Dois anos depois, trilha do Pico do Caledônia volta a sofrer com abandono

Buracos em área estratégica para telecomunicações dificultam até mesmo mutirões de limpeza, como o que está planejado para o próximo dia 21
sexta-feira, 05 de fevereiro de 2021
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
O estado da estrada de acesso ao Pico do Caledônia (Fotos: Paulo Braga Júnior)
O estado da estrada de acesso ao Pico do Caledônia (Fotos: Paulo Braga Júnior)

No próximo dia 21, o domingo seguinte ao carnaval, trilheiros friburguenses farão um mutirão de limpeza nas montanhas do entorno do Pico do Caledônia e suas nascentes, quedas d’água e riachos. O ponto de encontro será às 8h, no ponto final do Cascatinha.

Mas, segundo um dos guias de ecoturismo que atuam na região, o lixo não é o único problema. A trilha que dá acesso ao Pico do Caledônia voltou a ficar cheia de buracos e crateras, o que prejudica até mesmo o trabalho voluntário de limpeza. Somente veículos de tração 4x4 conseguem subir, e assim mesmo com muita dificuldade.

“Embora o pico esteja fechado à visitação por conta da pandemia de coronavírus, muitas pessoas vão até o platô”, explica o guia.

De fato, uma portaria do Inea de 10 de junho de 2020 proíbe o camping e a visitação ao Pico do Caledônia, à Pedra do Elefante e à Caixa de Fósforo, que fazem parte do Parque Estadual dos Três Picos. Fora esses lugares, o parque está aberto diariamente das 8h às 17h, com exigência de máscaras, álcool em gel e distanciamento de 1,5 metro entre os visitantes.

Importância estratégica

Fora a importância turística, que por enquanto está em suspenso, à espera de uma bandeira menos restritiva, o acesso ao Pico tem importância estratégica para as telecomunicações. Lá em cima, a 2.257 metros de altitude, estão torres e antenas que auxiliam na transmissão de dados em Friburgo e no interior do estado, como repetidoras das polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, antenas de operadoras de telefonia e equipamentos da Petrobras e da Marinha do Brasil, servindo de stand-by em caso de apagão nos serviços de satélites, por exemplo.

Há menos de dois anos, em meados de 2019, A VOZ DA SERRA já denunciava, em uma série de reportagens,  a situação de abandono da trilha e do próprio Pico do Caledônia. A guarita que era mantida pela Petrobras e servia para controlar o acesso dos visitantes também estava abandonada.  O portão de acesso estava fechado com cadeado, mas um buraco na grade permitia a entrada. A casinha que servia como ponto de apoio aos funcionários estava  aberta e revirada.

Na época, um grupo de montanhistas que visita o local com frequência e promove a manutenção voluntária do ponto turístico deixou uma mensagem de apelo escrita em um pedaço de isopor: “Este é um espaço particular, por favor, respeite. Nossa cidade não pode perder o direito de visitar esse mirante. Ajude na limpeza e organização. Não tem água. Por favor, não use o vaso sanitário, deu muito trabalho para desentupir. Não deixe as lâmpadas acesas, pois atraem mariposas. Colaborem”, dizia a mensagem.

A Petrobras e a prefeitura jogavam uma para a outra a responsabilidade pela manutenção da estrada de acesso.     

Obras emergenciais em 2019

Menos de um mês depois da publicação das reportagens, e após cerca de duas semanas de trabalho, a Prefeitura de Nova Friburgo anunciou, em julho de 2019, que concluiu as obras emergenciais de recuperação da estrada.

A prefeitura alegou na época que  “o  trabalho emergencial tornou-se necessário porque a dificuldade de acesso ao maciço era grande e comprometia o funcionamento das várias torres lá instaladas, inclusive com risco de pane geral, o que impediria a comunicação na cidade e região”.

Os trabalhos foram coordenados por uma equipe da Subprefeitura de Olaria, Cônego e Cascatinha. Com o auxílio de caminhões, uma retroescavadeira, um trator e um veículo bobcat, todo o entulho que obstruía o acesso foi retirado, também foi realizada a capina do mato que invadia a pista, além de reparos no calçamento, até mesmo com a colocação de asfalto nos trechos mais críticos da subida para o Pico do Caledônia. A guarita voltou a ter vigilantes da Petrobras, que permanecem até hoje.

 

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