para uma vida melhor e mais fraterna, com respeito e amor ao próximo.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Com especial felicidade!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

No próximo sábado, 28, o prezado amigo, cirurgião-dentista e professor dr. Jazão Oliveira celebrará seus 45 anos de idade, com um presente especialíssimo recebido há cinco meses. Tal presente como grandiosa felicidade proporcionada por Deus, junto a sua esposa, a também cirurgiã-dentista dra. Vitória, tem nome: Ísis, a filha do casal.

Enviamos os sinceros cumprimentos ao querido Jazão pelo seu aniversário, assim como também a linda filha na foto junto dele e da mãe. Felicidades!

Vivas para a Conceição

No próximo sábado, 28, o prezado amigo, cirurgião-dentista e professor dr. Jazão Oliveira celebrará seus 45 anos de idade, com um presente especialíssimo recebido há cinco meses. Tal presente como grandiosa felicidade proporcionada por Deus, junto a sua esposa, a também cirurgiã-dentista dra. Vitória, tem nome: Ísis, a filha do casal.

Enviamos os sinceros cumprimentos ao querido Jazão pelo seu aniversário, assim como também a linda filha na foto junto dele e da mãe. Felicidades!

Vivas para a Conceição

Hoje, 24, quem está recebendo cumprimentos e manifestações de carinho de muitas amigas, familiares e sobretudo do querido marido, Oskar Albim Bertram, é a sempre amável Conceição de Maria Pereira Carmo, que soma mais um ano de vida nesta data.

Por isso, apresentamos a ela nossas felicitações, incluindo os desejos de muita saúde, paz, alegrias e tudo de bom. Parabéns!

Segredo em painéis publicitários

Certo jornal inglês revelou recentemente, um surpreendente segredo por trás dos painéis de publicidades instalados ao redor dos campos dos estádios de futebol, nas transmissões pela televisão.

Especialmente nos estádios da Europa e praticamente ainda ser uma prática usual no Brasil, segundo o site London News Time, os estádios podem exibir para as transmissões anúncios diferenciados de cada canal de acordo com cada país.

Isso significa, que as pessoas que estejam assistindo ao mesmo jogo na França possam ver as mensagens comerciais em francês ao redor do campo, enquanto os da Inglaterra poderão ver o mesmo jogo, por exemplo, com anúncios em inglês.

Graças a modernidade, os efeitos especiais não são feitos pela tela verde, mas sim pelo uso da denominada Tecnologia de Substituição Virtual, que permite que diferentes emissoras sobreponham anúncios em relação aqueles que possam ser visto pelos que estejam presencialmente nos estádios.

Aniversário em dupla

Já que falamos em amigos queridos e admirados, vale o registro em dose dupla de aniversários de dois deles.

Um diz respeito a Marcos Sanglard, carinhosamente chamado por muitos de Suíço que aniversariou no domingo, 22, e outro, o também admirado empresário do segmento ótico, Marcelo de Souza Cintra, que troca de idade hoje, 24. Aos dois, os parabéns desta coluna com votos de muitas felicidades.

Vivas para Riograndina

Assim como a cidade de São Paulo chega ao seu 469º aniversário, amanhã, 25, o aprazível distrito de Riograndina, o 2º de Nova Friburgo, completa seus 99 anos de existência, neste dia. Parabéns.

Livro da Gabi Bini

Grato à querida amiga e admirada comunicadora Gabriella Bini pelo convite encaminhado para o lançamento de seu livro “2011 - O poder do rádio na tragédia climática”, nesta quinta-feira, 26, a partir das 19h30 no auditório da CDL/ Sincomércio.

Baseado em fatos reais, esta obra da estimada Gabriella originou-se em 2017 a apresentação de sua monografia aos coordenadores de Jornalismo da Universidade Estácio de Sá -  campus Friburgo e tem por objetivo, demonstrar o papel do rádio mediante a uma das maiores tragédias climáticas no Brasil.

Na ocasião a Gabi Bini participou da cobertura das chuvas no jornalismo da Rádio Nova Friburgo FM.

Com 21 anos

 Mantendo uma tradição que já ultrapassa duas décadas de satisfação de nossa parte em registrar ininterruptamente seu aniversário, parabenizamos o querido Thiago de Carvalho (foto) por ter completado 21 anos no último sábado, 21. Felicidades e tudo de bom sempre, querido Thiaguinho.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A comunicação na missão da Igreja em sua dimensão social

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Já afirmamos a importância do Decreto do Concílio Vaticano II sobre os Meios de Comunicação Social, o Inter Mirifica, e da mudança de sua perspectiva em relação à comunicação, vendo-a não como técnica de difusão apenas ou meio massivo de abrangência, mas como instrumento de interação social, considerando todos os atos humanos relacionais na sua dimensão social, preocupação primeira da Igreja na sua missão de evangelizar.

Já afirmamos a importância do Decreto do Concílio Vaticano II sobre os Meios de Comunicação Social, o Inter Mirifica, e da mudança de sua perspectiva em relação à comunicação, vendo-a não como técnica de difusão apenas ou meio massivo de abrangência, mas como instrumento de interação social, considerando todos os atos humanos relacionais na sua dimensão social, preocupação primeira da Igreja na sua missão de evangelizar. Esta atitude positiva da Igreja já se mostrava, na verdade, desde 1931, com a criação pela própria Igreja da Rádio Vaticano, confiada aos jesuítas, com programas em 45 idiomas, divulgando a mensagem cristã e informando sobre a vida da Igreja. Mas com o decreto conciliar se tornou um paradigma teórico magisterial num documento inédito dedicado integralmente à comunicação, num concílio ecumênico.

Esta dimensão social da comunicação missionária eclesial é apresentada já na encíclica de S. João XXIII, Mater et Magistra (Mãe e Mestra), reafirmada depois na Constituição conciliar Pastoral Gaudium et Spes (Alegria e Esperança) sobre a missão da Igreja no mundo (1965): "Em nossa época, por várias causas, as relações mútuas e as interdependências se multiplicam incessantemente (...) Este fenômeno que recebe o nome de socialização, embora contenha muitos perigos, oferece, contudo, grandes vantagens para consolidar e desenvolver as qualidades da pessoa humana e garantir seus direitos (MM 59 e GS 25).

Também já frisamos como foi rica e revolucionária a contribuição do Inter Mirifica (4/12/1963) colocando como direito humano fundamental o direito de informação ou comunicação que faz eco à outra encíclica social de São João XXIII, a Pacem In Terris (11/04/1963) que o define como "o direito de todo ser humano a uma informação objetiva" (PT 12). São Paulo VI irá reforçá-lo num pronunciamento às Nações Unidas em 1964, afirmando que "o direito à informação é um direito universal, inviolável e inalterável do homem moderno, pois está fundado na própria natureza do homem".

A visão positiva e global da comunicação como espaço de diálogo e interação humana é a ponte para o conceito moderno de comunicação. Seguindo esta perspectiva inovadora que se opõe à concepção passiva e tradicional de emissor, canal, receptor, além do decreto conciliar, a Encíclica Ecclesiam Suam de S. Paulo VI (1964) se dirige para a comunicação circular, dialógica, em que todos são sujeitos, envolvidos no processo comunicacional. Neste contexto de missão evangelizadora, o diálogo se apresenta em quatro níveis na Encíclica - o diálogo dos católicos entre si, com os cristãos não católicos, com os fiéis de outras religiões e também com os não crentes.

A comunicação da Igreja assume no seu aspecto dialogal missionário o caráter de comunhão e busca da comunhão nos valores humanos e da fé religiosa e cristã, fundamentada nos princípios do evangélico ecumenismo e do diálogo inter-religioso, consignados no Concílio Vaticano II, especialmente no decreto Unitatis Redintegratio (sobre a reintegração da unidade - 1964) e a Declaração Nostrae Aetate (sobre a Igreja e as religiões não-cristãs - 1965), sempre no respeito à liberdade religiosa e à inviolabilidade da consciência humana, conforme o decreto conciliar Dignitatis Humanae (1965).

São textos que devem ser conhecidos por nós e aplicados em nossa vida eclesial, pastoral, na comunicação dos valores do Reino de Deus para a realização inculturada da nossa missão, transformando a sociedade com mais justiça, fraternidade e paz.

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O primor de ser amigo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

“De um amigo ninguém se livra fácil. A amizade, além de contagiosa, é totalmente incurável.”

                                             Vinícius de Moraes

“De um amigo ninguém se livra fácil. A amizade, além de contagiosa, é totalmente incurável.”

                                             Vinícius de Moraes

Na semana passada fui ao aniversário de 80 anos de uma amiga, aquela pessoa de quem gosto escutar dizer meu nome e que tem um modo de ser unicamente especial que tanto me sensibiliza. Lá me encontrei com outras duas antigas amigas. Conversamos, rimos e tiramos fotos. Numa das fotografias nós quatro estávamos abraçadas, expressando o prazer de nos ter guardado vida afora. De repente, uma delas me disse: “não cobramos nada uma das outras, nós nos aceitamos do jeito que somos.” Eu concordei, quase num momento de Aleph, revendo tudo o que vivemos.

Trouxe esse encontro para minha coluna literária porque escrevo sobre aquele momento divino com alma, fazendo da literatura um louvor à amizade. Guardar um amigo é ter simplicidade e delicadeza com que cuidamos dele e de nós. Sim, de nós. Será que quem pouco ou não se ama consegue cultivar amigos? Aquele que os cultua sabe farejar estados de espírito e perceber o outro com plenitude num piscar de olhos. Nada é mais primoroso do que torná-lo importante em nossa vida. Da mesma forma fazê-lo nos gostar como uma pessoa amiga. 

Quando escrevi o livro infantil “Um Cão Cheio de Ideias” contei a história da amizade entre um cachorro com poucos meses de vida, Labareda, e Chama, um coelho-do-mato, que desafiava o filhote e o fazia de bobo todos os dias com sua agilidade e velocidade. Mas houve um incêndio na mata e Labareda o salvou. O coelho-do-mato ficou com a pata ferida e não pode mais correr. Os dois, então, reconstruíram a relação quando o cachorro, solidário, passou a fazer companhia ao coelho, e eles foram buscando outras formas de brincar. Ao escrever a história, fui percebendo os valores contidos no primor, enquanto cuidado, delicadeza e entendimento das limitações do outro.  Labareda não quis brincar com outro coelho, foi descobrindo, dia a dia, o prazer em estar ao lado de Chama debaixo das árvores, sentindo o cheiro da natureza e curtindo a presença do amigo.

Agora, mais uma vez, vejo que a amizade é alimentada pelas atitudes primorosas. Vinícius de Moraes, o eterno mestre do amor, soube construir uma ideia criativa e sutil para defini-la. Depois de mergulhar nas palavras dele, concluo que a amizade é uma afeição que pode ser considerada uma eficiente vitamina existencial; o amigo é um bom ouvinte, médico e parceiro, que não precisa estar diariamente ao nosso lado, basta sabermos que ele está vivendo no mesmo tempo que nós e que, a qualquer momento, podemos lhe dar um alô para saber como está e dizer como estamos. É um trunfo do destino ao nos oferecer uma pessoa de quem espontaneamente gostamos e nos acolhe com o calor do afeto, principalmente quando as lágrimas caem sobre nossos pés. Uma amizade, quando nasce, pulsa em nós como um coração.

No aniversário da dessa minha amiga Glória, tive a sensação da reciprocidade. Um sentimento que anda rareando por aí.  Não sei se posso afirmar isso com veemência, mas os sentimentos estão sendo tocados pelo imediatismo e sobrevoam nossos dias com a velocidade dos supersônicos.

Para terminar, deixo uma afirmação simples e verdadeira de Mário Quintana: “A amizade é um amor que nunca morre.”

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.