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Teófilo, Maria, Conceição

terça-feira, 16 de maio de 2023

Melhor seria se houvesse uma lei proibindo os filhos de escreverem sobre suas mães

Melhor seria se houvesse uma lei proibindo os filhos de escreverem sobre suas mães

Escrevo em jornais há tantos anos que não sei como não conheci Gutenberg pessoalmente. Deve ter sido por pouco. Nesse tempo todo, nem que seja por acaso ou por descuido, há de ter acontecido que eu tenha escrito alguma coisa que se aproveite. Mas também, por ignorância, desinformação ou incompetência, eu certamente disse muitas palavras, frases, textos inteiros de que os leitores mereciam ter sido poupados (e assim me admirariam não pelo que escrevi, mas pelo que deixei de escrever). Mas também entre escritores ─ mesmo os grandes e famosos ─ houve quem abominasse obras que tinha posto no mundo. Veja o que disseram Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão sobre “Os Mistérios da Estrada de Sintra”, que haviam perpetrado a quatro mãos: “O que pensamos hoje do romance que escrevemos há quatorze anos? ─ louvores a Deus! ─ que ele é execrável, e nenhum de nós, quer como romancista, quer como crítico, deseja ao seu pior inimigo um livro igual”. E assim justificaram a sua publicação: “Consentimo-lo porque entendemos que nenhum trabalhador deve envergonhar-se do seu trabalho”.

Ainda bem que os leitores em geral têm a gentileza de ficar calados quando não gostam, e de se manifestarem quando acontece o contrário.  Assim, de vez em quando recebo uma mensagem, um comentário, às vezes até um elogio. Lembro, por exemplo, de uma senhora que me parou na rua para dizer que tinha se emocionado até as lágrimas com uma de minhas crônicas. Eram lembranças de meu avô e logo ficou claro para mim que o mérito era dele, e não meu. Ela o havia conhecido e estimado e, ao ler sobre ele, reviveu um passado em que, jovem, fora vizinha de Seu Teófilo Chardelli, um senhor trabalhador, sério e educado. Mas eu não deixei de me considerar ao menos um pouco merecedor daquelas lágrimas, pois foram minhas palavras que colocaram meu avô novamente diante dela, tantos anos depois de ele ter ido para o céu, onde também, com toda certeza, conquistou muitos admiradores, que não era sem razão que ele se chamava Teófilo: amigo de Deus.

Falar de meu avô desperta em mim a vontade de falar também de duas mulheres que habitaram minha vida e até hoje habitam minha memória e meu coração. Minha avó, Maria Maturo Chardelli, nascera na Itália, se criara no Brasil e guardava em si o que de melhor podia haver nessa mistura de temperamentos ítalo-brasileiros. Tanto eu quanto meus irmãos e irmãs, quando pequenos, vivíamos mais na casa dela do que na nossa. E mesmo depois de adulto continuei indo lá com frequência, era um dos meus programas habituais das tardes de sábado. Ela me conhecia desde o dia do meu nascimento, portanto, desde antes que eu mesmo me conhecesse. No entanto, ainda que me tivesse visto há poucos dias, me recebia como se há anos não pusesse os olhos em mim.

A outra, Dona Conceição Chardelli Canto. Até evito falar ou escrever sobre ela, porque mesmo que escrevesse outra Bíblia não poderia dar sequer uma ideia da mãe que ela foi, a um só tempo tão humilde e tão dedicada. Era o coração da família. Coração que se sacrificou inteiramente pelos filhos e nunca achou que tinha feito qualquer sacrifício por eles. Não é possível voltar ao passado, a vida não tem segunda via. Mas eu, se pudesse voltar, era só para fazer de novo alguma coisa com que eu a tenha deixado feliz e pedir perdão a ela pelas muitas coisas que fiz ou que deixei de fazer e que a magoaram.

Mas o que eu acho mesmo é que ninguém devia escrever sobre a própria mãe, porque, por melhor que o faça, sempre vai ficar devendo muito, vai ficar sempre muito aquém do que queria e devia dizer. Melhor seria se houvesse uma lei proibindo os filhos de escreverem sobre suas mães, porque, eles, por mais que as elogiem, as reduzem.

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AVS tem o carinho das mães por Nova Friburgo!

terça-feira, 16 de maio de 2023

Com tantas datas significativas, o mês de maio é dos mais festivos no calendário. A começar pelo Dia do Trabalho (último dia 1º), seguido pelo Dia das Mães (último dia 14), antigamente, ainda se dizia – maio, o mês das noivas”. Essa designação, aos poucos, deixou de ser uma regra, porque o casamento perdeu parte de sua formalidade e “juntar os trapos” pode ser em qualquer época do ano.

Com tantas datas significativas, o mês de maio é dos mais festivos no calendário. A começar pelo Dia do Trabalho (último dia 1º), seguido pelo Dia das Mães (último dia 14), antigamente, ainda se dizia – maio, o mês das noivas”. Essa designação, aos poucos, deixou de ser uma regra, porque o casamento perdeu parte de sua formalidade e “juntar os trapos” pode ser em qualquer época do ano.

O Caderno Z do último fim de semana nos deu um roteiro ímpar e prazeroso para festejarmos aquela que nos deu a vida. A pergunta veio em destaque: “O que é ser boa mãe?” – De minha parte, confesso que, antes de engravidar, eu achava que nunca seria mãe, pois, eu era muito em mim: primeiro meu banho, meu sono, minha comida, meu descanso; tudo meu primeiro. Entretanto, a maternidade me surpreendeu e eu me revelei uma mamãe que se desprendeu do individualismo, para ser a plural, descobrindo as muitas “elisabetes” que existiam em mim, sem sacrifícios, sem cobranças.

Ser ou não ser mãe? A liberdade de escolha, cada vez mais, se fundamenta na liberdade para traçar uma vida profissional livre das circunstâncias que envolvem a maternidade. Minha mãe trabalhou durante 30 anos na Fábrica de Filó, numa jornada de oito horas diárias e, ao retornar à casa, fazia todo o serviço doméstico, lia Machado de Assis para vovó, estudava Inglês e Francês com papai e entrava pela noite costurando nossas roupas. Não havia estresse. Contudo, os tempos mudaram. Não é mais tão importante trabalhar em uma empresa durante 30 anos e, as empresas não querem alguém tão antigo assim, embora aconteçam exceções.

As mães também se transformaram e os debates são outros: “Mãe solo ou mãe solteira”? “Guerreiras ou sobrecarregadas?” E a mais recente classe das “mães endividadas”. Enfim, as mães estão no topo das conquistas, buscando conciliar maternidade, trabalho e realizações pessoais.

Wanderson Nogueira foi todo amor e nostalgia com “Mãe, meus filhos lhe chamarão de vó”: “Mãe, ainda que meus filhos não lhe vejam, lhe conhecem antes mesmo de nascerem. Eles não terão a alegria de ter seus braços, mas lhe chamarão de vovó. E eu sei que você poderá ouvi-los, tanto quanto eles poderão lhe sentir junto, como você segue junto comigo. Esse seguir junto se repete, porque é grande a felicidade de poder repetir a experiência de te chamar de mãe...”. Lindo! Para filhos e mães, todos nós. Deixamos, assim, o Caderno Z, na certeza de que os melhores presentes são a nossa presença e participação na vida de nossas mães.

O Cão Sentado de Silvério, sempre atual, na charge festiva, se vestiu de amor para felicitar a maternidade. Ser mãe é dar amor, mais amor ainda se atribui a quem doa medula óssea. A reportagem de Nathalia Rebello mostra como tem sido possível as doações por intermédio do Projeto Anas, idealizado por Luciana e Fabiano Fontes com a ajuda de Ana Paula Santos. O projeto tem o intuito de levar voluntários, doadores de sangue e medula óssea, para o registro no Redome. O Projeto Anas já ajudou a salvar muitas vidas e espera fazer muito mais. (Mais informações, no perfil do Instagram @projetoanas.nf). E, parabéns, Nathália pela brilhante explanação do assunto, de forma muito esclarecedora.

Era só o que faltava: “o Sesc e Senac correm o risco de fechamento de 100 unidades no Brasil com aprovação de projeto de lei”. Christiane Coelho destacou a transferência de 5% das verbas que seriam destinadas ao Sesc e Senac para a Embratur. Além do prejuízo cultural, artístico e social, o risco de desemprego. Há controvérsias, pois, a própria Embratur alega que gerando maior movimentação do turismo internacional no Brasil, as duas instituições também se fortalecem. Aguardemos!

Em “Há 50 anos”, perguntava-se: “Festejos de Maio: onde estão?”. O questionamento se prendia ao fato de que nos festejos de 1973 não havia uma programação estabelecida, às vésperas do dia 16. Ao contrário, neste maio de 2023, muitas atividades realizadas, shows, danças, corais, homenagens e o tradicional desfile na Alberto Braune. Afinal, são 205 anos da cidade que amamos e é amada pelo Brasil afora.  Parabéns, “Feliz Cidade” para todos nós!

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Eis a questão...

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Em quanto tempo aprendemos a ler e a escrever? 

Eu me refiro ao binômio leitura e escrita, duas habilidades complexas e intrinsecamente relacionadas. Quem domina a leitura consegue escrever um relatório, uma carta, um bilhete ou coisa assim. Já quem domina a escrita é capaz de abrir asas sobre o papel e criar uma infinidade de textos uma vez que foi humanizado e aperfeiçoado pela leitura. É um ser falante e dono do próprio discurso ao escrever o que pensa e o que quer, mesmo que se apresente travestido pelas palavras de outros por pura diversão. 

Em quanto tempo aprendemos a ler e a escrever? 

Eu me refiro ao binômio leitura e escrita, duas habilidades complexas e intrinsecamente relacionadas. Quem domina a leitura consegue escrever um relatório, uma carta, um bilhete ou coisa assim. Já quem domina a escrita é capaz de abrir asas sobre o papel e criar uma infinidade de textos uma vez que foi humanizado e aperfeiçoado pela leitura. É um ser falante e dono do próprio discurso ao escrever o que pensa e o que quer, mesmo que se apresente travestido pelas palavras de outros por pura diversão. 

Caso alguém responda que passou a vida inteira aprendendo tais habilidades não vou achar exagero. Claro que não! Eu me incluo discretamente na figura desse entrevistado. A cada livro que leio me vejo diante de um aprendizado de palavras e ideias posto que nenhum livro reproduz outro. Durante a leitura vou ampliando as possibilidades de captar os sentimentos do autor e os sentidos que ele dá à própria vida. Além do mais, que seja conto, romance ou crônica, até mesmo textos técnicos ou científicos, cada texto mostra as vozes da época em que foi escrito. A leitura me traz ideias que vou desvendando tal como minhas pernas fazem quando adentram um caminho novo. Ler é poder interpretar o pousar das borboletas em todas as horas e lugares. 

O leitor não nasce antes ou depois do seu tempo. É um viajante que adentra gentilmente no passado, no presente e no futuro; seu coração pulsa com o vento que emerge do fundo de cada tempo em que a obra literária está situada. Ele busca argumentos para compreender os seus mais variados sentimentos e desejos. E, assim, querendo entender-se, ele começa a escrever diários, histórias e reviravoltas. Torna-se alguém fecundo, capaz de brindar o leitor com palavras saborosas, amargas ou vespertinas. Ele aprende a fazer literatura em tachos de fé. 

Vou considerar herói aquele que se dedica ao ofício de ensinar a escrita a aspirante de qualquer idade visto que é uma tarefa repetitiva e caminha lentamente, acompanhando os incertos passos daqueles que vão e voltam. É um mestre que nasce no desbravamento, capaz de fazer com que o aprendiz supere sua insana estupidez a cada tentativa de ser escritor. É um professor amado por não ser comparável a qualquer sonhador. Não é um fazedor de escritores, mas de agentes que gostam de fazer as ideias circularem mundo afora.

E, de novo, pergunto com a mais terna sofreguidão: em quanto tempo aprendemos a ler e a escrever?

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Mãe, meus filhos lhe chamarão de vó

sábado, 13 de maio de 2023

Certa vez, um professor me disse que felicidade é mais ou menos isso: uma experiência, que de tão boa, você vai fazer de tudo para poder repeti-la. Eu repeti muitas, sem ter a exata noção do porquê queria de novo. 

Quero repetir tantas outras, algumas que, inclusive, não posso mais. Há ainda aquelas que imagino que depois da primeira, vou querer uma segunda, terceira e tantas quanto puder, até se esgotarem.

Dentre as que imagino, há algumas que, infelizmente, são impossíveis, pelo menos nesse espaço-tempo, tal qual conhecemos.

Certa vez, um professor me disse que felicidade é mais ou menos isso: uma experiência, que de tão boa, você vai fazer de tudo para poder repeti-la. Eu repeti muitas, sem ter a exata noção do porquê queria de novo. 

Quero repetir tantas outras, algumas que, inclusive, não posso mais. Há ainda aquelas que imagino que depois da primeira, vou querer uma segunda, terceira e tantas quanto puder, até se esgotarem.

Dentre as que imagino, há algumas que, infelizmente, são impossíveis, pelo menos nesse espaço-tempo, tal qual conhecemos.

Dentre as que eu gostaria de repetir está o seu abraço e o seu colo, mãe. A sua voz dizendo sim e não, mas sempre com a doçura e a preocupação de quem despeja amor em você. 

Repetiria os almoços de domingo, a conversa fiada na varanda, o lanche da tarde ou o passeio no shopping. Repetiria o aguardar fazer as unhas e o cabelo no salão de beleza ou mesmo a espera para te ver sair do trabalho. 

Repetiria a simples rotina de assistir novela na sala e prever o destino do personagem secundário. Nunca gostamos muito dos protagonistas. Repetiria, simplesmente, te observar e o deixar ser amado por você. 

Dentre as que só imagino, te levaria ao show do Roberto, no estádio, na casa noturna, no cruzeiro. Te presentearia com coisas que não tem, só para testar se ia gostar; como me faria mais presente. Te levaria em viagens, iria à feira com você, apenas para escolher cebolas e frutas. Te ensinaria a jogar videogame. Dividiria minha conta do Spotfy com você e faríamos uma playlist só nossa. Te pediria para dar banho e cortar as unhas dos meus filhos que ainda não vieram. 

Meus filhos não terão o privilégio de te chamar de vó. Eles não terão a felicidade de poder repetir a experiência de fugir para a sua casa, comer besteiras escondidas no seu armário, compradas apenas para deseducar o que os pais chamam de educação nutricional. Talvez, meus filhos ficarão nesse lugar de só imaginar essa tal repetição que evidencia o que é a felicidade.   

Mãe, ainda que meus filhos não lhe vejam, lhe conhecem antes mesmo de nascerem. Eles não terão a alegria de ter seus braços, mas lhe chamarão de vovó. E eu sei que você poderá ouvi-los, tanto quanto eles poderão lhe sentir junto, como você segue junto comigo. Esse seguir junto se repete, porque é grande a felicidade de poder repetir a experiência de te chamar de mãe. 

Nos momentos felizes, você está ali. Nos instantes de tristeza, você é essa força estranha que me acolhe e me sustenta. Saudade também traz presença. Posso ouvir sua tímida reclamação quando não estou sendo eu de verdade. Posso ouvir seus aplausos, mesmo quando sem plateia, se faz torcedora orgulhosa de minhas conquistas. 

Se felicidade é mesmo isso, uma experiência, que de tão boa, vai levar você a fazer de tudo para repeti-la, eu te aconselharia: não espere, repita-as. E cada repetição não será como a anterior, ainda que nos mesmos lugares e com as mesmas pessoas. Mas farão todo sentido. E grande parte da nossa felicidade está ligada ao cordão que nos alimentou em ventre e que mesmo rompido, segue conectado por uma energia sobrenatural. 

Serão lembranças e mais lembranças, sentimentos que não se pode explicar, vivências que esquecemos, mas que estão lá, em algum lugar da memória de nossas almas. 

Não fique apenas na imaginação, porque algum dia, o que imaginará será impossível de se cumprir nesse espaço-tempo. Faça agora. Para sua felicidade. Pois, mesmo que esse amor não finde, até as mães morrem. 

Pelo amor, mãe, meus filhos lhe chamarão de vó.

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Festejos de Maio - onde estão?

sábado, 13 de maio de 2023
Foto de capa

Edição de 12 e 13 de maio de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Festejos de Maio - onde estão?

Manchetes

Edição de 12 e 13 de maio de 1973

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Festejos de Maio - onde estão?

Manchetes

Festejos de Maio - onde estão? - Não se divulgou - pelo menos não recebemos  - uma programação para os festejos de maio para comemorar a data de fundação de Friburgo (dia 16). Quer nos parecer que não existe programa porque não existe festejo. Diferentemente do que está ocorrendo agora, no ano passado, sob a administração de Feliciano Costa, tivemos um mês inteiro de festividades, do esporte às artes, em torneios de futebol, damas, malhas, exposições, cinema para o povo, apresentação de teatro profissional, festival de cantos corais, apresentação de diversas peças do teatro amador friburguense, serestas, gincanas e tudo o mais, culminando com um histórico “show” de artistas populares que reuniu na praça cerca de 20 mil pessoas.

Domésticas: Pagamento de contribuições - Já em funcionamento o sistema de recolhimento de contribuições do INPS para as domésticas. É simples e prático o recolhimento; basta apenas que a interessada procure qualquer agência bancária, munida de sua carteira profissional e retire um carnê, o qual será quitado mensalmente na mesma agência bancária. Não há necessidade de preenchimento de guias de recolhimento.

Doutores em salário-mínimo - Fontes do Palácio Barão de Nova Friburgo divulgaram que o estardalhaço da imprensa denunciando a perseguição política instituída pela atual administração municipal, era apenas uma cortina de fumaça para encobrir a intenção dos referidos órgãos, que era o de defender os médicos, advogados e outros profissionais liberais, dispensados porque estavam fazendo da PMNF uma “boca”, nada querendo com o trabalho. As mesmas fontes declaram que a maioria dos demitidos eram  “marajás”. Pois bem. Na semana passada mais uma fornada de servidores foi demitida pelo prefeito. Certamente são doutores formados na escola do sacrifício, na faculdade do salário mínimo. E é por isso que, com razão, as fontes palacianas continuam a afirmar ser de doutores a maioria dos despedidos. Doutores sim, “doutores” de salário-minimo…

Nelson Kemp: assessor do governador - Num ato que repercutiu simpaticamente, especialmente entre nós, o governador do Estado do Rio, Raymundo Padilha, prestigiando a Arena friburguense, designou o jornalista Nelson Kemp como um de seus assessores. A designação, mais do que justa, vem premiar a dedicação e o espírito de luta do velho jornalista em favor das causas da Arena e em defesa do Governo Estadual. 

Nelson Kemp tem sido um exemplo para todos nós que fazemos da imprensa um veículo de defesa das melhores aspirações populares e das melhores tradições de uma comunidade. Nesta defesa, Nelson Kemp jamais mediu esforços e nunca ensarilhou armas. Combativo, tenaz, lutador, Nelson Kemp tem oportunidade agora - como membro do "staff" do governador Padilha - de colocar toda sua experiência à serviço do desenvolvimento da Velha Província.

A VOZ DA SERRA congratula-se com Nelson Kemp e também com o governador Raymundo Padilha, pelo brilhante membro que passa agora a servir ao seu Gabinete Civil.

Dia das Mães - Criado para atingir objetivos comerciais, o Dia das Mães que se comemora neste domingo, acabou por eliminar as intenções iniciais e atualmente se encontra integrado no calendário sentimental das famílias. Daí que hoje, o presente comprado é apenas um detalhe nas homenagens que as mães vão receber. Homenagem que se traduz mais e, antes, no reconhecimento de todos os filhos por essa que é - como diria um antigo - a própria delicia do gênero humano.  

Pílulas

 ●     A Arena friburguense não é hoje mais um partido. Antes - este é o termo exato - é um verdadeiro repartido, repleto, de alas, todas puxando a brasa para sua sardinha, em flagrante prejuízo para o que, outrora, foi o partido situacionista municipal. Tem tanta ala, que a Arena mais está a parecer uma escola de samba…

E mais…

Povo quer político que faça escada

Mulheres de ouro no teleférico

Dente de ouro na Coordenação do INPS

Jornal do Brasil elogia arte de Friburgo

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Gil José Salomão e Hiran Fischer Trindade (14); Ary Ventura (15); Nydia Yagi Martins, Elzira Xavier Luz, Liliane Sarcinelli Andrade e Valmir Matuglia (16); Murilo Cúrio e Elias Abicalil (17); Maria do Perpétuo Socorro Sampaio Azevedo (19); Athayde da Costa Freitas. Roberto Ricardo Coutinho, J.G. de Araujo Jorge e Jorge Overlandi Lourenço da Silva (20). 

(*) estagiária com supervisão de Henrique Amorim

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Dez termos essenciais para o bom relacionamento financeiro

quinta-feira, 11 de maio de 2023

O mundo das finanças pode parecer complexo e intimidador, repleto de termos técnicos e conceitos aparentemente distantes da nossa vida cotidiana. No entanto, compreender os princípios básicos das finanças é fundamental para tomar decisões financeiras conscientes e alcançar estabilidade econômica.

O mundo das finanças pode parecer complexo e intimidador, repleto de termos técnicos e conceitos aparentemente distantes da nossa vida cotidiana. No entanto, compreender os princípios básicos das finanças é fundamental para tomar decisões financeiras conscientes e alcançar estabilidade econômica.

Hoje – assim como fazemos vez ou outra neste espaço –, exploraremos os dez principais termos técnicos sobre finanças que todo cidadão brasileiro deve conhecer. Este conhecimento é essencial para compreender melhor o funcionamento do sistema financeiro, gerenciar o dinheiro de forma eficaz e tomar decisões de investimento inteligentes.

Orçamento: Refere-se ao plano financeiro que estabelece as receitas e despesas de uma pessoa, família ou empresa durante um determinado período.

Juros: É o custo do dinheiro emprestado ou a remuneração pelo dinheiro investido. Pode ser expresso como uma taxa percentual sobre o valor do empréstimo ou investimento.

Inflação: É o aumento geral dos preços dos bens e serviços ao longo do tempo. A inflação reduz o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo.

Investimento: Consiste em aplicar dinheiro com a expectativa de obter um retorno financeiro no futuro. Pode incluir a compra de ações, títulos, imóveis ou outros ativos financeiros.

Dívida: É o valor que uma pessoa ou entidade deve a outra. Pode ser na forma de empréstimos, financiamentos, faturas de cartão de crédito, entre outros.

Risco: É a possibilidade de perda financeira ou de não alcançar o retorno esperado em um investimento. Diferentes tipos de investimentos apresentam diferentes níveis de risco.

Diversificação: Refere-se a distribuir seus investimentos em diferentes classes de ativos (ações, títulos, imóveis etc.) e setores da economia para reduzir o risco geral da carteira.

Poupança: É a parte da renda que uma pessoa guarda para uso futuro. Pode ser mantida em uma conta poupança, um fundo de investimento ou outros instrumentos financeiros.

Patrimônio líquido: É a diferença entre os ativos (bens e direitos) e os passivos (dívidas e obrigações) de uma pessoa ou empresa. Representa o valor líquido de sua riqueza.

Previdência privada: É um sistema de investimento destinado a proporcionar uma renda futura para a aposentadoria. Pode ser oferecida por instituições financeiras e empresas.

Compreender melhor os conceitos fundamentais em finanças vai te auxiliar na tomada de decisões financeiras. Ao dominar esses termos, você estará mais bem equipado para enfrentar os desafios financeiros do dia a dia, tomar decisões mais racionais e alcançar estabilidade financeira a longo prazo. Pense nisso; informe-se!

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Proposta

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele?

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele?

Parece bobo. E é. Mas não é. Uma antítese caprichada. Deveria ser algo corriqueiro, simplório. No entanto, quase não vemos mais esse tipo de pensamento por aí. Basta observarmos quantas pessoas são vítimas de bullying diariamente no país. É algo inconcebível. Nossa sociedade carece tanto de empatia que convivemos com pessoas que são capazes de empregar um real esforço e alguma energia em prejudicar a vida alheia, em achincalhar um terceiro, agredir de forma intencional, repetitiva, discriminar, ferir, prejudicar alguém nesse nível e sem razão alguma. É realmente difícil entender que o “bicho homem” continue sendo capaz disso até hoje.

Tudo é tão claro, somos suficientemente munidos de informações e bom senso para termos o discernimento de que a prática do bullying pode gerar consequências inimagináveis, pode macular as profundezas da alma de alguém, marcar negativamente sua existência, provocar dor à família, quando não resulta em conflito ou tragédia. Sabemos de tudo isso. Sobra noção dessa realidade. Creio que as pessoas estão plenamente cientes do mal que fazem às outras. Acho que o que falta é amor.

Alguém que faz bullying com o outro certamente é alguém que não quero que componha o rol seleto do meu coração. Não quero ter como amigo. Dispenso sair para um café. Prefiro optar partilhar essa vida única com aqueles que optam por emanar compaixão, que disparam coisas boas por aí, que se unem às minorias, que defendem essas vítimas cotidianas da irresponsabilidade alheia. Gente que “joga” com o amor. Que não desperdiça oportunidade de fazer pessoas felizes. Que estende as mãos. Que acolhe com um abraço. Que se esforça dia após dia para ser alguém melhor, que saiba ouvir mais, que procure ser mais paciente. Que partilhe coisas boas ao invés de juntá-las e acumulá-las em um mundo fechado e restrito. Gente que batalhe contra o próprio egoísmo. Gente que prefira dizer coisas boas. Ser do bem. Que não maltrata, não isola, não se omite, não ofende. Que realmente não carrega no coração a intenção de fazer mal a alguém.

Não é sobre bullying. É sobre amor no coração, amor pelo próximo, amor e compaixão, amor e empatia, amor e respeito. Que eu seja sempre a mão estendida para aqueles que sofrem e jamais a que lança maldades ao vento. Que eu consiga ser essa gente do bem que espero ter ao meu lado por toda vida.

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele?

Parece bobo. E é. Mas não é. Uma antítese caprichada. Deveria ser algo corriqueiro, simplório. No entanto, quase não vemos mais esse tipo de pensamento por aí. Basta observarmos quantas pessoas são vítimas de bullying diariamente no país. É algo inconcebível. Nossa sociedade carece tanto de empatia que convivemos com pessoas que são capazes de empregar um real esforço e alguma energia em prejudicar a vida alheia, em achincalhar um terceiro, agredir de forma intencional, repetitiva, discriminar, ferir, prejudicar alguém nesse nível e sem razão alguma. É realmente difícil entender que o “bicho homem” continue sendo capaz disso até hoje.

Tudo é tão claro, somos suficientemente munidos de informações e bom senso para termos o discernimento de que a prática do bullying pode gerar consequências inimagináveis, pode macular as profundezas da alma de alguém, marcar negativamente sua existência, provocar dor à família, quando não resulta em conflito ou tragédia. Sabemos de tudo isso. Sobra noção dessa realidade. Creio que as pessoas estão plenamente cientes do mal que fazem às outras. Acho que o que falta é amor.

Alguém que faz bullying com o outro certamente é alguém que não quero que componha o rol seleto do meu coração. Não quero ter como amigo. Dispenso sair para um café. Prefiro optar partilhar essa vida única com aqueles que optam por emanar compaixão, que disparam coisas boas por aí, que se unem às minorias, que defendem essas vítimas cotidianas da irresponsabilidade alheia. Gente que “joga” com o amor. Que não desperdiça oportunidade de fazer pessoas felizes. Que estende as mãos. Que acolhe com um abraço. Que se esforça dia após dia para ser alguém melhor, que saiba ouvir mais, que procure ser mais paciente. Que partilhe coisas boas ao invés de juntá-las e acumulá-las em um mundo fechado e restrito. Gente que batalhe contra o próprio egoísmo. Gente que prefira dizer coisas boas. Ser do bem. Que não maltrata, não isola, não se omite, não ofende. Que realmente não carrega no coração a intenção de fazer mal a alguém.

Não é sobre bullying. É sobre amor no coração, amor pelo próximo, amor e compaixão, amor e empatia, amor e respeito. Que eu seja sempre a mão estendida para aqueles que sofrem e jamais a que lança maldades ao vento. Que eu consiga ser essa gente do bem que espero ter ao meu lado por toda vida.

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Todo dia deveria ser o Dia das Mães

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Basta entrarmos no mês de Maio que as propagandas comerciais começam a falar de apenas um assunto: o Dia das Mães. Desde pequeno, sempre aprendi pela escola, pela família e pelo senso comum brasileiro de que esta celebração especial devem ser comemoradas no segundo domingo do mês de maio.

Basta entrarmos no mês de Maio que as propagandas comerciais começam a falar de apenas um assunto: o Dia das Mães. Desde pequeno, sempre aprendi pela escola, pela família e pelo senso comum brasileiro de que esta celebração especial devem ser comemoradas no segundo domingo do mês de maio.

Para o comércio, a data é a segunda mais importante no Brasil em números de vendas absolutas, perdendo apenas para o Natal.  Mas, ao contrário do que possa parecer – e que muita gente acredita - , o dia não surgiu com a intenção de ser uma data comercial. O propósito era distante da realidade atual.

A irônica origem da data

No início do século 20, a celebração nasceu nos Estados Unidos através de uma campanha feita pela americana Anna Jarvis, que havia perdido sua mãe em 1905. Após três anos, dolorida pelo sentimento de luto e revestida de saudades, Anna realizou uma linda e justa homenagem para ela, de forma ainda não oficial.

Desde então, a americana passou a enviar diversas cartas para muitos congressistas americanos, governadores e celebridades pedindo a mobilização pela criação de um feriado em homenagem as nossas mães. E assim, tão somente em 1911, foi criada a data oficial no calendário dos EUA.

A historiadora Katharine Antolini. escreveu no livro "Em Memória da Maternidade: Anna Jarvis e a Luta pelo Controle do Dia das Mães" que a militante esperava que o trabalho das mães fosse reconhecido pelo seu serviço incomparável que prestavam à humanidade em todos os campos da vida.

A reviravolta irônica na história é que Anna Jarvis jamais esperava que o dia fosse tão abraçado pelas campanhas publicitárias e se transformasse em uma data tão comercial. Anos depois da sua luta pela criação da data comemorativa, a militante, se arrependeu do que viu e passou a pedir o fim da data, por entender que a data perdeu sua essência.

O verdadeiro Dia das Mães

Afinal, a quem nos deu um amor platônico desde os nossos primeiros segundos de existência, será que somente devemos dar um abraço apertado, um beijo, um ‘eu te amo’ e um presente num único dia do ano? A verdade, é que nós nunca conseguiremos retribuir o amor platônico materno em nossa vida, e quem dirá num único dia.

Gerar, parir, criar. Abrir mão de si, para dedicar o melhor que você pode proporcionar ao seu filho. Quantas histórias já não ouvimos de mães que foram dormir mais cedo para deixar a saciedade do jantar aos filhos? Ser mãe é para sempre. Pode ser lindo e ao mesmo tempo, solitário, intenso, difícil.

Solteira ou casada, tendo a responsabilidade compartilhada ou tendo que dar conta de tudo sozinha, a experiência de ser mãe é única e individual. De um lado, mulheres que sonham desde criança em serem mamães. De outro, outras que nunca se imaginaram nesse papel até se tornarem uma.

Se há a maternidade idealizada e perfeita nas capas de revista, há também a realidade real, intensa e difícil, que não vende publicidade. O único lugar em que essa maternidade ganha estampa, são nas olheiras das faces cansadas das noites mal dormidas.

Há também a realidade de mulheres que encaram o verdadeiro malabares entre o profissional, o pessoal e a maternidade. Não havendo dia de descanso e nem férias, muito menos dia bom ou dia ruim: todo dia, é dia.

E se não bastasse ser mãe, algumas mulheres ainda acumulam o papel de pai. Apenas nos últimos cinco anos, 860 crianças foram registrados sem uma figura paterna em seus documentos. E quantas outras, apesar de registradas, não são abandonadas no momento em que mais precisam?

Além de encarar uma série de novidades (como a amamentação, os cuidados com o bebê e a privação do sono), a mãe precisa lidar com um turbilhão de novos sentimentos. O medo de não dar conta, a culpa (“nasce uma mãe, nasce uma culpa”), o cansaço, a solidão e a responsabilidade fazem do início dessa jornada um momento muito intenso.

E ainda que intenso, marca nossas vidas para sempre. E para elas, pouco importa se você tem 20, 30, 40 ou 50 anos, a preocupação é sempre a mesma. Se estiver calor, leve um casaco. Se estiver sol, leve um guarda chuva. Se estiver frio, saia do sereno. Se você acha que está certo, sua mãe te mostra que você está errado.

Às suas mães não deixem de dar um beijo e levar flores para elas. Não somente na data comemorativa, mas especialmente em um dia que ela não espere recebê-las. Seja grato por todos os mimos e preocupações dedicados incessantemente em todos os dias durante sua existência.  

Aos que infelizmente não tenham a mãe por perto por razões carnais ou familiares, diga a sua figura materna: 'Obrigado. Obrigado por ter cuidado de mim quando você não tinha a menor obrigação disso e por ser tão especial nos momentos em que tanto precisei do seu suporte.’

A verdade é que no útero, a mãe pode proteger seu bebê, com um espaço quentinho, calmo, e seguro. No mundo real, não! O filho cresce e trilha os próprios caminhos, mas contando com um imenso espaço no coração de cada mãe.

Feliz dia das mães? Todo dia deveria ser o Dia das Mães.

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Usando pessoas para parar nossa dor

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Melody Beattie é uma escritora best-seller norte-americana que publicou vários livros sobre codependência afetiva e recuperação emocional. O texto de hoje tem ideias dela e minhas sobre a tentativa de lidar com nossa dor usando as pessoas.

Melody Beattie é uma escritora best-seller norte-americana que publicou vários livros sobre codependência afetiva e recuperação emocional. O texto de hoje tem ideias dela e minhas sobre a tentativa de lidar com nossa dor usando as pessoas.

Ela comenta que a nossa felicidade não é um presente que uma outra pessoa tem nas mãos dela. Não é uma outra pessoa que pode nos dar ou nos negar o sentimento de bem estar na dependência de como ela se sente. Melody diz: “Aquela caixa lindamente embrulhada com a fita que acreditávamos conter nossa felicidade que alguém estava segurando - é uma ilusão!”

Em vez de ficar esperando ou forçando alguém a tentar interromper sua dor, será melhor encontrar coragem para parar de fazer isso, esperar, enfrentar seu sofrimento, aceitá-lo, lidar com seus problemas, pois isso é um bom passo para a felicidade.

Se alguém está lhe machucando, você tem o direito de dizer para ele ou ela parar de fazer isso e tem a responsabilidade de se proteger para interromper a dor. As pessoas não têm o direito de ficar nos machucando o tempo todo sem que façamos algo para nos livrar disso. Alguns indivíduos toleram coisas ruins por muito tempo por medo de retaliação, medo de ficar sozinhos ou inabilidade em colocar limites.

Quando ficarmos conscientes de que e como estamos tentando usar outras pessoas para interromper nossa dor e criar nossa felicidade, a cura emocional poderá chegar. Quando criança esperávamos de nossos pais ou cuidadores aprovação, elogios, colo, carinho. Isto não vindo deles, procurávamos em outras pessoas. Mas ao crescermos podemos querer repetir esta busca, esta mendigação de afeto justamente colocando nas mãos dos outros, mentalmente, a fonte de nosso bem estar. A verdade é que mesmo que alguém nos ame de verdade, esta pessoa não tem poder de criar em nós paz, felicidade, serenidade, bem estar. Ela pode contribuir para isso, mas não criar isso em nós.

Não coloque nas mãos de outra pessoa a fonte de sua felicidade. As melhores e boas pessoas que você conhece não conseguem fazer isso por você, em você. A serenidade, o bem estar, nossa felicidade, que é um processo, está muito em nossas mãos, não nas mãos dos outros.

O texto de reflexão que a Melody escreveu, termina com uma oração dela que diz assim: “Deus, ajude-me a lembrar que possuo a chave para minha própria felicidade. Dê-me coragem para ficar parado e lidar com meus próprios sentimentos. Dê-me os insights [percepções] que preciso para melhorar meus relacionamentos. Ajude-me a parar de fazer a dança da codependência e começar a fazer a dança da recuperação.”

Saúde mental não é ausência de tristeza, ansiedade, medo, mas é não se apavorar quando sentir isto, é ter paciência consigo mesmo quando sentir isso, e aguentar estas emoções desagradáveis até que elas passem sem se drogar com qualquer coisa, e ter esperança de melhora e recuperação. Não vamos nos iludir com as ideias que ouvimos por aí que propaga que tudo vai correr perfeitamente, que vai chegar o dia em que nos sentiremos perfeitos, tendo o controle de tudo. Isso não é real nessa existência. Precisamos, então, aceitar nossas limitações, aprender que alguns problemas em nossa vida talvez não terão solução, e ter consciência do fato de que podemos estar buscando a irrealidade. Se não pensarmos nestas coisas, possivelmente vamos perseguir a felicidade tentando usar pessoas. E usar é abusar, o que é diferente de pedir ajuda.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Botafogo tritura o urubu e cozinha o galo

terça-feira, 09 de maio de 2023

Definitivamente o Botafogo não é muito chegado a aves. No último dia 30 de abril, um domingo, triturou o urubu (Flamengo) e no domingo seguinte, 7 de maio, cozinhou o galo (Atlético Mineiro). Com placares de 3 a 2 e 2 a 0, respectivamente, com cinco gols a favor e dois contra, o Fogão consolidou-se na liderança do campeonato Brasileiro de 2023 e continua com 100% de aproveitamento, com quatro vitórias em quatro jogos.

Definitivamente o Botafogo não é muito chegado a aves. No último dia 30 de abril, um domingo, triturou o urubu (Flamengo) e no domingo seguinte, 7 de maio, cozinhou o galo (Atlético Mineiro). Com placares de 3 a 2 e 2 a 0, respectivamente, com cinco gols a favor e dois contra, o Fogão consolidou-se na liderança do campeonato Brasileiro de 2023 e continua com 100% de aproveitamento, com quatro vitórias em quatro jogos. Lógico que isso não vai ser uma constante, pois num campeonato equilibrado, que reúne a nata do futebol nacional e muito longo, são 38 rodadas, todos os times passarão por altos e baixos. Claro está que aquele que conseguir manter uma regularidade por mais tempo, terá grandes chances de chegar ao título, no final da competição.

Parece que o português Luís Castro, treinador do Glorioso, finalmente conseguiu encaixar seu estilo de jogo preferido num plantel qualificado e que soube absorver os desejos do mestre. O time não tem jogadores do quilate de um Palmeiras ou Flamengo, dois dos atuais disputantes do Brasileirão 2023 que se destacam pela qualidade do material humano que apresentam, mas tem no conjunto a sua arma preferida. No momento, é um time que sabe o que quer, dentro de campo, e não é a toa que se mantém invicto a 14 jogos, entre a final da Taça Rio, Brasileirão, Copa do Brasil e Taça Sul-americana.

Além disso, com a implantação da SAF (sociedade anônima) e a entrada de recursos para formar um bom plantel (titulares e reservas), o Botafogo conseguiu ter peças de reposição, um fator decisivo num calendário cansativo e desumano como é o do futebol brasileiro. Se bem que, no momento, não nos diferenciamos muito do europeu que, infelizmente, nos serve de modelo.

Da mesma maneira que o Fogão não rendeu o esperado contra a LDU, no estádio Nílton Santos, pois vinha de uma partida muito disputada contra o Flamengo, num intervalo de três dias, o Atlético sentiu esse mesmo esforço, contra o Botafogo, depois de enfrentar o Alianza de Lima, pela Libertadores das Américas, no mesmo intervalo de tempo. Aliás, está será uma constante durante toda a temporada, enquanto os times tiverem varias competições em disputa. Por exemplo, o Vasco da Gama já eliminado da Taça Brasil e fora da Sul-americana, pode se dedicar apenas ao Brasileirão, o que mantém o time da Cruz de Malta mais descansado.

Existe ainda um outro fator que deveria ser levado em consideração, quando da elaboração do calendário do futebol brasileiro, já que se trata de um evento profissional. Estou falando do bolso do torcedor, aquele que gosta de ir aos estádios e, portanto, tem de arcar com o preço dos ingressos. Por exemplo, nesse mês de maio o Botafogo em 28 dias, disputará nove jogos, ou seja, três a cada três dias.

Se levarmos em consideração que o ingresso mais barato custa R$ 60, o torcedor que for a todos os jogos gastará R$ 540 só com a entrada, sem contar com o desembolso para transporte e bebida ou algo para mastigar. O Flamengo como tem uma torcida mais numerosa, consegue uma média de público de 40 mil pessoas, no estádio do Maracanã.

Já o Botafogo mantém uma média de 20 mil torcedores, no estádio Nilton Santos. Se o preço da entrada fosse mais acessível, talvez a média de público fosse bem maior. Aliás, esse deveria se o ideal já que o futebol é um esporte de massa. Em função do preço dos ingressos ele vem sendo elitizado, o que não é o ideal, pois é muito mais gostoso e gratificante para um time de futebol ter o apoio em massa de seus torcedores.

Como torcedor do Fogão, espero que meu time se mantenha no topo da tabela e que consiga conquistar um título entre as competições que disputa. Se não for possível, que pelo menos chegue entre os melhores classificados.

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