Nesta quarta-feira, 22, Fabrício Medeiros entregou carta ao prefeito Johnny Maycon pedindo sua exoneração da Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu) de Nova Friburgo, cargo que ocupava desde o iníciio do atual governo, em 1º de janeiro de 2021. Além do trânsito, Fabrício também era responsável também pela Guarda Civil Municipal e pelo Departamento de Posturas.
Na carta, obtida com exclusividade por A VOZ DA SERRA, Fabrício esclarece “que não compactua com o formato de gestão contrário do que lhe fora proposto, onde a politicagem impera sobre decisões técnicas”. Ele cita, também, constantes ameaças de desligamento por decisões que vinha tomando “com fundamentação e visão no bem coletivo, não com foco em evitar pequenos desconfortos pontuais com empresários hostis e intransigentes da cidade, eivados de vontades inexequíveis e pertinazes”.
Fabrício criticou também “a concordância do governo com leis expressamente inconstitucionais”, citando a lei de aplicativos que traz duplas punições, vagas de farmácias, vagas de hotéis, processo administrativo de remoção, processo administrativo sobre divulgação de dados.
“Muito me atemoriza aquela tão afirmada preocupação com a legalidade, veementemente afirmada pelo ex-vereador e agora chefe do Executivo, que parece possuir uma exceção pelo menos: o tema trânsito, onde pessoas adoecem, tornam-se inválidas e morrem todos os dias”, escreveu Fabrício, dizendo preferir se demitir por ter uma carreira e um nome a zelar.
Em uma nota ríspida, fugindo ao habitual, a Prefeitura de Nova Friburgo afirmou publicamente que Fabrício “já seria exonerado por conta da insatisfação da gestão em relação ao trabalho realizado. Ele estava se demonstrando insubordinado, insistia em contestar e querer descumprir as leis municipais vigentes e não obedeceu aos prazos estabelecidos pela gestão em relação à elaboração do Plano de Mobilidade e Acessibilidade Urbana, e também não seguiu a recomendação do chefe do Executivo para que desenvolvesse ações de conscientização e Educação sobre o trânsito voltadas à população, tendo sempre uma postura extremamente punitiva”, diz a nota.
A VOZ DA SERRA aguarda maiores esclarecimentos de ambos os lados.
Fabrício tomou posse tendo o Plano de Mobilidade Urbana como a maior prioridade e a implantação do estacionamento rotativo como meta de sua gestão. Saiu sem tirar do papel nenhum dos dois. Pela nova Lei Orgânica Municipal, o rotativo depende do Plano de Mobilidade Urbana. O atual governo chegou a cogitar alterar a LOM para viabilizar a implantação do rotativo sem a exigência do plano de mobilidade, mas desistiu de propor a mudança.
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