Quantos pássaros devem existir voando hoje pelos céus e nas árvores de Nova Friburgo? Uma cidade que, conforme os dados oficiais do IBGE, tem em torno de 190 mil habitantes humanos? Se a resposta é e sempre será um chute, já que é sazonal e flutuante a ponto de o Wikiaves só registrar espécies (Friburgo tem 375 catalogadas), certo mesmo é que toda essa população de pássaros tem, em uma rua pacata no Alto das Braunes, uma espécie de pousadinha.
A casa dos pássaros e de outros bichos silvestres fica na Rua Villa Repos e tem vista ampla para a cidade. Ali, o casal de aposentados Rosemarie Kunzel e Roberto Maia Soares recebe canários, rolinhas, chupins, tico-ticos, beija-flores, jacus, coleiros, tizius, sanhaçus, saíras, sabiás, bem-te-vis, pombos selvagens, maritacas, corujas e gaviões, além de gambás, lagartos teiús, ouriços caixeiros e cachorros do mato. Siriemas, juritis e saracuras também dão o ar da graça de vez em quando. Todos em busca de canjiquinha, milho alvo, bananas e sementes de girassol, servidos à vontade, gratuitamente, 24 horas por dia, sete dias na semana.
Mas o melhor está aqui: através de uma câmera ao vivo (assista clicando aqui), todos os visitantes da pousada e seus modos à mesa podem ser observados, de qualquer lugar do mundo, através do site passarosdefriburgo.com.br ou da página do projeto no Facebook.
Cenas fortes
Tudo começou, conta Rosemarie, há quase 20 anos, quando Roberto percebeu que um tico-tico vivia entrando na cozinha, procurando migalhas. Assim nasceu a ideia de instalar o comedouro, com câmera ao vivo, para todos os pássaros que queiram chegar e ir se acomodando.
Entre os milhares de seguidores fiéis da câmera indiscreta do casal passarinheiro há hoje observadores até de outros países, como Portugal. Gente de fora da cidade também aproveita para perguntar como está o tempo em Friburgo.
Meio encabulada, Rosemarie conta que já registrou até cenas explícitas de seus hóspedes, como, por exemplo, um ménage a trois entre lagartos… Observa também que no frio os pássaros somem, assim como quando obras de grande porte são feitas por perto. Mas o melhor de tudo é a festa que eles fazem em dias de sol.
“É um prazer apreciar, em casa, a beleza da liberdade”, descreve Roberto.
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