O comércio está animado com o expressivo número de pessoas que estão aderindo ao programa de renegociação de dívidas, Desenrola, e acredita que boa parte volte a consumir, aumentando as vendas já com vistas ao Dia das Crianças, em 12 de outubro, e ao Natal. Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Clube dos Diretores Lojistas da capital fluminense e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro, feita com 250 lojistas revelou que para 65% dos lojistas ouvidos a tendência é que o grande número de pessoas que estão aderindo ao Desenrola e a outras iniciativas de recuperação de crédito contribua significativamente para o aumento das vendas já nos próximos meses e 35% disseram que o impacto somente será sentido no fim do ano.
“O programa de renegociação tem como característica resgatar o cidadão permitindo sua volta às compras. Assim, acreditamos que o número de renegociações, que já atingiu mais de 7,5 milhões de pessoas no Brasil, tende a crescer, o que induz o comerciante a vislumbrar aumento das vendas. Isso porque, após a renegociação de dívidas, as pessoas abrem espaço no orçamento para gastos, uma vez que diminui o comprometimento da renda com dívidas após a renegociação”, observa Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do Sindilojas.
Ainda de acordo com Aldo, essa expectativa tem a ver com a evolução de alguns indicadores do Estado do Rio de Janeiro, refletindo melhoria da economia. “Por exemplo, há pouco tempo o estado recebeu avaliação BB de acordo com uma agência internacional de classificação de risco. A nota representou que o Rio melhorou seu status, subindo da prateleira negativa para a positiva. O grau BB traz pontos positivos para investimentos, como confere ao poder público capacidade para honrar compromissos”, complementa Aldo.
Outro ponto destacado na pesquisa é que a evolução do consumo no comércio fluminense tem seu aspecto favorável através do recolhimento de impostos nos setores do comércio. Nos seis primeiros meses do ano passado contra igual período de 2023 a arrecadação agregada subiu 6,29%, nominalmente, e 0,73%, em termos reais. Isso representou acréscimo de caixa ao governo estadual no montante de R$ 57,5 bilhões, fruto da diferença de R$ 913,0 bilhões para a arrecadação de R$ 970,5 bilhões no ano em curso até junho.
“Uma outra percepção – diz Aldo - é a de que se os indicadores das vendas do varejo do Rio de Janeiro acumulados em doze meses e no primeiro semestre do corrente ano não se registraram favoráveis (-3,2% e -1,4%, respectivamente) - colocando o Estado na contramão do restante do país (0,9% e 1,3%) -, no curto prazo podem sinalizar alguma recuperação, algo melhor para daqui em diante. Segundo o IBGE, as vendas comerciais no país se estagnaram em junho passado (0,0%), quando comparadas a maio; enquanto no Rio de Janeiro variaram mais (0,6%). O dado indica que de certa forma houve avanço”, diz Aldo.
“Se os indicadores de vendas evoluírem, como é esperado, em agosto, considerando o Dia dos Pais, pode ser que o Rio de Janeiro esteja gravitando num ciclo de recuperação. Isso deriva de outros fatores que podem estar influenciando na mesma direção, também. Exemplo: aumento da geração de empregos; diminuição da Selic; estabilidade da inflação, junto com efeitos benignos do Programa Desenrola. A sensação é a de que o cenário produz confiança, podendo reverter-se em vendas maiores”, conclui o presidente do clube carioca de lojistas.
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