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Caso Rodrigo Marotti: novos desdobramentos

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Depois de um ano e dois meses da realização do júri popular que desclassificou a conduta de Rodrigo Marotti de duplo homicídio qualificado para incêndio com resultado morte, a 3ª Câmara Criminal do Estado do Rio de Janeiro decidirá, na próxima terça-feira, 2 de maio, pela realização ou não de um novo júri popular.

Relembre o caso

Depois de um ano e dois meses da realização do júri popular que desclassificou a conduta de Rodrigo Marotti de duplo homicídio qualificado para incêndio com resultado morte, a 3ª Câmara Criminal do Estado do Rio de Janeiro decidirá, na próxima terça-feira, 2 de maio, pela realização ou não de um novo júri popular.

Relembre o caso

Rodrigo tornou-se réu após supostamente ter trancado dentro de um banheiro, sua ex-namorada, Alessandra Vaz e a amiga dela, Daniela Mousinho, e ter ateado fogo ao imóvel localizado no distrito de Mury, em outubro de 2019. De acordo com depoimentos, as duas amigas estavam escondidas para tentar fugir das agressões do homem.

Alessandra e Daniela chegaram a ser resgatadas com vida, mas não resistiram aos ferimentos - ambas sofreram queimaduras em mais de 80% do corpo. Alessandra, além de ex-namorada, era também sócia de Marotti em uma empresa de roupas. As mortes, geraram a Rodrigo, a imputação pelo crime de duplo homicídio qualificado.

Após longa investigação, em fevereiro do ano passado, o juízo da 1ª Vara Criminal submeteu Marotti ao veredito do júri popular - formado por pessoas leigas da sociedade - procedimento previsto em lei sempre quando existem indícios de cometimento de crimes dolosos (intencionais) contra a vida de alguém.

A decisão soberana, após mais de 12 horas de sessão com longos depoimentos e embates, coube aos sete jurados sorteados como ‘juízes da causa’. O júri, em sua maioria, respondeu "não" ao quesito da tese principal da defesa: "O réu teve dolo (vontade livre e consciente) de matar?".

Diante do entendimento dos jurados para um crime não doloso (sem a intenção) contra a vida, a competência do júri foi afastada e coube ao juízo presidente do Tribunal do Júri reconhecer o dolo de incendiar a casa habitada com resultado morte. A sentença gerou desconforto aos amigos e familiares, que em comoção, deixaram o fórum, desolados.

Acusação e defesa brigam na justiça

Descontentes com a decisão dos jurados, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, afirmaram na própria sessão de julgamento, o desejo de recorrer da sentença que imputou a Marotti, uma condenação de 19 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado.

O Ministério Público e a assistente de acusação, dra. Aline Freitas, recorreram da sentença por entender o veredito formulado pelo júri popular vai contra todas as provas produzidas no processo. Por sua vez, a Defensoria apontou que a condenação seguiu todas as provas do processo e que a decisão dos jurados é soberana por lei.

Em contrapartida, a Defensoria Pública, de forma extremamente técnica e respeitando o princípio da ampla defesa – garantido a todos os cidadãos -, também recorreu da sentença apontando que a pena aplicada pelo juízo está acima dos patamares previstos pela lei.

Possibilidade de um novo julgamento?

Na próxima terça-feira, por meio de audiência online, a 3ª Câmara Criminal do Estado do Rio decidirá se irá anular, ou não, o julgamento que levou a desclassificação do crime de duplo homicídio qualificado para o crime de incêndio com resultado morte.

A definição do caso poderá levar Rodrigo a um novo júri popular com nova data de julgamento, havendo a possibilidade de condenação por duplo homicídio qualificado, com pena de 60 anos de prisão. A Câmara, por sua vez, poderá decidir pelo mantimento da sentenção por entender que a decisão dos jurados é soberana com base na lei.

No atual momento, o futuro do caso e as cenas dos próximos capítulos ainda são incertas. A verdade é que os crimes bárbaros contra a vida de mulheres, motivados pelo fim do relacionamento, são cada dia mais comuns, seja Além das Montanhas ou bem ao nosso lado.  Esperamos que a justiça seja feita, seja ela qual for!

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A seca na Europa é uma amarga realidade

terça-feira, 25 de abril de 2023

O Brasil é um país que tem de jogar as mãos para os céus e chamar Nosso Senhor de compadre. Pelo menos no que diz respeito a água, esse líquido tão precioso cuja falta ameaça a vida humana, a fauna, a flora e toda a cadeia produtiva de um país. Apesar de termos as grandes secas do Nordeste, cuja história remonta à nossa descoberta, passando pelo Brasil Colônia, Império e República, de uma maneira ou de outra, conseguiu-se mitigar a sede da população que mora nessa região árida.

O Brasil é um país que tem de jogar as mãos para os céus e chamar Nosso Senhor de compadre. Pelo menos no que diz respeito a água, esse líquido tão precioso cuja falta ameaça a vida humana, a fauna, a flora e toda a cadeia produtiva de um país. Apesar de termos as grandes secas do Nordeste, cuja história remonta à nossa descoberta, passando pelo Brasil Colônia, Império e República, de uma maneira ou de outra, conseguiu-se mitigar a sede da população que mora nessa região árida. Agora, com a transposição das águas do Rio São Francisco, iniciada no primeiro governo do PT e quase concluída no mandato de Jair Bolsonaro, esse problema continua a existir, ou seja, a carência de chuvas, mas pelo menos a população será servida desse precioso líquido. Pelo menos, temos um rio caudaloso e que pode ser desviado para irrigar regiões áridas do Nordeste.

Infelizmente, não é o que acontece na região da Catalunha espanhola, que vive um drama após 31 meses sem chuvas, isso mesmo dois anos e meio. A situação é tão grave que o jornal Le Monde noticiou no último domingo, 23, que o canal de irrigação de Urgel, situado na província catalã de Lérida, no norte da Espanha permanecerá aberta por somente um mês. Na última sexta feira, 21, a equipe de funcionários dessa infra estrutura hidráulica que transporta as águas do Rio Segre até os municípios vizinhos e que é responsável pela irrigação de 50 mil hectares de campos e pomares decidiu fechar as comportas, abertas em 27 de março.

Amadeus Farré, presidente da comunidade de funcionários do canal de Urgell, disse que é preciso reservar as águas que restam nas duas barragens do Segre para os 120 municípios, as duas mil fazendas de criação e as 300 indústrias que dependem dessa água, rezando para que chova a qualquer momento.

O mesmo acontece na região dos Pireneus Orientais, na França, onde as torneiras estão apenas pingando água. O estado sofre uma restrição de água, decorridos um ano, tão radical que vários municípios são obrigados a uma restrição de captação. À medida que os lençóis de água mais superficiais se esgotam é necessário furar poços mais profundos. A situação é tão grave, as pessoas envolvidas com esse problema nunca escutaram falar de um problema tão grave anteriormente, e estão preocupadas com o que lhes aguarda, como a Catalunha Francesa passará o verão. Assim que a captação do líquido precioso atingiu o limite mínimo de captação, os produtores foram obrigados a aceitar uma divisão restrita de distribuição, para que todos possam ser atendidos.

De acordo com o site https://www.publico.pt/2022/08/24/azul/noticia/seca-europa-caminho-pior-ultimos-500-anos-2018074, a seca que está a assolar o continente europeu (e não só) deverá tornar-se a seca mais grave dos últimos 500 anos. “Esta seca parece ser pior do que a de 2018, que era a pior desde o ano 1500”, diz o investigador Andrea Toreti, numa resposta dada por email ao público. “A seca deste ano é mais intensa, persistente e afeta uma área muito maior” do que a de 2018, explica o cientista do Centro de Investigação Comum (JRC, na sigla em inglês) da União Europeia.

Um outro problema que preocupa as autoridades é que nessa época do ano (primavera e verão, no continente europeu) acontecem os grandes incêndios que assolam países como Espanha, Portugal, Grécia, Irlanda, sem falar na Austrália, que também sofre com a seca. Quando isso acontece é preciso grandes quantidades de água para restringir ou apagar o fogo.

As pessoas envolvidas com o meio ambiente, cientistas e ecologistas principalmente, vem desde a muito alertando os governos sobre a diminuição da camada de ozônio e as graves consequências que isso acarretaria ao clima mundial. Infelizmente, as medidas protetivas têm se mostrado insuficientes, pois as alterações climáticas se agravam ano a ano, haja visto a diminuição, por derretimento, das geleiras nos polos e o aumento da estiagem em vários continentes. É de se crer que não estará longe o dia em que o objetivo das guerras não será mais o de expansão ou econômico, mas sim para a obtenção de água. Em vez de navios petroleiros singrando os mares, teremos navios transportando o líquido precioso em seus tanques.

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A VOZ DA SERRA, jovem, firme e forte!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Festejar o dia 22 de abril em dose dupla é um presente. E o Caderno Z nos convidou para um passeio em torno da história da formação do Brasil. A data não remete apenas ao descobrimento, mas ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira, que passou a ser lei, por intermédio de um projeto do senador Vasconcellos Torres, a partir de 22 de abril de 1967. Mais adiante, em 22 de abril de 2000, foi assinado o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, conhecido como o “Estatuto de Igualdade”.

Festejar o dia 22 de abril em dose dupla é um presente. E o Caderno Z nos convidou para um passeio em torno da história da formação do Brasil. A data não remete apenas ao descobrimento, mas ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira, que passou a ser lei, por intermédio de um projeto do senador Vasconcellos Torres, a partir de 22 de abril de 1967. Mais adiante, em 22 de abril de 2000, foi assinado o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, conhecido como o “Estatuto de Igualdade”. As duas nações desenvolveram, ao longo do tempo, uma irmandade harmoniosa por todas as afinidades e pela profícua influência de Portugal na formação do nosso povo.

Os festejos em terras friburguenses têm o acréscimo de mais uma data, 11 de junho, quando em 1933 foi fundado o Grêmio Português de Nova Friburgo. Há ainda a festa do Dia de Portugal, em 10 de junho. No auge de seus 90 anos, o Grêmio tem sido, conforme a canção, “uma casa portuguesa, com certeza, pão e vinho sobre mesa” que em suas “quatro paredes caiadas”, se destaca mantendo a cultura lusitana viva, unindo famílias, criando espaço de socialização com a alegria peculiar que emana no ambiente. Agora, sob a presidência da querida Vera Cintra, tudo converge para inúmeras realizações, tendo o alicerce do passado e as janelas para um futuro, cada vez mais promissor. E eu me lembrei da trova do saudoso Antônio Carlos Rodrigues: “Portugal, descobridor, /desta terra, desta gente.../ O Brasil te deve amor / incomensuravelmente!

São muitas datas a celebrar neste mês. A exemplo, 22 de abril, com destaque em “Sociais”, foi o dia do aniversário do estimado Dário Salomão, da Drogaria Globo. Outro aniversariante, no dia 26, é o Luiz Antônio Sobrinho, o querido Louro, um dos mais antigos funcionários do jornal. Ele autua na gráfica, causando sempre as melhores impressões. Parabéns, queridos. Além das homenagens à memória de Tiradentes, celebrou-se em 21 de abril o Dia de Olaria. Embora, “sem muito a comemorar” pelas dificuldades de administração, o bairro mais populoso da cidade tem muita coisa boa: tradição e história, tem jeito de cidade, tem povo acolhedor e uma vista maravilhosa e romântica, como disse Rodolpho Abbud: “Na Olaria, as Catarinas namoram o Imperador!”.

De festejo em festejo, teve ainda o Dia de São Jorge, comemorado em 23 de abril. A data foi escolhida por ter sido anunciada em 23 de abril de 308, a sua sentença de morte, na perseguição aos cristãos pelo Imperador Diocleciano. Tal acontecimento trágico deu-se em virtude de Jorge jamais ter renunciado à sua fé cristã e ainda serviu de incentivo para a conversão de mais pessoas, o que aliás propagou a fé entre o povo palestino. No Estado do Rio de Janeiro, a data passou a ser feriado estadual, o que, facilita em Nova Friburgo, uma série de eventos, como a Cavalgada de São Jorge, comemorando sua 29ª edição. A charge de Silvério ilustrou a capa do jornal do último feriadão, lembrando o dragão da economia. Só cantando com Djavan: “São Jorge por favor me empresta o dragão... Mais fácil aprender japonês em braile...”. Haja coração e oração!

E o dragão do descarte de resíduos têxteis? Christiane Coelho trouxe à luz um problema recorrente, que envolve a educação ambiental. A doutora  Ana Moreira, do  Laboratório de Sustentabilidade da Uerj, explica, entre outras preocupações, que os resíduos têxteis, no aterro sanitário, “não têm valor algum, somente custo”. Fernando Cavalcante, ambientalista, ressaltou a demora da decomposição das linhas noite e fitness que podem levar entre 100 e 300 anos para se decomporem na natureza. Que triste!

Por descuido, somos passíveis de acumular resíduos na mente. Paula Farsoun, em “Mente Sã”, nos alertou: “Muita inutilidade disputando espaço e atenção com o que verdadeiramente importa. Um cabo de guerra que está difícil de ser equilibrado pelo lado da essência da vida. Do que é útil. Do que acrescenta. Do que ensina”. E pergunta: “Estamos empregando nossa energia vital naquilo que é substancial?” Parabéns, Paula!

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Parabéns para a Daniele!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Hoje, 25, quem certamente vai passar o dia recebendo cumprimentos em meio as suas atividades profissionais, por estar completando mais um aniversário, é a querida jornalista e comunicadora Daniele Eddie, também secretária de Comunicação Social da prefeitura. À querida Daniele, na foto junto ao marido Alberto Meyer e do filho Alberto Jr, os sinceros parabéns.

Portas fechadas

Hoje, 25, quem certamente vai passar o dia recebendo cumprimentos em meio as suas atividades profissionais, por estar completando mais um aniversário, é a querida jornalista e comunicadora Daniele Eddie, também secretária de Comunicação Social da prefeitura. À querida Daniele, na foto junto ao marido Alberto Meyer e do filho Alberto Jr, os sinceros parabéns.

Portas fechadas

Um novo sinal dos tempos nada bom para o comércio atualmente. Há alguns anos, os comerciantes ficavam de olhos atentos a procura de alguma loja disponível para alugar em bons pontos do Centro, especialmente na Avenida Alberto Braune, onde hoje em dia surpreende aos observadores mais atentos, a considerável quantidade de lojas fechadas e com placas de “Aluga-se” nas portas.

Até os bancos, quem diria, têm fechado agências por aqui e há rumores que outros pontos também encerrarão atividades em breve,

Adeus, Ivanildo!

Assim como este colunista, diversas pessoas foram surpreendidas com a morte no último dia 16, do conhecido ícone do samba e presença marcante também nos meios sociais de Nova Friburgo, Ivanildo das Neves. Este bom pernambucano que de muitas décadas para cá se estabeleceu com sua família em Nova Friburgo, deixou muitas saudades.

Ivanildo ou simplesmeste Ivan como era chamado por muitos, fez carreira na Marinha, assim como figurou como um dos fundadores, diretores e presidente da escola de samba Imperatriz de Olaria, participando inclusive como colaborador de alguns jornais da cidade e até mesmo, participante por um bom tempo de programas especializados em samba na Rádio Friburgo.

Depois de algum tempo enfrentando uma  enfermidade, Ivanildo das Neves que completaria 86 anos de idade no 9 de agosto próximo, faleceu no domingo passado e foi sepultado na segunda-feira, 17, no cemitério Trilha do Céu.

À família enlutada, nossos sentimentos pela triste perda.

Com nova idade

Mantendo uma tradição desta coluna há mais de uma década, apresentamos nossos parabéns ao galãzinho Lucas Barbosa Bonan (foto), que para alegrias a mais da mãe, a jornalista Flávia Namen e do paizão Fernando Bonan, locutor esportivo da Nova Friburgo FM, completou na última terça-feira, 18, seu 12º aniversário. Felicidades!

Vivas para Jorge e Eliana!

Mais parabéns a figuras admiradas de nossa cidade e particularmente, muito queridas deste colunista, que estrearam idade nova recentemente.

Um é o jornalista e professor de Comunicação da Universidade Estácio de Sá, Jorge Maroun, que aniversariou na última quinta-feira, 20.

 Hoje, 25, os parabéns vão para a querida liana Polo, presidente do Rotary Clube Olaria e pessoa de admirável cultura.

Tio e sobrinho aniversariam

No último domingo, 23, no sítio do querido casal Roosevelt Carvalho e Adinéia, ocorreu festividade em dose dupla: as comemorações dos aniversários, do Leandro e Isaque, vistos na foto que são, respectivamente, filho e neto daquele do querido casal anfitrião. Parabéns a eles com votos de felicidades mil.

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Páscoa – saber perder é saber ganhar!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Páscoa, no grego paskein, no hebraico, pesah, palavra que significa passagem. Da escravidão para a liberdade, da morte para a vida, do pecado para a graça, das trevas para a luz! A nossa Igreja celebra o Tempo Pascal, no seu calendário litúrgico, durante sete semanas, culminando no quinquagésimo dia com a Solenidade de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria no cenáculo. São cinquenta dias de alegria e aprofundamento desta verdade fundamental da nossa fé cristã - a Ressurreição do Senhor.

Páscoa, no grego paskein, no hebraico, pesah, palavra que significa passagem. Da escravidão para a liberdade, da morte para a vida, do pecado para a graça, das trevas para a luz! A nossa Igreja celebra o Tempo Pascal, no seu calendário litúrgico, durante sete semanas, culminando no quinquagésimo dia com a Solenidade de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e Maria no cenáculo. São cinquenta dias de alegria e aprofundamento desta verdade fundamental da nossa fé cristã - a Ressurreição do Senhor.

Páscoa! Certeza da vitória da vida! Cristo, Deus feito homem nos ensina a amar e a dar a vida pelos irmãos. O seu olhar acolhedor e misericordioso nos transmite do alto da dor e da cruz que o amor é mais forte que a morte, é mais forte que qualquer sofrimento ou obstáculo.  Amar e perdoar. Libertar o coração de todo ressentimento e mágoa, de todo o rancor e ódio, de toda revolta ou sentimento de vingança. Purificar-se. Lavar as vestes e a alma no sangue Redentor do Cordeiro. Entregar-se totalmente nas mãos do Pai: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.”  Como Jesus, saber “perder”. Deixando que disputem sua túnica, o poder, a vaidade, as riquezas, os prazeres.  Poder verdadeiro e definitivo é o de Deus!  Ele te ressuscita, te revigora e te realiza plenamente no sentido hialino de viver.  

O nosso tesouro é Deus e esta feliz vida espiritual que Ele nos dá já aqui no horizonte terrestre. A paz de ser amado e de amar com este sentir do coração de Cristo. Servir ao próximo sem interesse, sem ambiguidades, nem equívocos. É bálsamo para o espírito e alegria eterna multiplicada a cada gesto de bondade, gentileza, fraternidade, generosidade. Doação de si mesmo com total liberdade ao coração dos irmãos, especialmente os que mais precisam. No fim, na maturidade do “terceiro dia”, é o saber ganhar de Jesus, a vitória da luz e da verdade, o esplendor do Bem, que se conquista com a renúncia, o esvaziamento, o sacrifício e o Amor-entrega da sexta-feira da Paixão. Assumir a cruz e transformá-la em luz para nós e para o mundo inteiro. Assim continuaremos a obra da salvação do Senhor.

Nesta mística do esvaziamento (kénosis) de Jesus, vamos aprofundando a nossa missão como Igreja, anunciando, com a luz do Ressuscitado, com a mensagem e testemunho da caridade, da fraternidade, da justiça do Reino de Deus e da cultura da paz, a graça de um novo tempo, a civilização do amor e da promoção da vida, da vitória não pela competição ou destruição do outro, mas pela doação generosa e solidária pelo bem de todos os irmãos. A paz do Cristo Ressuscitado!

   Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo

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O Dia de Sofia

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Hoje vou abraçar a literatura infantil porque terça-feira da semana passada, 18 de abril, foi o Dia Nacional do Livro Infantil. O Dia de Sofia*! É assim que gostaria de caracterizá-lo porque as histórias contadas em suas páginas dão as mãos às crianças e mostram-lhes o mundo através da fantasia. 

Hoje vou abraçar a literatura infantil porque terça-feira da semana passada, 18 de abril, foi o Dia Nacional do Livro Infantil. O Dia de Sofia*! É assim que gostaria de caracterizá-lo porque as histórias contadas em suas páginas dão as mãos às crianças e mostram-lhes o mundo através da fantasia. 

O livro é como uma abóbora que, ao ser lido por uma criança, transforma-se em carruagem para transportá-la a universos múltiplos e coloridos, repletos de ideias a serem refletidas pelo pequeno leitor, aquele que há pouco chegou ao mundo e precisa viajar em cavalos alados para compreender as coisas da vida.  Para conhecer príncipes, rainhas e bruxos. Sentir o calor do sol e o frio da chuva.  Aprender a distinguir os campos arados dos pântanos.

Ler é um modo de experimentar situações de vida e de sentir prazer. O livro faz um cidadão, os cidadãos constroem um país e os países cuidam da safira do sistema solar, o Planeta Terra. Aquele momento confortável de recostar, abrir um livro e sentir gosto de degustar uma história traz a sabedoria dos Deuses do Olimpo. Infelizmente poucos têm acesso ao livro.

Certa vez, vi um menino sentado no chão de um ônibus, com uma bola de futebol entre as pernas cruzadas e um livro aberto nas mãos. Parecia nada existir em torno dele. Seu corpo se movimentava de acordo com o movimento do veículo, cheio de passageiros. Seus olhos estavam mergulhados nas páginas do livro. Quando saltei, pensei que a criança pode fazer de tudo; sempre há tempo para a leitura nos seus dias. Nem que seja durante o breve percurso de um transporte público.

O mundo comemora em diferentes datas este dia. No Brasil, o Dia Nacional do Livro Infantil é em 18 de abril em homenagem a Monteiro Lobato; Já em 2 de abril é o Dia Internacional do Livro Infantil em reverência ao escritor Hans Christian Andersen. São celebrações que reforçam o valor do livro no processo de formação da criança, o adulto de amanhã.

A literatura infantil é fonte de conhecimento. Além do mais, sua leitura remete o leitor a pesquisar, a ler outros livros e a conversar a respeito do que leu. Na medida em que o autor e o ilustrador cultivam um olhar cuidadoso para seus leitores e para as situações que vivem. São artistas que recorrem à arte das palavras e das imagens para expressarem o que lhes toca a alma. 

O livro infantil não é livrinho que conta uma historinha, nem um feixe de páginas coladas ou costuradas. É uma obra literária que constrói personagens que narram fatos inspirados da vida, que mostram ao pequeno leitor em suas linhas e entrelinhas que ele pode ser mais e melhor. 

Quem escreve um livro cria um castelo. Quem o lê, mora nele.” (Monteiro Lobato)

A verdadeira coragem está em enfrentar o perigo quando você está com medo.” (O mágico do Oz, L. Frank Baum)

Faço um convite ao jovem leitor: me leia. Não me deixe morrer.” (Lygia Fagundes Telles)”


*O nome Sofia significa sabedoria. É representada por uma figura feminina, análoga à alma humana. Sofia é inteligente e corajosa, sensível e intuitiva. Tem personalidade contestadora, principalmente com relação às normas e regras que considera limitadoras. Tem bom relacionamento, porém é impulsiva e inquieta.

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Mente cheia

sexta-feira, 21 de abril de 2023

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

Muito pensamento desencontrado, influenciado, maculado, desnorteado, desencadeado, acumulado, precipitado, acelerado. Muita informação na mente. Muita inutilidade disputando espaço e atenção com o que verdadeiramente importa. Um cabo de guerra que está difícil de ser equilibrado pelo lado da essência da vida. Do que é útil. Do que acrescenta. Do que ensina. Do que compartilha coisas boas. Do amor.

A prática da meditação tem sido fortemente aconselhada entre pessoas que se querem bem e recomendada por profissionais das mais diversas áreas. E por leigos que tudo sabem. E por praticantes que sabem muito do assunto. E por quem não pratica mas simpatiza. E por quem não simpatiza nem pratica, mas acha legal. Que acha legal e não consegue praticar. Pelo que vive de aparência e finge que acha legal e que pratica. Pelo que tenta e não consegue. Pelo que gosta e pelo que não gosta. Por quem tem recomendação médica. Ou terapêutica. Ou religiosa. Ou nada disso, ou tudo isso.

Por que? As pessoas estão sem tempo de pensar em nada. De viver o tempo presente. De conseguir alguns instantes da vida, ou do dia, para centrarem-se em si mesmas. Para lembrarem-se que respiram. Entra ar. Sai ar. Quase ninguém nota. Até que chegue a próxima virose, a gripe, a bronquite, a asma, a falta de ar. É verdade, precisamos respirar. E respirar direito. Dar valor ao ar precioso que circula por nossos pulmões. Ar da vida.

E quem se lembra que tem olhos até que a vista embace de tanto fixar o olhar nas telas dos computadores e dos smartphones? Olhos que são o portal do corpo que habitamos para o mundo externo. Eles mesmos. Os que podem contemplar. Apreciar. Admirar. Ver a natureza. Ver as pessoas. Ver o tempo. Ver o belo. Ver a vida. Esses mesmos, que precisamos cuida com zelo e que deixamos embaçar com o excesso de tudo para o que não paramos de olhar. Sem piscar.

Boca e voz para falar coisas boas. Quem se lembra que tem voz que não seja apenas para protestar e discutir política? E brigar? E gritar no trânsito? E esbravejar com o filho, com o colega de trabalho, com o marido, com um estranho na rua? E bater boca sem chegar a lugar nenhum? Que não se restrinja a falar da vida alheia, reclamar, reclamar, reclamar.

Tanta gente perecendo sem se dar conta. Padecendo sem perceber. A vida nos foi dada, o momento presente é o maior presente, um corpo humano para nossa alma habitar está aqui e agora, clamando pela devida atenção aos seus verdadeiros propósitos de existir. Estamos empregando nossa energia vital naquilo que é substancial?

Parece estar tudo tão complexo. Tão desconexo. O estado natural das coisas talvez seja mais simples. Basta avaliarmos nossa existência pelo nosso próprio olhar, mas como se fôssemos uma terceira pessoa, que nos ama e é imparcial, avaliando o que temos feito de nossas vidas, do que temos recheado nossos pensamentos, do valor que damos ao ar que respiramos, de como utilizamos as palavras para impactar em alguma coisa útil no mundo, do que estamos fazendo com nosso tempo, de como estamos cuidando, sobretudo, dos nossos sentimentos.

Não fomos criados em uma realidade paralela. Não estamos no Planeta Terra sozinhos. Somos bilhões de seres vivos consumindo, interagindo, construindo, destruindo, plantando, colhendo, pensando, amando, odiando, movimentando energia. Saber viver de forma civilizada, no século 21, me parece uma realidade que já devia estar superada. Já era para termos aprendido a viver (e conviver) com respeito, civilidade, compaixão, cooperação e empatia. Mas não sabemos de nada, apesar de acharmos que sabemos de tudo. Vai ver está tudo na mais perfeita ordem. Ou não.

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O que é Educação Financeira?

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Hoje a coluna tem uma grande diferença de todos os outros 174 textos publicados neste espaço: decidi vivenciar a experiência do ChatGPT. Já ouviu falar? Segue o conteúdo elaborado com a colaboração desta nova tecnologia.

Muitas pessoas evitam falar sobre dinheiro, mas a verdade é que a educação financeira é essencial para uma vida financeira saudável. Ela não apenas nos ensina a gerenciar nosso dinheiro de forma adequada, mas também nos ajuda a tomar decisões financeiras informadas e inteligentes.

Hoje a coluna tem uma grande diferença de todos os outros 174 textos publicados neste espaço: decidi vivenciar a experiência do ChatGPT. Já ouviu falar? Segue o conteúdo elaborado com a colaboração desta nova tecnologia.

Muitas pessoas evitam falar sobre dinheiro, mas a verdade é que a educação financeira é essencial para uma vida financeira saudável. Ela não apenas nos ensina a gerenciar nosso dinheiro de forma adequada, mas também nos ajuda a tomar decisões financeiras informadas e inteligentes.

Infelizmente, a educação financeira não é ensinada nas escolas e, muitas vezes, é negligenciada pela sociedade. Como resultado, muitas pessoas acabam com problemas financeiros graves, como dívidas elevadas, dificuldades para poupar e investir e falta de planejamento financeiro.

É importante lembrar que a educação financeira não é apenas para quem deseja se tornar rico ou investir em ações, mas é um conjunto de habilidades que podem ajudar qualquer pessoa a lidar melhor com o dinheiro. A educação financeira nos ajuda a entender a importância de um orçamento, como economizar para o futuro e como lidar com dívidas.

Apesar de não fazer parte do conteúdo didático entregue nas escolas, para aqueles que desejam aprender mais sobre finanças pessoais, existem muitos recursos disponíveis. Além de livros, cursos online gratuitos e até mesmo aplicativos e plataformas podem ajudar na organização financeira. É importante ressaltar que a educação financeira é um processo contínuo e que devemos sempre buscar aprender e melhorar nossas habilidades financeiras.

Uma das principais lições da educação financeira é a importância de ter um orçamento. O orçamento é uma ferramenta essencial para acompanhar seus gastos e despesas e ajuda a evitar gastos impulsivos e desnecessários. Com um orçamento adequado, é possível economizar dinheiro para despesas futuras, como a compra de um carro ou um imóvel.

Outra lição importante da educação financeira é a importância de economizar dinheiro para emergências. Todos estão sujeitos a eventos inesperados, como doenças, acidentes ou até mesmo problemas com o carro, e é importante estar preparado para essas situações. Uma reserva financeira para emergências, possibilita lidar com esses eventos sem ter que recorrer a empréstimos ou dívidas.

Finalmente, a educação financeira também nos ensina sobre investimentos. É importante entender que os investimentos não são apenas para os ricos, mas são uma ferramenta para aumentar nossa riqueza e atingir nossos objetivos financeiros a longo prazo. Com o conhecimento adequado, é possível escolher investimentos adequados para nossas necessidades e objetivos, sejam eles a curto, médio ou longo prazo.

Educação financeira é fundamental para uma vida financeira saudável. Ela nos ensina a gerenciar nosso dinheiro de forma adequada, evitando dívidas e problemas financeiros graves. Com a educação financeira, é possível economizar dinheiro, investir com sabedoria e alcançar nossos objetivos financeiros a longo prazo. Por isso, é importante que todos se dediquem a aprender mais sobre finanças pessoais e façam dela uma parte essencial de suas vidas.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Gestão do ex-prefeito Feliciano Costa

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Edição de 21 e 22 de abril de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Manchetes

Edição de 21 e 22 de abril de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Manchetes

Feliciano: dois anos de paz, amor e trabalho - No momento em que se instala na Prefeitura de Friburgo um clima vergonhoso de perseguição política, vale lembrar os dois últimos anos da administração Feliciano Costa. O ex-prefeito não perseguiu ninguém. Não demitiu, afastou ou exonerou um só servidor dos quadros de municipalidade. Ao contrário, saído de uma áspera campanha eleitoral, levou para a prefeitura a compreensão e a concórdia, sem fazer distinções entre correligionários e adversários buscando apenas melhor servir ao povo e a comunidade friburguense.

Governo do presidente Médici: impacto na Previdência, no campo e no desenvolvimento integrado em oito regiões do Brasil - Impacto na Previdência Social: a) aposentadoria e contribuições serão elevadas à 20 salários; b) autônomos (médicos, advogados, dentistas, engenheiros, costureiras e outros) passarão a pagar 16%; c) companheira (com mais de cinco anos de convivência) é legitimada como dependente, passando a ter direitos; d) aposentado que quer retornar ao trabalho terá suspensa a aposentadoria, mas ganha abono; f) limite de idade é eliminado e com mais de 60 pode-se filiar ao INPS; g) trabalhadores rurais e domésticas têm assegurados direitos ao INPS

Impacto no campo: a) trabalhador rural é registrado e passa a ter direitos da Consolidação das Leis do Trabalho; b) trabalhador rural com mais de 16 anos tem direito à salário mínimo de adulto; c) toda propriedade rural com mais de 50 famílias deverá manter escola primária gratuita para os filhos dos trabalhadores.

Impacto no desenvolvimento integrado: a) são criadas as regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Curitiba e Belém; b) Região Metropolitana se compõe de municípios integrantes da mesma comunidade sócio-econômicos; c) planejamento de municípios componentes de uma Região Metropolitana terá que ser global e integrado; d) desenvolvimento social, saneamento, abastecimento d'água, rede de esgotos, limpeza pública, uso do solo, sistema viário, produção e distribuição de gás, e outros serviços, serão administrados no âmbito estadual por um conselho deliberativo (cinco membros de reconhecida capacidade técnica) e um conselho consultivo integrado por um representante de cada município da região.

Ariosto: lembrança de uma nobre campanha - A campanha eleitoral que levou ao Palácio Barão de Nova Friburgo o atual prefeito, dr. Amâncio de Azevedo, foi inegavelmente o mais belo movimento cívico da história política do município. E reconheçamos: os responsáveis estavam em ambos os lados. Não ocorreram ataques pessoais; foram desfechados golpes baixos, muitos comuns em uma campanha eleitoral; os candidatos se dirigiam ao povo acenando-lhe, não com ameaças, e sim com programas administrativos detidamente estudados e elaborados por seus respectivos “staffs”.

Foi a presença do jovem engenheiro Ariosto Bento de Mello o fator determinante do clima elevado da campanha. Soube perder, reconhecer a derrota e cumprimentar o candidato vitorioso. Mas nada disso adiantou. O clima agora é outro; em vez de programa, perseguição política; em vez de respeito, desemprego para dezenas de servidores que pagam caro agora o apoio ao candidato da Arena.

Presença de “A Verdade” - Registramos com satisfação o aparecimento de mais um jornal friburguense: “A Verdade”. A nova publicação se propõe a interpretar os interesses da região Centro-Norte fluminense e o sul do Estado de Minas Gerais. Com um corpo redacional de alto gabarito, estamos certos de um futuro brilhante para o jornal. Registramos nosso agradecimento ao Carlos Saldanha, um dos diretores, que dedicou sua coluna de apresentação - à memória do nosso patrono, o saudoso Américo Ventura Filho, que nos deixou recentemente.

Pílulas

  • A Prefeitura de Friburgo vem trombeteando com ênfase, o convênio que assinou com o Serphau, autarquia federal, para a prestação de servidores de natureza técnica, necessários à elaboração dos termos de referência para o Plano de Desenvolvimento Local Integrado. 
  • “Progresso e prosperidade”, “Bem estar e tranquilidade”, “Desenvolvimento planejado e harmônico”, são algumas maravilhas a que o Plano se propõe a nos oferecer. 

E mais…

  • Country Clube: Relatório diz tudo
  • Consciência e violência
  • Celso Peçanha: Um ginásio abandonado
  • Operário padrão: roubo e morte
  • Policial conquista a cidade
  • Na era do teleférico

(*) estagiária sob a supervisão de Henrique Amorim

 

Foto da galeria
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Nova Friburgo é passado, presente ou futuro?

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Um dia percebemos que, passado, presente e futuro, fazem parte de toda a história da humanidade e consequentemente, da nossa singela vida. Vivendo no presente, sempre tive a percepção de morar agarrado no passado, e em pensamento, viver ansiosamente, planejando cada passo do meu futuro.

E quando me dei conta, percebi que passado, presente e futuro não são mais tempos tão distintos assim. Na verdade, somos o que somos porque vivemos todos os tempos simultaneamente, sem mesmo que possamos ser plenamente capazes de perceber essa ligação tão sublime.

Um dia percebemos que, passado, presente e futuro, fazem parte de toda a história da humanidade e consequentemente, da nossa singela vida. Vivendo no presente, sempre tive a percepção de morar agarrado no passado, e em pensamento, viver ansiosamente, planejando cada passo do meu futuro.

E quando me dei conta, percebi que passado, presente e futuro não são mais tempos tão distintos assim. Na verdade, somos o que somos porque vivemos todos os tempos simultaneamente, sem mesmo que possamos ser plenamente capazes de perceber essa ligação tão sublime.

“Freud explica? ”. É bem provável que Sigmund Freud, pai da psicanálise, fosse o mais capaz de nos explicar de que nada do que somos e fazemos é por um simples acaso do universo. Para tudo, há uma explicação a ser explorada num divã na sala de terapia.

Na vida humana, devemos nos lembrar que as lutas, as dores, sofrimentos, vitórias, angústias e alegrias compõem a beleza e a imperfeição de ser quem somos. Na vida de uma cidade, como Nova Friburgo, o caminho percorrido é idêntico, dividido em três tempos, em que a lógica não deve ser entendida de modo diferente.

Nosso passado é marcado por momentos históricos únicos e que trazem a identidade do povo friburguense, aguerrido e persistente. Em meio à muitas dificuldades, crescemos e edificamos forças a essa cidade mesmo diante de todas as adversidades geográficas, naturais e políticas.

Somos orgulhosos de sermos detentores do título de única cidade criada por um decreto real. Não somos modestos, dos anos de ouro vividos nas décadas de 70 e 80, em que o Sul do país aprendeu conosco a fazer uma festa da cerveja. E somos extremamente resilientes, de mesmo diante da maior tragédia natural do país, reconstruirmos.

Entretanto, a partir dos anos 90, em meio às muitas disputas políticas, Nova Friburgo ficou esquecida em meio ao caos, e aos poucos foi perdendo em tudo aquilo que lhe tornava única: o seu brilho, a sua prosperidade e o mais importante, a sua identidade.

No presente, uma revolução fazia-se necessária em Nova Friburgo: e nela, surgiu o desejo de rememorar o saudosismo e querer trazer ao presente, todas as boas memórias construídas, do que havia de melhor nos anos de ouro, muito bem vividos pelos mais antigos habitantes dessa cidade - a boêmia!

Há uma digna e justa tentativa em resgatarmos o nosso brilho através da nossa identidade. Contudo, ainda que o passado seja recheado das boas lembranças dos anos de ouro na serra carioca - que infelizmente ficaram para trás – é muito importante percebermos que o mundo não é mais como era antigamente. E a nós, cabe a pergunta do que seremos no dia de amanhã.

Paralisar as nossas ações em lembranças de um passado de realização, na esperança de um futuro melhor, tem mostrado não nos ajudar a provocar a mudança ou o desenvolvimento como um todo. A evasão da realidade, apesar de ser bastante confortável, pode gerar muitos problemas futuros.

Não estamos investindo em inovação e muito menos nos adequando ao novo mundo, que é bem diferente, dos vividos nos anos de ouro. A vastidão dos empregos se foi com as fábricas, que carregaram consigo, toda a prosperidade da juventude friburguense, que prefere sonhar, em locais com mais oportunidades e possibilidades.

Cada dia mais somos uma cidade mais pobre, na busca de projetos, que não mudaram efetivamente a nossa vida. O mundo, por sua vez, cresceu, inovou, dinamizou e inovou e nós, ficamos para trás. Não nos dedicamos a mudar, somente repetir, o que um dia já deu certo e quem sabe, dará certo de novo.

Ainda que a luta seja extremamente justa pelo saudosismo da boemia e do turismo, vivido nos anos 70 e 80, com todo o nosso potencial, seguimos fora do ranking das cidades visitadas por turistas no Estado. E agora? Não podemos, nem como ser humano e nem como cidade, apostar todas as fichas em uma única tentativa e em uma única solução.

Para qualquer mudança e evolução é necessário um esforço constante e acima de tudo, consciente – e é bem provável que Freud diria isso também. Mudança é o resultado de esforço e de foco.

Vivemos no presente com um imenso potencial. O passado já não mais o teremos. E o futuro, ainda que incerto e desconhecido, é totalmente mutável. Daquilo que passou, cabe agradecer, incluir e integrar em sua história. E daquilo que virá, inovar para não se perder novamente no tempo.

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